quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Culpa e a queda – Roteiro Capitão Sarvel -

A Culpa e a queda – Roteiro Capitão Sarvel -



Capítulo 1 – Eu quero Descansar!

_ Salvar o mundo!
_ Salvar o mundo
_ SALVAR O MUNDO!

_ Parece que as pessoas pensam que eu não tenho vida, família, estudo, preciso me alimentar, enfim que eu tenha outras coisas a fazer. As pessoas me chamam para salvar gatinhos, para ajudar velhinhas a atravessar a rua, para ajudar nisso e naquilo outro.
_ Se você quer realmente saber algo sobre super – heróis? Na maior parte do tempo, você acaba tendo seu tempo roubado.

_ Voltei de uma batalha completamente desgastante contra mais um mini – ditador espacial que queria dominar a Terra estava cansado demais e não tive tempo para nada, pois foi só me ver que as pessoas começaram a gritar por todos os lados, com problemas minúsculos para que eu ajudasse.

_ Não quis nem saber de nada e voei para minha cama, tendo o trabalho somente de retirar o uniforme, estava de férias por aqueles dias, portanto poderia me dar ao luxo de um domingo na praia, pensei eu inocentemente.

_ Quando se tem super - poderes, todos os bandidos parecem adivinhar quando você quer relaxar para aparecer e encher o saco.

Eu estava curtindo um belo dia de sol, tinha levado até meu cachorro, estava na casa de uma tia que mora no Rio e aproveitei para relaxar na praia em pleno meio de semana, afinal eu estava de férias, evitei pegar o carro por que queria descansar a cabeça e o trânsito daquela cidade era algo infernal, por isso peguei um táxi e fomos indo até que há dois semáforos da praia um grupo de assaltantes vem em nossa direção. Os malditos tinham preparado um arrastão em pleno horário de pico, sabendo que a polícia iria demorar muito para chegar por estarem presos no trânsito.

_ Sinceramente naquela hora, o carro estava parado e eu desci esperei que algum dos criminosos viesse fazer alguma gracinha, apontando sua arma para meu lado e usando de minha super velocidade e super força, quebrei lhe o pulso e torci a arma, os outros atiraram, mas eu consegui desviar das balas, não me importava que pessoas fossem atingidas, eu estava cansado demais e queria relaxar e aqueles vagabundos estavam atrapalhando meu sagrado descanso.

Eu estava furioso e agora parando a pensar não parecia ter muita explicação, era como se eu tivesse possuído por uma ira, motivada pelo cansaço, uma raiva daquele fardo contínuo que não me permitia ter uma vida razoavelmente normal em meio aos terráqueos.

Quando dei por mim, não tinha mais nada dos bandidos, eu tinha me exposto publicamente e várias pessoas juntavam em volta enquanto outras tantas saiam correndo como se tivessem fugindo de um demônio ou algo do tipo.

Todo super - herói tem uma identidade secreta por um motivo: Manter – se longe da exposição e eu tinha me exposto, fiquei parado enquanto uma multidão vinha até a mim tentando me saudar e tirando milhares de fotos do meu rosto. Como eu pude deixar a raiva me deixar tão estúpido?

Tinha exposto meu rosto para todo o país ver, provavelmente naquele momento vários indivíduos tinha filmado meu massacre daqueles bandidos miseráveis. Sai voando dali, e rapidamente voltei à casa da minha tia, o mais rápido que podia, arrumei minhas malas e resolvi dar o fora do planeta, precisava descansar um pouco, precisava de sossego.

Usando minha velocidade voltei a minha casa em questão de minutos e deixei minhas malas lá, vesti meu traje espacial mais forte e pensei em tirar uns dias para explorar Marte eu só queria relaxar, só queria ter um tempo para descansar e que se dane a Terra, quando eu voltar se der algum problema resolvo tudo muito rápido depois.

Sai voando pelos céus tão rápido quanto um foguete, queria somente descansar a cabeça e relaxar e eu ia ter minha folga não importava mais nada...

Capítulo 2 – Uma viagem ao pesadelo.

Quando cheguei ao espaço um vórtice de energia cósmica me acertou e quase drenou a energia armazenada no meu traje, não percebi naquele momento, mas não estava mais na minha dimensão tinha sido mandado para outro planeta, afinal a Terra pairava sem oceanos a minha frente ali no espaço e a lua e demais mundos pareciam somente meros asteróides frente toda aquela grandeza.
Ver a Terra daquela forma me deu uma profunda sensação de desespero, precisava ver como tudo estava, precisa saber se estavam todos bem. Além disso, meu traje precisava recarregar e não tinha nenhum lugar onde isso pudesse ocorrer no espaço.
A reentrada foi bem mais quente do que o convencional, parecia que o mundo estava me dizendo para ficar longe de toda aquela loucura, parecia que a Terra estava tentando me afastar, mas eu teimava em continuar forçando a barreira e fui caindo nível após nível até estar novamente na atmosfera normal, no entanto não pude tirar a máscara de meu traje, o cheiro de morte estava por todos os lados! Não havia nada vivo, não havia nada que meus olhos avistassem que não estivessem em decomposição, os prédios onde hoje é o Rio de Janeiro, eram apenas um emaranhado de construções em ruínas, os oceanos tinham secado e ao olhar para a praia sem água, pude ver o que tinha acontecido!
O sol estava fora do eixo e a lua estava quase colidindo com o planeta, mas o que tinha causado aquilo? Como tudo tinha morrido tão rapidamente? Onde estariam todos os heróis do universo?
Olhar para aquela desolação me fez cair ao chão e ao olhar para baixo me deparei com um som que parecia vir do subsolo, uma mulher gritava histericamente e seu clamor parecia ecoar de um cano instalado no solo de onde podia ser ouvida de maneira bem fraca, como um gemido no vento bem ao longe.
Se agarrando a idéia de que poderia haver alguém vivo naquele caos todo, fui abrindo com minhas rajadas de energia buracos no chão até chegar numa estrutura posicionada embaixo da praia do Leblon onde eu estava: um abrigo subterrâneo feito de titânio há mais de cinco mil metros do solo, eu estava esgotado após gastar tanta energia mais ainda tive forças o bastante para queimar aquele metal, e entrar dentro daquela estrutura, lá dentro uma mulher de longos cabelos ruivos, olhou para mim e começou a clamar em alto tom: Precisamos encontrar o homem que comanda o tempo, precisamos ir até o templo, para desfazer o crime contra um inocente, precisamos mudar o tempo! Berrava histérica como se isso fosse à única palavra de que se lembrava
Tentei lhe perguntar algo, mas ela parecia possessa e saia correndo de um lado para outro, falando palavras desconexas, algo que tinha feito havia causado aquilo tudo, era um terrível engano, ele era inocente, o maldito mais uma vez me enganou, o sangue dele não sai! Eram essas e outras loucuras que repetia como se estivesse a falar consigo mesma, seus gritos se tornaram maiores e de uma porta a nossa frente, surgiu um robô com seis braços e em todos eles trazia bastões de choque para calar a boca da mulher, ele não esperava me ver e não sabia o quanto eu odeio gente que bate em inocentes! Mesmo cansado eu ainda sabia lutar e com dois socos meus rachei a cabeça dele e após quebrar dois braços do robô quebrei o todo até que seu tórax começou a ameaçar explodir.
Rapidamente peguei a mulher nos braços e usando minha velocidade extrema sai dali, estava cansado para lutar e meu traje não teria energia extra para me dar, então não tinha como sair voando dali pela cratera que eu tinha feito, então atravessei a porta e fechei a bem a tempo do metal conter a onda de choque da explosão daquela máquina.
Estávamos dentro de uma base moderna e cheia de câmeras onde sistemas automatizados pareciam estar montando partes de armamentos, peças que ao longo da linha de produção iam avançando por todos os lados, em uma linha de montagem de vários produtos.
O lugar era cheio de esteiras donde as peças iam se juntando até bem ao longe aquilo se tornar em peças que eram levadas por robôs até outro lado da fábrica, provavelmente iriam se juntar a outras tantas.
No entanto, não tiveram tempo para ficar admirando aquela linha de produção automatizada, pois logo todas as telas sintonizaram um alerta e várias máquinas vinham surgindo de todas as outras portas, eram milhares de seres sintéticos de diferentes tamanhos e funções, se estivesse em sua força máxima poderia dar um jeito nisso, mas eu estava cansado e aquele vórtice tinha me sugado ao extremo, se por minha causa aquela a terra tinha perecido, eu iria cair defendendo aquela jovem mulher submetida à tortura da prisão, iria salvar o mundo e o universo e cair consumido pela minha própria vergonha de ter me esquecido do que é realmente ser um super – herói!

Capítulo 3 – Um confronto para marcar o tempo.

_ Por que as histórias não deixam de se repetir?
_ Por que eu tenho sempre que ver e rever as mesmas cenas.
Naquele momento, meu eu daquela realidade caótica estava meditando num lugar conhecido como templo de cronos, um lugar em que os antigos deuses do olimpo vinham para debater sobre o futuro e selar a paz com os demais deuses e panteões em momentos de guerra, eu estava ali vendo tudo, eu que era o paradoxo, tinha que resolver aquilo, mas pouco me importava com toda aquela guerra, queria me divertir vendo o mundo sem minha intervenção!
Há muito tempo não tinha o prazer de ser um pouco cruel e ao alimentar aqueles sentimentos pude perceber o quanto eles eram bons e preenchiam de calor meu espírito vazio, depois de tudo o que tive de presenciar! 
_ Vi quando as máquinas chegaram aos milhares entupindo todos os espaços daquela fábrica, vi a batalha que seguiu se, mas não esperava que Amanda Nefetur, fosse voltar a sanidade depois de cometer um assassinato de um inocente, não esperava que ela ao ver o corpo do Capitão sarvel a beira da morte frente ao Flávio, a versão maligna do minuto daquela terra que se preparava para mata – lo no exato momento em que ela usou o poder máximo que uma guardiã dos mortos tem: O chamado dos mortos, ela convocou cada criatura morta do planeta a lutar, enquanto girava e dançava parecendo possessa ou algo do tipo. Todos os bilhões de mortos convergiram para aquele ponto: Animais, humanos, tudo que tinha vida e pereceu durante o rompimento das dimensões foi convocado a lutar pela guardiã, numa batalha que abalará as estruturas de toda criação
_ Se você procura um final eu ainda não posso te dar, mas garanto que ainda há muita história para ocorrer e que esse universo paralelo talvez ainda possa ser salvo do destino trágico que se abateu sobre ele.
_ Bem eu continuarei aqui só assistindo enquanto medito e junto forças para desfazer todo esse mal, o cosmos há de esperar meu descanso!
Aguardem os próximos episódios...




terça-feira, 28 de outubro de 2014

Inicio; Explicando a origem

a história começa num pequeno povoado a leste do reino, um lugar pacato com povo pacífico e ordeiro, mas que era essencialmente místico e temia qualquer mudança no seu pequeno padrão de vida, acreditando em qualquer tipo de imbecil que fosse capaz de lhes falar algo místico minimo, para eles não importava queriam estar bem com os deuses não importa quais fossem e eu acabei sendo vitima dessa fé cega.

Uma praga esta dizimando as populações ao sul do reino, queria um lugar calmo para pesquisar sobre a cura e tentar salvar meu povo, um lugar onde não tivesse tanto barulho quanto a capital e escolhi aquela pequena vila a leste da capital, esperando ter tempo e sossego que precisava.

Ao chegar na região me instalei numa pequena fazenda abandonada que todos consideravam mal assombrada, ninguém ligou quando eu reergui a sede usando de alguns truques mágicos e passei a trabalhar ali naquele local sossegado, fora da vista dos habitantes que apesar da desconfiança me tratavam com muito respeito.

Mas tudo iria mudar quando a pequena Ana desapareceu próximo ao rio, ninguém encontrava nem o menor vestígio daquela criança, parecia que as águas tinham resolvido traga - lá, mandaram chamar a todos na cidade, enquanto curandeiros e falsos magos pulavam em cima da família tentando extorquir lhes algum bem em troca do paradeiro da filha, fiquei comovido com a cena e resolvi lhes ajudar.

Usei uma poção alquímica que mostra para seu usuário qualquer coisa que seu coração desejar, era conhecida como olho dos sonhos, mas vinha com um preço, por dois dias ficaria impossibilitado de usar qualquer tipo de mágica sem correr sério risco de causar uma explosão ao meu corpo.

Consegui encontrar a criança, vi que ela estava próximo a minha propriedade e montei em meu cavalo, um velho pangaré comprado a preço bem baixo na estrebaria da cidade, mas que me serviu bem, chegamos em minutos e pude encontrar a menina muito cansada, agarrada a uma raiz brava, mas suas poucas forças estavam fazendo a escorregar, foi quando eu usei de minha magia para lhe salvar a vida, puxando para a margem seca, eu sabia que iria morrer, mas naquele instante nada mais me importava, corri para a cidade com a menina comigo e todos ali ficaram felizes com minha chegada.

Mas a alegria deu lugar a dúvida quando os falsos profetas começaram a falar a multidão que eu era a causa de perturbações no clima e de algumas doenças comuns que ocorrem em toda a vila, assim as pessoas passaram a alimentar ódio a meu respeito, tanto rancor pelo bem que fiz que numa noite escutei batidas na porta, quando abro o pai da garota com ar temeroso, vinha me avisar para que eu fugisse pois naquela noite as pessoas da aldeia iriam vir me matar.

Eu ainda estava fraco pelas magias e preparava uma poção para me curar do efeito nocivo daquele meu gesto intempestivo, quando soube que iriam tentar me matar, depois de tudo que fiz? fui tomado pela fúria e peguei meu cajado.

Preparei um ritual muito antigo de maldição, após por para fora o mensageiro pedindo que jamais voltasse ali, essa antiga magia era poderosa de mais e sempre cumpria seu fim: Se algum inocente for morto no lugar onde isso foi realizado, todos os assassinos irão pagar com a vida por toda a eternidade, num suplício de dor e desespero que jamais poderá ser apagado, é algo pior do que ser mandado para o inferno, por que continuas vivo e sofrendo, tanto mentalmente quanto fisicamente, até que a vida se torne pesada demais e a pessoa resolve se matar para acabar com aquele mal.

Terminei a tempo, eles chegaram antes que tivesse como me explicar, não sai de casa, não quis olhar no rosto deles. O telhado queimou rapidamente e com ele a casa toda se desfez, minha pesquisa se perdeu para sempre e com ela as chances de cura para milhares de indivíduos no sul do reino.

Assim acaba a história de Robert Vaineel, um clérigo, pesquisador de moléstias e a partir desse ponto começa a história de Krien, um necromante que carrega consigo a fúria de toda a injustiça que há no mundo.

O que aconteceu após a minha morte, nem eu mesmo sei dizer, meu espírito foi levado há um lugar que entre os magos é conhecido como: tribunal, um templo muito antigo, onde os magos mais poderosos que já existirão estão ali por toda a eternidade para julgar todo o mal que se pratica com o uso da magia.

Naquele momento algo em mim ficou temeroso afinal, eu estava diante dos juízes de toda a magia, os responsáveis por julgar qualquer ato maligno e como minha última ação em vida tinha sido amaldiçoar toda uma vila, esperava algo contra mim, esperava punição severa pela minha raiva.

Mas não adianta conversar com eles, não adiantava desculpas. Esse era o problema, os clérigos são uma das ordens mágicas que necessitavam seguir alguns códigos de bondade, lealdade e fé, que eu desabonei. Se estivesse perante algum Deus eu lhes pediria perdão, mas diante dos juízes não adiantaria nada, perdão é para fracos, súplica é para tolos, diga a verdade e poderá ser livre de suas culpas ou carregar seu fardo com a dignidade que lhe resta.

_ Sua vida, foi de quarenta anos no mundo dos mortais.
_ Você fez boas ações, salvou vidas na maior parte das vezes.
_ Mas em seu momento final, mortal, amaldiçoou uma vila inteira a morte!
_ No entanto a maldição que você lançou sobre eles exige que você escolha o que você deseja ser feito, para reparar ao teu sangue que eles derramaram?

Ao terminarem de dizer essas palavras, os juízes me olharam e naquele instante soube que todo o meu passado estava sendo esquadrinhado por aqueles seres, era como ter alguém olhando dentro de sua alma e buscando cada pedaço do seu ser, em busca da verdade.
Dei um passo a frente perante aquele tribunal e falei em alto tom:
_ Eu quero voltar, com poderes para destruir cada injustiça que fiz e assim espiar minha culpa, eu quero acabar com cada um que pratica o mal, eu quero ver sofrer cada individuo maligno, eu quero ser a última súplica dos moribundos a morrer nas esquinas, eu quero vingança!

_ Se na trilha da vingança você entrar, ganharás a imortalidade e poderás voltar a terra, mas sua vida sera amaldiçoada pela dor, todo inocente que sofrer, dividirá contigo sua dor, viverás como um proscrito que é temido até mesmo por aqueles a quem ajuda. disse um dos juízes, enquanto o outro completou a frase perguntando: _ Tem certeza do que quer? Tem certeza que é capaz de suportar o legado das lágrimas?
_ Eu aceito de bom grado o legado das lágrimas.

_ Então que tu se tornes a sombra da noite, teus poderes de clérigo lhe serão retirados e voltarás ao mundo na forma de um necromante, terás de aprender a viver e a controlar teus poderes.

Ali naquele lugar meu espírito foi corrompido e eu aceitei ser um monstro, alguém que não tinha mais nem mesmo aparência humana, perdi todos os meus poderes, mas ganhei a chance de salvar milhares de pessoas, estaria eu tão errado de querer reparação aos inocentes? Teria eu mudado algo se tivesse chance?

domingo, 26 de outubro de 2014

Duas histórias de dor e sofrimento

Realidade dura de um país preconceituoso!
Acabou o jogo
Eu estava cercado, não tinha saída, depois de tudo enfim acabei pego!
Mas que culpa eu tive?
Naquela manhã quando ocorreu o assassinato da moça eu estava passando na rua e sai correndo, no entanto a imprensa me confundiu com o bandido e a policia seguiu a pista e logo chegaram em mim.
Tudo isso provavelmente se deve ao fato de que sou negro num país onde esse é o principal indício de culpa em qualquer momento.
Ninguém acreditou em mim, nas horas que consegui fugir, agora estou cercado e acabarei morto, aqui em plena rua, sem direito a defesa, sem direito nem a me explicar!
A lei desceu dos seus carros, atirando, nem tive chance...
Meu filho de poucos meses, crescerá sem pai...
Minha esposa irá sofrer com o estigma que todos colocarão em mim!
Só muito depois pegaram os verdadeiros bandidos, mas ninguém se importou comigo que já estava numa cama de hospital todo entubado, minha vida tinha ido embora, mas ninguém se importava!
O inocente paga pelo erro do culpado, a justiça não teve sentimentos por mim!
E agora será que eu um dia vou ter meus sonhos de volta?
Sempre trabalhei e olha o meu final, será que vale a pena viver assim afinal?


História macabra
traição, traição, traição.
Todas as noites, desde que se mudará da casa de seus pais eram essas palavras que povoam sua casa.
A principio julgou estar louco, mas logo o seu gato foi encontrado estrangulado e do sangue que saiu por sua narina foi escrito na parede: Saia antes que seja tarde.
A policia foi acionada mas nada descobriu! Era como se aquelas palavras tivessem criado vida sozinhas e ao examinar o gato não foi encontrado nenhum vestígio do possível criminoso.
Uma viatura ficou parada na porta dando proteção durante a noite, no entanto, naquela noite vários pombos que estavam no telhado apareceram no mesmo lugar, mortos com diversas fraturas por todo o corpo.
Na parede um aviso dizia: é sua última chance, amanhã você será morto!
Ele não tinha medo e naquela noite ficou preparado na porta da cozinha com uma arma preparada para matar qualquer um que tentasse lhe fazer mal, não era homem de correr dos problemas e ficaria até o final!
No entanto a meia noite a lua cheia apareceu e por todos os lados, vários fantasmas subiram do solo, espectros sem rosto que ao vê - lo ali em seu lugar sagrado tinham se irado e haviam o matado!
O corpo foi encontrado na manhã seguinte, era somente um casco seco, cada osso tinha sido quebrado, até o crânio estava liso como um papel!
A brutalidade do crime impressionava e nada parecia dar uma idéia de quem seria o assassino.
Talvez eles não devessem construir casas em cima de antigos cemitérios, é só um palpite, cada um acredita no que quiser!

sábado, 25 de outubro de 2014

O Limite entre o bem e o mal.

_ A guerra acabou tudo parece não fazer mais nenhum sentido!
_ Minha vida foi moldada para a batalha, cada parte do meu DNA foi feita para a guerra, mas ela acabou e agora o que eu vou fazer?
_ Um soldado de volta para casa não tem valor, é tratado igual a um excremento, lançado nas piores pocilgas só com seus monstros reais ou não!
_ Consciência é uma coisa que te atormenta, por que quando você está no front é matar ou morrer, mas quando volta para casa, o fantasma de todos os mortos volta para te atormentar, te mostrar o quão falho você é!
_ A vida parece não ter sentido, como se não bastasse sua mente que não lhe deixa dormir, as ruas estão cheias de vermes podres, estupradores e ladrões, espreitam em cada esquina enquanto os políticos cheiram as cinzas dos nossos mortos que para eles não passa de um sacrifício vivo, um sacrifício de sangue para satisfazer aos jornalistas que mostram em tempo real o genocídio do dia a dia, como divertimento para as crianças nas escolas.
_ Não tem graça ver pessoas morrendo, cada um que se vai tem muito choro, eu posso ver! Eu sinto a dor dessas mães que tem seus filhos mortos todos os dias, por que eu vi meu filho ser morto, por um figurão alcoolizado que passou por cima do meu garoto como um papel em sua Ferrari há mais de duzentos quilômetros e ninguém fez nada.
_ Não pude nem chorar sob o caixão da criança, o carro passou por cima e não sobrou nada para velar, o corpo estava tão amassado que poupei minha esposa de ver.
_ Mas ela não agüentou a perda e dois dias depois possuída pelo remorso de naquela tarde não ter ido buscar ele, como sempre fazia, pulou no rio e acabou morrendo após ingerir dejetos industriais lançados na água.
_ Eu perdi tudo! Essa frase me acompanha desde então, tentar me matar não acabaria com minha dor! Ainda tenho medo de morrer e depois ainda acabar me ferrando no além.
_ Sempre achei muito idiota beber para esquecer, por que os problemas voltam e voltam...
_ Eu sou militar treinado, tenho patente de Sargento do exército, e estou cansado de toda essa podridão, é hora de alguém comprar a briga dos que sofrem e não tem vez e voz, é hora de uma vingança!

_ Tudo estava tranqüilo naquele dia, a imprensa depois do suicídio de minha esposa tinha me esquecido por um tempo, mas logo voltariam repórteres querendo uma exclusiva e eu como sempre responderia com tantos palavrões quanto minha mente lembrasse, só quero paz e lembrar me dói muito!
_ Sai de casa um pouco para respirar no ar da manhã e logo vejo um garoto saindo de um beco com um monte de pedras na mão, me seguro para não bater nele e deixo passar, vou até o bar do Cardoso, comer algo, ele tinha um pequeno negócio dentro do bar, onde vendia almoço para as pessoas mais chegadas.
_ Oi seu Cardoso! Já tem uma quentinha pronta ai?
_ Claro, Machado, para você sempre tem algo!
_ Ele saiu detrás do balcão e veio me entregar uma sacola com minha marmita, mas no exato momento um meliante entrou na frente do comércio descendo de uma bicicleta com uma arma na mão e veio caminhando em nossa direção.
_ Estava perto de uma cadeira e rapidamente joguei nele, que deixou cair à arma da mão e ficou alguns segundos tonto no chão com o impacto da cadeira que o havia jogado bem para trás. Corri para cima dele por instinto e dei lhe chute no estômago com tanta força que pude ouvir algo dentro daquele rapaz se quebrando.
_ Peguei a arma com um pano que estava no varal e liguei para a polícia, falando com voz de comando e mandando algo ser feito imediatamente, passados quase trinta minutos, dois policiais apareceram e contei a eles o que havia ocorrido, rapidamente eles trocaram olhares e tiveram a audácia de tentar ganhar algum em cima de mim.
_ O senhor Sargento Machado, sabe que isso ai pode te dar encrenca, afinal o rapaz está quase morto! Que tal dar algum para nós resolvermos isso de uma maneira que fique legal para as duas partes?
_ Não gosto de gente desonesta, seus dois imbecis e saibam vocês que vou até a corregedoria dar parte de vocês dois, seus pedaços de bosta rala se tentarem alguma coisa contra mim, entendido?
O olhar dos dois foi fulminante, mas não se atreveram a responder por que a população vendo minha contenda com os policiais começou a aparecer aos montes e isso é coisa que corrupto não pode tolerar de jeito nenhum: Ser filmado pelo povo e acabar parando nas redes sociais, hoje em dia mesmo os mais pobres tem um celular com câmera e a possibilidade de ter acesso a rede e isso assusta muito aos corruptos e vagabundos que tentam, todo momento tirar algo em seu proveito usando da autoridade.
Depois desse episódio, ganhei um pouco de respeito de todos e também um belo alvo nas costas, não raras vezes meu prédio amanhecia pichado por traficantes e os lugares onde eu freqüentava passaram a ser ameaçados para não permitir minha entrada.
A vida tinha se tornado um inferno, resolvi dar no pé dali antes que algo desse errado, mas o fiz logo num dia em que vândalos tentavam incendiar os ônibus na central, era um inferno, exércitos de mascarados vinham de todos os lados, nem no Haiti durante a fase mais violenta do confronto tinha visto tamanha violência.
Uma turba veio em direção ao nosso ônibus e começaram a molhar com gasolina todo o veículo, eu lutei com eles por que uma senhora de mais idade não tinha conseguido sair do banco e se eles acendessem aquela gasolina iriam matar aquela idosa com toda certeza.
Eram apenas jovens, fracos e derrubei uns cinco antes da senhora conseguir sair do banco, quando eu vi que ela estava bem e fora de perigo, apertei o isqueiro e joguei na direção deles, saindo correndo em seguida.
Sai do ônibus e um grupo grande de baderneiros mascarados me espancou até quase a morte, só quando eu estava no hospital soube que se não fosse por interferência da população que me defendeu contra aqueles maníacos eu teria sido jogado nas chamas junto com os outros cinco rapazes que eu matei.
Quando eu estava no hospital, vieram muitos populares me saudarem, até mesmo pessoas da equipe médica que pareciam ver em mim a vingança que eles esperavam contra aqueles malditos vermes que por serem ricos pensam que podem tem o poder para roubar, pilhar e destruir, matando vidas no processo em nome de ideais tão idiotas que valeriam uma risada, se não tivessem pessoas envolvidas, gente com alta dose de violência, que não sabe por que luta, apenas pilha o mundo das pessoas de bem.
Ali no hospital tive a oportunidade de ver a notícia que tinham queimado minha antiga casa no meio da favela e o bar onde eu comprava minha comida, como forma de retaliação, quanto aos meus pertences, tudo que me importava eu já tinha perdido no incêndio, até mesmo meus documentos, tudo fora queimado naquelas chamas. O que me enfureceu foi saber que aqueles dois idosos tinham sido mortos por que simplesmente tinham sido amigáveis comigo, não havia palavras para definir o tanto que aquilo havia me deixado irritado.
Agora eu voltaria, assim que me recuperasse, a lição que atacar aqueles marginais ideologicamente imbecis me deu foi que as pessoas esperam alguma espécie de messias que as tire da bosta sem que seja necessário sujar as mãos.
Esse salvador será posto na parede de fuzilamento quando tudo terminar, mas sempre na história isso foi assim! Por que comigo seria diferente?
_ Por que você está assim tão irritado, moço! Perguntou uma criança que estava visitando a mãe na cama ao lado, que tinha recebido uma bala de um vagabundo ao ficar assustada e fazer um movimento brusco durante o assalto, o projétil tinha perfurado os rins e ela agora para poder viver esperava um transplante, ligada a uma máquina de hemodiálise pelo resto de seus dias.
_ Estou nervoso, menininha, por que os bandidos estão vencendo e não há nenhum herói para proteger a sociedade de tudo aquilo que há de ruim nas ruas.
_ O senhor, vai tentar achar o super homem? Será que ele consegue pegar os bandidos que mataram a vovó?
Eu chorei ao ouvir isso, mas me contive e disse: Tenho certeza que vou achar ele e os bandidos que fizeram mal a sua vovó irão pagar caro por isso.
O garoto saiu feliz dali e eu ainda deitado naquela cama sem poder mal me mexer sorri, enquanto o efeito do remédio me colocava novamente no sono.
Quando eu acordei novamente não tinha mais ninguém na cama ao lado, a mãe tinha morrido após uma falha na energia que fez a máquina parar por mais de duas horas.
Lembrou do seu rosto e lembrou se da criança a lhe perguntar por que ontem enquanto estava deitado assistindo a notícia numa pequena televisão no quarto ele tinha ficado tão irritado.
Lágrimas correram de seus olhos, a dor que ela estaria passando? Com quem agora estaria? Muitas perguntas passavam em sua mente, durante todos aqueles meses em que esteve hospitalizado.
Por fim teve alta e como não tinha mais casa, voltou ao lar dos soldados, seu velho quartel no interior, chegou logo que a noite despontou no horizonte, não tinha quase ninguém ali, a tropa estava num curso, mas o pessoal da administração e o tenente que tomava conta lhe deram um quarto e a promessa de lhe arrumar roupas, logo que amanhecesse.
Não importava mais nada, depois de tanto tempo só queria treinar novamente para estar preparado para o que iria enfrentar.
Naquela noite, a guerra começou, mas isso é uma história que ainda vou contar até por que agora é hora de ir dormir, por que amanhã, mais canalhas precisam morrer!







sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Um monstro que se espalha.



Voltamos a essa história para publicar a arte feita pelo meu amigo Weberton sobre o personagem principal, uma forma de homenagem que muito me honrou, deixo aqui publico o meu agradecimento!






Capítulo 1 – Acima de qualquer Suspeita

Todos os dias ele acorda do mesmo modo, vive do mesmo jeito e parece sempre estar feliz. É uma pessoa acima de qualquer suspeita, seus vizinhos gostam dele, seu chefe gosta dele, todos sem exceção acham ele um cara em quem se pode confiar.
Mal sabem eles que por trás dessa aura de bondade há uma pessoa vil, mesquinha e se nenhum senso de ética, alguém que destrói pessoas sem pensar duas vezes e ainda sai de tudo como um herói.
Todos os dias, Antônio sai para o trabalho, transita pelas ruas em seu carro e escolhe seu alvo, alguém que viva nas ruas em situação de pobreza extrema, para na hora que sair do serviço, fazer aquilo que realmente gosta: matar!
Uma vez por semana em média, ele faz esse mesmo ritual, para satisfazer algo nele que não podia explicar. Matar a fome de morte que aquele monstro na sua cabeça tinha. Sempre procurava alvos marginalizados pela sociedade, pessoas que não tinham valor para a sociedade e por muitas vezes ao matar: Traficantes, mendigos e viciados sentia se até como um benfeitor para a sociedade limpando o mundo da escória.

Capítulo 2 - Origem

Ele tinha vindo de uma família humilde, onde o pai tinha sido morto por policiais após trocar tiros com a polícia e a mãe que não tinha parentes nem auxílio de ninguém após seu marido ser morto e um novo chefe subir na escala do crime, partiu para a prostituição e não era raro, ele chegar da escola e ver ela toda roxa após apanhar na rua de um dos homens com quem se deitava todas as noites.
As pessoas na comunidade olhavam para ele e riam, zombavam dele, o mundo todo parecia olhar para aquele garoto e rir, rir, mas no fim não teve graça.
Ele ficou quieto o tempo todo, ele não reagiu a nada disso, mas dentro dele uma raiva cega contra o mundo foi aumentando até que quando fez quatorze anos de idade aconteceu algo que marcaria sua história: Ele assassinou a primeira pessoa em sua vida.
Era um colega de classe que há anos vinha massacrando o, mas naquele dia tinha ido longe demais, estava contando para todos: O quanto a mãe do colega era feia e que seu pai tinha dado uma surra nela muito bem dada, após ela exigir ser paga.
Ele tinha acabado de sair do hospital, onde sua mãe estava internada, as pancadas que receberá tinham lhe furado o baço e provavelmente ela morreria em breve.
Apesar de ser uma meretriz, ela sempre fora decente para com ele e tentou lhe ensinar algum valor moral para a vida, mas acabou falhando por que certas pessoas nascem com o coração tão escuro e perverso que todo o bem não existe.
Vendo aquele garoto se vangloriar do que tinha visto e ajudado a fazer, ele pegou uma vassoura que estava à mão e pela primeira vez soltou sua raiva.
Era como estar possuído por um animal, não se lembrava de nada que havia ocorrido somente que quando recobrou os sentidos estava num hospital e de lá foi levado para uma delegacia, onde todos os policiais olhavam para o garoto com ódio.
Ele foi levado até a sala do delegado onde então ficou sabendo do que tinha ocorrido: Sete colegas dele estavam mortos, duas professoras tinham tido ferimentos graves e se encontravam em coma no hospital e quando a polícia chegou ao local, ele enganou uma das policiais, roubou sua arma e atingiu ela com um tiro na cabeça, além disso, a diretora da escola, uma senhora de mais de sessenta anos tinha dado um infarto vendo toda aquela cena ocorrida na instituição de ensino.
Ele foi levado a um reformatório, onde após quebrar a cara de um dos internos mais velhos do lugar, o que lhe rendeu seis anos internado e vários atestados psiquiátricos dizendo claramente que ele não podia voltar para a sociedade, o garoto que achava ser dono de tudo e todos agora estava sendo o senhor do cemitério após ter seu coração perfurado por uma faca de cozinha, levada para a briga por ele mesmo, após essa luta, o novo garoto passou a ser tratado como uma espécie de líder, aquele lugar era como uma matilha e ele era o alfa a quem todos seguiam.
Isso explicava por que todos ali estavam se aplicando nos estudos, igual a ele, que se esforçava tanto para aprender e dominar todas as disciplinas que as notas daquela instituição prisional para adolescentes infratores eram melhor que algumas das melhores escolas do país.
Aquele esforço todo lhe valeu uma bolsa permanente em uma faculdade, após ele conseguir permissão para fazer um vestibular na federal de Sergipe para o curso de Química industrial.
Ele agora morava no campus, após conseguir aos dezoito anos de idade a sua liberdade. Para todos se apresentava como um modelo de como o sistema prisional poderia dar certo, passando a imagem de completamente recuperado.
Agia pacificamente, estudava muito, mas sentia dores de cabeça insuportáveis, verdadeiras torturas dia e noite e nenhum médico parecia entender o porquê daquilo, tentando mil e um experimentos que em geral tinham efeito passageiro.
Todas as noites ele costumava ir até o laboratório para poder admirar algumas pesquisas ali realizadas e estudar a fundo aqueles experimentos para poder prever possíveis erros, ele tinha ganhado a confiança de toda equipe docente e tinha uma cópia da chave para fazer esses passeios sem ser incomodado.
Por vezes ficava ali até o amanhecer e voltava ao seu quarto para dormir já com o dia claro, sendo dispensado das matérias da parte da manhã, após ter cumprido boa parte das atividades na madrugada, muitos alunos lhe chamavam de coruja por esse estranho costume que ele mantinha rigorosamente.
Seu corpo tinha emagrecido e após alguns problemas passará a ter de usar um par de óculos que conseguirá comprar após trabalhar em pesquisas avançadas na usina de Angra I.
Sua aparência lembrava muito um corvo e por muitas vezes tinha sido questionado se estava se alimentando direito, mas não era fome ou nenhum outro mal físico, era seu psicológico que vivia numa depressão por falta de se soltar novamente.

Capítulo 2.1 – voltando a ser um monstro.

Naquela noite, todos tinham ido numa festa, bebida estava correndo solta, o som era quase insuportável.
Mas ele estava saindo para ir ao laboratório como sempre fazia, desde que tinha se instalado ali, mas naquele dia ele encontrou um grupo de rapazes cercando uma garota que berrava por ajuda, provavelmente devido ao álcool aqueles brutamontes estavam tentando estuprar ela, ele passava um pouco ao longe, mas suas pernas iam se aproximando daquela jovem que corria desesperadamente, sem nenhuma esperança.
Ele tentou se controlar quando chegou perto da cena, mas o monstro dentro dele clamou mais forte, pois lembrou se da sua mãe vendo aqueles brutamontes segurando ela enquanto rasgavam suas roupas.
A fúria voltará a ele e novamente ele parecia possuído por algum demônio quando partiu para cima daqueles caras covardes, mesmo sendo enormes não conseguiam derrubar ele, que torceu a mão de um dos inimigos que carregava um canivete e antes que a arma caísse ao chão, atingiu o no coração com tanta força que a ponta da lâmina começou a sair pelo outro lado do corpo.
Os outros rapazes vendo aquela cena sairão correndo, o medo tinha lhes devolvido um pouco da sanidade.
A garota tinha desmaiado de puro medo e ele estava sozinho, sentado ao lado do cadáver, tinha chamado a polícia ele mesmo e esperou ali sentado até que quarenta minutos depois, os agentes da lei chegaram e o prenderam.
Seu corpo estava cheio de hematomas, mas não era necessário levar lhe para a cadeia, para averiguação, o delegado lhe interrogou e a todos os outros que tinham se envolvido, e acabou mandando o processo para o ministério público que não abriu processo, por ver naquele caso somente um ato de altruísmo heróico e assim o processo foi engavetado e ele voltou para a universidade sob aplausos dos professores e colegas de curso.
Os outros agressores tinham sido presos e condenados e ele era uma espécie de celebridade, mas nada havia mudado nele, voltará da cadeia até mais feliz, algo nele tinha mudado.
Seu corpo parecia estar criando vida novamente e o brilho no seu olhar agora estava de volta.

Capítulo 3 – Amor e tragédia.

Alguns dias depois a garota que quase tinha sido violentada, aluna do curso de ciência política foi até ele para lhe agradecer e assim começou a ser envolvida na lábia daquele psicopata.
Os dois começaram um romance sério, eram vistos todo o tempo juntos e ninguém duvidaria que aquele romance fosse acabar em casamento.
Eram um casal apaixonado e logo ela resolveu oficializar em um jantar o seu amor por ele.
A família de Débora era ligada a política, seu pai tinha sido deputado e senador por vários mandatos e seus irmãos estavam ligados ao governo do estado por diversos mandatos, ela era a filha mais nova, querida por todos e quando falou que queria se casar houve certa resistência. Mas logo a família acabou envolvida por ele e logo todos estavam ao seu lado e o pai dela até mesmo tinha lhe oferecido um emprego como chefe da estatal que lidava com a água para o cargo de chefe da pesquisa sobre a qualidade hídrica do estado.
Tudo tinha corrido melhor do que a encomenda, agora ele tinha o caminho livre para ter uma vida digna de rei, após se casar com uma princesinha.
Seus sentimentos em relação eram ambíguos e muitas vezes iam de admiração mútua até interesses escusos, no entanto amor era para ele uma palavra completamente desconhecida para ele.
Ela, no entanto tinha uma paixão tão avassaladora por ele, que não se importava com mais ninguém, seu mundo era ele e o resto pouco importava.
Passado pouco tempo ela engravidou, ele sempre ao seu lado, muitas vezes mais até do que seria necessário, tinha se tornado presente até demais, estava no último ano e seus professores lhe davam folga durante o dia, contanto que ele trabalhasse a noite, ela ainda tinha mais dois anos para concluir seu curso.
Os noves meses foram seguindo, até que dois dias antes do parto ela resolveu que queria comer pizza, e lá foram eles num carro da família dela até uma pizzaria no centro da cidade.
Naqueles dias, ondas de protesto tinham se desencadeado por todo o estado, após uma greve das policiais militares que exigiam melhores salários. A justiça já havia determinado a volta, porém mesmo com o efetivo nas ruas, a crise ainda estava instalada e naquela noite enquanto aquele casal se divertia contando piadas e pensando no futuro da criança ainda por nascer, um grupo de assaltantes estava limpando o bairro, indo de comércio em comércio, até chegarem à pizzaria, aonde eles virão o carro de luxo e entraram com tudo, exigindo as chaves que estavam na bolsa de sua esposa.
Eles estavam próximos a porta, já tendo saído e ela rapidamente entregou a bolsa, todavia, os bandidos virão o dono da pizzaria ligando para a polícia e atiraram no casal, fugindo no carro.
Os dois disparos efetuados pelos criminosos tinham atingido Antônio na cabeça e Débora no coração, causando morte instantânea para ela.
O socorro lutou para manter seu corpo respirando e quando chegaram ao hospital, foi feita uma cirurgia para tirar a criança de dentro do corpo da mãe.
Os médicos tiveram sucesso e o bebê foi para a incubadora.
Antônio, entretanto, só tinha entrado em coma, mas seus sinais vitais permaneciam inalterados, a bala tinha atingido a parte do cérebro responsável pelas emoções e provavelmente ele teria alguma dificuldade para lidar com sentimentos comuns aos seres humanos no dia a dia.

Capítulo 4 - Voltando à realidade. Ou soltando os monstros da mente.

(Algo interessante acontece quando uma pessoa entra em coma, muitos relatos dizem isso e o cinema já usou essas experiências em diversos filmes e isso também aconteceu com nosso protagonista.
Sua mente durante o coma tinha lhe feito recordar cenários do seu passado, triste e numa espécie de jogo, aonde as lembranças iam evoluindo para cenas cada vez piores até ele ser defrontado com a cena de sua esposa sendo baleada e a dor, muita dor, que ele sentirá quando a bala atravessou sua cabeça.)
À medida que aquilo ia acontecendo os médicos iam vendo com espanto as áreas do cérebro afetadas se recuperando aos poucos e para espanto de todos. Ele já conseguia respirar sem ajuda de aparelhos, após uma semana, no entanto ainda não tinha acordado totalmente, mas aqueles sinais de melhora foram um avanço e tanto.
Ele estava internado juntamente com sua filha, num dos melhores hospitais de Aracaju, referência médica em todo o país, o pai de sua esposa, tinha sido generoso ao pagar para ele também todo aquele tratamento, pois era graças aquele homem que ele ainda tinha um pedaço da sua filha preferida e o coração do velho ficou amolecido com toda aquela tragédia.
Os assassinos de sua filha estavam presos, a polícia tinha sido bem paga para fazer seu trabalho com uma agilidade absurda.
Em dois dias todos os envolvidos estavam presos e logo teriam um fim bem normal nas cadeias do Brasil inteiro: Acabariam mortos, quando o assunto esfriasse na imprensa para não levantar suspeitas e problemas.
Ele ficou dois anos em coma, sua filhinha, vez ou outra era levada no hospital ver ele e ficava comovida com a cena do pai naquele estado, comovida até demais para uma criança tão pequena, começava a chorar sem parar até ser tirada de perto dele.
Era como se tivesse medo de seu próprio pai, algo que todos ali deveriam ter...
Na noite em que ele acordou, estava mudado, não se lembrava mais de quem era somente pedaços de memória estavam soltos pela sua mente, naquela hora uma enfermeira trocava a sonda de todos os pacientes usando um carrinho, quando ela estacionou o carrinho bem ao lado da cama, ele rapidamente pegou um bisturi que estava próximo e ameaçou a enfermeira perguntando:
_ Quem sou eu?
_ O que está acontecendo?
_ QUEM SOU EU?
A mulher amedrontada gritou muito e se debateu e ele acabou por soltar ela, devido seu corpo ter estado fraco, após três anos paralisados em cima de uma cama, num coma profundo.
Ele estava mudado para pior, conforme o tempo ia passando os cacos do seu passado pareciam se diluir num mar de ódio que inflamava seu peito, tudo e todos eram seus alvos, ele planejava as noites naquele hospital enquanto se recuperava, qual seria a melhor forma de matar a cada um deles.
O choque do projétil tinha afetado toda sua estrutura cerebral e libertado o monstro da fúria com carga total, sentimentos como amor, compaixão que são a formação básica da humanidade nas pessoas, nele eram apenas lembranças lançadas ao subconsciente, totalmente esquecidas e perdidas.
Ele com o tempo acabou entendendo o mundo onde vivia, aos poucos sobe pedaços da sua vida que lhe eram contados em doses cada vez mais homeopáticas para evitar algum tipo de choque que pudesse trazer Antônio de volta ao estado de coma.
(Pode ser estranho chamar um personagem só pelo primeiro nome, mas ele não tinha na mente alguma idéia de sobrenome, até por que nem lembrava qual era este e como nunca teve certidão de nascimento, acabou sendo somente Antônio Silva, mas este por sua vez tinha sido uma exigência do tabelião que lhe deu o registro anos atrás!)
Mal sabiam eles que aquela mente já estava completamente perdida e se algum médico pudesse ver os pensamentos daquele homem, com certeza teria o trancado numa cela acolchoada, vestindo uma camisa de força para todo o sempre, ninguém tinha idéia do mal que ele iria começar.
“Quando a alma se torna noite, os gritos ecoam no ar!”

Capítulo 5 – A solta.

Uma noite já em seu apartamento, após voltar do hospital ele acordou com febre, estava delirando, fazia quase dois meses que não matava ninguém.
Ele morava próximo ao centro da cidade e naquela noite ao abrir a janela para tentar se refrescar viu um grupo de menores se drogando na porta de sua casa.
Todos loucos e possuídos por algum torpor, elas pareciam dançar no meio das ruas que naquela hora por sorte estavam vazias, ele estava no terceiro andar e pode ver o traficante que tinha dado as drogas para as crianças indo embora por um beco entre seu prédio e outro prédio ainda em construção, de onde deveria pular para o outro lado e pegar algum veículo para dar o fora dali.
Era estranho, ele parecia possuído por uma febre, quando pegou uma bengala e desceu os andares até a escada de incêndio onde, viu chegando ao ponto onde a madeira fazia uma rampa para pular ao outro lado, ele viu aquilo e quando o criminoso se preparava para pular ao outro lado sentiu somente um impacto, Antônio tinha pulado para cima dele e os dois cairão pesadamente no chão, por sorte o criminoso cai em cima de um monte de lixo onde havia várias garrafas de vidro guardadas, causando a morte na hora, Antônio também saiu ferido e torceu o tornozelo e uma das mãos ficou seriamente machucada, no entanto conseguiu se evadir dali antes que alguém pudesse ver ele e os sinais de sangue deixados acabarão sendo lavados pela chuva que caiu naquela manhã, pouco antes dos policiais do departamento de homicídios chegarem ao local.
No outro dia, ele foi ao médico em um hospital particular e inventou uma história contando que tinha se machucado após cair de uma escada ao tentar instalar um suporte para a televisão que possibilitasse uma melhor visão.
Todos acreditaram e ele conseguiu um atestado para aquela semana, onde enquanto se recuperava do trauma corporal ia bolando maneiras para se tornar mais profissional na arte de matar toda sorte de escórias da sociedade, ele iria se tornar um lixeiro social, carregando para o caixão toda escória imunda da sociedade.
Mesmo estando machucado só naquela semana, ele matou mais de vinte trombadinhas e traficantes na região próxima a sua casa, aprimorando seus golpes para se tornar mortal, ele foi escrevendo seus êxitos num diário, lembrar de cada grito de suas vítimas era um prazer que ele não conseguia resistir.
A polícia começou a investigar seriamente o caso e algumas pistas desencontradas iam aparecendo, então para forçar esse assassino a aparecer eles colocaram uma policial disfarçada como prostituta e a deixaram naquela zona, mesmo sabendo dos riscos da agente acabar morta.
Os crimes naquela região contra os marginalizados tinham assumido uma proporção de extermínio, todas as vítimas eram encontradas nuas com o corpo coberto por ácidos que destruíam os tecidos, deixando somente esqueletos brancos para análise.
Prostitutas, mendigos, crianças de rua, ladrões, traficantes, todos estavam sendo encontrados mortos em várias partes daquela região, a imprensa começava a ir em cima dessa história e logo o país estava sabendo daquilo o que forçou ainda mais as autoridades a irem atrás do culpado.
A agente foi deixada ali e logo começaram a aparecer clientes, tudo parte do plano, o carro com os clientes só iria rodar um pouco para deixar aquilo algo mais verossímil.
Naquela noite, no entanto, o alvo estava em outro lado daquela região num ataque brutal contra outra prostituta que tinha ousado ficar fazendo ponto próximo à estátua de Nossa Senhora dos navegantes, aquilo era um ultraje! Que ele saberia reparar.
Seguiu a noite inteira e quando ela entrou no banheiro da praça para retocar a maquiagem ele já estava lá dentro, com uma injeção de uma droga que causava sonolência que aplicou no pescoço deixando a desacordada em questão de segundos, ele colocou seu corpo dentro de um saco e saiu pela parte arborizada escura, onde deixou um carro que tinha pegado de um cafetão, há quem matará a duas noites atrás, de pancada.
Naquele crime alguém tinha visto a placa do carro! Um mendigo que estava sob efeito do álcool, anotou mentalmente a placa, mas ninguém o levou a sério quando na frente dos repórteres ele disse: ANB – 2227.
No outro dia a polícia iria se arrepender de não ter ouvido aquele pedinte, um travesti foi encontrado morto, completamente nu, a causa da morte tinha sido asfixia causada por pressão e pela inserção do pênis da vítima por sua garganta até que está parasse de respirar.
A cidade tremia de medo e ele ficou cada vez mais feliz, nada era encontrado em lugar nenhum!
Capítulo 5 – O princípio do fim

Ele se mudou da capital sergipana e por algumas semanas tudo parecia normal, as noites eram de patrulha constante da polícia, que para os jornais dizia ter pistas, mas na verdade todos sabiam que eles estavam caçando uma espécie de fantasma.
Sem fazer muito alarde a polícia federal entrou na investigação, mandando uma equipe de novatos, para serem treinados, dentre todos os novos agentes uma se destaca: A bela Marina Ferrati, uma mulher encantadora, de personalidade forte que tinha muita vontade de trabalhar.
Eles ficaram procurando pistas e voltando aos locais do crime, quando após duas semanas as mortes voltarão a ocorrer: Um traficante tinha sido morto e assado num bairro periférico, os vizinhos contam que um homem vestindo um terno cinza tinha entrado na casa do rapaz e atirado em todos lá dentro.
Puxando a ficha verificou que o rapaz tinha sido um dos assassinos da filha do político, esposa de Antônio.
Era um assassinato por vingança ou não, tudo agora tinha assumido um papel muito grande.
A polícia voltou à velha tática e dessa vez o alvo seguiu o que era esperado, no entanto algo saiu errado.
_ Marina, lembre se você está completamente vigiada, basta que qualquer um perto de você, lhe cause algum risco para que nós entremos em ação. Disse o chefe pelo ponto no ouvido dela.
No entanto ele estava observando do alto do seu prédio e por meio de uma pequena escuta soube que aquela não era uma presa comum: Era uma policial disfarçada!
Ele desceu para a praça, iria se divertir aquela noite, e deixar mais uma vez os policiais sem entender nada.
Pegou um pequeno dispositivo que havia comprado em uma loja de eletrônicos que embaralhava sinal de câmera e áudio e foi chegando perto dela, que demonstrava medo até pelos poros, os policiais estavam há uma quadra numa van, quando o sinal dela apagou sairão correndo para ver o que havia acontecido, mas ela já estava caída no chão e ele tinha entrado num táxi e pediu para ser deixado na porta de casa, rapidamente, dando um endereço no outro lado da cidade, na casa do seu sogro, onde iria criar um álibi visitando sua filha, que não tinha notícias há quase três meses.
No entanto não resistiu quando ao ouvir pelo rádio do táxi que uma agente tinha sido atacada pelo maníaco do centro.
O noticiário falava onde ela estava sendo levada e ele queria terminar o serviço de qualquer maneira e para lá se dirigiu, após matar o taxista com um tiro seco através do estofado e deixar seu corpo jogado no meio da pista, já na área norte da cidade.
 Capítulo 6 – Apostando com a sorte.

Era quase de manhã, mas ele tinha conseguido chegar ao hospital, tinha matado um enfermeiro na entrada de serviço, deixando desacordados dois médicos e um policial que fazia escolta da ala dos presos que precisavam ser vigiados para não escapar, mas agora ele estava ali do lado de sua vítima, ela estava desacordada, mas logo voltaria, era questão de minutos até ela estar gritando, pois a droga que tinha usado nela era um composto químico para causar sono letárgico que o corpo demorava apenas algumas horas para acordar.
Ela despertou e viu ele lá sentado ao seu lado, sorrindo!
_ Pensou mesmo minha cara, que eu iria te matar? Estava apenas me divertindo quando te envenenei, mas agora vendo você aqui, indefesa e sozinha, me sinto tão tentado a querer brincar!
_ Sabia que você lembra minha esposa? Sabia que um grupo de marginais roubou ela de mim? Sabia que ninguém fez nada para impedir aqueles malditos?
_ Aposto que não, mas agora você vai saber. E naquele instante um bisturi abriu a veia principal do braço dela e a dor era imensa. Ela tentou gritar, mas estava com a boca tampada por um respirador que abafava todo som que ela fazia, era inútil gritar e até mesmo resistir não era possível, pois estava amarrada na cama e ele foi cortando a em pedaços enquanto ela tentava em vão se defender.
Por fim ela, ela tinha sido dissecada ainda viva, os olhos tinham sido arrancados, os órgãos estavam expostos e por todo lado sangue jorrava sem parar.
Somente quando foi tarde demais uma enfermeira chegou ao quarto, somente quando foi tarde demais ela começou a gritar, pedindo socorro, mas a lâmina que tinha retalhado a policial voou em sua direção e por pura sorte atingiu lhe no tórax, não causando a morte somente por causa do implante de silicone que ela tinha no peito, que com o impacto acabou explodindo por dentro, vazando o líquido pelo seu abdômen.
A polícia chegou e ele foi cercado, acabou se matando no último andar do hospital.
O escândalo foi tremendo, abalou as estruturas políticas e manchou o nome da mais poderosa família da região.
Conforme a investigação foi avançando, várias ossadas foram encontradas no porão da casa dele e nos arredores, ossadas de pessoas humildes, pobres que não tinham culpa ou escolha.
Muito se repercutiu do caso e no fim, ele acabou se tornando um exemplo para milhares de outros insanos com propósitos de limpeza social e os crimes desse tipo aumentaram por todos os lados.
O monstro dele morreu! Mas gerou filhos em vários outros lugares...

















quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O último momento

A vida passa um filme nos instantes finais, tudo vai acabando conforme o sangue escorre no chão, mas pelo menos daquela vez tinha feito algo certo.
Dessa vez iria embora, mas com a certeza que aquele bebê inocente estaria bem.
Poderia tudo acabar ou haver outra vida em algum lugar, não importava, não importava o cheiro do incêndio que a troca de tiros tinha causado, não importavam os gritos, a criança tinha sido salva e todos os marginais iriam com ele para a cova, no fim todos acabam da mesma forma, no fim todos acabam com a mesma vontade de vivido mais, de ter tido novas experiências, de ter feito mais...
A guerra entre as gangues tinha acabado, muitos pais e muitas mães poderiam dormir em paz, graças a ele, que só sorria vendo o líder dos bandidos agonizando em lágrimas ao seu lado.
Se o céu ou o inferno existissem pouco importava, guardaria na memória aquela cena, logo o coração deixaria de bater, logo a imprensa chegaria, logo ele seria capa de jornal, logo ele estaria esquecido até por aqueles que salvará, até por aquele pequeno bebê...
Mas não importava, ele estava vendo seu maior inimigo chorar como um bebê, enquanto seu sangue escorria pelos ferimentos das balas e aquela cena era mais importante que tudo!
Se tivesse forças ele ainda zombaria mas era melhor ficar calado e ouvir os lamentos e ver aquele choro!
O terror da morte no grande traficante era tamanho que chegava a ser hilário! E conforme se debatia tentando gritar por socorro em meio as chamas que já chegavam, o seu pulso cortado durante a luta sangrava mais, dando cores ainda mais macabras a um cenário de dor e sofrimento.
Tudo era dor e sofrimento mas em algum lugar longe dali, uma criança sorria inocente perante a vida e isso era tudo que importava realmente.

O amor acaba mal

Aquela noite fora especial demais, era a primeira vez que ficavam juntos desde o casamento. 
Tinham ido para o México comemorar, mas quase tudo acaba mal após ela receber uma mordida de um cachorro, duas noites atrás, mas tudo tinha ficado bem e agora aquela seria a primeira noite dos dois juntos. O clima estava agradável e o romance estava no ar, no entanto o destino sabe se divertir e um vento um pouco mais forte soprou as cortinas e fez a luz da lua banhar o casal apaixonado em suas carícias.
No instante que ela viu a luz da lua seu olhos começaram a ficar vermelhos e seu corpo começou a dar espasmos e crescer, suas unhas cresceram e num impulso muito rápido, o marido foi jogado contra a parede e caiu desfalecido enquanto a horrível transformação acontecia.
Seu fim foi trágico, acabou servindo como a primeira refeição de sua esposa que não foi mais vista desde então, o corpo só foi identificado por causa do número do quarto, não tinha sobrado muito além dos ossos e no rosto a face do medo.
A história tem muitas faces e eu sou somente seu cronista, acredite se quiser!

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...