Voltamos a essa história para publicar a arte feita pelo meu amigo Weberton sobre o personagem principal, uma forma de homenagem que muito me honrou, deixo aqui publico o meu agradecimento!
Capítulo 1 – Acima de
qualquer Suspeita
Todos os dias ele
acorda do mesmo modo, vive do mesmo jeito e parece sempre estar feliz. É uma
pessoa acima de qualquer suspeita, seus vizinhos gostam dele, seu chefe gosta
dele, todos sem exceção acham ele um cara em quem se pode confiar.
Mal sabem eles que
por trás dessa aura de bondade há uma pessoa vil, mesquinha e se nenhum senso
de ética, alguém que destrói pessoas sem pensar duas vezes e ainda sai de tudo
como um herói.
Todos os dias,
Antônio sai para o trabalho, transita pelas ruas em seu carro e escolhe seu
alvo, alguém que viva nas ruas em situação de pobreza extrema, para na hora que
sair do serviço, fazer aquilo que realmente gosta: matar!
Uma vez por semana em
média, ele faz esse mesmo ritual, para satisfazer algo nele que não podia
explicar. Matar a fome de morte que aquele monstro na sua cabeça tinha. Sempre
procurava alvos marginalizados pela sociedade, pessoas que não tinham valor
para a sociedade e por muitas vezes ao matar: Traficantes, mendigos e viciados
sentia se até como um benfeitor para a sociedade limpando o mundo da escória.
Capítulo 2 - Origem
Ele tinha vindo de
uma família humilde, onde o pai tinha sido morto por policiais após trocar
tiros com a polícia e a mãe que não tinha parentes nem auxílio de ninguém após
seu marido ser morto e um novo chefe subir na escala do crime, partiu para a
prostituição e não era raro, ele chegar da escola e ver ela toda roxa após
apanhar na rua de um dos homens com quem se deitava todas as noites.
As pessoas na
comunidade olhavam para ele e riam, zombavam dele, o mundo todo parecia olhar
para aquele garoto e rir, rir, mas no fim não teve graça.
Ele ficou quieto o
tempo todo, ele não reagiu a nada disso, mas dentro dele uma raiva cega contra
o mundo foi aumentando até que quando fez quatorze anos de idade aconteceu algo
que marcaria sua história: Ele assassinou a primeira pessoa em sua vida.
Era um colega de
classe que há anos vinha massacrando o, mas naquele dia tinha ido longe demais,
estava contando para todos: O quanto a mãe do colega era feia e que seu pai
tinha dado uma surra nela muito bem dada, após ela exigir ser paga.
Ele tinha acabado de
sair do hospital, onde sua mãe estava internada, as pancadas que receberá
tinham lhe furado o baço e provavelmente ela morreria em breve.
Apesar de ser uma
meretriz, ela sempre fora decente para com ele e tentou lhe ensinar algum valor
moral para a vida, mas acabou falhando por que certas pessoas nascem com o
coração tão escuro e perverso que todo o bem não existe.
Vendo aquele garoto
se vangloriar do que tinha visto e ajudado a fazer, ele pegou uma vassoura que
estava à mão e pela primeira vez soltou sua raiva.
Era como estar
possuído por um animal, não se lembrava de nada que havia ocorrido somente que
quando recobrou os sentidos estava num hospital e de lá foi levado para uma
delegacia, onde todos os policiais olhavam para o garoto com ódio.
Ele foi levado até a
sala do delegado onde então ficou sabendo do que tinha ocorrido: Sete colegas
dele estavam mortos, duas professoras tinham tido ferimentos graves e se
encontravam em coma no hospital e quando a polícia chegou ao local, ele enganou
uma das policiais, roubou sua arma e atingiu ela com um tiro na cabeça, além
disso, a diretora da escola, uma senhora de mais de sessenta anos tinha dado um
infarto vendo toda aquela cena ocorrida na instituição de ensino.
Ele foi levado a um
reformatório, onde após quebrar a cara de um dos internos mais velhos do lugar,
o que lhe rendeu seis anos internado e vários atestados psiquiátricos dizendo
claramente que ele não podia voltar para a sociedade, o garoto que achava ser
dono de tudo e todos agora estava sendo o senhor do cemitério após ter seu
coração perfurado por uma faca de cozinha, levada para a briga por ele mesmo,
após essa luta, o novo garoto passou a ser tratado como uma espécie de líder,
aquele lugar era como uma matilha e ele era o alfa a quem todos seguiam.
Isso explicava por
que todos ali estavam se aplicando nos estudos, igual a ele, que se esforçava
tanto para aprender e dominar todas as disciplinas que as notas daquela
instituição prisional para adolescentes infratores eram melhor que algumas das
melhores escolas do país.
Aquele esforço todo
lhe valeu uma bolsa permanente em uma faculdade, após ele conseguir permissão
para fazer um vestibular na federal de Sergipe para o curso de Química
industrial.
Ele agora morava no
campus, após conseguir aos dezoito anos de idade a sua liberdade. Para todos se
apresentava como um modelo de como o sistema prisional poderia dar certo, passando
a imagem de completamente recuperado.
Agia pacificamente,
estudava muito, mas sentia dores de cabeça insuportáveis, verdadeiras torturas
dia e noite e nenhum médico parecia entender o porquê daquilo, tentando mil e
um experimentos que em geral tinham efeito passageiro.
Todas as noites ele
costumava ir até o laboratório para poder admirar algumas pesquisas ali
realizadas e estudar a fundo aqueles experimentos para poder prever possíveis
erros, ele tinha ganhado a confiança de toda equipe docente e tinha uma cópia
da chave para fazer esses passeios sem ser incomodado.
Por vezes ficava ali
até o amanhecer e voltava ao seu quarto para dormir já com o dia claro, sendo
dispensado das matérias da parte da manhã, após ter cumprido boa parte das
atividades na madrugada, muitos alunos lhe chamavam de coruja por esse estranho
costume que ele mantinha rigorosamente.
Seu corpo tinha
emagrecido e após alguns problemas passará a ter de usar um par de óculos que
conseguirá comprar após trabalhar em pesquisas avançadas na usina de Angra I.
Sua aparência
lembrava muito um corvo e por muitas vezes tinha sido questionado se estava se
alimentando direito, mas não era fome ou nenhum outro mal físico, era seu
psicológico que vivia numa depressão por falta de se soltar novamente.
Capítulo 2.1 –
voltando a ser um monstro.
Naquela noite, todos
tinham ido numa festa, bebida estava correndo solta, o som era quase
insuportável.
Mas ele estava saindo
para ir ao laboratório como sempre fazia, desde que tinha se instalado ali, mas
naquele dia ele encontrou um grupo de rapazes cercando uma garota que berrava
por ajuda, provavelmente devido ao álcool aqueles brutamontes estavam tentando
estuprar ela, ele passava um pouco ao longe, mas suas pernas iam se aproximando
daquela jovem que corria desesperadamente, sem nenhuma esperança.
Ele tentou se
controlar quando chegou perto da cena, mas o monstro dentro dele clamou mais
forte, pois lembrou se da sua mãe vendo aqueles brutamontes segurando ela
enquanto rasgavam suas roupas.
A fúria voltará a ele
e novamente ele parecia possuído por algum demônio quando partiu para cima
daqueles caras covardes, mesmo sendo enormes não conseguiam derrubar ele, que
torceu a mão de um dos inimigos que carregava um canivete e antes que a arma
caísse ao chão, atingiu o no coração com tanta força que a ponta da lâmina
começou a sair pelo outro lado do corpo.
Os outros rapazes
vendo aquela cena sairão correndo, o medo tinha lhes devolvido um pouco da
sanidade.
A garota tinha
desmaiado de puro medo e ele estava sozinho, sentado ao lado do cadáver, tinha
chamado a polícia ele mesmo e esperou ali sentado até que quarenta minutos
depois, os agentes da lei chegaram e o prenderam.
Seu corpo estava
cheio de hematomas, mas não era necessário levar lhe para a cadeia, para averiguação,
o delegado lhe interrogou e a todos os outros que tinham se envolvido, e acabou
mandando o processo para o ministério público que não abriu processo, por ver
naquele caso somente um ato de altruísmo heróico e assim o processo foi
engavetado e ele voltou para a universidade sob aplausos dos professores e
colegas de curso.
Os outros agressores
tinham sido presos e condenados e ele era uma espécie de celebridade, mas nada
havia mudado nele, voltará da cadeia até mais feliz, algo nele tinha mudado.
Seu corpo parecia
estar criando vida novamente e o brilho no seu olhar agora estava de volta.
Capítulo 3 – Amor e
tragédia.
Alguns dias depois a
garota que quase tinha sido violentada, aluna do curso de ciência política foi
até ele para lhe agradecer e assim começou a ser envolvida na lábia daquele
psicopata.
Os dois começaram um
romance sério, eram vistos todo o tempo juntos e ninguém duvidaria que aquele
romance fosse acabar em casamento.
Eram um casal
apaixonado e logo ela resolveu oficializar em um jantar o seu amor por ele.
A família de Débora
era ligada a política, seu pai tinha sido deputado e senador por vários
mandatos e seus irmãos estavam ligados ao governo do estado por diversos
mandatos, ela era a filha mais nova, querida por todos e quando falou que
queria se casar houve certa resistência. Mas logo a família acabou envolvida
por ele e logo todos estavam ao seu lado e o pai dela até mesmo tinha lhe
oferecido um emprego como chefe da estatal que lidava com a água para o cargo
de chefe da pesquisa sobre a qualidade hídrica do estado.
Tudo tinha corrido
melhor do que a encomenda, agora ele tinha o caminho livre para ter uma vida
digna de rei, após se casar com uma princesinha.
Seus sentimentos em
relação eram ambíguos e muitas vezes iam de admiração mútua até interesses
escusos, no entanto amor era para ele uma palavra completamente desconhecida
para ele.
Ela, no entanto tinha
uma paixão tão avassaladora por ele, que não se importava com mais ninguém, seu
mundo era ele e o resto pouco importava.
Passado pouco tempo
ela engravidou, ele sempre ao seu lado, muitas vezes mais até do que seria
necessário, tinha se tornado presente até demais, estava no último ano e seus
professores lhe davam folga durante o dia, contanto que ele trabalhasse a
noite, ela ainda tinha mais dois anos para concluir seu curso.
Os noves meses foram
seguindo, até que dois dias antes do parto ela resolveu que queria comer pizza,
e lá foram eles num carro da família dela até uma pizzaria no centro da cidade.
Naqueles dias, ondas de
protesto tinham se desencadeado por todo o estado, após uma greve das policiais
militares que exigiam melhores salários. A justiça já havia determinado a
volta, porém mesmo com o efetivo nas ruas, a crise ainda estava instalada e
naquela noite enquanto aquele casal se divertia contando piadas e pensando no
futuro da criança ainda por nascer, um grupo de assaltantes estava limpando o
bairro, indo de comércio em comércio, até chegarem à pizzaria, aonde eles virão
o carro de luxo e entraram com tudo, exigindo as chaves que estavam na bolsa de
sua esposa.
Eles estavam próximos
a porta, já tendo saído e ela rapidamente entregou a bolsa, todavia, os
bandidos virão o dono da pizzaria ligando para a polícia e atiraram no casal,
fugindo no carro.
Os dois disparos efetuados
pelos criminosos tinham atingido Antônio na cabeça e Débora no coração,
causando morte instantânea para ela.
O socorro lutou para
manter seu corpo respirando e quando chegaram ao hospital, foi feita uma
cirurgia para tirar a criança de dentro do corpo da mãe.
Os médicos tiveram
sucesso e o bebê foi para a incubadora.
Antônio, entretanto,
só tinha entrado em coma, mas seus sinais vitais permaneciam inalterados, a
bala tinha atingido a parte do cérebro responsável pelas emoções e
provavelmente ele teria alguma dificuldade para lidar com sentimentos comuns
aos seres humanos no dia a dia.
Capítulo 4 - Voltando
à realidade. Ou soltando os monstros da mente.
(Algo interessante
acontece quando uma pessoa entra em coma, muitos relatos dizem isso e o cinema
já usou essas experiências em diversos filmes e isso também aconteceu com nosso
protagonista.
Sua mente durante o
coma tinha lhe feito recordar cenários do seu passado, triste e numa espécie de
jogo, aonde as lembranças iam evoluindo para cenas cada vez piores até ele ser
defrontado com a cena de sua esposa sendo baleada e a dor, muita dor, que ele
sentirá quando a bala atravessou sua cabeça.)
À medida que aquilo
ia acontecendo os médicos iam vendo com espanto as áreas do cérebro afetadas se
recuperando aos poucos e para espanto de todos. Ele já conseguia respirar sem
ajuda de aparelhos, após uma semana, no entanto ainda não tinha acordado
totalmente, mas aqueles sinais de melhora foram um avanço e tanto.
Ele estava internado
juntamente com sua filha, num dos melhores hospitais de Aracaju, referência
médica em todo o país, o pai de sua esposa, tinha sido generoso ao pagar para
ele também todo aquele tratamento, pois era graças aquele homem que ele ainda
tinha um pedaço da sua filha preferida e o coração do velho ficou amolecido com
toda aquela tragédia.
Os assassinos de sua
filha estavam presos, a polícia tinha sido bem paga para fazer seu trabalho com
uma agilidade absurda.
Em dois dias todos os
envolvidos estavam presos e logo teriam um fim bem normal nas cadeias do Brasil
inteiro: Acabariam mortos, quando o assunto esfriasse na imprensa para não
levantar suspeitas e problemas.
Ele ficou dois anos
em coma, sua filhinha, vez ou outra era levada no hospital ver ele e ficava
comovida com a cena do pai naquele estado, comovida até demais para uma criança
tão pequena, começava a chorar sem parar até ser tirada de perto dele.
Era como se tivesse
medo de seu próprio pai, algo que todos ali deveriam ter...
Na noite em que ele
acordou, estava mudado, não se lembrava mais de quem era somente pedaços de
memória estavam soltos pela sua mente, naquela hora uma enfermeira trocava a
sonda de todos os pacientes usando um carrinho, quando ela estacionou o
carrinho bem ao lado da cama, ele rapidamente pegou um bisturi que estava
próximo e ameaçou a enfermeira perguntando:
_ Quem sou eu?
_ O que está acontecendo?
_ QUEM SOU EU?
A mulher amedrontada
gritou muito e se debateu e ele acabou por soltar ela, devido seu corpo ter
estado fraco, após três anos paralisados em cima de uma cama, num coma
profundo.
Ele estava mudado
para pior, conforme o tempo ia passando os cacos do seu passado pareciam se
diluir num mar de ódio que inflamava seu peito, tudo e todos eram seus alvos,
ele planejava as noites naquele hospital enquanto se recuperava, qual seria a
melhor forma de matar a cada um deles.
O choque do projétil
tinha afetado toda sua estrutura cerebral e libertado o monstro da fúria com
carga total, sentimentos como amor, compaixão que são a formação básica da
humanidade nas pessoas, nele eram apenas lembranças lançadas ao subconsciente,
totalmente esquecidas e perdidas.
Ele com o tempo
acabou entendendo o mundo onde vivia, aos poucos sobe pedaços da sua vida que
lhe eram contados em doses cada vez mais homeopáticas para evitar algum tipo de
choque que pudesse trazer Antônio de volta ao estado de coma.
(Pode ser estranho
chamar um personagem só pelo primeiro nome, mas ele não tinha na mente alguma
idéia de sobrenome, até por que nem lembrava qual era este e como nunca teve
certidão de nascimento, acabou sendo somente Antônio Silva, mas este por sua
vez tinha sido uma exigência do tabelião que lhe deu o registro anos atrás!)
Mal sabiam eles que
aquela mente já estava completamente perdida e se algum médico pudesse ver os
pensamentos daquele homem, com certeza teria o trancado numa cela acolchoada,
vestindo uma camisa de força para todo o sempre, ninguém tinha idéia do mal que
ele iria começar.
“Quando a alma se
torna noite, os gritos ecoam no ar!”
Capítulo 5 – A solta.
Uma noite já em seu
apartamento, após voltar do hospital ele acordou com febre, estava delirando,
fazia quase dois meses que não matava ninguém.
Ele morava próximo ao
centro da cidade e naquela noite ao abrir a janela para tentar se refrescar viu
um grupo de menores se drogando na porta de sua casa.
Todos loucos e
possuídos por algum torpor, elas pareciam dançar no meio das ruas que naquela
hora por sorte estavam vazias, ele estava no terceiro andar e pode ver o
traficante que tinha dado as drogas para as crianças indo embora por um beco
entre seu prédio e outro prédio ainda em construção, de onde deveria pular para
o outro lado e pegar algum veículo para dar o fora dali.
Era estranho, ele
parecia possuído por uma febre, quando pegou uma bengala e desceu os andares
até a escada de incêndio onde, viu chegando ao ponto onde a madeira fazia uma
rampa para pular ao outro lado, ele viu aquilo e quando o criminoso se
preparava para pular ao outro lado sentiu somente um impacto, Antônio tinha
pulado para cima dele e os dois cairão pesadamente no chão, por sorte o
criminoso cai em cima de um monte de lixo onde havia várias garrafas de vidro
guardadas, causando a morte na hora, Antônio também saiu ferido e torceu o
tornozelo e uma das mãos ficou seriamente machucada, no entanto conseguiu se
evadir dali antes que alguém pudesse ver ele e os sinais de sangue deixados
acabarão sendo lavados pela chuva que caiu naquela manhã, pouco antes dos
policiais do departamento de homicídios chegarem ao local.
No outro dia, ele foi
ao médico em um hospital particular e inventou uma história contando que tinha
se machucado após cair de uma escada ao tentar instalar um suporte para a
televisão que possibilitasse uma melhor visão.
Todos acreditaram e
ele conseguiu um atestado para aquela semana, onde enquanto se recuperava do
trauma corporal ia bolando maneiras para se tornar mais profissional na arte de
matar toda sorte de escórias da sociedade, ele iria se tornar um lixeiro
social, carregando para o caixão toda escória imunda da sociedade.
Mesmo estando
machucado só naquela semana, ele matou mais de vinte trombadinhas e traficantes
na região próxima a sua casa, aprimorando seus golpes para se tornar mortal,
ele foi escrevendo seus êxitos num diário, lembrar de cada grito de suas
vítimas era um prazer que ele não conseguia resistir.
A polícia começou a
investigar seriamente o caso e algumas pistas desencontradas iam aparecendo,
então para forçar esse assassino a aparecer eles colocaram uma policial
disfarçada como prostituta e a deixaram naquela zona, mesmo sabendo dos riscos
da agente acabar morta.
Os crimes naquela
região contra os marginalizados tinham assumido uma proporção de extermínio,
todas as vítimas eram encontradas nuas com o corpo coberto por ácidos que
destruíam os tecidos, deixando somente esqueletos brancos para análise.
Prostitutas,
mendigos, crianças de rua, ladrões, traficantes, todos estavam sendo
encontrados mortos em várias partes daquela região, a imprensa começava a ir em
cima dessa história e logo o país estava sabendo daquilo o que forçou ainda
mais as autoridades a irem atrás do culpado.
A agente foi deixada
ali e logo começaram a aparecer clientes, tudo parte do plano, o carro com os
clientes só iria rodar um pouco para deixar aquilo algo mais verossímil.
Naquela noite, no
entanto, o alvo estava em outro lado daquela região num ataque brutal contra
outra prostituta que tinha ousado ficar fazendo ponto próximo à estátua de
Nossa Senhora dos navegantes, aquilo era um ultraje! Que ele saberia reparar.
Seguiu a noite
inteira e quando ela entrou no banheiro da praça para retocar a maquiagem ele
já estava lá dentro, com uma injeção de uma droga que causava sonolência que
aplicou no pescoço deixando a desacordada em questão de segundos, ele colocou
seu corpo dentro de um saco e saiu pela parte arborizada escura, onde deixou um
carro que tinha pegado de um cafetão, há quem matará a duas noites atrás, de
pancada.
Naquele crime alguém
tinha visto a placa do carro! Um mendigo que estava sob efeito do álcool,
anotou mentalmente a placa, mas ninguém o levou a sério quando na frente dos
repórteres ele disse: ANB – 2227.
No outro dia a
polícia iria se arrepender de não ter ouvido aquele pedinte, um travesti foi
encontrado morto, completamente nu, a causa da morte tinha sido asfixia causada
por pressão e pela inserção do pênis da vítima por sua garganta até que está
parasse de respirar.
A cidade tremia de
medo e ele ficou cada vez mais feliz, nada era encontrado em lugar nenhum!
Capítulo 5 – O
princípio do fim
Ele se mudou da
capital sergipana e por algumas semanas tudo parecia normal, as noites eram de
patrulha constante da polícia, que para os jornais dizia ter pistas, mas na
verdade todos sabiam que eles estavam caçando uma espécie de fantasma.
Sem fazer muito
alarde a polícia federal entrou na investigação, mandando uma equipe de
novatos, para serem treinados, dentre todos os novos agentes uma se destaca: A
bela Marina Ferrati, uma mulher encantadora, de personalidade forte que tinha
muita vontade de trabalhar.
Eles ficaram
procurando pistas e voltando aos locais do crime, quando após duas semanas as
mortes voltarão a ocorrer: Um traficante tinha sido morto e assado num bairro
periférico, os vizinhos contam que um homem vestindo um terno cinza tinha
entrado na casa do rapaz e atirado em todos lá dentro.
Puxando a ficha verificou
que o rapaz tinha sido um dos assassinos da filha do político, esposa de
Antônio.
Era um assassinato
por vingança ou não, tudo agora tinha assumido um papel muito grande.
A polícia voltou à
velha tática e dessa vez o alvo seguiu o que era esperado, no entanto algo saiu
errado.
_ Marina, lembre se
você está completamente vigiada, basta que qualquer um perto de você, lhe cause
algum risco para que nós entremos em ação. Disse o chefe pelo ponto no ouvido dela.
No entanto ele estava
observando do alto do seu prédio e por meio de uma pequena escuta soube que
aquela não era uma presa comum: Era uma policial disfarçada!
Ele desceu para a
praça, iria se divertir aquela noite, e deixar mais uma vez os policiais sem
entender nada.
Pegou um pequeno
dispositivo que havia comprado em uma loja de eletrônicos que embaralhava sinal
de câmera e áudio e foi chegando perto dela, que demonstrava medo até pelos
poros, os policiais estavam há uma quadra numa van, quando o sinal dela apagou
sairão correndo para ver o que havia acontecido, mas ela já estava caída no
chão e ele tinha entrado num táxi e pediu para ser deixado na porta de casa,
rapidamente, dando um endereço no outro lado da cidade, na casa do seu sogro,
onde iria criar um álibi visitando sua filha, que não tinha notícias há quase
três meses.
No entanto não
resistiu quando ao ouvir pelo rádio do táxi que uma agente tinha sido atacada
pelo maníaco do centro.
O noticiário falava
onde ela estava sendo levada e ele queria terminar o serviço de qualquer
maneira e para lá se dirigiu, após matar o taxista com um tiro seco através do
estofado e deixar seu corpo jogado no meio da pista, já na área norte da
cidade.
Capítulo 6 – Apostando com a sorte.
Era quase de manhã,
mas ele tinha conseguido chegar ao hospital, tinha matado um enfermeiro na
entrada de serviço, deixando desacordados dois médicos e um policial que fazia
escolta da ala dos presos que precisavam ser vigiados para não escapar, mas
agora ele estava ali do lado de sua vítima, ela estava desacordada, mas logo
voltaria, era questão de minutos até ela estar gritando, pois a droga que tinha
usado nela era um composto químico para causar sono letárgico que o corpo
demorava apenas algumas horas para acordar.
Ela despertou e viu
ele lá sentado ao seu lado, sorrindo!
_ Pensou mesmo minha
cara, que eu iria te matar? Estava apenas me divertindo quando te envenenei,
mas agora vendo você aqui, indefesa e sozinha, me sinto tão tentado a querer
brincar!
_ Sabia que você
lembra minha esposa? Sabia que um grupo de marginais roubou ela de mim? Sabia
que ninguém fez nada para impedir aqueles malditos?
_ Aposto que não, mas
agora você vai saber. E naquele instante um bisturi abriu a veia principal do
braço dela e a dor era imensa. Ela tentou gritar, mas estava com a boca tampada
por um respirador que abafava todo som que ela fazia, era inútil gritar e até
mesmo resistir não era possível, pois estava amarrada na cama e ele foi
cortando a em pedaços enquanto ela tentava em vão se defender.
Por fim ela, ela
tinha sido dissecada ainda viva, os olhos tinham sido arrancados, os órgãos estavam
expostos e por todo lado sangue jorrava sem parar.
Somente quando foi
tarde demais uma enfermeira chegou ao quarto, somente quando foi tarde demais
ela começou a gritar, pedindo socorro, mas a lâmina que tinha retalhado a
policial voou em sua direção e por pura sorte atingiu lhe no tórax, não
causando a morte somente por causa do implante de silicone que ela tinha no
peito, que com o impacto acabou explodindo por dentro, vazando o líquido pelo
seu abdômen.
A polícia chegou e
ele foi cercado, acabou se matando no último andar do hospital.
O escândalo foi
tremendo, abalou as estruturas políticas e manchou o nome da mais poderosa família
da região.
Conforme a investigação
foi avançando, várias ossadas foram encontradas no porão da casa dele e nos
arredores, ossadas de pessoas humildes, pobres que não tinham culpa ou escolha.
Muito se repercutiu
do caso e no fim, ele acabou se tornando um exemplo para milhares de outros
insanos com propósitos de limpeza social e os crimes desse tipo aumentaram por
todos os lados.
O monstro dele
morreu! Mas gerou filhos em vários outros lugares...