segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Flores no túmulo.


Existem antigas histórias sobre o cemitério da cidade.
Relatos de fantasmas, uivos, sons de correntes e outras fantásticas histórias.
Mas nada se compara ao que eu vi naquela noite de 1 de novembro.
Eu trabalho como guarda noturno da prefeitura, vigiava o patio onde ficavam as máquinas do munícipio, mas acabei sendo transferido para o cemitério.
O guarda que trabalhava ali tinha falecido poucos dias atrás de um ataque cardíaco.
Eu fazia rondas todos os dias, olhando cada um dos caminhos que há no cemitério.
E todas as noites quando chegava próximo de uma antiga sepultura no extremo leste do cemitério, via uma luz acesa, e quando me aproximava esta desaparecia.
Vasculhei toda a área, olhei por sinais de pegadas. Não tinha medo de histórias com assombrações, isso era bobagem de filmes.
Mas conforme a cena ia se repetindo, dia após dia, comecei a reparar mais nos barulhos a noite e parei pouco a pouco de fazer a ronda.
Meus nervos estavam começando a sentir o abalo daquele ambiente agourento .
Um dia antes de ir ao trabalho tomei um pouco de cachaça. Não aguentava mais ficar com medo.
Naquela noite impelido por uma valentia insana fui até o velho sepulcro onde a luz acendia e comecei a xingar a morta.
Falei obscenidades terríveis, desafiei a luz. E no mesmo instante surgiu aos meus pés uma pequena flor e depois outra até estar completamente coberto por flores brancas e esporoantes.
Logo um vento forte se abateu ali e eu respirei um pólem alúcinogeno que fez minha mente se expandir.
Eu vi os espiritos dos mortos, vi suas sombras, vi a morte e o demônio.
E vi no túmulo em que me sentara uma garota, vestida de branco, brilhando e rindo, fazendo o sinal da cruz ao olhar para algo atrás de mim.
Foi então que eu vi a figura alta de um homem corpulento, vestia se da noite, carregava uma foice, era a morte!!

Relato retirado dos diários do doutor Abdul Alhazred

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...