domingo, 24 de agosto de 2014

A Joia da Coragem.


A joia da coragem.
Quando sai de Avalon rumo a um novo tempo não imaginava que minha busca começaria de uma maneira tão intensa e nem que eu conseguiria ter em minhas mãos uma das relíquias mais poderosas do mundo.
Tudo nessa história é insano demais, mas não duvide, realmente é real!

O tempo é algo estranho e nem mesmo eu que viajo pelas diversas eras e períodos posso explicar tudo o que ocorre nessa entidade que emerge da ação humana e se mantém através dela num constante girar, por tudo e todos abrangendo tudo o que já houve e tudo o que ainda há de vir a ser!
Eu acordei e pela primeira vez não estava em algum descampado ou em um lugar no meio da sociedade humana protegido pelos meus poderes que sempre havia me permitido me esconder da sociedade como uma mera testemunha de eventos que por vezes, interferia em algumas ações mudando o curso do futuro mesmo que em linhas mínimas, mas o tempo é teimoso e gosta de seguir seu curso sozinho e naquele dia eu senti pela primeira vez algo de estranho em mim, uma mudança que quase foi letal para minha vida.
Ao acordar e abrir os olhos eu me vi num dos piores lugares do mundo: Em um campo de concentração nazista, na Polônia, durante a solução final proposta pelo maldito ditador Adolf Hitler, que queria exterminar todos os prisioneiros, livrando o mundo daquela gente que para ele era menor do que os arianos que ele defendia.
Colocado em meu pescoço estava um estranho colar incrustado com uma jóia vermelha, um rubi que emitia uma espécie de ruído enjoado que pouco a pouco ia entrando em minha cabeça como uma voz distorcida e bastante alterada.
Sem saber muito como sair daquela situação e quem fora o responsável por me colocar em uma cela de vidro, dentro da ala leste, alguns andares abaixo de onde os prisioneiros comuns eram mantidos em casebres imundos e frios encarando o gelo do inverno rigoroso.
Quando eu acordei todos na sala convergiram para mim e um dos meus poderes é o de entender a língua do tempo onde eu estou e assim pude perceber quando eles falavam do outro lado do vidro:
—O que será essa criatura? Disse um dos homens que parecia comandar aquele centro de terror
—Não seria melhor matar ele? Falou um homem que aparentava ser um cientista, pois vestia se com um jaleco em vez de um terno militar como todos os outros.
—Por um acaso está louco? O líder está vindo ver ele! E quer respostas do que seria essa criatura. Além disso, quando o capturamos uma mulher vestida toda de branco desapareceu na floresta há uns cinco quilômetros, portanto essa criatura deve ter algum segredo!
—Seria esse segredo, aquela jóia?
—Não sei! Mas quando meus homens tentaram tirar aquela corrente do pescoço da criatura acabaram mortos, fulminados por isso mandei uma mensagem pelo telégrafo para Berlim e em dois dias, ele será visto pelo comandante supremo.
Ao saber de, pelo menos, uma parte da história que havia ocorrido até o momento do meu despertar, pensei:
—Que ótimo! Tenho de dar um jeito de fugir daqui se não virarei brinquedo na mão de um sádico!
Tentei usar minha habilidade de me teletransportar, no entanto dessa vez ela não me obedeceu e de algum modo da jóia brilhou uma luz que pouco a pouco inflamou minhas mãos com uma chama mística e quando eu apontei as para a porta daquela cela um clarão foi pouco a pouco aparecendo naquela chapa de aço bem densa, passados alguns segundos o metal derreteu e tudo aquilo acabou virando uma mera massa líquida flamejante escorrendo pelo chão.
Quando sai da minha prisão, todos que ali estavam foram tomados pelo medo e logo a sala estava cheia de sentinelas e de algum modo eu poderia sentir todo o ódio que a mente deles carregava em relação aos prisioneiros que eram mantidos no nível acima, de algum modo a jóia me dava à capacidade de sentir as emoções das outras pessoas e isso era muito confuso.
Com a mente confusa por tantas emoções não vi quando eles começaram a abrir fogo e envolta de mim surgiu uma aura de fogo que transformava o chumbo de volta ao seu estado líquido criando em pouco tempo uma enorme poça de metal derretido aos meus pés.
Os homens ficaram parados após sua munição acabar e muitos soldados saíram dali chamando por reforços com o medo estampado na voz e o coração pulsando em velocidades absurdamente altas, os cientistas pelo contrário pareciam extasiados por verificarem a extensão dos meus poderes e em suas mentes tramavam várias formas para tentar me corromper para me usar em seus propósitos funestos de destruição e morte.
Era tanto ódio que eu podia sentir em todo aquele ambiente, tanto desespero e medo que minha própria mente ficou bastante perturbada e não conseguia mais raciocinar normalmente e assim acabei buscando a saída mais fácil que é limpeza de todo aquele lugar!
Não buscava ser herói nem mostrar nenhum feito digno de nota, só queria aplacar a dor que enchia meu peito num ritmo alucinante, queria alívio para todos aqueles sentimentos confusos que enchiam minha mente e quando consegui voltar a pensar com o mínimo de clareza tinha em minhas mãos um verme científico e pude ver seu passado ao olhar em seus olhos e num gesto de puro asco frente a tantas atrocidades cometidas por aquele homem que julgava válido matar em nome de ideais tão sujos como: nacionalismo e raça.
Eu que sempre sofri por minha aparência e fui forçado por meus poderes a viver escondido somente como uma testemunha da história, vivendo nas sombras como um pária.
Agora que ali estava pude sentir a dor dos meus iguais e um sentimento que até então não me importava tomou todos os meus sentidos e movido num furor eu parecia não pensar, somente disparava o fogo de minhas mãos na direção de qualquer soldado nazista qualquer um, desde o carcereiro até o vigia no alto das muralhas, que se divertia matando inocentes que ficavam para trás.
Quando um ato inesperado ocorreu, uns poucos soldados que ainda restavam se renderam diante de mim e vendo eles ali parados, confesso que minha vontade era a de purgar o mundo daquela raça ruim, mas não foi necessário agir, pois os prisioneiros vendo se livres puderam punir a seus captores com o devido rigor e roubaram suas armas e os levaram para as câmaras de gás para um destino trágico e simples: A morte.
Fiquei parado ali, com um pouco de alívio para a dor que afligia meu peito, mas os gritos dos inocentes ainda ecoavam pelos corredores e da terra partia um clamor por vingança por todos aqueles que haviam morrido em vão, o sangue deles clamava por punição e dos meus olhos saiam lágrimas em abundância que molhavam o chão ao meu redor enquanto os homens e mulheres livres eram saudados pelas tropas soviéticas que já avançavam rumo a Berlim e vieram libertar a todos eles.
A história real somente alguns homens sabem, mas o governo Russo receoso de perder seu prestígio lhes deu um ultimato para contar a história do partido que glorificava ao urso russo, mas fui eu por um acaso do destino que acabei libertando aqueles homens e mulheres que mais pareciam farrapos humanos, tamanha fora a tortura a que foram submetidos.
E mesmo no meio de toda a festa que se seguiu eu fiquei ali chorando os mortos, por horas sem que ninguém se lembrasse de mim ou viesse procurar saber qual era a razão do meu pranto.
Até que o senhor apareceu a mim e viu minha tristeza e disse:
—Filho meu! Quando lhe dei esses poderes nem mesmo podia pensar que as minhas mais belas criações poderiam se tornar tão más!
—Eu falhei como guardião da humanidade! Eu falhei como protetor da espécie humana! Tudo isso é culpa minha!
—Não é não! Os seres humanos são imprevisíveis demais e você faz seu melhor, levante se filho! E vá a luta, pois o verdadeiro mau ainda está por perto pairando ao seu redor.
E após dizer isso o senhor me deixou e assim eu me levantei e sai pelo campo até que vi próximo a um túmulo improvisado já fora daquele campo de morte, uma lápide improvisada com a seguinte inscrição:
- “Lute para ser livre! Acredite em Deus e nunca desista de sonhar.”
Uma rosa crescia ali perto e eu apanhei a e coloquei ali naquele túmulo e fiz uma pequena oração pelo morto, mesmo sem saber quem ele era, quais eram seus planos, se tinha pais ainda vivos, um amor e filhos. Não importava saber os detalhes eu só queria orar por aquela vida ceifada de maneira brutal.
Quando terminei minha prece, uma mulher ao longe numa floresta próxima estava olhando para mim, lembrei da fala dos cientistas nazistas de como eles haviam me encontrado e corri atrás dela com todas as forças que tinha, mas quando cheguei perto dela um portal se abriu aos meus pés e eu mal pude senti quando fui tragado para dentro da linha do tempo, mas dessa vez meu dia não tinha se acabado e eu não queria entrar, estava atrás de respostas sobre aquele estranho colar e queria saber por que meus poderes tinham se modificado.
Fui viajando pelo tempo cheio de dúvida, no entanto meio sem entender no fundo do meu coração eu sabia que veria aquela mulher de vestes brancas novamente no novo lugar para onde eu estava indo e dessa vez ela não me escaparia.

29 de abril de 1945, Berlim.
A cidade vive os últimos dias do terror nazista, o feitiço de Hitler começa a se desfazer e por toda parte os alemães acordam das mentiras verdadeiras mostradas por aquele homem que com um discurso maldito fez milhares de vítimas.
O fim da guerra é uma questão de dias e logo todo o império nazista será dividido entre os aliados e a Alemanha irá se tornar somente um território dividido entre as potências vencedoras.
O terror tomou conta da cidade, mas eu não estava ali para ajudar a ninguém!
Eu acordei perto do portão de Brandemburgo e conforme fui andando pelas ruas da cidade e vi no chão de uma rua afastada um jornal caído, provavelmente por alguém que fora se esconder dos bombardeiros que eram constantes por toda Berlim, peguei aquele pedaço de papel e apesar de sujo ainda era visível nele a data: 29 de abril de 1945, um jornal ainda recente e por isso eu sabia que dentro de algumas horas o homem responsável por toda a dor que eu havia visto naquele campo de concentração estaria se matando e não podia tolerar que um monstro como aquele pudesse morrer de uma maneira tão calma.
Parti imediatamente rumo ao Reichstag somente com ódio no peito e uma idéia na cabeça: Eu acabaria com Adolf Hitler e vingar os que morreram ali naquele lugar de onde eu tinha vindo.
Chegar naquela porta daquele prédio mesmo estando destruído era algo penoso, pois novamente muitas vozes gemiam ainda mesmo depois de mortas pelos horrores a que foram submetidas pela polícia secreta do regime que trucidou a todos eles das piores maneiras possíveis.
Os guardas não tiveram nem tempo de reagir, cheguei pela lateral e matei os com uma bola de fogo e não tiveram tempo nem sequer de perceber do que morreram, entrei pela porta da frente, não encarcerado, mas como alguém que vinha para explodir a Bastilha do medo e matar ao rei que tantos condenará.
Entrar por aqueles corredores era horrível para minha cabeça em cada sala pareciam surgir vozes que me atormentavam com seus gritos de dor, descendo pelas escadas até o bunker foi difícil, muitos soldados pereceram em meu caminho mas uma das balas acabou por me atingir na perna e cheguei ao local com sangue escorrendo pelos joelhos mas ainda disposto a cometer minha vingança.
Os subordinados que cercavam aquele monstro tentaram uma reação, porém logo os debelei quando peguei Joseph Goebbels que vinha tentando me atacar com um sabre que enfeitava a parede e num impulso de pura raiva o arremessei contra a lareira causando uma queimadura muito profunda no seu rosto que só não o matou, pois sua esposa que estava ali no recinto o retirou das chamas e com um carpete apagou as chamas.
Todos ficaram estarrecidos com meu rompante de fúria e ninguém mais se atreveu a me parar quando agarrei o monstro pelo colarinho e me preparava para matar ele ali mesmo esganado na frente de todas aquelas testemunhas quando novamente um portal se abriu e eu fora jogado para dentro da linha do tempo, mas dessa vez não era rumo aleatório que eu ia, partia rumo ao princípio de tudo, de volta a criação do mundo para poder ver ao pai pessoalmente.
Não havia percebido que aquela criatura também atravessou o portal, mas os mortais não podem ver o tempo e assim pude ver o seu corpo ser dissolvido ao longo da história, era uma punição justa por tudo que tinha feito.
Quando um corpo é despedaçado daquela forma sua alma também é destroçada por toda eternidade e passa a buscar os pedaços, por todo o tempo, em uma busca infrutífera e vã que vai matando pouco a pouco a energia que ainda resta até não existir nem mesmo um grão de mostarda da energia que compõe o corpo.
Fui arrastado pela linha do tempo até uma antiga cidade feita nas nuvens, no monte de Sião. Ali todos trabalhavam para criar o mundo tal como conhecemos. Milhares de anjos voavam por todos os lados, criando o mundo num ir e vir que parecia ser uma dança de tão bem orquestrado que aquela cena era.
Eu estava na entrada do templo quando vi no alto das escadas um homem que parecia admirar aquilo tudo, absorvido diante da beleza de toda aquela criação. Subindo as escadas eu cheguei face a face com o rei de todos os exércitos e rapidamente pus meu rosto no chão e fiquei ali numa mistura de felicidade e medo, pois a ninguém era permitido ver a ele sem que a morte lhe seja imputada.
Fiquei ali parado até que ele percebeu minha presença e disse:
 – Novamente nos encontramos, peregrino e novamente você tem em sua mente culpas que mesmo sabendo seus motivos são difíceis de lhe perdoar!
—Levante – se e venha admirar a minha mais bela criação, eu não irei lhe matar, mas precisamos conversar!
Eu pouco a pouco fui me levantando aos poucos e de cabeça baixa fui olhando para todo aquele esplendor, olhar o mundo todo dali era algo tão lindo que não posso medir em palavras ou sons para dizer o tamanho da maravilha que aquela cena tinha.
Fiquei ali parado só contemplando, quando o ferimento em minha perna voltou a doer e cai novamente ao chão, a dor era forte e cai para trás clamando mentalmente por algum alívio para aquilo, acabei por cair adormecido e quando voltei a mim estava no mesmo lugar.
O ferimento estava melhor, mas quando fui me levantar para agradecer vi que uma perna estava menor do que a outra e percebi que agora eu precisaria mancar para me manter em pé.
Com alguma dificuldade me pus em pé e a cena da criação continuava, mas quando olhei para ele tudo que recebi foi uma resposta que mexeu comigo:
—Você por muitas vezes usou seu poder para o bem, mas em alguns momentos acabou sendo tomado pela ira e por sentimentos de sua natureza humana que ainda estão dentro de seu coração.
—Resolvi deixar sua perna dessa forma, para que você se lembre que apesar de ter nascido humano, sua missão é proteger a humanidade, eu perdoo as suas falhas e temo que a benção da imortalidade concedida a você por mim seja somente para lhe dar labor e tristezas, mas no caminho você encontrará o valor da humanidade e aprender que minhas criações sabem ser boas nos piores momentos.
—Agradeço lhe por perdoar minhas falhas mesmo não sendo eu merecedor e buscarei realizar daqui para frente realizar minha missão com mais força e coragem.
—Não lhe peço força, mas que você tenha paz. A força é a mãe de todas as guerras, por querer se medir contra a natureza, os humanos causarão a destruição da Terra, um dos mundos habitados em todas as galáxias.
—Por querer se medir contra seus vizinhos, farão guerras e por querer se considerar mais fortes do que os outros escravizarão há muitos as vezes até em meu nome se tornarão abomináveis da mais baixa categoria e creio que você possa ser a chave para salvar a essas criaturas de si mesmas, levante se e tome esta bengala.
_ Agora tudo muda, você poderá intervir diretamente na vida humana, chegou a hora de você agir por mais de um dia em cada tempo, contudo cabe lembrar a você que suas ações agora terão real impacto na vida dos homens e sua busca para dar um presente a um amigo pode ser deverás perigosa a você!
_ Vá! Agora! O tempo precisa de você que seu caminho seja abençoado. Depois de dizer isso me entregou uma bengala feita de um metal que eu não fora capaz de precisar que tinha na ponta onde eu apoiava o braço um pequeno domo em forma ovalada com uma pedra preciosa lá dentro e ao olhar para ela sabia que era a pedra do colar. Não havia como entender tudo o que eu estava sentindo, mas agora toda minha história parecia ter mudado frente aquele novo encontro que eu tive com Deus, senti muito por deixar aquela paisagem, pois assim que eu toquei no cajado voltei a linha do tempo rumo a uma nova história.
Mal eu sabia que naquele momento, terríveis exércitos abissais levantavam de suas tumbas, um mal que há muito tempo todos consideravam extinto mas que que agora tinha se levantado novamente para atormentar ao mundo.


Excalibur a espada sagrada do meu amigo Arthur, uma espada que eu e todos os que acreditam na lenda pensava ser algo vindo do passado, mas na verdade aquela arma fora forjada há milhares de anos no futuro e meio que sem entender eu pude perceber isso na minha próxima aventura.
 



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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

É hora de alguém pagar!



No outro dia tudo o que eu queria era ver o que tinha naquela bolsa e retirei cada um dos itens que ali estavam e o que pude ver me deixou sem palavras, lá dentro estava à seguinte lista de objetos:

Uma pulseira cheia de números, tal como uma calculadora.

Um Bracelete com três pedras azuis incrustadas nele.

Uma espécie de gosma espacial que parecia estar viva, dentro de um tubo de ensaio.

Minha pistola calibre 45, colocada num bolso do lado de fora.

Um fone com prendedor para encaixar no ouvido.

Um par de óculos e um relógio de pulso feito de um metal que parecia se amoldar ao toque.

Fiquei analisando aqueles itens e peguei o relógio e o bracelete e os coloquei em meus braços, um de cada lado e no mesmo instante entrei no que mais tarde viria saber se a dimensão da realidade aumentada, onde eu podia estar em contato com quase tudo, tendo a percepção quase igual à de um satélite que paira nos céus da Terra.

Meu corpo e minha mente se separaram e naquele mesmo instante uma voz na minha mente disse em tom bem claro:

- O que você deseja Esperança? Aqui é o sistema de inteligência da nave, aguardando instruções?

- Eu quero saber quem sou eu?

- Protocolo de busca nas suas memórias iniciado...

- Lamento, mas a única referência que temos a isso na sua mente e no nosso banco de dados disponível está nesse vídeo.

Ele me mostrou uma imagem contendo eu numa ação frenética, invadindo uma base militar e destruindo vários homens, jogando os em um incinerador ou algo do tipo, no entanto não me lembrava de nada daquilo e não sabia que minhas habilidades com armas eram tão poderosas.

Fiquei horrorizada ao mesmo tempo feliz, por começar à saber quem eu era, mal sabia que as vezes o conhecimento é uma benção

Pois naquele mesmo instante uma transmissão conseguiu captar a onda magnética gerada pelo pulso daquele scan que minha cabeça tinha sofrido e antes de terminar, pude ver um homenzinho bem pequeno, com a cabeça deformada, vestindo uma coroa real e ele disse:

- Até que enfim te encontramos sua ladra maldita, por sua causa hoje vivo a vagar pilhando o espaço, mas isso logo vai passar, quando eu te destruir e recuperar meu soro, tudo vai mudar e meu exército vai varrer todos os mundos habitados, começando por esse planetinha lixo onde você está!

A transmissão terminou e eu pude ouvir novamente a voz na minha mente cabeça:

- Senhora, os meus criadores estão se dirigindo para a Terra, eles tomaram o curso do planeta e em quatro dias terrestres, estarão aqui.

- Quem são seus criadores, fale logo!

- Fui criado no laboratório de Em- 7 a base maior dos Rebeldes no espaço e meu objetivo era criar seres sem sentimentos e mentalmente controlados a distância para as ordens de Xkuir o terrível, mas a primeira pessoa que acessou meus circuitos foi você e quando eu absorvi suas memórias acabei ganhando consciência e transcendendo minha própria programação.

- Aviso: uma arma está para ser disparado visando destruir seu corpo.

- O que! Manda - me de volta para o meu corpo e me faça um favor: Tenta achar alguém com capacidade para nós ajudar a deter essa tal frota que está vindo nos matar!

- Ouço e obedeço! senhora! Seus sentidos foram ampliados e durante sua estadia na dimensão exo- mental se passaram dez horas.

- Como? Dez horas? E o que ocorreu com meu corpo nesse período?

- A senhora saiu para fazer compras mais a mulher do prefeito, foi convidada para um jantar de gala e nesse exato momento está se dirigindo para o palco onde um atirador planeja acabar com você e duas equipes de assalto estão invadindo o prédio.

- Me manda de volta então!

- Sim estou carregando sua mente nos circuitos do seu corpo e fazendo algumas melhorias temporárias, seus sentidos estarão aguçados ao extremo para que possa impedir sua morte, tome cuidado!

E ao terminar de dizer essas palavras ele terminou de me mandar de volta e a cena que eu me vi fora no mínimo lamentável, eu estava num vestido vermelho quase transparente, usando sapatos de salto apertadíssimos, com uma bolsa de madame curta nas mãos, ainda bem que ainda estava com o relógio e o bracelete mas ao ir para um palco improvisado receber a chave da cidade, pude notar que as mãos do prefeito tremiam e ele parecia ter medo de mim.

Olhei ao redor e por uma das janelas eu vi o homem da máscara que parecia carregar algo grande nos ombros, quando escutei o barulho de um míssil sendo disparado, rapidamente gritei para que todos saíssem dali, mas no mesmo instante, um helicóptero metralhou a porta lateral do lugar e todos ficaram ali presos, até que ele me acertou no peito.

O choque da explosão não me matou, por que do bracelete saiu uma luz azulada que rapidamente fechou as queimaduras, porém minha pele que sempre fora bem clara até onde eu me lembrava naquele momento, assumiu um tom de vermelho rubro, porém eu estava no meio de alguns currais, pois havia sido lançada bem longe pelo impacto daquela arma.

Novamente estava nua, porém dessa vez não eram poucos homens e eles estavam armados, todavia a questão maior era: Por que estavam atrás de mim?

Sem pensar muito em respostas, fui até dentro do espaço onde estava acontecendo aquilo tudo, mas a cena era aterradora demais para se ver: todas as pessoas tinham sido arrastadas para fora e seus corpos estavam em chamas bem na entrada, somente o major tinha sido deixado com vida para me dizer a mensagem que eles queriam:

- Venha nos encontrar se não quiser que cinco inocentes criancinhas morram em duas horas!

Sai correndo dali, dirigindo o único carro que ainda estava inteiro, provavelmente estava rastreado, mas eu nem me importei com mais nada, voltei a igreja pelos fundos, vesti umas roupas que estavam dentro de uma sacola e peguei todos os itens daquela bolsa que eu tinha guardado embaixo do assoalho e os vesti no meu corpo e coloquei a 45  atrás do meu short, quando libertei a gosma ela pregou no meu cabelo e no mesmo instante minha pele que ainda estava vermelha voltou ao seu tom natural.

Sai da igreja, calçada com um par de chinelos e vestindo um short velho e uma camisa de banda sem mangas, entrei no mesmo carro com o qual tinha chegado ali e dirigi ao encontro dos canalhas que tinham feito tudo aquilo, sem pensar muito, sem sobreviventes e sem nenhuma lei, eu queria somente matar naquele momento e para ser sincera a idéia de encontrar aqueles homens e corta – los em pedaços era tentadora demais.

O terreno era próximo a um bordel na saída da cidade, uma antiga pista de pouso e de longe com meus sentidos aguçados pude perceber que as crianças estavam num antigo galpão expostas bem no meio de tudo aquilo e mesmo estando a quase trezentos metros do local, eu vi todos os soldados que estavam ali prontos para me matar assim que eu me aproximasse, pensei bem forte, acreditando que assim iria ativar aquele tal circuito que vivia me chamando de senhora!

- Preciso de ajuda! Acorda circuito, me dá um levantamento total dessa maldita enrascada que eu estou.

Passados alguns instantes a voz na minha cabeça disse: - É uma honra lhe ajudar senhora! Segundos a imagem captada por meu satélite, a senhora está a quatrocentos metros do alvo onde as crianças estão sendo mantidas, porém atrás da senhora, no bordel estão mais de mil homens esperando para lhe atacar assim que você sair da sua posição.

- Ótimo e como saio dessa enrascada?

- Processando pergunta...

- A melhor saída é apertar 11347 na pulseira e atacar eles.

- O que acontece se eu fizer isso?

- A senhora estará completamente preparada para um ataque massivo e suportará até mesmo a mais avançada tecnologia desse planeta: um míssil de atômico!

- ótimo obrigado pelo apoio então vamos ver o que essa pulseira faz...



Enquanto isso dentro do motel...



- Eu consegui, trouxe a para uma armadilha perfeita!

E naquele momento de triunfo, onde nada parecia dar errado ele se regozijou com a idéia de que em poucas horas poderia ver se livre de todo aquele problema e pensar que tudo havia começado com uma parada do ônibus na rodoviária para descansar a noite e uma notícia num jornal de circulação local, mostrando a foto dela como heroína e dizendo que ela estaria no parque de exposições para receber a chave da cidade.

Tudo estava fácil demais e eu resolvi ficar ali para impedir uma nova fuga e liguei para o chefe que rapidamente prontificou a mim duas tropas de soldados cada qual com mil homens, que chegariam daqui a trinta minutos, em uma fazenda próximo ao local que eu havia lhe dito que ela estaria e montamos a primeira armadilha, para lhe deixar zangada, os rapazes queriam acabar com ela ali, mas eu resolvi mudar de tática e deixei um dos atingidos vivos para levar a ela minha mensagem: A parte das crianças era uma mentira e aquelas criaturas eram macacos vestidos como crianças, não entendi o por que mas segui as ordens do chefe, fiquei ali dentro do motel, com todas as vadias presas num quarto esperando os sentinelas localizados em cima da caixa de água avisarem que ela já estava a caminho e no ponto certo as minas dariam o tempo necessário para que nós saíssemos e disparássemos mais de duzentos dardos por segundos numa metralhadora adaptada para esse fim, fora o lança – chamas que eu tinha comigo que usaria para sobrevoar aquela área toda e queimar ela com uma chama feita a base de hidrogênio e um composto gel que gruda no corpo e causa queimadura continua, acabando com a vida dela caso fosse necessário.

As horas passavam e tudo estava planejado era só esperar a doce heroína da cidadezinha, vir salvar as criancinhas e ir curtir minhas férias em Aruba, longe de todos aqueles problemas.

- Afonso, Henrique, na escuta?

- Sim senhor!

- Nenhum sinal do alvo?

- Não senhor! Temos somente a visão de um carro parado há trezentos metros de sua posição, as portas estão abertas e não tem ninguém por perto.

- André, Salles, Venham aqui!

 Os dois soldados que estavam ali comendo algo, param e vão em direção ao chefe: – O que deseja senhor?

-Leve cem homens para perto desse carro e me passem um relatório em quinze minutos.

- Sim senhor, e saíram juntando uma tropa para atacar qualquer ameaça, armados com poucas armas esses homens eram somente para busca de respostas, mas não estavam preparados para aquilo que iriam ver em sua frente e nem no quanto o conhecimento disso poderia ser mortalmente perigoso.



No carro parado na pista tudo corria diferente com a jovem...



- Digitei o código e no mesmo instante meu corpo cresceu me deixando com dois metros e uma grossa camada de pêlos alaranjados saltou do nada, rasgando novamente minhas roupas e me deixando com uma aparência igual à de um tigre humanóide, cai no chão e quando olhei meu rosto contra uma poça de água eu estava totalmente felina, pois no lugar onde antes havia um rosto tinha se mudado para uma face de fera completamente alterada.

Quando me levantei duas armas apareceram nas minhas patas que eram gigantescas, tal como as pistolas que pareciam ter quase noventa centímetros de comprimento e vinte de largura carregadas com o que parecia ser uma espécie de energia roxa bem escura.

Não lembro como foi essa transformação, parecia somente que minha consciência parecia menor enquanto meus sentidos se alargaram bastante. Eu fiquei parada ali um pouco enquanto me acostumava com aquela nova realidade, até que um grupo de soldados chegou próximo a mim, num carro parado na pista que eu não lembrava ser meu.

Rapidamente algo dentro de mim entrou em ebulição e mal percebi quando disparei dois tiros na direção do carro, explodindo o e lançando uma bola de fogo envolta dos homens que estavam próximos ao local, uma parte foi bastante atingida pelas chamas e os gritos dos homens queimando era ampliado nos meus ouvidos e podia quase sentir aqueles gemidos de dor e algo dentro de mim ficou feliz por aquilo, um instinto brutal que dominou minha mente e travou meus sentimentos.

Os soldados depois do choque vieram em formação de ataque em forma de uma ponta de flecha tentando me cercar, mas antes que eles disparassem em dei um salto bem alto e atingi o líder do pelotão na cabeça e os demais foram caindo a cada movimento meu, parecia que meu corpo sabia a hora de desviar das balas e os soldados eram lentos demais para meus reflexos aprimorados e assim pude acabar com toda a tropa em poucos minutos e no rádio de um dos cadáveres uma voz pedia para saber o que estava acontecendo e eu disparei naquele aparelho e sai à procura de mais vitimas para eu matar, na minha mente tudo parecia convergir para isso e os meus passos se dirigiam ao motel, era hora de acertar as contas e alguém irá pagar!
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domingo, 17 de agosto de 2014

Caçando uma matadora



Enquanto via o ônibus se afastar tive a certeza que não deveria ter deixado aqueles dois idiotas vivos, mas estava mais preocupada em comer algo decente e não tinha isso que eles chamavam de dinheiro, fui caminhando esperando alguma oportunidade, sai daquela construção onde o veículo tinha estacionado e após subir algumas escadinhas, enquanto o ônibus parecia sumir rapidamente dali e sob olhares curiosos fui andando pelas ruas, com meu casaco fechado, com os relógios marcando mais de meia noite e um frio que parecia cortar até a alma, quando passei em frente a um bar próximo dali e um grupo de homens começou a me seguir, até que um deles tentou puxar minha bolsa e me derrubar ao chão, porém assim que ele deu o primeiro golpe, recebeu um chute tão forte na região genital que pode se ouvir em alto som sua bacia se partindo com o impacto.

Eu não tinha calçados e fiquei novamente impressionada com a força que poderia aplicar em um só golpe. Vendo seu amigo cair ao chão aos berros de dor os outros homens movidos mais pela bebida do que pela coragem vieram ao ataque, eram ao todo seis caras fora o que eu já tinha derrubado no chão, dois deles tentaram prender meus braços, no entanto eu acabei fazendo os bater as cabeças, ao girar meus braços, seu crânios se esmigalharam com isso e os outros três puxaram facas para tentar me atingir, os dois primeiros tentaram estocar na altura do meu coração e um dos golpes acabou me atingindo, porém ao invés de me matar apenas me deixou mais nervosa e numa sequência de chutes eu levantei um deles do chão com um chute na região genital e assim que o corpo estava caindo ao chão, quebrei seu tórax com um muro no rumo do seu coração e pude ouvir nitidamente seu coração se partindo quando viram que iriam morrer os outros dois se ajoelharam aos meus pés pedindo para viver.

Por algum motivo que eu não sei explicar mandei que eles se despissem me entregando suas armas, carteira e relógios e que saíssem gritando bem alto que eram assaltantes e que queriam ser entregues para as autoridades. Eu peguei todos os pertences deles e sai quando há alguns passos à frente, vi uma jovem agonizando somente em roupas intimas, tendo várias escoriações no corpo todo e respirando bem fracamente, parecia ter sido tentado estupro contra aquela pobre menina, no entanto ela havia defendido sua honra mesmo contra aqueles valentões, fiquei nervosa novamente e peguei a arma que estava no bolso do casaco, mirei naqueles dois malditos que estavam já há alguma distância e com dois tiros secos lhes acertei o coração, rapidamente parei um carro que vinha por uma avenida próxima com um soco na lataria, o motorista saiu do carro nervoso por ver o amassado que eu havia feito no seu capô, entretanto logo ficou foi assustado quando viu minha arma e a ordem que eu dei:

- Pegue a jovem ali. E apontei para ela e engatilhei a arma, rapidamente o rapaz pegou a em seus braços e após outra ordem minha colocou a no banco do carona, sentando se ao seu lado enquanto eu assumia a direção.

- Aonde é o lugar onde tratam pessoas mais próximo daqui? E apontei a arma na cara dele.

- E só seguir por essa rua ali e virar umas quatro esquinas a frente.

Eu segui o destino por ele traçado numa velocidade baixa para que as ruas esburacadas não deixassem aquela jovem já tão machucada ainda pior e durante o trajeto ele se apresentou a mim e veio tentando me perguntar algumas questões:

- Foi você que matou aqueles caras?

- Sim, qual é o problema? Respondi bruscamente.

- Nenhum problema, você apenas acaba de matar uma das gangues que assolam a cidade, molestando meninas que voltam da faculdade a noite desacompanhadas e praticam pequenos furtos e vandalismos, muita gente ali daquela região provavelmente vai dormir mais tranqüila depois do que você fez.

- Meu nome é Fernando e eu sou professor de história no colégio lá em cima na rua.

- E daí? Respondi desconfiada, mas feliz em saber que pelo menos dessa vez tinha feito algo de bom.

Ele continuou falando, mas ignorei o completamente até que chegamos ao hospital e eu deixei minha arma dentro da bolsa e parei o carro e carro, pegando aquela jovem em meus braços, porém os níveis de adrenalina estavam abaixando e a dor e cansaço, devido ao extremo esforço daquele dia me fizeram quase cair enquanto caminhava com ela na marra rumo ao socorro.

Os médicos vendo o estado da jovem, logo a colocaram numa maca e levaram na para dentro, enquanto uma enfermeira de mais idade vendo meu estado trouxe do ambulatório para a cadeira onde eu estava e começou a limpar os ferimentos nas minhas mãos e pés, no estado de cansaço em que me encontrava receber aqueles cuidados foram uma dádiva dos céus e logo que ela limpou os ferimentos e passou neles um remédio bem gelado, eles cicatrizaram de uma maneira espetacular, deixando aquela pobre senhora atônita e eu envergonhada.

Passados alguns instantes que eu estava ali, um grupo de policiais veio entrando e o mais velho deles, que aparentava ser o líder, veio até a mim e me abraçou, agradecendo por ter salvado a vida da sua neta que há dois dias estava desaparecida, após uma briga com os pais, onde ela acabou por fugir caindo nas ruas e só agora tinha sido encontrada.

Fiquei sem entender aquilo tudo, afinal esperava ser punida pelas mortes daqueles homens, mas todos os policiais sem exceção pareciam me congratular pelo meu gesto com olhares e falas a meu respeito, como seu eu tivesse agido muito bem.

Logo aquele homem forte entrou pelo hospital à dentro gritando por que queria ver sua netinha e fiquei sem entender nada do que havia acontecido até que um jovem rapazinho que estava ali como ajudante de uma senhora que tinha sido internado com dores me disse:

- Então é você e a mulher que arrebentou a cara do pessoal da gangue do Rato foi moça?

- O que?

- Os rapazes que machucaram a menina, eram de uma gangue conhecida como a gangue do rato e ficavam nos bares, enchendo a cara e a noite saiam para matar, roubar e destruir, o líder deles era ligado com traficantes e políticos e ninguém aqui fazia nada por medo temer algumas represálias.

- De que tipo de represálias está falando?

- Morte de parentes e amigos, dos piores jeitos possíveis, seqüestro dos teus entes queridos e um fim doloroso para estes.

- Entendo! E após essa fala tudo parecia fazer sentido na minha cabeça, fiquei algum tempo meditando quando chamei o rapazinho e pedi para ele uma última informação:

- E aqueles bandidos? O que aconteceu com eles?

- Quase todos morreram somente um escapou e vai passar o resto da vida atado a cadeira de rodas, pois seus golpes quebraram a coluna em vários pontos.

O major retorna e vê meu estado e rapidamente pede para que eu o siga até um carro da PM e num estilo de dirigir deverás rápido, ele me leva para uma igreja onde um padre bonachão está terminando de realizar a missa matutina de domingo, numa capela bonita, com uma entrada onde se via o símbolo daquele credo: A cruz. As pessoas saiam felizes dali, todas demonstrando felicidade no olhar e pude perceber que ali deveria ser algo que trouxesse paz.

O policial foi a minha frente, num passo rápido e direto, dava para escutar cada vez que ele pisava no chão tão forte que se ele estivesse há alguns quilômetros eu saberia e com esse gracejo mental me distrai enquanto caminhávamos alguns passos, ele foi entrando e vendo que todos já iam dirigiu ao padre um forte abraço e conversaram entre si a meia voz, não prestei atenção por estar maravilhada com os belos vitrais que ornavam os vitrais daquela antiga catedral, pinturas magníficas cercadas de um contexto que eu desconhecia, mas muito me agradavam.

Ele voltou até mim e me apresentou ao padre daquela catedral: Senhorita esse é o Padre Cícero Neves, ele concordou em lhe dar abrigo nos fundos da igreja, contanto que você mantenha longe da horta um grupo de marginais que vem vandalizar a casa de Deus e abrindo a carteira, entregou a mim um monte de dinheiro e disse: vá comprar umas roupas e um calçado bom e não se atreva a recusar o dinheiro, não é nem uma parte da recompensa que estávamos oferecendo para termos a nossa menina de volta e após eu pegar o dinheiro me abraçou e saiu dali rapidamente, o padre sem dizer nenhuma palavra foi me levando pela mão até o local onde eu iria passar a morar por um tempo até ter onde me estabelecer.

Era um barraco nos fundos da igreja, próximo a rua dos fundos, uma casa pequena com banheiro e quarto somente, ele me levou até lá e saiu para resolver seus problemas e assim deixei a bolsa que carrego comigo sempre e deitei naquele colchão macio e velho e dormi profundamente.

Enquanto os eventos acima descritos ocorriam uma figura misteriosa recebia uma ligação num celular criptografado:

- Olá especialista, tem alguma pista do seu alvo?

- Não, senhor! O motorista do ônibus está internado no hospital com estafa mental e o cobrador sumiu desde aquela viagem.

- Lembre se que você só será pago quando entregar ela em Brasília, se possível for viva, se precisar de auxílio mando mais duas divisões para você poder captura – la saiba que essa sua operação está me custando muito e quanto mais rapidamente você terminar será melhor!

- Sim senhor! Estou saindo daqui de Itumbiara hoje ainda e vou em direção a capital desse estado, no caminho daqui até lá é onde provavelmente essa assassina está escondida.

- Certo, fico no aguardo de notícias melhores em breve.

Terminando aquela ligação o homem vestido com a máscara que tanto perturbou nossa heroína ficou ali parado num hotel com vista para o rio, lindo daquela cidade e ficou lembrando como ele havia se metido nisso tudo, uma semana atrás.

Ele havia sido seqüestrado por oito divisões de elite dos fuzileiros e levado para dentro de um destróier da marinha brasileira estacionado próximo ao Rio de Janeiro, lá dentro tinha se encontrado com um homem careca de meia idade, um senhor vestido como árabe, que falava um português muito rebuscado e puxava constantemente na letra R.

- O senhor é o especialista, o maior mercenário do mundo?

- Talvez, quem quer saber? Disse ainda aturdido depois de ser atingido por vários dardos de sonífero.

- Eu quero saber e o motivo é simples tenho muito interesse que você ache para mim uma pessoa e traga a viva para mim.

- E quem seria?

- Essa pessoa que caiu na terra e se encontra agora no planalto central dessa nação. Ela carrega consigo vários itens que muito me interessam e estou disposto a lhe pagar três milhões de euros para que me traga ela viva.

- E caso eu me negue a fazer isso!

- Bem, pensei que perguntaria, você deve ter visto que no seu pescoço tem um colar pequeno fixo na sua veia do pescoço, caso você não queira entrar nessa missão, morre aqui e agora.

- Como você não me deu escolha, eu topo, mas quero total liberdade, equipamentos e quero saber tudo sobre esse tal alvo.

- Você terá tudo isso e mais, e saiu da sala, na mesma hora fui levado até uma pista de pouso anexa a base da marinha e de lá parti num avião b- 52 rumo ao planalto central, pelo visto as filhas de um senador da república tinham sido seqüestradas por um grupo terrorista e levada para a área onde meu alvo estava escondido, por isso minha presença se fazia necessária.

O piloto do avião saiu da cabine de comando quando o avião atingiu 6000 pés, me entregou um bracelete com a localização do meu alvo uma maleta cheia de armas e um para quedas e disse que assim que as luzes piscassem, eu pulasse rapidamente e que lá embaixo teria todas as instruções.

Vesti a roupa, coloquei o bracelete e pude ver o que estava se desenrolando no local por meio de imagens de satélite, atualizadas a cada trinta minutos. Os terroristas pareciam ter montado uma espécie de acampamento na base do monte para onde eu me dirigia, a viagem foi seguindo e eu acompanhei passo a passo as imagens do acampamento e pude ver o desenrolar de toda a cena, uma mulher parecia ter matado a todos e posto para correr as sentinelas na base do monte.

Uma mulher completamente nua apareceu nas fotos manejando uma pistola quarenta e cinco e eu a vi pelas imagens alvejar um dos terroristas por duas vezes e fiquei impressionado com a frieza que o meu alvo parecia ter.

As luzes se acenderam e seguindo as instruções eu pulei e a adrenalina liberada no salto aumentou meus sentidos e tudo parecia ficar mais amplo à medida que eu via no solo uma van preparada para me auxiliar, rapidamente puxei a corda e fui descendo segurando a mala e torcendo para poder começar logo essa maldita missão e assim pegar a grana e me livrar desse colar.

Ao chegar lá embaixo um homem com óculos profundo veio ao meu encontro e parecia estar nervoso, pois mal esperou eu retirar o equipamento para me dizer num tom histérico:

- duas divisões estão posicionadas, senhor Especialista, a moça estará encurralada em 18 minutos. O seu contratador deseja que ela não seja presa pelas tropas do exército e manda que você se apresse para capturar ela.

- Tudo bem, você tem um veículo preparado para me levar até lá, ou iremos nessa van de passeio?

- Ali está seu veículo: Uma moto com o sistema SNUD, nas laterais dela, saem mísseis balísticos de curto alcance e fora isso ela conta com um sistema de aceleração que usa a energia da gravidade para impulsionar você, próximo a velocidade do som.

- Ótimo, então estarei a caminho, preciso só ver as armas que me deram e parto em cinco minutos.

Abri a Maleta e lá dentro tinha uma espécie de bracelete que pelas instruções embutidas na mensagem aumentava a força do meu braço, além de uma pistola pequena que nas instruções rápidas que li tinha a propriedade de aumentar o campo gravitacional a níveis e um rifle de plasma muito poderoso que estava calibrado para desabilitar qualquer equipamento que ela viesse a utilizar, toquei em todos os equipamentos e já sabia como eles funcionavam, fiz o mesmo com a moto e fiquei impressionado ao perceber que aquela tecnologia muito provavelmente não pertenceria a Terra.

Armei-me e segui para o alvo, acionei o sistema de velocidade da moto e quase sou jogado dela se não tivesse preso pelos pés nas laterais, o caminho passou em minutos e durante o caminho, por azar cruzei com ela já indo longe num dos carros dos militares.

O problema da moto é que ela segue o alvo programado e somente muda de curso quando termina a primeira rota programada assim eu tive de chegar até o topo do monte onde a cena era aterradora, vários corpos de militares estavam espalhados no chão, vários deles sem a cabeça, o chão estava cheio de estilhaços de bomba e um lança granadas provavelmente dos militares tinha sido usado por ela para promover um verdadeiro massacre, nem mesmo nas guerras que eu já tinha visto anteriormente algo daquelas proporções não era comum e entre lamentos pude ver que somente um dos militares estava vivo, mas agonizava, pois a parte inferior do seu corpo estava toda esmagada, aproveitando que aquele homem ainda estava vivo, fui até ele e lhe perguntei o que havia ocorrido ali, ele nos seus últimos suspiros disse:

- Ela é um demônio, as balas não podem atravessa – la dizimou mais de quatro divisões e usou o corpo do general como prancha para descer até lá embaixo.

Agradeci pela informação e o matei com um soco no rosto que devastou o restante de sua energia, tive piedade e acabei assim com seu sofrimento.

Sai da moto e fui verificar a caverna, tendo a certeza que ela não iria longe, a cena lá dentro era aterradora, duas meninas estavam ali quase mortas em completo choque pelo que tinha acontecido, liguei para meu contratador do sistema de comunicação da moto e ele me permitiu salvar as meninas e assim eu peguei as garotas e coloquei as na lateral da moto, onde havia o espaço para carregar armas e travei bem as duas naquela posição, levando as até Crixás para que fossem tratadas decentemente, todos na cidade ficaram impressionados ao me ver e o comando para lidar com a crise, instalado próximo a cidade, procurou saber quem eu era, mas na mesma hora receberam uma ligação que mandou os me liberar de qualquer identificação.

O sistema de localização por satélite me avisou que ela prosseguia rumo à capital, ziguezagueando por toda a rodovia, desviando por pequenas rotas, enquanto os helicópteros do exército e assim ativei o sistema de aceleração da moto e sai seguindo pela rodovia de maneira reta esperando capturar ela usando minha arma de longa distância.

Não podia me aproximar, para não chamar a atenção dos militares, por isso usei uma das funções da moto que me permitiu ficar invisível tanto a olho nu quanto aos radares enquanto sobrevoava a pista seguindo em altíssima velocidade.

Em menos de uma hora reencontrei com o carro dela e diminui minha marcha, preparei para atirar, mas depois avaliei melhor a situação e decidi deixar a situação naquele momento ao alcance dos militares, esperava que a noite o ânimo dos homens do exército diminuísse, mas esqueci o quanto eles se irritam ao verem algum dos seus morrer, ainda mais no caso dela que tinha matado quase duzentos homens deles.

A perseguição se tornou fechada e em todos os pontos da rodovia, homens da polícia, exército e aeronáutica atacavam na com tudo o que tinham e como por milagre ela conseguia desviar, não posso dizer o mesmo das vitimas inocentes que apenas estavam no lugar errado na hora errada e durante o caminho vi vários carros reduzidos a cinzas causando um rastro de sangue e fogo durante aquela busca.

A noite se aproximou e o carro parecia já estar pegando fogo, quando ela chegou ao perímetro urbano de Goiânia e ela numa ação ousada jogou o carro para cima da barreira policial e provavelmente alguma granada que havia ali dentro causou um cogumelo de fogo de grandes proporções e uma nuvem de fumaça e desde então perdi a pista dela em meio a toda confusão que se seguiu, mas sei que nessa viagem de volta à capital, irei retomar sua pista e assim poder levar ela para aquele homem e curtir meu dinheiro.


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