Os
sonhos se dissipando refletiram na Terra, os humanos sem sonhar se
tornaram feras, metade da população foi morta em crimes banais no
primeiro ano, no segundo a noção de estado caiu, voltamos a viver
em tribos.
Cada
pessoa se tornou um verdadeiro assassino, cruel, sanguinário, nem
mesmo os super humanos conseguiam se desfazer da falta que os
conceitos oníricos do sonhar estavam lhe fazendo.
O
mundo foi descompondo e em meio a esse caos, a morte vagava pelas
cidades aumentando no hotel na cidade onde tudo começou seu número
de vítimas já era tão alto que o lugar estava se tornando um
templo de ossos.
Cada
parede estava recoberta de sangue, os espíritos presos em correntes
gritavam e seus gritos alimentavam uma mulher que com sua foice,
estava moldando o seu império.
A
morte estava livre para agir, os deuses e anjos não se preocupavam
com os assuntos mortais e os demônios preparavam sua guerra, todos
estavam ocupados esperando que a profecia de Apolo se cumprisse para
colocar a guerra em prática.
Aqueles
eventos estavam se tornando tão fortes, que afetaram a linha do
tempo, as pessoas enlouqueceram a tal ponto que o guardião do tempo
teve de intervir, quebrando a regra basilar do tempo: Há não
interferência nos eventos.
Ele
voltou no tempo, até no dia em que a morte do Cardoso ocorreu, ele
entrou pela porta do IML e antes que o perito cortasse o cadáver,
ele parou o tempo e tirou das mãos do médico o bisturi e cortou bem
no rumo onde os estilhaços tinham entrado.
Ao
analisar o material em meio a suas mãos percebeu que era Piraoni,
uma liga envenenada, feita na Arcádia que rompia a alma e o corpo,
destruindo o espírito de qualquer alvo que atingisse, mesmo que em
forma de estilhaços, ele sabia que a produção daquela liga era
obra de um artesão que morava no submundo, seu nome era Rhaonai e
vendia balas e outras armas daquele material para deuses, monstros e
demônios para quem pagasse melhor, em essência vital.
Ele
voltou no tempo e devolveu o bisturi para o perito, deixando aquele
lugar e abrindo um portal para a cidade do submundo.
O
mundo dos humanos é repleto de magia, as pessoas é que não sabem
ver em pequenos atos anormais, efeitos mágicos, por que se assim o
fizessem quebrariam sua lógica interna e perderiam o sentido de suas
vidas, pautadas na lógica dos cientistas, mas alguns conseguem ver a
verdade através do véu cético e esses sabem que por baixo de toda
cidade humana tinham portais para várias dimensões, portais e rotas
usadas por criaturas do bem e do mal para diversos fins.
O
Paradoxo acessou uma dessas entradas para a cidade mística de
Shangri – la, a cidade mística!
Encontrar
aquele mago artesão era fácil, bastava seguir a podridão, onde na
cidade fedesse mais ali estaria ele.