Era
uma noite de verão escaldante numa vila na Coreia do Norte, quando
os homens do partido chegaram, queriam a contribuição para o
partido, não se importavam com o fato que nada tinha sido produzido
por aquela vila, onde toda a força de trabalho jovem tinha sido
enviada para a capital para servirem nas fábricas do regime como
semi – escravos para a produção militar.
O
local foi saqueado e todos os bens de valor que restavam foram
levados pelos homens do regime, que agiram com truculência e mataram
qualquer um que minimamente tentou se defender, alguns até
estupraram as senhoras na frente dos seus maridos como uma forma de
tortura.
Uma
senhora idosa de idade avançada, foi brutalmente atacada pelos
homens que riam enquanto ela agonizava, contudo ela sobreviveu tempo
o bastante para contar para seu neto um segredo que carregava consigo
há muito tempo: Antes do partido comunista chegar, o avô dela era
lama de um templo budista muito antigo e foi confiado a ele o
trabalho de esconder uma relíquia muito antiga, uma espada que
poderia mudar o destino da Córeia e que seria a chave para encontrar
outras relíquias de igual poder.
Ela
lhe falou sobre o local onde estava escondida essa arma poderosa e
ele desafiando a autoridade do pai, que não queria perder seu filho
pequeno de apenas oito anos para as patrulhas do regime, ele saiu de
casa carregando somente alguma comida e um cantil de água, tinha um
pequeno arco feito improvisadamente de folhas de bambu e algumas
flechas que usava para matar ratos no celeiro da vila, mas que agora
eram sua única forma de defesa.
Dias
se passaram e ele foi avançando pela miséria de um país devastado,
sua comida se acabou e ele passou a comer pequenos roedores que
encontrava nos cemitérios, se alimentando dos corpos dos milhares de
fuzilados insepultos, avançava com cuidado, evitando as estradas por
ter medo dos homens maus e só ia as vilas depois de ter a certeza
que não havia presença da patrulha no local.
Foram
necessárias mais de vinte luas para ele chegar até o local onde
estaria a relíquia, ele entrou e logo viu que a patrulha estava indo
em sua direção, era um platô pequeno, mas que lhe permitiu ver que
os homens traziam seu pai amarrado no capô de um caminhão,
provavelmente tinha sido torturado para falar onde ele estava.
O
menino correndo como um alucinado, ia avançando pelo templo, pulando
nos pontos onde tinha armadilha, se esgueirando onde as passagens
eram estreitas até chegou a uma escada que descia para o subsolo,
estava escuro, e ele desceu tateando e lá de baixo podia ouvir os
soldados gritam que iriam mata – lo por trair ao grande líder,
dizendo que estuprariam sua mãe caso ele não aparecesse, ao ouvir
aquelas ameaças teve medo e quase recuou se entregando, mas depois
lembrou se que seus familiares já deveriam estar mortos e que cabia
a ele vinga – los, e foi descendo, quando chegou ao fim da escada
encontrou uma pequena porta, que abriu e rapidamente viu uma caixa em
chinês antigo, onde estava escrito, o imperador dragão manda forjar
essa arma que representa o espírito do povo da Coreia.
O
menino abriu a caixa e lá dentro encontrou um pequeno anel feito de
uma pedra mágica que continha caracteres antigos e quando ele pegou
aquele artefato, uma passagem se abriu, misticamente, ele correu com
aquele anel, e no instante em que atravessou o local, um poderoso
abalo devastou o local, enterrando todos os soldados ali dentro e
causando um tremor que foi sentido no mundo inteiro.
Rapidamente
noticiaram que se tratava de um teste nuclear feito ali naquela
localidade, mas desde então o líder da Coreia do Norte anda com
mais proteção e a espionagem se infiltrou nas vilas e cidades para
tentar descobrir o paradeiro daquele menino, cujo nome ninguém sabe,
mas que virou uma lenda e um motivo de esperança para aquele povo
oprimido pela tirania do comunismo.