quinta-feira, 30 de julho de 2015

O espirito da Coreia

Era uma noite de verão escaldante numa vila na Coreia do Norte, quando os homens do partido chegaram, queriam a contribuição para o partido, não se importavam com o fato que nada tinha sido produzido por aquela vila, onde toda a força de trabalho jovem tinha sido enviada para a capital para servirem nas fábricas do regime como semi – escravos para a produção militar.
O local foi saqueado e todos os bens de valor que restavam foram levados pelos homens do regime, que agiram com truculência e mataram qualquer um que minimamente tentou se defender, alguns até estupraram as senhoras na frente dos seus maridos como uma forma de tortura.
Uma senhora idosa de idade avançada, foi brutalmente atacada pelos homens que riam enquanto ela agonizava, contudo ela sobreviveu tempo o bastante para contar para seu neto um segredo que carregava consigo há muito tempo: Antes do partido comunista chegar, o avô dela era lama de um templo budista muito antigo e foi confiado a ele o trabalho de esconder uma relíquia muito antiga, uma espada que poderia mudar o destino da Córeia e que seria a chave para encontrar outras relíquias de igual poder.
Ela lhe falou sobre o local onde estava escondida essa arma poderosa e ele desafiando a autoridade do pai, que não queria perder seu filho pequeno de apenas oito anos para as patrulhas do regime, ele saiu de casa carregando somente alguma comida e um cantil de água, tinha um pequeno arco feito improvisadamente de folhas de bambu e algumas flechas que usava para matar ratos no celeiro da vila, mas que agora eram sua única forma de defesa.
Dias se passaram e ele foi avançando pela miséria de um país devastado, sua comida se acabou e ele passou a comer pequenos roedores que encontrava nos cemitérios, se alimentando dos corpos dos milhares de fuzilados insepultos, avançava com cuidado, evitando as estradas por ter medo dos homens maus e só ia as vilas depois de ter a certeza que não havia presença da patrulha no local.
Foram necessárias mais de vinte luas para ele chegar até o local onde estaria a relíquia, ele entrou e logo viu que a patrulha estava indo em sua direção, era um platô pequeno, mas que lhe permitiu ver que os homens traziam seu pai amarrado no capô de um caminhão, provavelmente tinha sido torturado para falar onde ele estava.
O menino correndo como um alucinado, ia avançando pelo templo, pulando nos pontos onde tinha armadilha, se esgueirando onde as passagens eram estreitas até chegou a uma escada que descia para o subsolo, estava escuro, e ele desceu tateando e lá de baixo podia ouvir os soldados gritam que iriam mata – lo por trair ao grande líder, dizendo que estuprariam sua mãe caso ele não aparecesse, ao ouvir aquelas ameaças teve medo e quase recuou se entregando, mas depois lembrou se que seus familiares já deveriam estar mortos e que cabia a ele vinga – los, e foi descendo, quando chegou ao fim da escada encontrou uma pequena porta, que abriu e rapidamente viu uma caixa em chinês antigo, onde estava escrito, o imperador dragão manda forjar essa arma que representa o espírito do povo da Coreia.
O menino abriu a caixa e lá dentro encontrou um pequeno anel feito de uma pedra mágica que continha caracteres antigos e quando ele pegou aquele artefato, uma passagem se abriu, misticamente, ele correu com aquele anel, e no instante em que atravessou o local, um poderoso abalo devastou o local, enterrando todos os soldados ali dentro e causando um tremor que foi sentido no mundo inteiro.
Rapidamente noticiaram que se tratava de um teste nuclear feito ali naquela localidade, mas desde então o líder da Coreia do Norte anda com mais proteção e a espionagem se infiltrou nas vilas e cidades para tentar descobrir o paradeiro daquele menino, cujo nome ninguém sabe, mas que virou uma lenda e um motivo de esperança para aquele povo oprimido pela tirania do comunismo.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...