quinta-feira, 23 de abril de 2015

Um pássaro chamado Harmonia


Havia em todo o reino uma ave que havia sido abençoada por Fortuna, um pássaro que trazia boa sorte para quem o tivesse ao seu redor, os reis sabendo disso procuraram prende – lo de todas as formas e meios possíveis.
Caçadores eram contratados a peso de ouro para buscar aquela ave e todos voltavam sem ela, o engraçado no entanto é que aquele pássaro só aparecia para pessoas simples, aquele ser místico parecia gostar das pessoas humildes e os abençoava os com momentos felizes.
Mais um dia um cavaleiro vindo das terras frias, onde o sol nunca brilha, veio para o reino e conseguiu capturar a ave que morreu de tristeza, enganada pelo ardil do caçador, ela se entregou para que ele não matasse a um bebê, mas não pode aguentar ser feita prisioneira e morreu ali mesmo na gaiola.
Fortuna então tirou sua venda e deixou o Olimpo e saiu entre os mortais a amaldiçoar a todos com pragas e dores diferentes, retirando cada um dos seus dons do mundo, até que nele só restasse agonia e pranto, guerra e morte.
Ela amava aquele pássaro que ela moldará de sua energia, ele era um filho para ela, seu nome era Harmonia e ele que trazia a paz, e mantinha os sorrisos no rosto das crianças, mesmo quando elas não tinham pelo que sorrir.
E a Terra perece até hoje, com suor tudo floresce, a humanidade não tem mais magia, o mundo perdeu o brilho dos tempos antigos e ganhou o cinza das chaminés, por que a ganância de alguns quis ter só para si, um dom que era para todos.
E é por isso que até hoje o norte amarga com o gelo e não tem mais primaveras, por que partiu dali a maldição de um rei que quis o pássaro só para si!

Triste fim de uma história apaixonada.


A história de hoje traz um belo casal apaixonado a vagar pela cidade, namorando, olhavam para as estrelas abraçados trocando juras de amor eterno bem perto do ouvido um do outro, era tarde mas os dois pareciam não prestar atenção ao tempo.
Eles pararam numa pracinha, deserta aquela hora e ficaram sentados ali num banco, era uma cidade pequena e ainda era seguro fazer aquele gesto arriscado, e ficaram ali por um longo período a admirar a lua, cantar canções apaixonadas e nessa paixão toda eles não escutaram disparos vindos da agência bancária da cidade.
Era uma localidade pobre, encravada no interior, que só tinha uma agência bancária, onde toda cidade depositava e recebia, na noite anterior o cofre tinha sido abastecido com quase cem mil reais para poder pagar as aposentadorias no dia seguinte.
Mas naquela noite um grupo de assaltantes invadiu a cidade em três carros e não esperavam que os vigias reagissem, não esperavam que Severino, um valente nordestino com uma mira implacável acertasse num dos tanques de combustível e pusesse mais da metade dos homens para ir ao inferno queimados vivos e acabasse destruindo os carros de fuga.
Tiveram de desistir do ataque quando seu número ficou menor que o dos policiais, sairão correndo pelas ruas da cidade indo parar na região da praça, onde o casal apaixonado estava.
Foram rapidamente cercados e vendo aquele casal ali, os dois assaltantes que tinham sobrevivido pegaram cada um como refém.
Os policiais agiram rápido e com o sangue quente pela ação vieram por trás deles e os atingiram na cabeça, no entanto, eles antes de cair dispararam suas armas, foram dois tiros nele, um deixou o com o ombro em cacos e feriu lhe o pé, enquanto nela atingiu somente um disparo bem na coluna deixando a tetraplégica em cima de uma cadeira de rodas para todo sempre.
O jovem foi para o hospital mas logo tinha voltado para a casa, ela porém ficou muito tempo entre a vida e a morte, e quando voltou sua família culpou o namorado pelo ocorrido e ela começou a sentir pena de si mesma e acabou o relacionamento daquele belo casal do começo da história, sem mais romances nem pracinhas.
Eles tiveram uma conversa onde ela com dificuldade mandou ele viver feliz, por que não aguentaria pensar que ele estava com pena dela, presa para sempre a uma condição quase vegetativa, não adiantaram argumentos, não adiantou nada, logo o apaixonado estava arrasado bebendo num bar e chorando tanto que a mesa já estava toda molhada, vários perguntaram o que estava acontecendo, mas ele não queria falar, queria beber para ter coragem de acabar com aquela dor, quando estava totalmente embriagado e mal conseguia andar quando chegou em sua casa, os pais tinham viajado para a casa de uma tia, não havia ninguém ali para impedir que aquela ideia podre na sua cabeça tomasse forma...
Com a letra trêmula ele escreveu um bilhete, jurando amor eterno a sua amada e dizendo que morreria para que ela visse a verdade de seus sentimentos.
Meia hora depois o corpo estava estendido no sofá, uma facada tinha sido dada no coração e a morte foi instantânea, os pais descobriram dois dias depois quando foram notificados pelos policiais que entraram na casa após uma denúncia dos vizinhos sobre o mal cheiro que havia ali.
Entregaram o bilhete apaixonado, borrado pelas lágrimas dele para a família que leu aquelas linhas tortas que deixaram na tão infeliz ao ponto de se entregar ao desespero, desistiu de lutar, de se exercitar, não tinha mais motivos para continuar aquela vida, seu coração carregava a culpa por aquilo que havia ocorrido e foi indo até que ela não passava de um ser estático na cama, se alimentando por sonda.
E passados quatro anos até seu coração desistiu de bater e ela foi a sepultura, por coincidência acabaram enterrados lado a lado no cemitério, um fim trágico para uma história de amor...
Todos os assaltantes foram mortos juntamente com o amor daquele jovem casal...

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...