segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Um erro que demorei para consertar.



Fui contratado há uns tempos atrás, para matar um rapaz que estava namorando a filha de um importante senador.
A mocinha vivia fugindo com ele e já não era mais virgem e o cara vivia arrancando dinheiro dela para poder se manter e pagar uma vida de luxos.
A idiota já tinha vendido até mesmo algumas joias, e seu pai já havia espancado a com alta violência, mas nada adiantou, humanos quando se apaixonam se tornam tão idiotas que esquecem qualquer senso de lógica.
Eu o encontrei na porta da faculdade, num carro que fedia a maconha, era um sujeito com cara de modelo e corpo malhado, com meus poderes telepáticos pude entrar na mente dele e vi que estava defronte ao alvo certo.
Contudo estava tão apressado para acabar com aquilo que nem procurei saber se ele estava sozinho ou não naquele carro, quebrei sem fazer barulho a tampa do tanque de combustíveis, coloquei lá dentro e coloquei um pedaço de pano e acendi, rapidamente me afastei e pude ver a explosão escondido em meio a umas árvores.
Assistia a tudo com incrível prazer, o fogo me fascinava era inebriante, quando um detalhe me fez perceber que eu tinha feito merda: Vi dois corpos saindo do carro, um deles tinha o porte do homem e ao sair tentou rolar no chão, o segundo corpo em chamas era de uma moça e de longe pude ver uma joia que ela carregava no pescoço, um pingente com o brasão da família.
Fugi dali o mais depressa possível e mudei minha atuação para outro cemitério, o pai da moça, figurão importante mandou a divisão especial da ABIN vir atrás de mim.
Eles me encontraram algumas semanas depois em um bar na necropóle paulista, onde alguns mortos vivos se reuniam para se divertir.
Foi uma pancadaria generalizada, eles abriram fogo com balas de prata, usaram granadas embebebidas em poções de cura, mas nada daquilo fez o menor efeito.
Eu joguei uma garrafa de veneno em um deles, a soda que fazia parte da composição do produto espirrou na cara dele que saiu correndo com o rosto se decompondo, outros monstros entraram na parada e vários agentes especiais acabaram virando comida de vampiros.
Acertei um segundo no maxilar com um pé de mesa de mogno e em seguida quebrei todos os dentes da boca daquele merda.
E assim foi, até que todos os que foram mandados para me prender estavam mortos.
Alguns se alimentavam do sangue, outros comiam a carne e as vísceras, e eu aproveitei a situação para esquartejar alguns inimigos abatidos e repor meus ossos que haviam sido destruídos.
Tirei os ossos e peguei um terno e algumas armas dos mortos e sai dali pagando com alguns quilos de ouro ao dono do bar pelos prejuízos e dando algum a mais para ele distribuir uma rodada de bebidas para que eu pudesse sair dali em tranquilidade.
Tinha um objetivo: Matar o senador! Sabia que tinha sido por ordem dele que aqueles homens haviam vindo atrás de mim, ninguém sabia o paradeiro daquele poderoso figurão da república, que vivia numa extrema paranóia sobre sua segurança. Mas sua esposa era uma socialite que vivia em festa e badalações, e após passar na banca de jornais, onde o Pedro, que era o dono e lia cada um dos jornais que vendia me deu a informação de que ela estaria numa festa ali em São Paulo mesmo, do outro lado da cidade.
Era uma inauguração de um projeto social, um cocktail para ricos culpados que querem gastar seu dinheiro com obras sociais, ao invés de buscarem ampliar sua grana ou torrar tudo com farras e bebidas, pedi uma carona para um amigo que dirige o carro de uma funerária que me deixou lá em apenas vinte minutos mesmo sob um caos de engarrafamento.
O local tinha tanta luz e frescuras que fiquei quase cego, vi aquela frescura toda de um beco próximo e segui pelo acesso dos funcionários, quando topei com um garçon que fumava do lado de fora, xingando aqueles ricos e famosos metidos a besta. Ele nem me percebeu até ser tarde demais, acertei o com uma barra de ferro na cabeça que acaba se aprofundando no seu crânio. Peguei a roupa que ele estava e fui entrando.
Ao chegar a porta, vi uma bandeja cheia de garrafas de champagne e vários funcionários trabalhando sem parar. Peguei a bandeja e a coloquei sob uma das chamas dos fogões industriais que ali estavam e antes que as pessoas pudessem me notar, já estava correndo para fora dali, as garrafas explodiram levando toda a segurança do local a ir lá verificar o que estava acontecendo.
Eu fui avançando, usando meus poderes para saber onde estava meu alvo. Encontrei a sentada em um camarote especial, só tinha um segurança a protegendo. E quando eu cheguei no corredor precisei apenas faze - lo sair com uma ilusão mental de que havia alguém o chamando lá embaixo, ele ficou tão impressionado que se suicidou na frente das madames que conversavam sobre a moda de Paris e sairão correndo para fora ao verem a cena do segurança se matando.
Ao saírem toparam comigo, muitas desmaiaram na hora, mas a que eu desejava entrou em pânico, peguei a e sai carregando a como um saco, sua mente tinha entrado em parafuso ao me ver, esperava contudo que após algumas torturas ela me contasse o que eu desejava saber.
Os seguranças estavam tão sem entender meu ataque que ao invés de voltarem para o camarote especial, foram até o andar debaixo, verificar os gritos que vinham dali e constataram somente, um cara com o crânio quebrado em vários pontos após cair de uma altura de quase vinte metros. Tive tempo de descer pelas escadas de incêndio e me evadir dali por uma entrada para o esgoto, que fechei após entrar dentro e jogar o corpo da mulher na água podre.
Andei alguns quarteirões dentro dos dutos de esgoto, estava bastante apertado, ainda mais que eu vinha carregando a esposa do senador, que aquela hora já deveria ter posto todos os homens e monstros com coragem para me caçar em minha pista.
Cheguei a uma ligação entre os dutos, onde havia mais espaço, cortei dois fios de telefone que passavam ali por baixo, amarrei a e recuperei a sanidade dela, após alguns minutos com meus poderes telepáticos.
Quando voltou a si, ela urinou se de medo e eu fiz a pergunta de onde estava o marido dela? Ela me contou que aquele gordo, idiota vivia no prédio mais alto da avenida Paulista um local que tinha toda sorte de segurança, só saia dali por meio do heliponto e nunca jamais permitia a entrada de pessoas não autorizadas, a construção era a sede de todos os seus negócios e ali dentro todos os funcionários eram totalmente monitorados.
Após ela falar tudo o que eu queria, chutei a na altura do rim e quando ela se contraiu de dor, cravei minha faca na sua cabeça.
Deixando a ali como aperitivo para os ratos, fui andando pela rede de esgoto, até sair no rio Tietê, fui caminhando calmamente até um vampiro que comerciava armas, munições e explosivos e comprei dele vinte quilos de um sentex, com detonador remoto.
Novamente chamei o papa defunto que me deixou perto do local próximo das sete da manhã. A mulher tinha razão, era uma verdadeira fortaleza, o número dos seguranças, ultrapassava uma centena e seu armamento era muito poderoso, contudo haviam prédios históricos ao redor, por  onde eu poderia entrar e foi isso que eu fiz.
Era um prédio histórico bem na ponta da Paulista, que ele tinha comprado do estado e passado para seu nome usando uma série de buracos na lei e a conivência de alguns funcionários, conseguida com subornos.
A obra tinha custado muito caro, mas para minha sorte os alicerces apesar de reforçados com algumas colunas de aço eram os mesmos, quebrei o portão de uma igreja próxima e fiquei de uma das janelas olhando a movimentação, quando os guardas trocaram o turno, as oito da manhã, eu pulei para cima do muro e após ver o ponto cego da câmera de segurança, entrei no estacionamento e posicionei o explosivo bem na pilastra central do estacionamento e em mais duas próximas.
Gastei somente alguns segundos ali dentro, no entanto acabei sendo visto por um dos alarmes, sai correndo e quando estava novamente no muro detonei as cargas.
Os carros que estavam estacionados ali serviram como ampliadores do raio da explosão e a estrutura do estacionamento cedeu, derrubando todo o prédio, mas para o azar dele, o senador não estava ali, tinha ido para Brasília naquela madrugada ajudar o governo numa votação díficil e havia adormecido no seu apartamento funcional, que usava somente quando precisava realmente ir.
A manchete da implosão do prédio foi destaque no Brasil e no mundo, diversos jornais começaram a xeretar e após alguns meses, onde o corrupto maldito ficou me caçando, ele foi preso por diversos crimes apurados pelo ministério público, e ai foi fácil acabar com meus problemas: Apenas precisei ligar para um bandido, que já havia me contratado, e pedir que ele me fizesse um favor, espalha - se na prisão que o senador preso era pedófilo.
Semanas depois os noticiários passavam a morte do mesmo, haviam arrombado seu ânus e matado o após com mais de cinquenta facadas. E só após isso eu pude ter alguma paz, os filhos do político estavam se lixando para o fato da morte dele, posso dizer que a fortuna acumulada pelo pai, deixou os bastante felizes e creio que se soubessem ser eu o mandante daquela morte ficariam até bem satisfeito pelo meu trabalho.
_ Desde então tomei por regra nunca mais me meter em assuntos desse tipo, dá muito trabalho e acaba que se torna preciso matar gente demais, o que traz atenção demais para o fato bem simples e que a humanidade ignora: Eles não são os únicos a habitar essa droga de planeta! E são tal como outros animais, cardápio para seres da noite!

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...