sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Segredo Lunar

 Roswell 1970

Tenente Coronel Jackson Davids.

Responsável pela farsa do homem ir a lua em 20 de julho de 1969.


O homem nunca foi a lua.
Na verdade a lua veio até nós.
Meses antes da farsa acontecer. O alto comando recebeu uma mensagem de rádio vinda de fonte desconhecida.
O áudio dizia: Jamais saíam do seu planeta.
Inicio essas palavras com a certeza que serei considerado louco, traumatizado e que quando isso chegar a ser publicado não terei nenhuma honra ou credibilidade. Mas quero apenas afirmar que cada palavra é verdade e foi vivida por mim em seus mínimos detalhes e dissabores.
Os generais consideraram tudo aquilo como apenas uma tentativa de desinformação por parte dos soviéticos.
Alguns mais nervosos ordenaram que se fizesse um pente fino para buscar a fonte daquela piada.
No entanto alguns homens da Casa Branca, mais receosos do que pragmáticos. Mandaram a todos que preparassem uma grande peça de teatro.
Eu fui escolhido como responsável para recrutar os melhores técnicos e preparar o filme que iria ser exibido.
Para corroborar a farsa, um satélite com tecnologia de fotografia iria tirar fotos do planeta do alto.
Gastaram se meses, alguns testes foram feitos. O grande público estava atônito. Os astronautas eram os heróis do momento.
Ninguém sabia que aqueles homens na verdade foram apenas peões sacrificados.
A nave não tinha combustível para voltar, caso eles conseguissem sair fora da nossa atmosfera.
No dia especificado pelas autoridades, os astronautas partiram. Logo perdemos a comunicação com a nave.
Concluí a peça, garantindo que cada membro da equipe, incluindo os autores ficariam calados em troca de dinheiro.
Soube que alguns não cumpriram o contrato e acabaram sendo mortos rapidamente pelo governo.
Confesso que assisti com orgulho minha farsa sendo transmitida por todas as TVS.
Nada me deixou mais feliz. O sacrifício não seria vão.
No entanto algo me fez ficar preocupado. Os homens sobreviveram e foram para a lua de verdade. Isso não era possível segundo os cientistas.
Nenhuma estrutura de metal seria capaz de sobreviver a pressão do espaço.
Eu fui convocado as pressas para estar presente na reentrada. Quando os homens descessem iria instrui-los sobre como proceder. E caso fossem alienígenas preparar dublês com capacidade para substitui-los nas aparições públicas.
A cápsula que os trouxe de volta caiu em solo, no deserto do Texas, a outra cápsula que caiu no mar, foi solta de um avião B17 horas depois de descobrirmos algo terrível.
Dentro da cápsula não haviam pessoas. Mas sim pequenos seres parecidos com cães.
As criaturas fora do contato com o sol pareciam apenas doces filhotes de cachorro.
Mas um dos militares ao tirar o animal da cápsula semi incendiada, o expôs ao sol e o que vimos foi um crescimento assombroso.
A pequena criatura duplicou de tamanho em instantes. Sua ferocidade era impressionante, quase dizimou a todos, as balas pareciam não afeta - la, foi quando um dos soldados em seus momentos finais sacou uma granada e jogou dentro da boca daquela maldita fera.
A explosão fez voar as entranhas do ser em todos nós. Ficamos ensopados com aquilo e por várias semanas continuei com aquele cheiro de enxofre e metano.
Enquanto a população ouvia espantada sobre a experiência lunar dos nossos sósias rapidamente ensaiados, em uma transmissão com as perguntas previamente preparadas.
Nós na atual área 51. Anteriormente, chamada de zona de isolamento, preparávamos uma operação de contenção.
Foi apagado o incêndio nos restos da cápsula. As criaturas foram acomodadas em caixas de chumbo isoladas, usadas para conter outros espécimes advindos de acidentes com OVNIS anteriormente registrados.
Sua contenção foi feita na base alfa, dentro de um complexo de proteção dividido em sete níveis.
Na zona superior haviam baterias de mísseis, sistemas de radar, duas unidades especiais.
Nas zonas inferiores, as portas eram de titânio reforçado e cada centímetro era monitorado por lasers.
A alimentação dos espécimes ficava a cargo de alguns dos cientistas militares mais renomados da nação.
Foram realizados testes clínicos, testes de senciência e de inteligência e todos se mostraram aptos no mesmo nível de um cachorro.
Tudo o que podia ser previsto naquela época foi feito, mas não era o bastante. 
De algum modo, duas noites depois de sua entrada na base as criaturas conseguirão escapar.
Não se sabia como, foi emitido um alerta vermelho, a casa branca foi avisada e o país inteiro colocado em alerta.
O medo do espaço era tão real quanto o medo dos comunistas. E assim cada um dos que trabalharam naquele lugar foi detido preventivamente para a segurança da nação.
Escrevi essas palavras na prisão a que fui submetido. Nos intervalos, entre limpezas de celas aliens, ou surras dos membros da cia para nos fazer confessar ou as humilhações dos outros comandantes que chegavam até a virar baldes de merda na minha cabeça somente pelo prazer de rir.
Foi preciso trinta anos para eu ser libertado. Afinal agora todos os que eu amava me odeiam e eu não passo de um desonrado sem nada, nem mesmo uma aposentadoria.
Considero essas palavras como minha última vingança.
Trabalhei muito para mandar via correio uma cópia disso para cada jornal decente do país.
Talvez nesses novos tempos, a imprensa tenha deixado de ser a grande mão para se tornar algo livre.
E se pensam que sou apenas louco, diria para fazerem perguntas aos sósias que ainda estão vivos, questione os sobre suas dívidas antes de entrarem para o jogo, pergunte sobre como eles eram conhecidos no cinema da época. Procurem quem foi o mecânico em Casa Blanca e verão um rosto muito famoso dos astronautas de araque.

Perdão a nação.
Perdão a minha esposa e filho.

Daily Herald, Boston. 01/02/1990 

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Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...