O sanatório Santa Gertudres era parte da Santa Casa.
Tinha um péssimo histórico de abusos e maus tratos, porém não era fechado, pois nada havia sido provado.
Os internos eram constantemente submetidos a tratamentos arcaicos como choque e alguns acabavam sendo surrados pelos dois enormes enfermeiros: Fred e Alberto. Dois monstros gigantescos que mal sabiam conversar, porém eram ótimos em soltar socos e pontapés.
Nesse inferno eu era apenas um estagiário. Repleto de sonhos e com muitos ideais.
Reclamava e tentava impedir aquilo mas precisava do estágio e quando comecei a incomodar me ameaçaram corta - lo.
Decidi então me conter e fiquei calado vendo cenas degradantes. Comecei a gravar tudo e a tomar notas em um pequeno caderno.
Tirei fotos dos alimentos mofados e dos machucados feitos em um senhor com esquizofrenia, cujos dentes tinham sido arrancados com um bastão, quando este gritou demais para não receber a medicação.
Nesse ambiente hóstil eu tomava cuidado com tudo que falava ou fazia.
Mantinha uma postura indiferente perante os médicos e enfermeiros.
Só me permitia relaxar quando andava pelos corredores ou ia ao arquivo.
Uma parte isolada do prédio. A estrutura daquele local era muito antiga. Fichas de pacientes e ratos viviam unidos e em algumas caixas, as folhas com os relatórios dos pacientes haviam virado ninho para ratazanas.
Numa de minhas pesquisas achei uma antiga planta do prédio. Mostrava que haviam muitos outros leitos.
Aquilo, no entanto, não aparecia em lugar nenhum.
No mesmo instante decidi entrar naqueles antigos túneis.
Confesso que não acreditava que iria pessoas ali. Apenas esperava dar um passeio pelo passado do tratamento psiquiátrico.
Minutos depois vasculhando próximo ao jardim, encontrei um alçapão. Entrei por ele tomando todo cuidado e ali embaixo nos corredores no subsolo algo chamou minha atenção: Havia luz elétrica ali!
E não só isso. As paredes estavam caiadas e não tinha o menor sinal de bolor ou algo parecido.
Um misto de medo e curiosidade passou pelo meu corpo. Sentia ondas de choque percorrendo cada pedaço de mim.
Fechei o alçapão com cuidado e fui caminhando por ali.
Em cada cela havia pacientes insanos. Homens e mulheres de boa aparência, mas que viviam completamente insanos.
Alguns ao me verem passar se esconderam, outros começaram a rezar. Uma gritou e por fim outra apenas me pediu socorro.
Era uma jovem bonita, loira de profundos olhos azuis.
Me contou que seu tio a tinha internado ali para a roubar.
Que ela vivia dopada e sendo estuprada.
Tinha tentado suicídio, mas falhara.
Eu acreditei nela e tentei ajuda la. Mas a porta com grades de aço mal se movia.
Procurei algo que pudesse usar para abrir quando um dos enfermeiros grandalhões apareceu, carregava um carrinho repleto de comida e remédios. Eu me escondi num canto. Sentia minha respiração tensa e meu coração doía muito.
Quando ele se aproximou do quarto 10 tirou a calça e a cueca abriu a porta e entrou.
Nem teve o cuidado de trancar a porta. A jovem começou a gritar por socorro.
Eu corri até o carrinho, peguei um sedativo poderoso, coloquei o na seringa e entrei no quarto.
Ele tinha cercado a paciente do outro lado e se divertia a beijando lascivamente enquanto tentava arrancar lhe o roupão.
Nem deu importância a minha presença até sentir a agulha cravando em seu pescoço.
Ele rugiu como um urso e num soco me jogou do outro lado do quarto.
Avançava em minha direção devagar. O sedativo o fazia cambalear e por dois minutos ele ficou assim.
Minha cabeça sangrava muito. E eu fiquei com a visão turva.
Nesse meio tempo ele caiu e a moça com um bisturi que achou no bolso do enfermeiro cortou o genital dele com um sorriso macabro e o enfiou dentro da sua garganta, afundando bem.
Logo o enfermeiro morreria com falta de ar.
Mas isso pouco me importava. Quando recobrei os sentidos vi ela em minha frente, preocupada comigo. Rapidamente decidi que ela precisava sair dali.
Corri em frenesi pelo corredor. Eu e ela vestindo apenas um roupão.
Por sorte tínhamos a chave dali e saímos disfarçadamente. Já era noite e logo alguém viria procurar o enfermeiro abusador.
Andávamos como se fossemos rumo a enfermaria tomar remédio. O guarda do turno da noite era um cearense quase cego que quase todos os dias me via sair dali tarde da noite.
Apenas disse que a moça precisava ser medicada e ele abriu o portão. Andamos rumo a enfermaria por alguns passos. Mas logo que ele voltou a sua posição avançamos para o vestiário.
Abri a porta do local com facilidade e mudamos de roupa.
Por sorte ali eram guardadas as roupas dos pacientes para que não se enforcassem nelas.
Eu vesti um camiseta simples e sapatos e ela um vestido reto e justo. Como não havia roupa íntima em nenhum lugar ficou a mostra o bico dos seus seios e confesso que me senti excitado vendo aquela cena.
Naquele instante no entanto um alarme tocou. Era o de fugas. Demoraria 5 minutos até o portão ser avisado.
Corremos até a garagem. Ela abraçou em mim quando montamos na moto, no instante que senti o calor do corpo dela próximo do meu correu me uma onda de adrenalina . Acelerei e pulei a cancela antes dela fechar.
Corri como louco. A moto parecia um raio na estrada.
Fui até minha casa há alguns quilômetros dali. Peguei tudo que havia de provas contra o sanatorio e corri para a sede do ministério público.
Fui com a jovem e invadi a sala do promotor gritando que iríamos ser mortos se não falassemos com ele.
Eu e ela contamos tudo. Mostrei as provas.
Aquilo fez o velho homem se sentir enojado.
Abriu se ali um processo que acabaria por afetar até o governador.
Dois adversários políticos tinham sido internados ali. Além do manicômio aceitar suborno para internar pessoas contra vontade.
Quando saíamos daquele gabinete senti a jovem bastante envergonhada. Ainda estava sem sutiã e viu se cercada de homens por todos os lados.
Nessa hora tirei minha camisa e enrolei ao redor do seu colo de modo que ela me agradeceu com um sorriso sem graça.
Depois de todo escândalo e alguns encontros depois começamos a namorar. E hoje ela é minha esposa.
Eu jamais completei o estágio. Acabei virando perito e investigador e vivo ajudando esposas a saber a verdade das traições dos maridos. E amanhã irá nascer meu primeiro filho: João.
Escrevo essa história no meu diário para que ele saiba como seus pais se conheceram quando for mais velho.
Tinha um péssimo histórico de abusos e maus tratos, porém não era fechado, pois nada havia sido provado.
Os internos eram constantemente submetidos a tratamentos arcaicos como choque e alguns acabavam sendo surrados pelos dois enormes enfermeiros: Fred e Alberto. Dois monstros gigantescos que mal sabiam conversar, porém eram ótimos em soltar socos e pontapés.
Nesse inferno eu era apenas um estagiário. Repleto de sonhos e com muitos ideais.
Reclamava e tentava impedir aquilo mas precisava do estágio e quando comecei a incomodar me ameaçaram corta - lo.
Decidi então me conter e fiquei calado vendo cenas degradantes. Comecei a gravar tudo e a tomar notas em um pequeno caderno.
Tirei fotos dos alimentos mofados e dos machucados feitos em um senhor com esquizofrenia, cujos dentes tinham sido arrancados com um bastão, quando este gritou demais para não receber a medicação.
Nesse ambiente hóstil eu tomava cuidado com tudo que falava ou fazia.
Mantinha uma postura indiferente perante os médicos e enfermeiros.
Só me permitia relaxar quando andava pelos corredores ou ia ao arquivo.
Uma parte isolada do prédio. A estrutura daquele local era muito antiga. Fichas de pacientes e ratos viviam unidos e em algumas caixas, as folhas com os relatórios dos pacientes haviam virado ninho para ratazanas.
Numa de minhas pesquisas achei uma antiga planta do prédio. Mostrava que haviam muitos outros leitos.
Aquilo, no entanto, não aparecia em lugar nenhum.
No mesmo instante decidi entrar naqueles antigos túneis.
Confesso que não acreditava que iria pessoas ali. Apenas esperava dar um passeio pelo passado do tratamento psiquiátrico.
Minutos depois vasculhando próximo ao jardim, encontrei um alçapão. Entrei por ele tomando todo cuidado e ali embaixo nos corredores no subsolo algo chamou minha atenção: Havia luz elétrica ali!
E não só isso. As paredes estavam caiadas e não tinha o menor sinal de bolor ou algo parecido.
Um misto de medo e curiosidade passou pelo meu corpo. Sentia ondas de choque percorrendo cada pedaço de mim.
Fechei o alçapão com cuidado e fui caminhando por ali.
Em cada cela havia pacientes insanos. Homens e mulheres de boa aparência, mas que viviam completamente insanos.
Alguns ao me verem passar se esconderam, outros começaram a rezar. Uma gritou e por fim outra apenas me pediu socorro.
Era uma jovem bonita, loira de profundos olhos azuis.
Me contou que seu tio a tinha internado ali para a roubar.
Que ela vivia dopada e sendo estuprada.
Tinha tentado suicídio, mas falhara.
Eu acreditei nela e tentei ajuda la. Mas a porta com grades de aço mal se movia.
Procurei algo que pudesse usar para abrir quando um dos enfermeiros grandalhões apareceu, carregava um carrinho repleto de comida e remédios. Eu me escondi num canto. Sentia minha respiração tensa e meu coração doía muito.
Quando ele se aproximou do quarto 10 tirou a calça e a cueca abriu a porta e entrou.
Nem teve o cuidado de trancar a porta. A jovem começou a gritar por socorro.
Eu corri até o carrinho, peguei um sedativo poderoso, coloquei o na seringa e entrei no quarto.
Ele tinha cercado a paciente do outro lado e se divertia a beijando lascivamente enquanto tentava arrancar lhe o roupão.
Nem deu importância a minha presença até sentir a agulha cravando em seu pescoço.
Ele rugiu como um urso e num soco me jogou do outro lado do quarto.
Avançava em minha direção devagar. O sedativo o fazia cambalear e por dois minutos ele ficou assim.
Minha cabeça sangrava muito. E eu fiquei com a visão turva.
Nesse meio tempo ele caiu e a moça com um bisturi que achou no bolso do enfermeiro cortou o genital dele com um sorriso macabro e o enfiou dentro da sua garganta, afundando bem.
Logo o enfermeiro morreria com falta de ar.
Mas isso pouco me importava. Quando recobrei os sentidos vi ela em minha frente, preocupada comigo. Rapidamente decidi que ela precisava sair dali.
Corri em frenesi pelo corredor. Eu e ela vestindo apenas um roupão.
Por sorte tínhamos a chave dali e saímos disfarçadamente. Já era noite e logo alguém viria procurar o enfermeiro abusador.
Andávamos como se fossemos rumo a enfermaria tomar remédio. O guarda do turno da noite era um cearense quase cego que quase todos os dias me via sair dali tarde da noite.
Apenas disse que a moça precisava ser medicada e ele abriu o portão. Andamos rumo a enfermaria por alguns passos. Mas logo que ele voltou a sua posição avançamos para o vestiário.
Abri a porta do local com facilidade e mudamos de roupa.
Por sorte ali eram guardadas as roupas dos pacientes para que não se enforcassem nelas.
Eu vesti um camiseta simples e sapatos e ela um vestido reto e justo. Como não havia roupa íntima em nenhum lugar ficou a mostra o bico dos seus seios e confesso que me senti excitado vendo aquela cena.
Naquele instante no entanto um alarme tocou. Era o de fugas. Demoraria 5 minutos até o portão ser avisado.
Corremos até a garagem. Ela abraçou em mim quando montamos na moto, no instante que senti o calor do corpo dela próximo do meu correu me uma onda de adrenalina . Acelerei e pulei a cancela antes dela fechar.
Corri como louco. A moto parecia um raio na estrada.
Fui até minha casa há alguns quilômetros dali. Peguei tudo que havia de provas contra o sanatorio e corri para a sede do ministério público.
Fui com a jovem e invadi a sala do promotor gritando que iríamos ser mortos se não falassemos com ele.
Eu e ela contamos tudo. Mostrei as provas.
Aquilo fez o velho homem se sentir enojado.
Abriu se ali um processo que acabaria por afetar até o governador.
Dois adversários políticos tinham sido internados ali. Além do manicômio aceitar suborno para internar pessoas contra vontade.
Quando saíamos daquele gabinete senti a jovem bastante envergonhada. Ainda estava sem sutiã e viu se cercada de homens por todos os lados.
Nessa hora tirei minha camisa e enrolei ao redor do seu colo de modo que ela me agradeceu com um sorriso sem graça.
Depois de todo escândalo e alguns encontros depois começamos a namorar. E hoje ela é minha esposa.
Eu jamais completei o estágio. Acabei virando perito e investigador e vivo ajudando esposas a saber a verdade das traições dos maridos. E amanhã irá nascer meu primeiro filho: João.
Escrevo essa história no meu diário para que ele saiba como seus pais se conheceram quando for mais velho.