A casa no fim da rua sempre esteve
fechada. Desde que mudei para essa cidade nunca soube de moradores
naquela antiga mansão.
Era uma casa em estilo colonial, feita
de pedra maciça que estava em ruínas.
Ouvia os garotos mais velhos contarem
histórias terríveis sobre aquela mansão. Falavam de uivos,
fantasmas e desaparecimentos. Mas eu sabia que eles gostavam de
mentir para assustar.
Minha mente sempre foi curiosa e nunca
fui de ter medo. E logo vim a me interessar pela antiga construção.
Fui a biblioteca da cidade e comecei a
perguntar aos velhos que eu conhecia sobre a real história que havia
ocorrido ali.
Mas ao invés de me contar a verdade,
se evadiam com meias palavras e mudavam de assunto.
Aquila ausência de fatos, era como um
convite para eu saber mais. Certo dia não voltei para a casa depois
da escola.
Resolvido a descobrir o mistério,
pulei o velho muro, o jardim era seco, e por todo lado via se pedaços
da construção que parecia estar prestes a desmoronar.
Dei a volta na casa, fotografando cada
detalhe do exterior, na esperança de saber mais sobre ao pesquisar
na internet.
Pus meu celular no bolso e abri a
porta. Era uma antiga porta de carvalho reforçada com uma espécie
de brasão entalhado na maçaneta e nos umbrais.
Na hora que abri senti um forte
cheiro de mofo e um outro odor que não sei precisar, fugi dali e
alguns passos depois fiquei paralisado de puro horror, estava próximo
ao muro e dali podia ver as janelas da casa, e quando olhei para uma
delas no lado esquerdo da casa, senti algo me olhando.
Fiquei paralisado e devo ter caído
desmaiado e só me recordo de acordar completamente cego.
Apalpei o chão e sentir a poça de
sangue que tinha formado ao meu redor. E ouvir uma risada e alguém
gritar as seguintes palavras: “Nephesh Adah Kelin.”
Os policiais foram acionados por algum
vizinho ao ouvir meus gritos. Não sei de mais nada, não lembro de
mais nada. Minha mente volta novamente para aquela cena macabra
todas as noites e me recordo da voz em minha mente.
Depoimento do garoto Mateus Silva,
durante suas sessões.
Doutor Abdul Alhazred
Anexado ao inquérito policial