sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Sangue



A casa no fim da rua sempre esteve fechada. Desde que mudei para essa cidade nunca soube de moradores naquela antiga mansão.
Era uma casa em estilo colonial, feita de pedra maciça que estava em ruínas.
Ouvia os garotos mais velhos contarem histórias terríveis sobre aquela mansão. Falavam de uivos, fantasmas e desaparecimentos. Mas eu sabia que eles gostavam de mentir para assustar.
Minha mente sempre foi curiosa e nunca fui de ter medo. E logo vim a me interessar pela antiga construção.
Fui a biblioteca da cidade e comecei a perguntar aos velhos que eu conhecia sobre a real história que havia ocorrido ali.
Mas ao invés de me contar a verdade, se evadiam com meias palavras e mudavam de assunto.
Aquila ausência de fatos, era como um convite para eu saber mais. Certo dia não voltei para a casa depois da escola.
Resolvido a descobrir o mistério, pulei o velho muro, o jardim era seco, e por todo lado via se pedaços da construção que parecia estar prestes a desmoronar.
Dei a volta na casa, fotografando cada detalhe do exterior, na esperança de saber mais sobre ao pesquisar na internet.
Pus meu celular no bolso e abri a porta. Era uma antiga porta de carvalho reforçada com uma espécie de brasão entalhado na maçaneta e nos umbrais.
Na hora que abri senti um forte cheiro de mofo e um outro odor que não sei precisar, fugi dali e alguns passos depois fiquei paralisado de puro horror, estava próximo ao muro e dali podia ver as janelas da casa, e quando olhei para uma delas no lado esquerdo da casa, senti algo me olhando.
Fiquei paralisado e devo ter caído desmaiado e só me recordo de acordar completamente cego.
Apalpei o chão e sentir a poça de sangue que tinha formado ao meu redor. E ouvir uma risada e alguém gritar as seguintes palavras: “Nephesh Adah Kelin.”
Os policiais foram acionados por algum vizinho ao ouvir meus gritos. Não sei de mais nada, não lembro de mais nada. Minha mente volta novamente para aquela cena macabra todas as noites e me recordo da voz em minha mente.
Depoimento do garoto Mateus Silva, durante suas sessões.
Doutor Abdul Alhazred

Anexado ao inquérito policial



Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...