domingo, 10 de dezembro de 2017

Um cadáver desconhecido.




Há dias um caso intrigava a todos no setor de necropsia do hospital.

Um corpo apareceu no setor de autópsias sem nenhuma identificação.

Uma Oriental, sem idade definida, tinha fraturas nos dedos dos pés e sinais de agulhas por todo o corpo, tinha também uma tatuagem na altura do seio direito onde estava escrito: J60.

Além disso seu corpo estava embalsamado em formol. Todo o sangue e orgãos internos haviam sido cirurgicamente retirados. E embaixo dela havia uma carta bem velha escrita em japonês, mas não era possível identificar o texto, pois algumas palavras tinham se apagado com o tempo.

Era algo impossível, os protocolos afirmavam que somente cadáveres identificados podiam dar entrada ali.

O chefe do setor de necropsia acionou a polícia e outro mistério então se iniciou: O cadáver não constava nos bancos de dados.

Aquela mulher parecia nunca ter existido. Não havia queixa de desaparecimento e suas digitais não estavam em nenhum banco de dados.

A imprensa soube do caso e este ficou na mídia por várias semanas. No entanto, ninguém apareceu com pistas que pudessem levar a solução desse mistério.

Parecia que esse seria mais um caso sem solução, se não fosse a ajuda de um menino, que levou a polícia as anotações de seu avô, detetive da polícia na década de 60.

Nas anotações havia um relato de um caso não solucionado envolvendo um maníaco que raptava mulheres e as matava com veneno e somente anos depois após devolvia o cadáver.

O avô do garoto ainda relatava que por pressão política, um açougueiro tinha sido preso apenas por ter sido visto próximo a casa de uma das vítimas, mas que ele não seria o culpado.

A equipe responsável por resolver essa questão foi até o arquivo da polícia. Um local pouco cuidado devido a falta de recursos, mas que ainda estava minimamente funcional.

Encontraram com alguma dificuldade os registros do caso. Naquela época não havia tantos exames periciais e todas as evidências que apontavam para os suspeitos era frágil.

Nos registros do caso encontraram diversos testemunhos sobre os raptos acontecidos, dentre os quais estava o de Joana Kohinawa. Uma japonesa que tinha vindo morar com os familiares brasileiros após a morte dos seus pais, mas tinha sumido ao desembarcar no porto de Santos.

Os relatos falavam de vê-la entrar em um carro e depois não havia mais nenhuma pista.

Em meio aos registros, foi encontrado um mapa da cidade daquela época, onde estava marcado cada ponto onde haviam sido sequestradas as vítimas daquela época.

Três meses após o caso voltou ao setor de impossibilidades, mas uma série de acontecimentos faria toda a polícia do estado ser envolvida em uma caçada infernal a esse maníaco que resolveu retornar.


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