quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Retaliação Origens

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Retaliação Origens:

Nome original Alex Perreira
Idade atual 15 anos

Filiação: Maria Perreira ( Mãe)
        Pedro Alvidar ( Pai)

Origens:

    Filho de pais separados depois de constantes crises, Alex cresceu jogado pela casa de parentes, após sua mãe ter envolvimento com drogas e decair ao vício até não ter mais condições de cuidar dele. O pai tinha dinheiro, mas nenhum interesse na criança a quem pagou sempre a pensão mas mal sabia se estava vivo ou não, era um playboy boa pinta que considerava o garoto como um erro feito, um erro que lhe custava quase meio salário mínimo por mês! Uma quantia que no entanto não lhe importava nenhum pouco, pois era filho de político influente em Brasília e tinhas as “costas quentes”.
    Cresceu com problemas na escola e constantes idas ao conselho tutelar e aos juizados de menores, era um garoto com um pavio bem curto e um gênio altamente explosivo que muitas vezes se metia em brigas por não aguentar humilhações.
    Foi forçado desde os 10 anos de idade a trabalhar com o tio que era pedreiro para ajudar nas despesas de casa, trabalhava durante o dia e estudava na parte da manhã sendo raro os períodos para que ele tivesse infância.
    No serviço adquiriu uma considerável massa muscular que muitos acreditavam ser até mesmo fruto de anabolizantes a primeira vista, mas como o garoto nunca tinha frequentado uma academia isso logo era esquecido.
    A história desse garoto tinha tudo para acabar em superação com ele aprendendo uma profissão e se tornando um adulto melhor, mas aos 12 anos ele pegou o avô abusando da prima em flagrante pois tinha voltado mais cedo do trabalho, enraivecido pelo ato atacou o senhor de mais de 80 anos com uma ira desmedida e só foi contido quando populares vieram em socorro do idoso, mas estes logo viram a menina nua na cama do aposentado e lincharam ele.
    A família no entanto não acreditou nele e denunciaram o para a polícia, onde foi encarcerado junto com adultos normalmente! Na delegacia um preso tentou abusar dele e recebeu um castigo severo, o garoto quebrou com as mãos um pedaço da cama feita de cimento e bateu na cabeça do outro detido até não sobrar muito do rosto do outro para contar a história, os outros presos ficaram quietos assistindo a cena sem interferir, afinal não era todo dia que um garoto espanca um homem de quarenta e poucos anos.
    Os olhos do garoto pareciam possuídos por uma loucura, uma insanidade tão profunda e simples que quando jogaram ele na solitária até o juiz decidir o que seria feito dele, parecia estar sorrindo como se lhes tivessem contado uma piada bastante engraçada! Na verdade a mente dele em choque ainda pela cena presenciada viu no outro preso uma imagem do avô a quem tinha espancado e no seu consciente ele matou novamente aquele idoso “safado”.
    Após ler o inquérito sobre o caso e os relatos dos psicólogos mandados a delegacia para avaliar a saúde mental, o juiz decidiu manda - lo para uma manicômio por tempo indeterminado até que se recuperasse mentalmente e pudesse voltar ao convívio social.
    No entanto no  manicômio não havia distinção entre os tipos de doentes e muitos pervertidos sexuais estavam na mesma ala que assassinos seriais, loucos, dementes de todos os gêneros, um local que parecia mais um depósito do que uma unidade de tratamento.
    Tudo corria bem, ele estava tomando os remédios e tinha até mesmo voltado a estudar, aquele primeiro mês tinha sido tão tranquilo que os psiquiatras avaliavam até em reavaliar o caso dele.
    No entanto num dia enquanto estava no pátio lendo Maquiavel, escutou dois enfermeiros falando:
_ Detesto tratar daqueles tarados do quarto 9
_ Tenho nojo daqueles caras, viu os prontuários deles? Cambada de animais sujos!

     Aquilo ativou nele uma raiva profunda, precisava saber quem eram aqueles caras, ele iria mata - los! Conseguir as fichas não foi difícil! A secretária tinha um caso com o chefe do hospital e várias vezes por dia os dois saiam para encontros mais íntimos e ela sempre deixava sua sala onde estavam os arquivos aberta, escancarada na verdade!
    Ele viu cada uma das fichas, que estavam divididas por doença, em pastas  dentro das gavetas, até chegar aos doentes sexuais, maníacos e tarados que estavam ali por terem cometido pedofilia, estupro entre outros crimes!
    Pegou a ficha de cada um deles e colocou dentro do livro que estava lendo tomando cuidado para dobra - las bem, não deixando espaço para desconfiarem de nada.
    Teria pouco tempo até que descobrissem seu roubo, mas nesse pouco tempo iria fazer sangrar aqueles porcos!
    Eram um total de 12 nomes que estavam ali, todos com perturbações graves e crimes hediondos, os dois primeiros morreram quando uma escada de metal sem querer caiu em cima deles enquanto trabalhavam no jardim durante a manhã, a escada foi lançada por ele do segundo andar prédio e atingiu aos dois que estavam em fila carregando um pesado tronco de árvore podre que haviam cortado dos fundos do estabelecimento!
    Outros quatro faziam parte da cozinha, e morreram queimados quando alguém trancou as portas, cortou as mangueiras dos botijões e jogou um isqueiro aceso dentro do lugar por um dos tubos de ventilação.
    Uma investigação foi feita e começou se a fazer perguntas, no entanto a polícia não encontrou nada e os parentes das vítimas eram pessoas pobres no geral e aqueles que tinham algum dinheiro não tinham o mínimo interesse pelos parentes ali internados por considerarem os problemáticos demais!
    Os últimos seis que ainda faltavam foram envenenados durante o café da manhã, Alex tinha tido acesso a cozinha antes de prepararem as refeições e tinha misturado nas garrafas de café uma dose poderosa de anestésico que tinha roubado do estoque após enganar o vigia que ficava na porta com uma falsa comunicação de incêndio durante a noite!
    O hospital inteiro apagou em questão de minutos, a dose fora muito forte e apenas alguns poucos funcionários permanecerão parcialmente acordados, ele pegou as fichas e foi indo em cada um dos internos que batia com a feição descrita no relatório médico e atingiu os com um golpe de faca na altura do coração, causando a morte dos indivíduos quase automaticamente.
    Depois disso pegou alguns livros, roupas e algum dinheiro roubado dos funcionários, ateou fogo nos colchões e deu o fora do lugar pulando pelos fundos e pegando a moto de um dos vigias que estava estacionada, havia roubado a chave antes de sair.
    Os internos no hospital que estavam dopados mal tiveram tempo de reagir e a fumaça mais o fogo acabou matando todos os internos do lugar, incluindo alguns membros da equipe médica, o incêndio acabou atingindo os prédios anexos e tudo foi consumido pelas chamas.
   
    Ele fugiu do hospital e começou a trabalhar numa fazenda longe da cidade como peão, sabia do que tinha feito mas não sentia culpa, a fazenda era administrada por um velhinha inocente que mal assistia jornal devido a catarata avançada e sua neta que era veterinária e passava quase o dia todo fora, ele tinha saído para o interior e ia poucas vezes a cidade, apesar de só ter quinze anos todos acreditavam ser ele já um jovem de quase trinta devido a constituição física forte e a barba grossa que tinha deixado crescer no rosto.
    Certo dia um grupo de ladrões de gado tentou assaltar a fazenda, eles chegaram enquanto ele ainda estava almoçando e quando entraram na sede para render a todos ali dentro, se depararam com ele na mesa enquanto a senhora ao ouvir os gritos de assalto começou a passar mal do coração.
    Ao ver uma das poucas pessoas que o tratava como gente morrendo ali na sua frente ele entrou em fúria e mesmo os bandidos estando armados ele partiu para cima atacando os com uma faca que estava nas mãos, era um ato insano, mas que acabou surgindo algum efeito por não ser esperado pelos criminosos, ele pulou na garganta do primeiro acertando a cabeça dele com a faca que enterrou no meio do cérebro de onde saiu um filete de sangue, pegou a arma do bandido, pulou para trás recebendo um disparo de pistola do que parecia ser o líder do bando enquanto os outros estavam a distância ateando gasolina na casa, dos seis quatro foram abatidos e dois fugiram, no entanto ele recebeu dois disparos na coxa, um no ombro, uma bala atravessou a garganta destruindo suas cordas vocais e o último disparo lhe acertou na cabeça, apagando a memória dele completamente e afetando os hormônios relativos a raiva que ficaram desregulados.
     A filha da senhora encontrou sua mãe e o funcionário ainda na posição que tinham sido deixados, a senhora estava entre a vida e a morte, suspirando palavras de alegria por ter contratado aquele salvador, enquanto o rapaz estava estirado na entrada da sede com vários ferimentos pelo corpo ao lado dele estavam vários corpos de meliantes que pareciam estar mortos também.
    Ela levou a senhora e ele para o hospital, onde ficou constatada a morte da idosa e os danos causados pela bala ao cérebro, não se sabia se aquele homem poderia voltar a andar ou se ele ainda seria capaz de pensar por si mesmo não ficando em estado vegetativo.
    O tempo passou e ele ficou em coma induzido pois toda vez que acordava atacava qualquer um que visse na frente, os ferimentos não tinham impedido de andar no entanto sua voz estava para sempre perdida.
    A filha da fazendeira no entanto não se lembrava de tê - lo ouvido falar, talvez só uma vez tenha visto ele dizer algo quando veio pedir emprego, mas só também!
    Não tinha documentos, não tinha passado e sua avô chamava ele apenas de peão! Nĩnguém sabia nada sobre ele e no entanto todos na casa pareciam gostar do modo secreto que ele agia e pelo respeito que demonstrava frente ao trabalho e a sua mãe em particular.
    Ela ficou intrigada com aquilo, mas logo deixou para lá, estava para casar e não podia esperar, no entanto no dia do casamento na hora que o sim estava dando no altar, ele deu um grito no hospital, um urro feroz, não parecia mais humano, os seguranças e os enfermeiros tentarão seda - lo novamente mas ele jogou dois deles pela janela do terceiro andar e pulou por esta também, agarrando se como um macaco na bandeira hasteada dois andares abaixo, caindo em cima de um caminhão de lixo que estava ali recolhendo o lixo hospitalar.
     Naquele hospital estava sendo desenvolvido um estudo veterinário sobre o genoma de alguns macacos da região que pareciam estar agindo diferentes, tentando criar uma vacina para essas alterações que consideravam ser doenças, mas logo descartou se essas hipótese e o material coletado assim como o protótipo da vacina foram descartados no lixo e quando Alex caiu em cima do caminhão um dos sacos onde estava armazenado alguns tubos de ensaio descartados estava por cima do monte de lixo e com o peso do impacto ele se feriu durante a queda, cortando os braços naquele vidro, onde entrou a vacina ainda não testada e os compostos foram direto para o cérebro dele, dando ao rapaz uma capacidade reativa igual as de um macaco, força equivalente e agilidade.
    No entanto o composto químico foi aos poucos alterando as reações entre os neurônios retirando a parte utilizada para a fala e aumentando as partes cerebrais responsáveis pelos demais sentidos, assim nas próximas semanas após a fuga ele conseguiu uma ampliação sensorial incrível, um incremento de força, agilidade muito acima de um humano convencional, no entanto sua mente estava se animalizando e a cada dia se lembrava menos de como era ser humano, fugindo para a floresta, chegou no meio da mata após algumas semanas fugindo da cidade e sendo procurado por todos, dormiu em telhados e copas de árvores tal como um bicho até que chegou numa pequena reserva indígena, onde presenciou um grupo de caçadores com uma criança bebê posta numa jaula e um velho homem que estava nu e carregava em volta do pescoço uma corda e logo seria amarrado num árvore qualquer.
    Os caçadores estavam em guerra contra os índios e estavam exterminando todos eles para que assim aquelas terras passassem as mãos dos fazendeiros de maneira legal. Agentes do exército e da polícia tinham sido mandados para o local, mas eram rastreados e aonde eles estavam não aparecia ninguém, Enquanto em outro ponto alguma aldeia estava sendo massacrada.
    Aquele garoto mais primata do que humano viu a menininha ser embarcada numa lancha no rio enquanto outros homens se divertiam queimando aquele velho com cigarros, ver aquilo fez ele ficar nervoso e num gesto pulou em cima dos dois com um galho nas mãos e antes que tivessem chance de pegar nas armas os dois já estavam caídos no chão! Tinham recebido golpes tão fortes que a madeira do galho arrancado as pressas que era grossa se partiu e os dois cairão ao chão sem terem chance de usar seus armamentos, os outros na lancha fugiram e para torturar o velho, degolaram a menina e jogaram o corpo no rio!
    A tribo daquele pajé tinha sido morta e sua neta estava no fundo do rio, estar vivo não era nenhuma vantagem nesse caso!
    Aquele macaco era o responsável por aquilo! tentou atacar ao que ele pensava ser um animal quando um espírito dos antepassados apareceu em sua frente e lhe mostrou a história do garoto e ele se impressionou com tudo aquilo!
    Ele não tinha mais um lugar para onde ir, mas ao ver aquele garoto sabia que de algum modo a mãe natureza tinha nele o seu guerreiro, o seu protetor!
    Foi guiando o pelas matas até um lugar sagrado, um lugar onde o céu e a terra se encontravam, levou ele até uma das muitas entradas conhecidas para o Eldorado, um lugar fantástico onde vivem em paz todos os tipos de criaturas, veio implorar ajuda a tupã um Deus antigo e muito impetuoso que no entanto não dá bençãos sem sacrifícios e como o pobre ancião não tinha nada a oferecer foi mandado que fosse embora, os guardas tentaram retirar lhe dali no entanto Alex bateu no peito e atacou os guardas do palácio, chegando até mesmo a matar dois deles!
    Uma atitude de desafio no palácio requer a devida punição no entanto antes que Tupã soltasse nele um raio de fúria o ancião entrou na frente e teve sua alma e seu corpo queimados por toda a eternidade.
    O sacrifício de sua alma comoveu a bela Jaci, deusa da lua que chegou próximo ao menino Alex e chorou vendo lhe toda sua vida; O choro da lua quando toca em alguém dá poderes, mas traz a tristeza eterna e assim o garoto se tornou retaliação, a vingança da mãe terra, foi lhe devolvida a racionalidade e a voz, no entanto somente aqueles que tivessem o coração limpo de todas as maldades poderiam escutar lhe a voz e serem por ele respondidos.
    Ele se tornou a vingança dos céus, o emissário da morte de Tupã para os destruidores da natureza, um ser dotado de sentidos animais e força sobre - humana que conhecia a magia das árvores para poder vencer o poder do fogo!
     Era hora das orações dos antigos fiéis serem ouvidas, Tupã iria trazer a justiça e de um coração raivoso iria sair a luz que semearia a paz!

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Cassandra Strauder - Voltando para o Brasil





São Paulo – 01 de novembro de 2013

Não há nada pior do que estar sentindo dor!
E era essa a rotina daquele garoto desde que saiu da faculdade, não tinha nenhum dia que sua cabeça não explodisse de dor, já tinha ido há um monte de médicos e nada parecia ajudar lhe, tinha medo de recorrer à magia, por não poder compreender as reais forças desse universo.

Certo dia voltando para casa depois de mais um dia de busca por um trabalho passa por ele um gato preto filhote, tão bonito que logo lhe chamou a atenção e ele foi levando aquele gatinho até sua casa.

_ Engraçado que a dor passou! Disse o rapaz indo para a cozinha preparar algo para ele e seu novo amigo comerem.
Aquela noite ele foi dormir bem! Fazia anos que não tinha sossego durante o sono, uma pena que aquela noite foi à última em que esteve vivo!

O gatinho tão bonitinho era um vampiro metamorfoseado! Um ser noturno que todas as noites se divertia fazendo suas vitimas acreditarem que era uma inocente criatura! Ele entrava em suas casas com a permissão do proprietário e quando o relógio batia meia noite voltava a sua forma original, sedento pelo sangue de seu benfeitor.

Ele subiu as escadas e viu aquele pobre rapaz ali dormindo tranquilamente! Rapidamente voltou a sua forma humana e passou a mão em um taco de beisebol que ele tinha guardado na parede com um troféu e começou a lhe bater na cabeça! O rapaz não acordou a partir da segunda batida e antes que o sangue esfriasse nas veias dele, o vampiro ergueu suas presas e esvaziou aquele corpo de todo fluído vital!

O corpo foi encontrado um dia depois por um amigo que se preocupou quando ele não apareceu no trabalho naquele dia. A casa estava bagunçada e todos os objetos de valor tinham sido roubados.

A casa estava vazia e o corpo encontrado na cama tinha sido dilacerado! A polícia encontrou sangue por todos os lados e as câmeras de segurança viram várias vezes o mesmo rosto entrando e saindo do lugar carregando tudo que podia daquela residência!

Os vizinhos foram ouvidos, mas não se lembravam de nada, o cerco foi fechado, mas ninguém foi encontrado! A família do rapaz era do interior de Minas  e veio para reconhecer o corpo do filho, sua mãe e seu pai!

Ninguém se interessou pela história do caso depois de algumas semanas e tudo parecia estar esquecido se um dos policiais certo dia não tivesse ido ao hotel onde eles estavam e deixado um cartão um pouco amassado onde ainda se podia ler um número de telefone com os dizeres: Detetive e assassina do sobrenatural.

Não havia muito que fazer e eles ligaram poucos instantes após o policial sair e uma voz feminina de timbre forte e marcado respondeu do outro lado:

_ O que vocês querem?
_ Queremos que você investigue um caso para nós, um caso que parece ser sobrenatural, nosso filho foi morto por alguém que esvaziou todo seu sangue! Alguém que não é encontrado em lado nenhum.
_ Vampiro! Tudo bem eu aceito seu pedido e não se preocupem com o pagamento agora, até eu chegar ao maldito que matou seu filho não lhe cobrarei nada, mas quando isso ocorrer lhe custará cem mil dólares. Amanhã chegou ai! E desligou o telefone, deixando os pais do rapaz receosos se tinham feito a coisa certa!

Do outro da linha estava à bela Cassandra Strauder, uma assassina vampira desde o império Romano, agindo nas sombras sob o comando da organização, um grupo de vampiros super – poderosos que governa todo o mundo nas sombras, mas que depois da morte do Conde Drácula, o líder dessa organização e o mais perto que ela já teve de um pai, se rebelou contra a autoridade.

Ela estava com um mordomo da rainha preso em uma cadeira, todo molhado e um fio desencapado balançava de um lado para o outro. O criado da rainha era um vampiro e tinha ameaçado a de morte no palácio, por isso a realeza tinha contratado a para dar fim naquele problema.

Mas antes de matar o maldito ela resolveu extrair dele alguma informação útil, mas o infeliz tinha tido a mente lavada em um dos centros de controle mental em Roma que eram mantidos pelos vampiros.

Então o fio foi colocado na virilha dele e no momento que ele se abaixou sentindo dor profunda, os dentes dela sugaram seu sangue até a morte, ela limpou seu belo vestido vermelho enquanto os homens do MI – 6 sumiam com as cinzas e todas as provas daquele evento no estacionamento da casa real.

Naquela noite ela curtiu muito em Londres, andando em cima dos telhados em sua forma lupina! O amuleto que tinha recebido na noite da traição de um xamã lobisomem dava a ela a chance de escolher o que queria ser noite após noite.

E assim que o dia amanheceu ela entrou no aeroporto e pegou um jato fretado até São Paulo onde dormiu a viagem inteira, descansando da diversão da noite anterior. Quando chegou a São Paulo, ainda era de manhã, ainda era estranho caminhar durante o dia, mas com o amuleto o sol não lhe destruía mais, essa era uma vantagem que muitas vezes já tinha lhe salvado a vida em momentos que a organização tentará matar lhe.

Foi até um hotel e mandou que lhe comprassem algumas roupas, pois só estava com um short bem curto e uma camisa de banda, pois suas roupas depois da noite em Londres tinha se rasgado! Seu cartão de crédito tinha mais de um bilhão de dólares nos mais de quinhentos anos em que estava trabalhando como detetive e assassina do sobrenatural.

Encontrou se com a família em um café na Oscar Freire onde ficou sabendo todos os detalhes e garantiu para eles que logo, logo, estariam estampando sua casa com a cabeça do maldito que tinha feito aquilo! Ela só pediu para poder ver a casa onde tudo tinha acontecido e ganhou dos pais a chave da pequena residência na zona leste da cidade, próximo a universidade que ele estava estudando para subir na vida como programador!

Ela chegou lá em seu carro alugado, um conversível esportivo e ao entrar na casa já notou o cheiro podre do lugar, vários policiais já tinham estado ali, além de repórteres e curiosos para ver aquele estranho lugar. No entanto ela tirou suas roupas e tocando no amuleto em seu peito se transformou novamente em uma grande loba e conseguiu sentir o cheiro no colchão da cama do rapaz, o cheiro misturado de um vampiro e um animal e saiu na noite procurando o dono daquele odor maldito e foi pulando em cima dos telhados das casas, vasculhou por várias horas levando o pânico para todos os lados até encontrar no meio de uma antiga fábrica desativada, lá por volta das duas horas da madrugada um pequeno gatinho no meio de uma siderúrgica desativada próximo a São Caetano.

Ao lado do gatinho dentro da fábrica estava o vigia e uma jovem, todos dois desmaiados e no momento em que o gatinho se transformou em um vampiro; Cassandra estourou o vidro do telhado e desceu num pulo salvador, a luta entre os dois foi bastante feroz, mas o vampiro tinha sido transformado há pouco tempo! Não era páreo para alguém tão treinada quanto ela e num descuido acabou recebendo uma mordida na virilha, após pensar ter derrubado aquela besta que o atacou, com a mordida o seu saco escroto juntamente com o pênis foi arrancado de uma só vez.

A dor foi tão grande pelo golpe recebido que ele entrou em choque, era um vampiro ainda recente e não estava acostumado com o fato que quando se tornou uma besta da noite todos os seus sentidos são apurados ao extremo e as sinapses cerebrais aumentam em um nível insano deixando o corpo todo conectado como uma grande rede, esta por sua vez quando sofre algum impacto causa uma dor na cabeça profunda! Uma enxaqueca que mataria um mortal facilmente, mas que no caso daquela besta tinha apenas deixado o em choque total!

Após perceber que ele estava apagado, ela voltou à forma humana, completamente nua naquele galpão frio! Para não ter problemas com a polícia verificou como estariam às vítimas e ao tocar na veia do pescoço do vigia percebeu que aquele senhor tinha morrido a jovem, no entanto estava apenas bastante alcoolizada, mas estava respirando normalmente, retirou as roupas da jovem, para ter algo com que se cobrir, pois o frio estava imenso e ela estava desacordada, portanto não teria problema nenhum nisso! Foi até o portão da frente e pegou várias correntes e prendeu a besta.

E depois voltou para fora e encontrou num estacionamento, uma antiga caminhonete, provavelmente era do vigia que passava ali as noites. Colocou os corpos na parte de trás que fedia a terra e a esterco de animais e foi ao lado daquele vampiro maldito!

Enquanto dirigia ia pensando como ele tinha feito aquilo, quando ele num espasmo involuntário lhe mostrou o que tinha feito para enganar aquelas pobres pessoas e se transformou em um gatinho de cor preta e olhar inocente, mas que tinha um profundo corte na barriga e rapidamente voltou a forma humana, no entanto as correntes tinham caído e se ele acordasse daria um tremendo trabalho para lhe recapturar, afinal dos vários dons vampíricos a metamorfose era o que os fazia passar desapercebidos em meio a população.

Ela chegou à cidade de São Paulo novamente, e deixou o carro num matagal abandonado, onde as vítimas ainda dormiam completamente, pegou um celular e ligou para o tenente da divisão de casos especiais da polícia civil! Seu nome era Oscar Ferro e os casos mais insólitos caiam sempre em suas mãos.


_ Olá amor!
_ Cassandra? Soube que você estaria na cidade, mas por que a honra de me ligar?
_ Bem! Talvez eu quisesse ouvir sua voz, te chamar para sairmos e transar, mas acho que é por que estou com um vampiro metamorfo nível um em minhas mãos aqui na entrada de São Paulo e precisava de uma mãozinha sua para mandar o desgraçado para a casa de Satã!
_ Que bom ouvir isso! Estou a caminho! Disse e desligou o telefone, enquanto ela usando a corrente em uma das mãos batia no vampiro que se recuperava do golpe recebido. Ela o espancava sem motivo algum, apenas para passar a raiva, mas tomava cuidado para não desfigurar o rosto afinal precisava de uma prova que o desgraçado tinha sido morto para poder receber seu dinheiro! Passado alguns minutos eis que surge uma viatura, próximo ao matagal e ao longe ela escuta a voz de seu velho amigo lhe chamando!
Rapidamente enrola a corrente no pescoço do vampiro e tranca o, deixando o maldito com uma coleira em volta do pescoço, bastante apertada. Ela sai o arrastando pelo gramado até chegar próximo a estrada onde corre e dá um abraço em seu ex - namorado!

_ Por que demorou tanto?
_ Fico feliz em te ver novamente!
_ Demorei por que estava tomando banho, preparando a carteira e pegando os seus brinquedos que deixou comigo antes de partir para Budapeste!
Ela chegou bem próximo ao ouvido dela, deu uma mordidinha sensual e disse: _ Trouxe tudo! Você sabe como animar uma garota querido!

Ela passou a mão no celular dele e tirou várias fotos daquele vampiro e mandou em tempo real para a família do morto numa mensagem e quando o policial lhe devolveu suas duas pistolas abençoadas pelo papa João Paulo, carregadas com balas ungidas e uma adaga retrátil que tinha a ponta furada para injetar luz ultravioleta através de um cabo ligado a uma mini bateria elétrica no cabo!

Chegou bem próximo daquele assassino e usando a adaga desferiu um golpe no peito dele ainda deitado no chão! No mesmo instante o corpo explodiu em vários pedacinhos que foram se decompondo em cinzas!

Após ficar sentindo o cheiro daquele maldito ela falou ao policial sobre as vítimas do bandido contando os detalhes de como o tinha capturado e ao fim lhe deu um beijo e saiu em seu carro enquanto ele chamava reforços!

_ Cassandra está de volta na cidade! Posso me preparar para uma guerra na noite! Disse o policial enquanto libertava a moça completamente nua daquela caminhonete velha.



terça-feira, 18 de novembro de 2014

O fim do contador de histórias e a lenda do saci!

_ Estou aqui nesse hospital! Descobri que tenho câncer no pulmão! Sei que você vai pagar uma enfermeira para ficar aqui comigo, por que não pode vir, quando estive ai, os teus filhos me contaram que sua esposa destruiu um dos livros que dei para eles.
_ Desde então fiquei muito infeliz e quase desisti de escrever, mas as crianças estavam me enviando tantos emails! Que resolvi mandar para elas uma última história, que está no meu livro, uma história para dar a elas um pouco de felicidade.
_ Seja mais pai dos teus filhos! Defenda a mente deles! Honre o compromisso que fizeste comigo de estar sempre ao lado dos teus filhos!
_ Como eu sei que é bem provável que tu irás ler esta antes dos meninos já aviso, isso aconteceu sim! No dia em que você nasceu!

Essa história para o pai de vocês pode parecer estranha por que tanto eu quanto sua avó, meninos nunca contamos nada a respeito para ele! Era noite de quinta feira e eu tinha levado a mãe de seu pai para um forró, ela adorava dançar! Mesmo grávida gostava de ir toda quinta feira para relaxar a cabeça! Que saudade ainda tenho dela!  

Naquele tempo eu já tinha entrado para a polícia e quinta – feira era meu dia de folga, íamos sempre passear um pouco, mas naquela noite ela quis ir ao parque ver o córrego, ela era uma mulher bem estranha que parecia sentir a natureza, seu pai foi nosso segundo filho, a primeira nasceu morta! Lembro-me que na época em que soube da gravidez de minha esposa novamente após esse primeiro aborto quase saltei de alegria e passei a proteger ela mais do que era necessário!

Nós fomos ao parque, e eu consegui pedindo com muito jeito e educação para o vigilante que me deixasse entrar, contei a ele toda a história e ele por fim acabou deixando! Mas antes de fechar a cancela e voltar ao seu posto gritou: Cuidado com o saci próximo a nascente. Naquela época o avô de vocês era um homem religioso, naquela época eu nada acreditava em mitos e histórias tal como sua mãe!

Mas aquela foi minha primeira experiência com esse mundo, atravessamos o parque no meu velho jipe! Aquele mesmo que estava na fazenda do seu tio quando foram lá, há uns seis meses atrás! Cheguei até bem próximo e fui à frente guiando com excessivo cuidado sua avó, na verdade só não a carreguei nos braços e levei a até a nascente por que ela era durona e muito decidida e eu teria tomado um belo tapa na cara para acordar!

Ela foi reclamando do meu excesso de atenção, mas por fim chegamos ao local e nos sentamos em um banco velho! Onde há seis anos eu tinha pedido ela em namoro!

Confesso que me lembrar desse fato ocorrido há tanto tempo quase me fez borrar o papel com uma lágrima! Naquele dia fiz uma nova declaração de amor para ela e ficamos ali abraçados vendo o luar!

Ela dormiu ali e eu fiquei pensando no futuro! Fazendo planos e pensando simplesmente! Quando escutei uma voz:
_ Por que não dorme igual a ela? Por que não sabe aproveitar a vida?
Quando me viro, vejo um menino pequeno, um garotinho vestido com trapos marrons, com um gorro esquisito, não notei sua perna amputada, mas reparei fundo no cachimbo que carregava na boca. Como era policial na época tentei argumentar que ele largasse aquilo, para poder ter um futuro melhor, que drogas não levavam a nada e que ele poderia conseguir ser alguém melhor, não importava o que dissessem sobre ele! Confesso que fiquei tão preocupado que não vi mais o garoto que descrevi acima, mas um filho meu! Falei as palavras pondo meu coração nelas, colocando sentimento e verdade em cada olhar, gesto e por fim parei e fiquei olhando para ele enquanto minha esposa dormia tranqüila, seu rosto brilhava na luz do luar!

O garoto respondeu: _ Obrigado por se preocupar comigo! Obrigado por não ter medo! Você foi bom comigo! E eu resolvi te dar um presente e tirou o gorro da cabeça carregou a mão com um pó e jogou sobre mim!
_ Você tem bom coração e por isso merece ver o mundo todo! E saiu num redemoinho rápido como a noite! Como sua avó gostou de poder conversar com os pássaros, olhar o mundo pela lenda! Ela até cursou uma faculdade de história e terminou seus setenta e nove anos contando histórias! Morreu de infarto numa aula da faculdade onde ministrava uma palestra sobre lendas e mitos!

Eu desde aquele instante eu pude ver o quanto o mundo era maior! Daquele dia em diante passei a ver as histórias, as lendas, passei a juntar esses relatos e contar para a avó de vocês, como ela gostava! Fiquei ao lado dela até morrer! Fiquei ali no hospital vendo ela em coma depois de um AVC e fiquei ali contando para ela todas as histórias. Seu pai não veio nem ver ela, estava ocupado demais na faculdade de medicina se tornando alguém melhor do que nós!

Vejo um redemoinho se aproximando, mesmo sabendo que estou alto demais para ficar vendo essas coisas, sei que ele está chegando, meu amigo Saci! Tem tanto tempo que não o vejo! Espero que ele esteja bem! Não é um moleque endiabrado como contam todos! Só é alguém que nunca teve a chance de mostrar seu lado bom! Um garoto feliz e brincalhão que merecia melhor lugar.

Esse foi o último relato que nosso avô mandou para eu e minha irmã, pouco antes de sumir do hospital! Meu pai enlouqueceu pela culpa e expulsou minha mãe de casa, saiu correndo pelo mundo, mas nunca encontrou meu avô, a polícia foi chamada e nada foi encontrado, muitos disseram ter visto um casal de velhinhos na beira da nascente na noite de lua cheia que fica falando palavras de amor a luz do luar! Acredito que ali estão eles novamente unidos! Novamente trocando juras de amor. Meu Avô lutou tanto para que eu e minha irmã fossemos pessoas melhores com suas histórias tão bonitas e cheias de significado que publicar os papéis dele é uma honra e uma forma de ter ele de volta sentando-nos em seu colo duro para contar às histórias que colheu nas andanças que teve nesse Brasil.

Obrigado ao vento por me ensinar a cantar
Obrigado a lua por me fazer te amar
O cantador canta a vida no improviso
Mas não pode cantar o medo e o paraíso

Viver é uma arte que me recuso abandonar
Pois para onde olhar a noite sempre há um belo luar
Não sou cantador de verdade, sou apenas um olhador
Que de quando em quando gosta de cantar para uma flor

As histórias que narro saem do meu coração
Saem das ruas, das calçadas, da floresta e do morrão
Saem para compor uma valsa e formar essa canção

Saem por que gosto tanto de lendas que elas vivem no meu coração

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Uma história de Lobisomem

Fui visitar você ai no Rio tem quase dois meses, mas ainda me lembro de como as crianças ficavam me pedindo para contar histórias para lhes fazer dormir! O Pedro e a Maria são muito inteligentes e tem um gosto apurado para mitologia!

Mesmo sabendo que sua melhor detesta minhas lendas por me considerar algum feiticeiro moderno, peço que leia para as crianças, essa história que me veio à mente e me fez sentar aqui na minha velha escrivaninha para lhe deixar essa carta, sei que deveria já ter aprendido a mexer no computador, mas me parece demasiado frio conversar com alguém por intermédio de uma máquina.

Essa história eu escutei nos tempos que trabalhava como caixeiro lá pela década de 60, num bar no interior do estado de Goiás, uma cidadezinha bem patética que parecia ter sido tirada de um cenário do Jeca Tatu, um lugar pacato com uma praça, cheia de bancos, enfim um lugar que parecia ser calmo até demais!

Fui até a rodoviária, comprei um bilhete para o ônibus que partiria dali a três dias! Queria ficar ali tempo o suficiente para vender algum enxoval para noivas, algum pano para senhoras, enfim queria vender as tralhas que tinha comigo, no primeiro dia foi bem nas vendas, várias pessoas compraram comigo e pude até dormir em um hotel na cidadezinha, com direito até a uma quentinha!

Mas para meu azar a comida ali era horrível e me causou uma disenteria que foi preciso que eu fosse ao hospital do lugar, não dá nem para chamar aquilo de hospital de fato, comparado com o tamanho destes lugares hoje em dia, estava mais para um posto de saúde um pouquinho maior, onde fui tratado com muito zelo por um médico que fumava um charuto cubano grosso, de longe você via que ele estava chegando por que o cheiro na sala se tornava enfumaçado!

Fiquei ali em observação, a dona do hotel ficou apuradíssima, ia toda hora me ver, talvez pensasse que eu era solteiro e pudesse ter perdido a chance de casar sua filha encalhada comigo, ria dessa possibilidade e a barriga doía! Maldito seja a ironia! Pensava com meus botões, mas naquele dia ainda teria um encontro profundo! Chegou num hospital uma jovem, de rosto tão lindo que parecia uma boneca de cera, no entanto não era o rosto que chamava a atenção naquele momento, mas sim a ferida que ela tinha no abdômen, uma dentada que tinha lhe arrancado uma boa parte de carne daquela região, deixando alguns órgãos a mostra!

O médico abandonara o charuto e fora junto com ela atravessando os corredores até a sala de cirurgia, onde tempos depois fiquei sabendo que ela não tinha resistido aos ferimentos!

Dois dias depois eu estava recuperado, bem a tempo de ver o enterro da garota, já tinha perdido o bilhete então resolvi ficar para saber o que tinha acontecido com aquela bela moça que tinha passado de relance pela minha enfermaria enquanto eu perdia até as tripas no vaso!

O enterro foi uma cerimônia triste! Parecia que toda a cidade estava ali naquele momento! Foi uma comoção total! Vi tudo de longe, num pequeno muro que serviu para evitar que eu tivesse de entrar no meio da multidão, fiz isso por que como sabem tenho um metro e cinqüenta e dois centímetros e por essa falta absoluta de altura que Deus não me deu, tenho sempre de improvisar frente aos obstáculos da vida!

O padre rezou uma missa pela alma da moça e no instante em que baixaram o caixão na terra à mãe sofreu um desmaio, vi que alguns homens a levaram para o hospital! E fui junto por que queria saber mais sobre o tema! Só sabia que era a mãe da falecida por que todos passavam por ela e lhe abraçavam e a dor dela parecia mais legítima!

Entendam crianças! Quando vocês foram a um enterro e quiserem ver quem são os parentes mais próximos do morto, verifiquem aqueles que quando o caixão baixa na terra choram mais!

Fiquei ali no hospital, me passando por parente, eis que vejo entrar pelo corredor a dona do hotelzinho, que quis armar uma revolução para conseguir entrar na enfermaria onde sua irmã estava sendo tratada.

Consegui entrar no meio da fúria dela e lhe acalmar, sentando a num banco quando vi que tudo estava mais calmo resolvi entrar no assunto!

_ Como foi que sua sobrinha morreu?
_ O moço é da cidade não deve acreditar, mas juro pela morte da minha mãe que viva ainda está! Que a menina se apaixonou por um lobisomem. Disse a mulher me deixando espantado ali na cadeira!
_ Como assim um lobisomem? A mulher me olhou com um olhar direto e disse:
_ Essa história começa há duas noites, minha sobrinha Margot saiu de casa para ir a escola, mas acabou desaparecendo! Os soldados foram tudo chamados, mas a menina não foi encontrada em lado nenhum, até que um viajante vindo de caminhão passou pela estrada de terra que dá acesso mais para o fundo do interior e viu no meio de um desbarrancado um corpo cheio de urubu em volta!
A menina estava lá embaixo com aquela mordida, dando os últimos suspiros, coitadinha! Ainda vestia a roupa da escola! O namorado dela sumiu da vila desde então! Ninguém acha o maldito!
_ Ele era o sétimo filho de um sétimo filho! O barão de Agenhém, um homem que já morreu faz tempo e completou a frase dizendo: Tanto o avô, quanto o pai e o filho terminaram matando uma inocente, três moças, todas três da minha família!
Escutei aquela história e resolvi ir embora naquela noite mesmo, mas o azar estava do meu lado e há alguns quilômetros da vila, o ônibus estragou no meio da mesma estrada onde tinha sido encontrada a jovem!
_ De tanto escutar histórias sobre monstros me tornei um tremendo covarde e fiquei dentro do veículo quando todos desceram, fiquei olhando as pessoas carregando seus pertences até a beira da estrada, quando uma mulher que carregava galinhas se desequilibrou e deixou à gaiola cair no barranco ao lado da pista! Vários homens juntaram para pegar as galinhas da senhora, mas quando chegaram à parte mais baixa do mato, viram somente um bicho grande, seis vezes maior que um lobo lá embaixo, começou uma gritaria e ao ouvir aqueles gemidos sai do carro e pude ver um dos homens serem levado, enquanto o motorista com uma lanterna mostrava toda a cena, o homem até tentou lutar com a besta! Mas era algo impossível! O bicho parecia ser possuído pelo demônio e corria como a luz e logo a cabeça foi decepada e a fera comeu o que pode do corpo, enquanto os mais fracos corriam de volta para o carro!

Eu fiquei ali parado aterrorizado demais para ver qualquer coisa! Ainda hoje tenho pesadelos com aquela cena! Vendo o homem ser comido até o último osso!
Hoje ninguém acredita em lobisomens, mas mando junto um recorte de jornal da época para as crianças provarem que era real e que pessoas sérias como militares de alta patente acabaram mostrando o monstro! Morto meses depois disso!

Meu filho não deixe que a religião da sua mulher não permita suas crianças terem a capacidade de sonhar! Eu queria tanto que elas lessem minhas histórias! Você as sabe de cor, mas quase nunca tem tempo! Seja mais pai dos teus filhos ou do contrário você os perderá para sempre!

Estou com saudades dos meus melhores leitores! E vou ao Rio nas próximas semanas! Irei ficar na casa do Pacheco e do Zeca, meus amigos dos tempos de policial, não se preocupe com as chateações de sua esposa que não gosta de mim! Mas me deixe ver as crianças! Aguardo respostas, um abraço de seu velho pai!


O Garoto que me salvou a vida

Não havia no que acreditar!
Tudo estava acabado para mim! Tudo não tinha mais sentido, eu iria me jogar da ponte!

A noite estava um escuro completo, igual ao meu coração, os carros passavam no viaduto numa velocidade incrível e a cada vez que eu olhava lá para baixo uma voz aparecia na minha cabeça, uma voz que parecia me mostrar um paraíso de felicidade e alegria lá embaixo. Uma voz que parecia mostrar que cada problema meu iria acabar no exato momento.

Eu que estava só encostado na mureta da ponte, resolvi me sentar ali e esperar o sol nascer para morrer! Fiquei ali e várias pessoas passaram boa parte nem me olhou, outras pensando ser eu um doido qualquer sairão correndo dali, rápidos como pensamentos que se vão!

A voz na minha cabeça estava quase me empurrando, me falando sobre a dor e a tristeza que eu sentia, quando um garotinho de aparência suja, na verdade, o garoto causava asco aos estômagos mais fracos! Seu cheiro era podre! Ele me viu ali naquela posição preparando me para me matar! E com um sorriso ficou me olhando até que pulou a mureta e ficou ali sentado ao meu lado.

_ Tio! A morte cura tudo?
_ Não sei! Mas talvez ela dê a solução que eu precise!
_ Será que ela dá comida para gente? Será que depois de morrer nós temos pão e uma mãe para cuidar da gente?

Ouvindo as perguntas do garoto, confesso que fiquei desconcertado, pensando sobre o que aquele menino deveria estar passando para me fazer uma pergunta daquelas! Até a voz na minha cabeça cessou!

_ Por que está me perguntando isso garoto! Não vê que não quero mais viver?

_ O senhor comeu hoje? Teve chance de tomar um banho? Vai deixar alguém para chorar por você? Disse o garoto me olhando com uma cara de inocência que me abriu o peito!
Eu iria deixar sim! Um casamento que me desgostava, mas que ainda havia amor, dois filhos que ficariam sem um pai e um monte de amigos que cultivei por tanto tempo! Eu tinha comido há poucas horas e minhas roupas e meu corpo estava limpo! Outra voz me dizia para parar com aquilo por que eu de fato estava muito bem em vista de outras pessoas que sofriam bem mais!

_ O senhor poderia me contar por que quer morrer! Toda noite vejo gente aqui que quer morrer, toda noite alguém vem aqui para morrer, toda noite é a mesma conversa! Eu moro na rua desde que nasci, sei lá há quantos anos, mas todo dia, fico aqui observando e perguntando por que tantos querem morrer!

_ Eu quero morrer por que estou sem emprego! Minha esposa me enfada duvidando de meu amor, meus amigos tem coisas melhores do que eu! Enfim quero ir por que não agüento mais! E saia já daqui!


O garoto me olhou, pulou de volta a mureta e disse:
_ O senhor realmente merece morrer! Por que nem sabe a sorte que tem por estar vivo, saudável, com um monte de amigos dos qual você cobra atenção, mas nunca aparece! Uma esposa que você trata como um cachorro e quer que ela não se sinta menosprezada!
_ Sabe tio! Você é um completo imbecil, seu ego é tanto que fará bem ao mundo que um caminhão te pegue para que possa esmagar um pouco desse seu ego maldito!
O garoto disse aquilo e as palavras dele me doeram a alma, algo naquilo tudo tinha me tirado a vontade de me matar! Eu olhei para baixo e num relance o medo da morte retomou o lugar e pulei de volta o mais rápido possível, no entanto quando olhei para os dois lados, ninguém estava ali naquele local! NINGUÉM!
Era como se o garoto tivesse vaporizado no ar! Sai dali e voltei para a casa, abracei minha esposa e desde então dou muito mais valor a minha vida! Lembro que naquela noite ao fechar a janela do meu quarto vi uma ave negra de bico grosso, um corvo, que me olhava com o mesmo brilho do garoto! Uma ave estranha que parecia parada no muro e que após me encarar foi se embora! Voou para os céus em direção não sei aonde! Espero que Deus proteja aquele garoto! Todos os dias eu passo naquele mesmo local a noite! E toda noite alguém naquela ponte parece tentar se matar! E toda noite alguém me pergunta: Você viu o garoto que estava ali ao meu lado? Queria ver ele novamente para lhe agradecer por salvar minha vida! Queria lhe agradecer por me tornar alguém melhor! E assim nasceu a lenda do menino da ponte! Um mito urbano que permeia anos a fio! E agora que estou com meus quase oitenta anos e minha mulher se foi esse ano eu resolvi escrever para passar aos meus netos como tive um encontro com essa lenda!

Espero que eles gostem João! Conheço outras histórias daqui de Brasília e poderia mandar mais relatos para eles caso queiram! Beijos a todos e venham - me ver quando puderem! Estou com saudades!

domingo, 16 de novembro de 2014

Matando a fome e criando o caos

Era uma pena que tenha acabado assim!
Depois de quatro anos de casado, eles tinham se separado, ela voltou para o interior e ele decaiu para a bebida e as drogas, adentrando no submundo até chegar ao fundo do poço!
No entanto sua vida iria mudar quando ele resolveu se jogar da ponte, uma vampira passou por ele, faminta, sedenta de sangue e sugou toda a vida de seu corpo! Deixando o ali meio morto, meio vivo! Pensando sobre a vida!
O IML chegou e ao encontrar aquele corpo sem pulso pegou o levou até o necrotério, mas lá o efeito da transformação se completou e ele atacou várias salas onde famílias choravam por seus entes queridos!
Uma verdadeira matança foi feita, sem precedentes, no entanto ele não conhecia a lenda dos vampiros, ele não sabia que não podia mais ver o sol e assim quando o astro rei nasceu, ele foi queimado vivo, tentou correr para a porta mas as pernas foram cortadas pela luz e assim termina mais uma história de dor e sofrimento!
Você pode não acreditar! Mas o sangue inocente derramado está!
Eu sei essa história por que eu me alimentei do sangue do maldito, estava sendo caçada pela organização e precisava recuperar as energias, antes de voltar para meu esconderijo, meu nome é Cassandra Strauder e vocês ainda vão ouvir falar de mim! kkkkkkkkkkkkkkk.

sábado, 15 de novembro de 2014

A volta dos principais heróis

Uma união em meio a praga!

Essa narrativa é um encontro entre dois dos meus maiores heróis: Paradoxo e a filha da morte, numa pequena história que mostra um pouco da personalidade desses dois heróis tão diferentes entre si, mas que ao mesmo tempo tem a responsabilidade de lidar com problemas enormes por toda a eternidade.

Heróis que estavam sumidos, mas que resolvi retomar em uma única história para reunir todos numa trama em cinco partes distintas que vai coloca - los frente a um segredo que há muito tempo vem sendo guardado contra o olhar dos mortais!

Boa leitura!


Um projeto feito pelo governo do Brasil em parceira com um grupo de cientistas de uma empresa anônima que buscava a evolução dos seres humanos por meio de ingestão de determinados compostos químicos na água, a cidade escolhida foi o pequeno município de Cruz da Fortaleza, uma vila que estava terminando as obras de construção da primeira central de água tratada da cidade.

O projeto no entanto apesar de ter sido testado resultou na mutação de vários seres humanos em verdadeiros monstros, uma praga que mudaria para sempre a história de toda a humanidade, um futuro onde as pessoas se tornaram monstros e como uma praga tudo o que foi construído pelos humanos, deixando somente rastros de destruição.

No exato momento que as pessoas foram infectadas, um problema foi sentido no templo de Cronos, tirando o Paradoxo de seu sono meditativo, ele logo chegou a cidade em meio ao pânico dos primeiros infectados, alguém tinha afetado a vida daquelas pessoas e ele precisava chegar até os culpados o mais rápido possível.

Enquanto o Paradoxo chegava na cidade, Amanda Nefetur, uma estudante de medicina na universidade de Brasília que tinha também por função ser a protetora da morte, sua função era impedir que inocentes morressem sem que sua hora estivesse chegado. Ela estava ali para ajudar no tratamento dos inocentes, mas tudo o que podia ser feito era rezar pelas almas que se foram gritando de dor, com o corpo deformado, chorando muito ela estava no banheiro do pequeno hospital depois de ter visto uma criança linda, morrer se contorcendo pela dor.

Naquele momento de extrema tristeza, ela sentiu a chegada de uma criatura mística deverás poderosa! Um ser muito antigo que não sabia se viria ajudar ou atrapalhar! Por via das dúvidas, pegou sua máscara e saiu do hospital dizendo que iria almoçar alguma coisa!

Andou pelas ruas da pequena cidade, tentando seguir aquela energia mística, mais não conseguia chegar próximo a fonte que parecia estar escondida de tudo e todos! Tudo parecia tranquilo demais e ela realmente pensou estar enganada, saiu dali e quando entrou num pequeno bar que vendia almoço para as pessoas que ainda eram capazes de se alimentar, esperando por um marmitex, eis que o tempo começa a ir parando aos poucos e as pessoas começam a se tornar estatuetas duras na sua frente e um homem com rosto parecido de um rato, cheio de marcas de batalha se aproxima e senta ao seu lado!

_ Eu poderia te matar somente fechando meus punhos, então pense bem no que quer fazer!
_ Sei bem que pode, mas a maior questão é: Por que não o faz? Teme ficar presa na dimensão sem tempo para sempre! Posso ler sua mente, ver seus sentimentos posso inclusive te dizer que apesar de minha aparência ser horrenda a todos, sou um dos guardiões da fonte viva, um protetor da humanidade; do mesmo modo que você é a guardiã do portal da morte, a carcereira dos portões do reino dos mortos, você pode me ajudar dizendo primeiramente o que está acontecendo por aqui e por que tantas criaturas mágicas estão nesse exato momento vindo para cá?
_ Criaturas mágicas? Como assim? E você até agora não me disse quem é até agora?
_ Perdão pela falta de trato social, sempre esqueço que meu nome não é muito conhecido, sou o Paradoxo! O guardião do tempo!
_ O Paradoxo! Nos livros que minha mãe me deixou falam que você é uma lenda! Que de todos os seres místicos os seus poderes podem mudar a realidade e que portanto seria impossível você aparecer em um lugar qualquer por mais de um dia, sem causar uma fenda temporal gigantesca.
_ De fato essa é a regra para meus poderes, posso ir e voltar no tempo, abrir portais entre dimensões, mas não posso permanecer na realidade por mais de vinte e quatro horas sem quebrar a linha do contínuo espaço - tempo, mas não me chame de lenda! Afinal de contas se eu contasse a sua história para qualquer mortal congelado ao nosso redor, você causaria bem mais medo neles do que eu! Afinal é você o anjo da morte que os cristãos desse país tanto temem!
_ E respondendo sua outra pergunta: Vi o futuro dessa cidade, bandos de vampiros virão para cá daqui a dois dias e junto com eles virá uma amaldiçoada que caça os, uma mulher que vive no limiar entre duas maldições; Licantropia e vampirismo, que não tem nada a perder e muita vontade de matar! Ela vem para cá, caçar uma matilha liderada por Von Yushiko, um lorde vampiro japonês que foi o inventor dessa praga que está matando humanos, o nome dela é Cassandra Strauder e só a esperança para a cidade se você unir se a ela, além disso uma mulher cuja memória está desfocada no tempo desde que descobriu seus poderes, dons de regeneração imensos, ela é caçada por todas as agências de governo que querem seu corpo e seu cérebro, uma alienígena com poderes sem igual.
_ Você poderá lhe salvar a vida, mas terá de abandonar seu disfarce! E somente ela pode encontrar uma cura para a praga, no entanto a dor da solidão que fez você abandonar parte do seu poder em nome de uma vida normal, voltará e irá te consumir.
_ Odeio dar más notícias, mas é isso! Você tem a chance de salvar todo o mundo, ou vê - lo morrer definhando e sentir suas dores! A escolha é sua! Minha hora já está chegando, vou partir para cinco anos no passado e tentar descobrir o que é essa praga e como para - la, no entanto meus poderes se usados demais causam campos de improbabilidade que tornam tudo ao redor pura insanidade! Virou o rosto para um carro que estava parado, um fusca todo velho e furado e rindo disse: _ Vou deixar um dinheiro com você, se importa em pagar ao dono daquele carro, ela sem entender nada acena positivamente com a cabeça, ele lhe entrega uma moeda e sai correndo até o carro, quebra o cadeado e ao encostar no carro, este volta a ter sua forma original, como se o tempo tivesse voltado! Atônita ela ainda fica sentada enquanto vê ele sair disparado com o rádio no último, rumo a um portal no outro lado da rua, que o levaria para qualquer outro local no tempo e no espaço.

Aquilo tudo de informação parecia ser uma grande loucura, de uma hora para outra tinha recebido informação demais e uma súbita tontura tomou conta de sua mente, ela fechou os olhos e quando abriu novamente, se viu sentada no pequeno restaurante onde tinha estado, o barulho, som e as cores estavam de volta e um velho senhor de cabelos grisalhos, chorava muito por ter perdido seu fusca favorito!

Ela se dirigiu a ele e lhe entregou a moeda de ouro puro e só então percebeu o que aquela moeda era! Um dracma do barqueiro! Uma moeda que faz com que aqueles que atravessam para o outro lado tenham uma vida de paz e felicidade nos campos Elísios, no mesmo instante que recebeu, o velhinho caiu duro no chão, fulminado por um infarto que já vinha ameaçando a muito tempo.

Tudo foi tentado para ajudar lhe, mas já era tarde e como único consolo todos pareciam ver que um sorriso grande estava em suas faces de um ponto ao outro, tinha morrido feliz apesar da perda, tinha morrido bem!

Mas Amanda naquela noite não conseguiu dormir: _ O que fazer frente as notícias que tinham lhe sido informadas! A pior parte de saber o que o futuro traz é não ter a certeza que será capaz de lidar com a situação! Mas enfim o sono chegou com o brilho da lua, trazendo lhe pesadelos e gritos soturnos...

CONTINUA...

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

A Rosa e o Fogo

A Rosa e o fogo.

Durante a inquisição,‭ ‬a Europa viveu uma grave crise de paranóia generalizada‭! ‬Qualquer um poderia acabar na fogueira por heresia,‭ ‬bruxaria e tantos outros crimes contra a fé,‭ ‬que ninguém estava a salvo de estar defronte ao tribunal do Santo Ofício.

Criado para ser uma espécie de legislação episcopal,‭ ‬essa entidade acabou torturando e matando sem nenhum limite,‭ ‬homens e mulheres inocentes e culpados,‭ ‬que tiveram um destino horrível.‭ ‬Torturados até confessar eles sentiam a culpa pelo que suas palavras iriam causar a sua família e amigos,‭ ‬sabiam que o fogo apagaria sua vida,‭ ‬mas deixaria tantas outras a espera do carrasco,‭ ‬a mente lhes doía mais do que as chamas.

A população dos reinos onde hoje é a Espanha adorava ver esses espetáculos,‭ ‬pareciam apreciar a dor dos seres humanos como se aquilo fosse uma espécie de diversão,‭ ‬um espetáculo que se repetia todos os meses nas principais cidades para servir de exemplo ao povo,‭ ‬de que caso você fosse acusado tinha somente uma chance de encontrar justiça:‭ ‬Estando lado a lado com Deus,‭ ‬por que no tribunal daqueles homens que se diziam santos,‭ ‬a vida não valia nada,‭ ‬em absoluto‭!

A pequena Rosa estava no ventre de sua mãe,‭ ‬uma mulher acusada de bruxaria que fora levada ao palácio do inquisidor,‭ ‬foi torturada para delatar mais pessoas,‭ ‬mas sua honra e lealdade aos seus foram maiores que a dor e a humilhação.

A criança crescia enquanto sua mãe definhava,‭ ‬todos os dias ela pedia a todos os deuses que conhecia pela morte,‭ ‬ela implorava para que parasse seu tormento‭!

O destino é uma criança brincando de escrever,‭ ‬um pivete a quem se deu um lápis e uma folha e que sai rabiscando palavras e criando personagens e no caso de Rosa ele foi bastante cruel e sádico,‭ ‬como as vezes acontece com algumas crianças.

Ela nasceu enquanto sua mãe gemia sob o fogo e não agüentando de dor,‭ ‬estourou a placenta e ela caiu em meio as chamas,‭ ‬puxando o corpo da mãe que estava atado numa corda sendo que as duas foram totalmente queimadas.

No entanto naquela mesma hora as chamas sairão do controle,‭ ‬o fogo se espalhou por todos os lados,‭ ‬a vingança divina veio na forma das chamas que consumirão todo o prédio e foram arrastadas pelo vento até o pequeno palco onde alguns moribundos estavam esperando o cadafalso.

Aquele fogo parecia ser obra de magia,‭ ‬pois não importava quanta água que as pessoas jogassem,‭ ‬ele brotava maior e mais forte,‭ ‬era como se fosse alimentado do próprio solo.

As pessoas sairão correndo quando o palácio da inquisição veio abaixo,‭ ‬alguns que estavam num bar se embebedando ao fim da tarde,‭ ‬soltaram palavras de alegria e foram logo comemorar mais ainda.

O espetáculo da morte foi cancelado quando todos os condenados escaparão após as pessoas se afastarem das chamas,‭ ‬aquele grupo de mendigos e furtadores de comida que foram acusados de heresia para poderem receber a morte por aqueles a quem roubaram,‭ ‬homens vis e gananciosos que venderiam a própria mãe se alguém lhes fizesse uma oferta.

Caso queiram saber,‭ ‬muito poucos religiosos escaparão do prédio e os torturadores da mãe da pequena Rosa,‭ ‬queimarão até não sobrar nem mesmo os ossos.‭

‬Se o silêncio vencer quem gritará em favor dos oprimidos‭?

A história de Rosa é triste,‭ ‬mas mesmo que tenha tristeza ainda carrega beleza e traz sentido aqueles que olharem além do véu do aparente‭!

O Segredo dos templários

O segredo dos templários

Era tarde em Jerusalém,‭ ‬essa história se passa no antigo templo de Salomão onde um homem decidia o futuro da cristandade,‭ ‬ele havia encontrado num templo judaico,‭ ‬que fora saqueado por alguns soldados cristãos bêbados,‭ ‬alguns documentos históricos que eram mantidos ali.‭ ‬E ao analisar um deles tinha diante de si um problema grande,‭ ‬além do contra‭ – ‬ataque que estava vindo através do califado egípcio pela província do Sinai.

Aquele homem não estava preocupado com isso,‭ ‬ele havia de fato encontrado a prova cabal de que não havia nenhuma santidade para o papa e que o trono de Pedro havia sido instituído somente por uma necessidade política,‭ ‬um documento da época de Constantino que falava claramente que os cristãos precisavam ser uma força mais controlada por isso necessitavam de uma cabeça mais forte que estivesse de acordo com os interesses do império.

Tinha trazido até sua sala dois dos maiores peritos da cristandade,‭ ‬padres que juraram em nome de Deus não revelarem a ninguém aquele escrito sob pena de arderem no fogo eterno para todo o sempre.‭ ‬Eles atestaram que era um documento real e não uma das muitas fraudes que ocorriam naquela época e eram vendidas para os nobres em troca de algumas moedas alimentando um comércio paralelo grandioso.

‭_ ‬O que fazer com estes papéis‭? ‬Poderia manda‭ – ‬los a Roma,‭ ‬mas não sabia como aquela entrega seria vista e além disso a cidade sagrada estava do outro lado do mundo e eles estavam perto de lutar mais uma vez para defender as terras onde o senhor Jesus Cristo tinha andando e feito seus milagres‭!

_ A ignorância vai salvar a todos,‭ ‬que a história seja um instrumento para a salvação de meu povo e que nosso senhor apague do meu coração qualquer sombra de dúvida‭! ‬E assim dizendo acendeu uma pequena fogueira e colocou aquele papiro e todos os outros nas chamas.

O fogo dos papiros ardendo encheu a sala com incenso aromático,‭ ‬ele pensou que aquilo era um sinal de aprovação do pai pelo seu gesto,‭ ‬mas era apenas o fogo apagando para sempre pedaços da história que tinham sido por tanto tempo guardados.

Ainda naquele dia antes do anoitecer um membro do alto clero veio ao seu gabinete lhe perguntar acerca daqueles papéis e do que eles se tratavam afinal era um segredo e como todo segredo naquela cúpula,‭ ‬todos os nobres sabiam sobre.

Ele apontou para a fogueira e disse:‭  _ ‬Melhor que as palavras que atestam algo contra a sagrada fé,‭ ‬seja destruído e que com fogo se purifique a todos‭!
_ Fez bem meu filho‭! ‬Que o pai lhe abençoe.

Aquele comandante não era tolo e tinha visto nos olhos do comandante um olhar de dúvida e isso significava que logo dariam um jeito para apaga‭ – ‬lo,‭ ‬pois sua cabeça sabia mais do que eles podiam suportar.

Assim sendo fugiu da cidade se refugiando na Europa onde se reencontrou ao mestre da ordem e contou lhe tudo,‭ ‬os detalhes de cada página daquele manuscrito e transcreveu as frases que tinha lido.

O documento causou uma grande comoção no mestre Jacques Demolay,‭ ‬mas logo o encontro foi descoberto e antes que a verdade fosse espalhada a ordem dos templários foi acusada formalmente de bruxaria e o grão mestre foi morto juntamente com vários outros grandes nomes,‭ ‬no entanto o documento sobreviveu estando acessível somente aos iluminados dos níveis mais altos que contemplam o segredo e a verdade:‭

‬Todas as igrejas foram construídas por homens para homens,‭ ‬Deus quer que nós tornemos pessoas melhores,‭ ‬que amemos uns aos outros sendo sinceros,‭ ‬caridosos e verdadeiros.

Esse pequeno resumo de toda a biblioteca secreta mostra por que até hoje os poderes emanados da cidade do Vaticano ecoam a caça dessa ameaça que põe em risco atualmente não só a igreja católica como todas as outras,‭ ‬um segredo que pode abrir a mente das pessoas e provocar um choque tanto para o bem quanto para o mal‭!

Morte e dor



A cruzada de Frederico tinha sido um fracasso,‭ ‬os muçulmanos estavam recuperando os territórios e o destino do exército da cristandade parecia selado nas portas de Acre.

No meio de um clima de medo e fé,‭ ‬todos pareciam absortos perante o poder de um exército que tinha dizimado as tropas em Jerusalém,‭ ‬a igreja da cidade estava lotada de todos aqueles que não podiam lutar e que rezavam a Deus pedindo algum auxílio,‭ ‬pedindo alguma ajuda.

Os soldados no entanto estavam vigiando os muros em torno da cidade ou bêbados na única taberna que dentro de poucas horas estaria sem álcool e foi nesse momento que um grupo de homens liderados por Borhs Sagi,‭ ‬um guerreiro normando que se vestia com a cruz negra dos hospitalários.

Eles entraram na igreja e profanaram o lugar buscando bebidas e movidos pela luxúria do álcool atacaram mulheres e crianças numa orgia que não pode ser medida em palavras,‭ ‬o terror de todos frente aquela horda bêbada que gritava palavrões e misérias com ódio em suas faces.

Serviam a Deus,‭ ‬mas ele do alto dos céus olhava aqueles imundos com tanto nojo que permitiu uma tempestade no meio do deserto,‭ ‬uma nuvem de poeira que prenunciava a morte.
Agora eles não tinham a menor chance,‭ ‬os exércitos do inimigo chegariam e não se poderia preparar nenhuma defesa.

Os mais espertos percebendo da situação e vendo a morte daqueles homens que atacarão a igreja fugiram dali preferindo encarar a areia e o exército dos infiéis do que permanecer ali sob o julgo do inimigo mais poderoso:‭ ‬O medo‭! ‬Dentro da cidade,‭ ‬numa fogueira que ardia como o inferno,‭ ‬suas almas eram condenadas por um padre que berrava histericamente maldições em latim,‭ ‬palavras que enchiam até o ar de medo‭!

A manhã trouxe o sol,‭ ‬forte e profundo,‭ ‬no meio da cidade os corpos ardiam,‭ ‬ossos limpos sem carne alguma,‭ ‬ainda amarrados no poste como se servissem de um presságio para aquilo que o futuro lhes reservará.

Naquela noite os cavalos do Sultão chegaram e as muralhas com poucos defensores foram logo vitimadas pelo fogo das catapultas,‭ ‬o exército do Islã entrou na cidade‭! ‬A parede de escudos adversária era muito menor,‭ ‬foram cercados pela cavalaria e o fim foi trágico‭! ‬A cidade foi destruída e numa noite todos foram mortos,‭ ‬dez mil pessoas entre soldados e civis foram trucidados,‭ ‬tudo foi devastado,‭ ‬as mulheres foram feitas como escravas,‭ ‬as feias foram estupradas e mortas,‭ ‬e na verdade a falta de beleza só lhes serviu como uma forma de findar o tormento de uma maneira mais rápida e indolor por que as que tinham esse atributo,‭ ‬que foram levadas para uma vida de escravidão e tortura.

Os velhos servirão de poste para o tiro com arco,‭ ‬crianças foram tiradas de suas mães e morreram a golpes de espada,‭ ‬padres foram queimados e os corpos enterrados em cova profunda na areia do deserto.

Todos os símbolos cristãos tinham sido queimados e a cidade agora não tinha mais uma igreja mas sim uma mesquita e assim a derrota dos cruzados estava tomando ares muito maiores e perder era algo que resultava na morte‭! ‬Entendam não é uma história bonita,‭ ‬mas a realidade é uma senhora sábia que tem cara de um monstro que sangra entre os dentes mastigando os mais fracos e debilitados‭!

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

A saga de Urso Justo (Histórias publicadas até agora)

A mensagem.

O rei mandou seu filho servir como mensageiro há um reino muito,‭ ‬muito distante‭! ‬O rapaz sempre fora para ele um belo problema e queria lhe matar para acabar com isso de uma vez e poder passar o trono para seu irmão caçula.

No entanto nem sempre o plano da certo e a armadilha que fora feita contra o mensageiro no caminho acabou resultando na morte de seus dois filhos,‭ ‬o que tinha partido e o outro que liderava o ataque,‭ ‬foram vitimados pelas mãos de um druida que era conhecido popularmente como:‭ ‬Urso Justo.

Movido pelo ódio e pela culpa o rei junta cinco mil de seus melhores homens deixando o reino quase desguarnecido e vai em busca daquele que segundo fez passar a mensagem ao povo,‭ ‬foi o assassino de seus príncipes.

Eles encontraram a cabana no alto de uma rocha conhecida como pico da tempestade,‭ ‬o lugar pertencia a ele mas no entanto estava vazio,‭ ‬foi dada a ordem para vasculhar tudo ao redor,‭ ‬no entanto os soldados demoraram muito a voltar e foi mandado que outros soldados fossem atrás dos primeiros mas estes também demoraram e assim se seguiu até que o rei ficou sozinho na cabana,‭ ‬com o medo aturdindo todos os seus sentidos,‭ ‬quase como se visse a morte em cada sombra que a luz de uma vela num canto projetava,‭ ‬a luminosidade ia descendo,‭ ‬descendo até que num determinado momento ele estava sozinho na escuridão,‭ ‬lá fora começou a chover e pode ouvir seu cavalo partindo com medo após um raio cair bem próximo a sua cabeça.

O rei caiu ao chão chorando e perguntando:‭ ‬Por que‭? ‬Por que‭? ‬O que tinha feito para aquilo estar acontecendo‭?

Quando esse pensamento passa lhe pela cabeça eis que surge um urso bem na porta da cabana,‭ ‬seus gritos são aterradores,‭ ‬mas pouco a pouco vão se transformando em sons humanos,‭ ‬Urso Justo era um transformo‭! ‬O rei parte para cima dele que desvia do ataque como se aquilo fosse feito por uma criança,‭ ‬puxa o braço dele e aponta as cabeças de seus filhos e fala com um sotaque de fera‭!

_ ‬Eu sei que você iria matar aquele para dar o reino ao seu preferido,‭ ‬no entanto,‭ ‬vi seu futuro rei‭! ‬Quando ficasse mais velho,‭ ‬teu primogênito te mataria,‭ ‬trancaria tua esposa no porão do castelo até que ela ficasse louca ou morresse pela fome e usaria dos teus bens que tanto lutaste para ter em prol dos prazeres da carne,‭ ‬gastando tudo em um banho de luxúria e álcool que deixaria até mesmo aos mais imorais com ânsia de vomito,‭ ‬enquanto seu povo estaria massacrado pela mão do rei,‭ ‬servindo como gado para o abate.

‭_ ‬Conversei com o destino e era esse seu fim,‭ ‬mas eu mudei tudo‭! ‬Agora você não tem filhos,‭ ‬não tem família,‭ ‬não tem reino,‭ ‬pois os bárbaros do norte nesse momento atacam suas muralhas e sem esses homens logo você irá perecer‭!

O rei cai em prantos,‭ ‬sua espada jaz longe,‭ ‬seu braço quebrado pelas mãos daquela fera e de algum modo aquelas palavras eram verdade,‭ ‬ele podia senti‭ – ‬las no seu coração,‭ ‬tudo estava acabado.

‭_ ‬Me mate então‭! ‬Acabe com isso de uma vez‭! ‬Gritou com o pouco fôlego que lhe restava‭!

_ Não sou eu que vai te matar,‭ ‬vi seu destino e te contei tudo isso por que você vai se apoiando assim que eu sumir até lá embaixo encontrará seu cavalo e vai se matar do alto da estrada olhando seu reino arder em chamas‭! ‬Você vai ver seu fim rei‭! ‬Ou passará o resto dos dias,‭ ‬agindo como um louco sendo chutado da porta das tabernas por falar obscenidades aos fregueses,‭ ‬dizendo isso desapareceu nas sombras da noite,‭ ‬deixando o rei ali com tanto remorso no coração que ao se levantar e pegar a espada fez algo que nunca tinha pensado,‭ ‬virou a ponta contra seu coração e num golpe só com toda a força cravou a lâmina em seu peito,‭ ‬o corpo caiu na terra banhando a com mais sangue naquela noite.

E dez dias depois os bárbaros realmente atacaram o reino e pilharam tudo quanto podiam,‭ ‬nesse meio tempo alguns mercadores encontraram os crânios de toda a tropa,‭ ‬incluindo o rei e seus dois filhos estendidos e unidos em torno de uma cabana no alto do pico da tempestade e desde então ninguém vai lá‭!
_ ‬Essa é a lenda do rei suicida e do fim do reino da Passagem.‭ ‬Agora vá deitar John,‭ ‬eu tenho que entregar uma mensagem para o rei amanhã e sua mãe não quer você faltando nas aulas de tiro com arco novamente,‭ ‬certo‭?
_ Tudo bem pai,‭ ‬e se virou para o canto indo dormir,‭ ‬quem sabe no que ele vagou durante seus sonhos‭? ‬Quem sabe quando ele irá contar essa história para seu filho‭? ‬Quantas questões o tempo trás‭!


Uma taberna no meio do caminho‭!

_ Tudo bem John‭! ‬Vou lhe contar outra história sobre o Urso Justo,‭ ‬mas só se você jantar e for dormir sem causar problemas tudo bem‭?
_ Certo papai‭!
E naquela noite,‭ ‬o garoto não causou nenhum problema para ir dormir,‭ ‬ficou esperando seu pai ir até seu quarto e começar mais uma das histórias que tinha aprendido no papel de escriba e mensageiro do rei.

Seu pai chegou uma hora depois e começou a história que tinha ouvido ser contar por um dos participantes desta:‭ ‬Um senhor com mais de sessenta anos,‭ ‬que administrava uma taverna‭  ‬que ficava próximo ao forte da Dor,‭ ‬seu estabelecimento marcava que ainda faltava um dia para se chegar a capital e quatro para chegar a fortaleza.

O lugar é cercado pela floresta,‭ ‬seus parentes nunca cortaram uma árvore na extensão da propriedade e as paredes são cheias de ervas e ramos que crescem por todos os lados.‭ ‬Dormir ali era como estar descansando a céu aberto com a desvantagem de não poder olhar as nuvens,‭ ‬mas com um caldo quente e secreto que quando ingerido parecia deixar mesmo aos desesperados com um sorriso no rosto.

Essa história começa com um velho sentado em sua lareira,‭ ‬lendo um livro muito antigo sobre plantas,‭ ‬um pergaminho antigo que para muitos não valia muita coisa,‭ ‬mas para ele era um valoroso achado.‭ ‬Eu era naquela época um aprendiz de mensageiro e estava preocupado com o caminho até o forte,‭ ‬onde era necessário avisar ao comandante que um grupo de cavaleiros necromantes estava chegando ao vale em breve.

Aquela noite eu não conseguia dormir,‭ ‬ao fechar os olhos via somente a morte saindo de cada lado da estrada,‭ ‬uma morte com manto preto e foice tal como as histórias contam.‭ ‬Cheguei para perto dele e fiquei ali parado diante do fogo,‭ ‬com tanto medo que nenhum pensamento meu parecia ser bom.

O velho me tirou dos meus pensamentos,‭ ‬era tarde e ele era quem administrava o lugar,‭ ‬seu nome é Senijac,‭ ‬um nome estranho,‭ ‬mas segundo ele me falou naquela noite,‭ ‬significa sabedoria da terra no lugar onde ele havia nascido.

Ele se levantou com dificuldade e me chamou para irmos a cozinha,‭ ‬por que um chá na noite tem poderes que nenhum médico é capaz de entender.‭ ‬Segui‭ – ‬o afinal precisava de uma companhia e naquela noite eu ouvi pela primeira vez falar do Druida Urso Justo,‭ ‬bebi o chá enquanto ele me contava sobre esse grande personagem do nosso povo que tão poucos parecem se importar‭!

A história que vou te contar foi aquela que ele me disse naquela noite...

Urso justo nasceu há muito,‭ ‬muito tempo atrás,‭ ‬numa época que os homens ao nascer vinham com dons de acordo com os deuses a quem seu povo servia.‭ ‬Era uma época muito antiga,‭ ‬onde o poder da magia era forte e o mundo ainda era jovem.

Todas crianças eram levadas ao oráculo no topo do monte conhecido como Salvação e lá passavam duas noites enquanto os profetas viam o futuro da criança e lhe abriam os dons em sua mente,‭ ‬e assim foi feito com aquele garoto,‭ ‬mas ao contrário das outras crianças,‭ ‬ele não ficou ali em meio a festa,‭ ‬quando olharam para ele todos os profetas antigos choraram,‭ ‬e se ajoelharam perante ele.

Eles virão o fim que aquela criança traria para os povos das tribos,‭ ‬ele seria o mais sábio,‭ ‬forte e leal druida e ganharia a imortalidade que todos os homens sonham,‭ ‬mas isso irá lhe custar caro‭! ‬Nunca será aceito entre meio as pessoas,‭ ‬viverá na solidão até secar no seu coração toda a humanidade e ele assumir a forma de uma fera todo o tempo.

O líder da tribo sabendo da profecia,‭ ‬tirou a criança no meio do ritual naquela noite e o levou para uma caverna onde sabiam que uma ursa muito violenta ali morava,‭ ‬uma ursa que já tinha matado vários guerreiros por simplesmente se aproximar do seu lugar de repouso.

Saiu contente pensando ter se livrado do mal,‭ ‬mas o destino é um senhor com uma ironia muito sutil e o animal feroz era na verdade a Deusa da natureza,‭ ‬que defendia seu templo na forma de uma ursa e ao ver aquele pequeno embrulho jogado no meio da lama se comoveu daquela pequena forma e o levou para dentro,‭ ‬ela voltou a forma humana e o levou para dentro,‭ ‬onde ficava um antigo lago,‭ ‬o pequeno foi alimentado em seu seio e cresceu forte,‭ ‬peludo e sábio,‭ ‬aos quatro anos conhecia mais sobre as plantas e os animais que muito mago da floresta aprenderia por toda a vida.

A deusa se apegou a ele a tal ponto que lhe concedeu um banho nas águas de seu lago,‭ ‬lhe dando imortalidade frente a qualquer arma feita de produtos da terra,‭ ‬dos céus e do ar.‭ ‬No solstício de verão,‭ ‬quando o garoto tinha cinco anos,‭ ‬ela foi até o templo dos antigos meditar e confraternizar com seus irmãos,‭ ‬deixando o a cuidar do lago.

Naquele dia os humanos estavam medindo forças entre si para ver quem seria o novo líder,‭ ‬ninguém mais falava sobre o garoto maldito e foram os maiores guerreiros tentar invadir aquela caverna,‭ ‬matar a ursa e voltar como líder por toda a vida.

No entanto eles não esperavam encontrar um garotinho ali e não esperavam que esse ao ser agarrado por eles falou algumas palavras numa língua antiga e os musgos que cresciam na entrada da caverna criaram braços e os tinham prendido e nem mesmo que naquele instante os lobos saiam da caverna e pularam em suas gargantas,‭ ‬um deles conseguiu lutar e escapou contando a história toda para a tribo‭!

Mas eles não tiveram chance,‭ ‬o garoto não sabia quem eram aqueles humanos e liderou a natureza contra sua pequena tribo,‭ ‬as raízes das árvores destruirão suas muralhas e os animais ferozes comeram as entranhas daqueles agressores que tentaram invadir o lugar sagrado de sua mãe.

Na sua fúria ele veio montado em um urso,‭ ‬mas foi atingido por seu pai munido de um arco,‭ ‬pouco antes do agressor acabar servindo como comida para um urso que saiu da floresta.

A flecha era envenenada magicamente e causava dores profundas,‭ ‬o disparo varou ele e se fixou na parede,‭ ‬as árvores e os animais se reuniram num clamor que trouxe sua mãe de volta ao plano dos mortais e vendo aquele mal,‭ ‬chorou e daquele dia em diante passamos a ter inverno,‭ ‬pois por ordem dos deuses ele não podia mais estar ao seu lado,‭ ‬tendo de viver em meio aos humanos,‭ ‬a sua imortalidade o salvou,‭ ‬mas passou a estar sempre com o coração em chamas numa dor que atualmente chamamos de depressão.‭ ‬O garoto se levantou dois dias depois e viu que ao seu redor tudo parecia o proteger.

Vagou pelos bosques até chegar no pico da tempestade onde entrou em contato com um necromante que iria sacrificar uma menina que nasceu com os cabelos brancos,‭ ‬vendo aquele homem fazer mal a um inocente ele usou a magia mais poderosa que um druida tem acesso,‭ ‬a fusão animal‭! ‬Ele sacrifica sua energia em troca de se tornar um animal,‭ ‬ele escolheu se tornar um urso e o mago maligno viu pela primeira vez ele se tornar um urso,‭ ‬tentou lembrar se de algo contra aquilo,‭ ‬mas não estava usando seu cajado,‭ ‬a garota desmaiou ao ver um urso do nada aparecer no exato instante e num tapa jogar o seu corpo lá de cima.

Um dos problemas de se tornar um animal é que você não controla seus poderes e ao ver a garota,‭ ‬os seus instintos lhe deram um abraço final que partiu os ossos do seu pequeno tórax,‭ ‬no entanto aquela criança tinha um poder muito cobiçado,‭ ‬um dom que lhe tornava valiosa e mortal,‭ ‬ela podia ver a hora da morte de qualquer um e tinha sido profetizado que no momento de sua morte,‭ ‬um imortal iria cumprir sua trajetória e assim se fez,‭ ‬o poder dela passou para ele que ainda na forma de urso viu a morte de tudo até onde sua vista alcança,‭ ‬um poder que o atormentaria por séculos...

Ao olhar para o garoto ao seu lado deitado numa cama feita de palhas,‭ ‬viu que ele dormia pesado e só então também percebeu que seu corpo todo estava dormente,‭ ‬era hora de dormir,‭ ‬amanhã a noite teria muito que fazer,‭ ‬outra hora terminaria essa história,‭ ‬saiu e foi para sua cama deitar‭!


Indo em busca da fonte das histórias‭


O mensageiro do rei fora designado para ir a um antigo templo,‭ ‬um oráculo perdido nas terras ao sul e de algum modo tinham sido atacados naquelas terras inóspitas somente um dos cavaleiros que fazia a escolta da comitiva tinha voltado.

O pai de John era o mensageiro,‭ ‬não se soube notícia dele,‭ ‬as histórias de Urso Justo tinham acabado e o garoto tinha ficado cada dia pior,‭ ‬sua mãe parecia não ser capaz de controlar o desejo do menino de partir em busca do pai,‭ ‬de alguma notícia sobre o que tinha acontecido.

Mesmo colocando o sob forte vigilância,‭ ‬o garoto conseguiu fugir carregando seu pequeno arco e alguns mantimentos e roupas,‭ ‬escapou da cidade rumo ao sul,‭ ‬seguia tomando por base a trilha que ia para a capital do reino,‭ ‬fazendo um caminho paralelo e se escondendo dos guerreiros que tinham sido mandados em sua procura.‭

‬Seu pai era um arqueiro e tinha lhe ensinado a esconder seus passos enquanto estava na floresta e ele tinha aprendido bem a lição,‭ ‬ninguém o tinha encontrado,‭ ‬ele comia pequenas caças que abatia pela floresta tomando cuidado para não entrar em confronto contra nenhum animal grande.

Sua maior preocupação era seu pai,‭ ‬nas últimas semanas tinha conseguido roubar de um livro na escola,‭ ‬pedaço a pedaço um mapa do reino que tinha dentro de sua mochila colado com cuidado em um pedaço de couro enrolado,‭ ‬era por meio daquele mapa que ele se movimentava.

Seu desejo de chegar até seu pai era maior do que tudo,‭ ‬mas não superava a sede e naquela manhã do quarto dia,‭ ‬ele estava sedento e depois de muito caminhar seu corpo começava a se deixar dominar pelo cansaço até que ouviu um som de um pequeno ribeiro de águas,‭ ‬rapidamente checou no mapa,‭ ‬mas ninguém tinha marcado nada na posição onde ele se encontrava e não havia nada ali que retratasse aquela nascente,‭ ‬morrendo de sede e com a inocência de uma criança pura,‭ ‬ele seguiu os sons e acabou atravessando a barreira entre o mundo real e o espiritual.

O garoto saiu cada vez mais da rota até chegar no ribeiro,‭ ‬no entanto aquelas águas eram do rio dos mortos,‭ ‬alguma criatura que viva estiver e dela beber no mesmo instante é envenenada,‭ ‬seu corpo apodrece até que ela cai na água e de lá não mais sai.

Quando ia levar suas mãos para beber,‭ ‬uma voz como um grasnado lhe fala:‭
_ ‬Ta maluco‭? ‬Humano idiota,‭ ‬não sabe que beber dessa água traz a morte‭! ‬Sai já daí‭!
O garoto parou um instante,‭ ‬apurou os sentidos e disparou uma flecha de onde tinha ouvido o som,‭ ‬afinal aquilo que disse essas palavras não era humano,‭ ‬e não merecia viver‭!

Quando sai atrás de cima de uma arvore um pequeno goblin,‭ ‬com dentes protuberantes e corpo verde todo baixinho‭! ‬Era uma criatura idiota que boa parte do tempo falava palavrão e comia peixes,‭ ‬não do rio dos mortos,‭ ‬mas de todos os outros da região,‭ ‬ele era mal como todos da sua raça,‭ ‬mas ele tinha algo de melhor que eles num ponto:‭ ‬Era o único goblin de todas as aldeias que sabia ler e escrever na língua dos humanos.‭ ‬Tinha roubado os materiais que os tutores usavam para ensinar as crianças bem nascidas numa vila do outro lado da barreira que o rio fazia entre os humanos e a magia.

Isso lhe dava algum respeito entre os goblins e fazia com que ele tivesse algum apreço pelos humanos,‭ ‬afinal eles lhe garantiam uma boa vida,‭ ‬com poucas aventuras e morte.‭ ‬Ele era tratado pelo rei como um intelectual,‭ ‬alguém que precisava pensar sobre o reino,‭ ‬nas regras e tudo mais e isso lhe permitia o privilégio de não participar das lutas.‭ ‬Que era algo muito apreciado e naquela manhã enquanto voltava de uma de suas incursões em busca de livros numa vila próxima,‭ ‬viu o garoto.‭

O nome daquela criatura é feio de se pronunciar na língua dele,‭ ‬mas caso os leitores queiram saber no idioma humano é algo como peido de velho na floresta fedida.

Ele apareceu atrás do garoto com o chapéu varado pela flecha,‭ ‬era um gorro de lenhador pontudo que agora tinha um adereço a mais,‭ ‬lógico que ele não iria falar para todos que tinha sido atacado por um mini‭ – ‬humano que fedia a fraldas e que era tão estúpido ao ponto de atravessar a barreira para beber a água do rio dos mortos
‭ _ ‬O que é você‭? ‬O garoto perguntou,‭ ‬puxando outra flecha na aljava e apontando para a cara do monstro,‭ ‬no entanto algo o fez parar,‭ ‬aquele gorro era dos mensageiros do rei,‭ ‬talvez a criatura soubesse o que acontecerá a seu pai.
‭_ ‬O que eu sou filhote de humano‭! ‬Eu sou um goblin,‭ ‬uma criatura maligna que é retratada nos contos como um ser muito imbecil,‭ ‬o que considero um verdadeiro ultraje ao meu povo,‭ ‬que apesar de não ter lá muita cultura,‭ ‬não é nenhum pouco estúpido e já consegue entender que uma roda é redonda.

O garoto ficou parado olhando para ele e depois riu muito,‭ ‬era muito estranho ver um monstro falar daquele jeito,‭ ‬defendendo goblins como se estes fossem algo bastante inteligente,‭ ‬era hilário,‭ ‬mas passado o surto de risadas retomou uma postura mais séria e usando todas palavras que conheciam,‭ ‬que não eram muitas conseguiu falar a seguinte pergunta:‭
_‬Como você conseguiu esse chapéu‭? ‬Ele faz parte do uniforme dos mensageiros do rei,‭ ‬poderia me dizer como o conseguiu‭?

O goblin parou,‭ ‬ficou olhando para aquela estranha criaturinha que a pouco zombara dele e agora vinha lhe pedindo um favor,‭ ‬tentava analisar se aquele menino não seria meio humano,‭ ‬meio goblin,‭ ‬afinal ele parecia tanto com os idiotas de sua aldeia que faziam piadas até mesmo do vento que soprava em volta de suas tocas,‭ ‬mas depois se lembrou que os humanos eram iguais ao seu povo em matéria de idiotice e muito poucos sabiam que a floresta tem seus segredos.‭ ‬O garoto pensou que ele tinha morrido,‭ ‬mas num instante ele saiu de seus pensamentos com a cabeça fervendo e respondeu:‭
_ ‬Um humano passou por aqui,‭ ‬ia em direção ao pico da tempestade pedir ajuda a Urso Justo,‭ ‬frente um perigo que a terra dos humanos corre,‭ ‬um perigo que ameaça destruir todos os dois mundos.


O perigo real se aproxima

_ Que perigo é esse que fez você até fechar os olhos de medo? Perguntou o garoto começando a ficar atemorizado só pela forma como aquela criatura tinha falado sobre essa tal ameaça!
_ Melhor você não saber, garoto! o terror que essa ameaça traz pode ser demais para sua cabecinha de filhote!
Se quiser um lugar quente para enfrentar a noite que está chegando e alguma comida e bebida melhor que essa que você iria tomar me siga, vou te levar para os elfos, fica só algumas horas daqui, ou o filhotinho de humano com flechas é fraco?
E ao fazer essa pergunta saiu rindo e correndo, o garoto sentindo se ofendido foi atrás dele com o arco armado, correndo rumo ao sul, seguindo por caminhos estreitos e esguios até que chegaram em uma ponte.
Para sorte do garoto, uma patrulha de arqueiros passava por ali e interceptou aquela cena, prendendo o goblin pela camisa eles rapidamente o imobilizaram.
O garoto perdeu a trilha da criatura, ficou parado analisando o chão para ver algum sinal de pegada quando surgiu na frente dele a bela Nargin, uma arqueira de longos cabelos negros e que tinha nos olhos a magia do povo antigo capaz de encantar qualquer um que para ela olhasse com o coração puro e sem maldade.
Sem dizer uma palavra, o garoto passou a segui - la com obediência, o grupo de elfos estava cansado demais para dar explicações e o garoto quando acordado da magia seria grato por tudo aquilo, afinal tinha sido salvo de virar um banquete para o rei trapaceiro gordão, senhor da tribo goblin que vivia próximo dali.
Seria algo interessante saber a história daquele garoto antes de levar ele para sua casa de volta, Nargin ficou pensando sobre o quanto os humanos estavam atravessando a fronteira, primeiro aquele grupo de cavaleiros atravessou a para tentar chegar ao pico da tempestade, mas acabaram cercados pelos orcs e somente um entre eles tinha sobrevivido, escapando correndo por entre meio as árvores e sendo salvo, mas isso já tinha algumas semanas e o rei ao saber da história dele tinha enviado o junto com um comboio para chegar até Urso Justo, no entanto ninguém tinha tido notícias dele ou de sua comitiva elfica que escoltava o.
Essa ausência de notícias fazia o coração da bela Nargin arder pois entre os membros daquela missão estavam seu amado Krasniel e seu pai Enduror e não saber nada sobre os dois era algo que tornava essas missões de patrulha um verdadeiro martírio para ela.
O garoto caiu no sono quando chegou na cidade de Nercotari, uma fortaleza - cidade que vivia cercada por muralhas e magia, ele foi levado até uma pequena hospedagem onde o rei abrigava seus hospédes, todos queriam saber sua história e estavam felizes daquele pequeno e indefeso humano ter sido salvo do goblin, este por sua vez acabou parando numa muralha fedida e úmida abaixo da muralha onde a chuva e o sol o castigavam diretamente, era um castigo deverás cruel para qualquer criatura, ainda mais que naquele lugar a solidão era completa não havia guardas e somente pequenos seres mágicos entregavam a comida duas vezes por dia e estar sozinho por tempos consideráveis causa a loucura mais rápido que um disparo de flecha.

O conforto e a masmorra .

Acordar na cidade dos elfos era como estar em um paraíso, certa vez ele tinha ido ao templo e tinha visto um sacerdote falar sobre como era a vida após a morte, a descrição batia realmente com o que ele estava vivenciando ali naquele momento.
A hospedagem era simples para o padrão dos elfos, tinha sido construída em mármore das minas dos gnomos, as camas eram feitas por magia com o entrelace de plantas e musgos extremamente macios que quando apertados soltam um aroma que causa bem estar, relaxa e cura pequenas feridas.
O garoto estava maravilhado com a mobília do quarto que falava com ele a todo momento, um sino lhe perguntava se queria comer algo, um armário se queria roupas, tudo ali era vivo por magia. Uma maravilha que nunca sonhará! Estava tão maravilhado que se esquecerá do goblin completamente.
Este por sua vez amaldiçoava o garoto e dizia a si mesmo que deveria ter deixado aquela pequena peste azarada morrer!
_ Que bebesse água do rio dos mortos! Há se pudesse voltar atrás e torcer aquele pescocinho e entregar para o rei aquele frango! Se remoendo de ódio a criatura falava baixo, sabia que tudo o que se passava naquele lugar era vigiado pelos psiônicos acima deles.
A chuva não parava de cair e as gotas feriam como agulhas na carne da criatura, que padecia por ter sido bondosa para com aquela peste.
_ Por que tenho de ser bom com humanos? Por que não consigo matar esse bando de idiotas como todos os meus sempre fizeram? e soltou um grito, estava cansado demais e se deitou num catre sujo que fedia a orc, provavelmente algum daqueles idiotas bárbaros tinha estado ali e acabado como todos os criminosos que caem nas mãos dos elfos, torturado mentalmente até que o cérebro se desligasse por excesso de dor e o coração parasse pela pressão exercida pelos poderosos carrascos do rei, os elfos com habilidades telecinéticas tão grandes que alguns diziam poder até mesmo prever o que aconteceria no futuro.
Semanas se passaram, o goblin ficou preso sofrendo e o garoto recebendo o melhor tratamento que aquela cidade poderia dar, o por que disso ninguém sabia explicar muito bem, a bondade do rei para com aquele filhote de humano extrapolava os limites do bom senso, todos na cidade comentavam e logo isso chegou aos ouvidos do rei, pois não havia segredo que se guardasse na mente ou no coração que logo não fosse do conhecimento de todos ali.
_ Se eles soubessem que eu mandei o pai desse garoto quase para a morte, junto com cinco guerreiros mais do que valorosos entenderiam minha benevolência, entenderiam que ao olhar na mente dele e ver a vontade de procurar o pai, o amor que sente por este eu sinto uma maldita culpa que me corroi o coração!
E mandou que o serviçal saísse dali e não dissesse nada a ninguém, que trouxesse o garoto a sua presença, junto com aquele pequeno monstrengo, precisava falar as palavras que tinha escutado para os dois, precisava lhes dar a verdade sobre o futuro, mas não seria aquilo pesado demais para a mente de uma criança? Teria ele força para saber tudo o quanto precisava?
Enquanto isso no pico da tempestade, um velho com o peso de milênios nos ombros saia de sua caverna pela primeira vez neste século, o escolhido para assumir os poderes estava chegando para vê - lo, assim que a esperança se acabasse!

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...