domingo, 31 de janeiro de 2016

Mentira mata.

  • Um marido chega em casa, tarde da noite. A esposa o espera, no sofá e assim que entra cobra explicações:
  • _ Armando! Onde você estava até essa hora da noite! Por que seu celular está desligado?
  • Ela para e olha para a mão dele e berra furiosa:
  • _ Onde está sua aliança? Seu canalha andou saindo com aqueles seus amigos para o bordel novamente?
  • Armando faz uma cara de injuriado e diz pegando um papel do bolso:
  • _Aqui o seu bordel e dizendo isso puxou do bolso um papel, e começou a ler, tinha feito um boletim de ocorrência na delegacia do bairro, poucas horas atrás.
  • Segundo o documento ele tinha sido sequestrado, todos seus pertences roubados e ainda fora ameaçado de morte, sendo solto somente depois dos ladrões conseguirem sacar o dinheiro da conta bancária.
  • A esposa tomou o papel das mãos do marido e começou a chorar de remorso, tinha pensado mal dele, tinha acreditado nas suas amigas que viviam dizendo ser ele um imprestável vagabundo.
  • Os dois se abraçaram, ele tomou banho e ela preparou um belo jantar para tentar se desculpar. Ele dizia estar muito triste com a desconfiança da esposa, mesmo após dez anos de casado e que aquilo estava se tornando um ciúme doentio.
  • Disse até que estava começando a se separar. Depois do jantar, ela para tentar se redimir, colocou a melhor lingerie e fez um strip-tease para ele, seguido de sexo.
  • No outro dia ele foi trabalhar feliz, contente. Quando chegou ao trabalho, o telefone tocou, era a amante, uma mulata linda, filha do escrivão da polícia.
  • Ele saiu disfarçadamente e foi para o banheiro, fingiu por todo o caminho que conversava com um cliente, ao chegar lá começou a rir dizendo:
  • _ Ontem você estava demais minha linda, quando meu casamento acabar prometo que iremos fazer aquilo todos os dias.
  • _ Já decidiu quando vai dar um pé naquela velha?
  • _ Você sabe que não é fácil, quero a fazer sair sem nada para termos uma casa só para nós!
  • _ Não precisa disso amor! Meu pai tem uma casa de aluguel e ele pode muito bem nos ajudar.
  • _ Eu não aceitaria isso do meu futuro sogro! O que ele iria pensar de mim? Que sou apenas um interesseiro quero dar um lar para minha princesa.
  • _ Você é tão romântico amor! Beijos mais tarde vêm para cá, prometo que será inesquecível.
  • _ Pode deixar amor, hoje eu vou pedir para meu chefe ligar em casa dizendo que vou trabalhar até mais tarde. Já fiz isso por ele uma vez e agora vou cobrar. Sou louco por você, beijos.
  • Todos no escritório conheciam a fama do Armando, quando souberam que ele iria se casar com a filha de um pastor, a doce Maria, tiveram pena da jovem, o Oliveira da limpeza até chegou a brincar numa roda entre amigos dizendo:
  • _ Essa menina vai ter mais chifre que uma boiada inteira.
  • E assim as horas foram passando, Armando preparou o plano, seu chefe ligou para a esposa dizendo que ele iria trabalhar até mais tarde e que ela não se preocupasse por que se fosse necessário ele até poderia mandar um segurança para levar ele até sua casa, a pobre acreditou em tudo, sem se dar conta que no prédio onde ele trabalhava só tinham dois zeladores e nenhum segurança.
  • A noite foi quente, foi para o cinema com a amante e depois a levou em um motel, ali fizeram sexo em várias posições, e dormiram ali mesmo, só no outro dia ele foi acordar com o celular despertando. Tinha colocado no silencioso, mas ainda sim o despertador funcionava.
  • Pensou no que iria dizer, provavelmente há essa hora sua mulher já estava na firma, e o seu segredo tinha sido descoberto.
  • Estava apreensivo, sua mente pensava em mil possibilidades, tinha medo de apanhar, de ser castrado e até morto, pois o pai de sua esposa era pastor, mas o filho mais velho tinha se desviado da igreja e jurara que se ele algum dia fizesse sua irmã chorar iria sentir dores em lugares que jamais imaginou que existissem.
  • Chegou a casa depois de deixar a amante no serviço dela, notou que o carro da sua esposa não estava, aproveitou a situação para bolar um plano. Foi até o quarto e tirou uma tábua do assoalho e pegou a carteira e a aliança que tinha escondido ali na última noite após tomar banho e tirar do bolso da calça, os itens.
  • O carro que ele perderá era um gol do sogro, que tinha ficado ali estacionado por muito tempo, por não ter espaço na garagem do pastor Fernando.
  • Na verdade o veículo estava em um estacionamento de um primo, muito bem guardado.
  • Ele entrou em casa e não se deu conta que seu cunhado estava o seguindo, tinha começado a rastrea – lo desde que a irmã se queixou para o pai de que todos na rua a estavam chamando de: “chifruda”.
  • Tinha conseguido recuperar o carro depois de bater num primo daquele cafajeste que tinha contado toda a verdade.
  • Quando soube que sua irmã era realmente traída ficou irada e planejou uma morte para o safado da pior maneira possível.
  • Sua irmã era a única pessoa que ainda gostava dele, se preocupava, e dava conselhos, não merecia aquele safado, mas ela o amava e não perdoaria se ele o matasse.
  • Então ele planejou uma conversa a sós. Assim que viu o canalha entrando na casa, pegou um taco de beisebol e saiu do carro.
  • Ele pulou o muro lateral e foi andando sorrateiramente até a cozinha, onde pegou a chave que estava embaixo do tapete e abriu a porta com todo o cuidado. Andou por toda a casa até chegar ao banheiro, ali ficou escondido atrás da porta.
  • Quando Armando veio pegar sua escova para fugir, recebeu um golpe com toda a força na nuca que o fez bater no espelho do banheiro e cair desmaiado com sangue escorrendo pelo rosto.
  • O cunhado enrolou a camiseta numa das mãos e com toda a força apertou o pescoço do safado até ele começar a sufocar e desmaiar.
  • Depois o arrastou até o carro dizendo que ele estava mal por causa do trauma sofrido ontem no sequestro.
  • Voltou a casa e limpou tudo, deixando um bilhete para a irmã não ir atrás deles que tudo estava bem.
  • Saiu dali, Armando estava desacordado durante todo o trajeto, foi acordado com um chute na virilha, após ser jogado para fora do carro.
  • O coturno de Junior, o irmão de Maria, tinha a ponta de aço e quando bateu nos testículos de Armando esmagou os, a carne ficou reduzida a uma massa amorfa.
  • A dor era intensa e misturada com o medo fez com que ele ficasse estático, não tentou nem sequer argumentar, mesmo quando teve as calças abaixadas e o irmão enfiou com toda a força o taco de beisebol no seu ânus.
  • O sangue passou a jorrar, a introdução do objeto fez com que ele começasse a gritar com as forças que lhe restavam:
  • _ Não me mata! Não me mata, não vai acontecer novamente!
  • _ Não vai mesmo por que você vai se separar dela e pagar uma pensão mensal para ela.
  • _ E dizendo isso tirou o celular da calça dele e ligou para a amante, e assim que ela atendeu gritou:
  • _ Quero falar com seu pai! Agora, sua vagabunda! E não desliga se não conto que você lavrou um boletim falso para todos.
  • A moça temendo ser presa por ter feito tal ato foi até o quarto, onde o pai escrevia um relatório semanal das atividades na delegacia e passou para ele o aparelho.
  • _ Escuta velho! Aqui quem fala é o Júnior, cunhado do namorado da sua filha. Sim a sua garota lavrou um boletim de ocorrência falso usando um papel da sua delegacia.
  • _ Eu posso denunciar ela para o disque – denúncia ou você pode vir até a estrada do Fundão de Baixo e negociar comigo, venha sozinho, a proposta só vai te favorecer.
  • Dez minutos depois o pai da moça veio, viu no chão Armando todo ensanguentado saindo às tripas pelo ânus.
  • _ É esse o safado?
  • _ Sim
  • _ O que você quer para não denunciar minha filha?
  • _ Leve ele preso para a delegacia. Culpe-o pelo roubo do papel, invente uma história e mande o para o xadrez, se possível for espalhe qualquer coisa sobre ele ser pedófilo ou estuprador, isso fará dele alguém muito requisitado na cadeia.
  • _ Eu topo a proposta.
  • Na mesma hora, Junior saiu dali, deixando o policial chamando um reforço e uma viatura do corpo de bombeiros.
  • O caso ganhou repercussão nacional, pelos fatos insólitos, a polícia divulgou para todos que ele era um maníaco que a cinco anos cometeu uma série de ataques contra menores em um lixão, culpando o pelo caso que não conseguiram solucionar.
  • Sua esposa ficou arrasada, mas com o tempo esqueceu-se disso e se casou novamente tendo a pequena Manoela que a fez esquecer completamente sobre o caso.
  • O irmão dela voltou a frequentar a igreja, se reconciliando e depois de muito esforço acabou se tornando policial.
  • A amante se suicidou depois que suas amigas começaram a chama – lá de “a mulher do pedófilo”. E suspeitas começaram a cair sobre ela.
  • E Armando terminou seus dias na prisão, após ser estuprado por quarenta homens dentro de uma cela comum. Seu corpo foi encontrado pela manhã e como ninguém deu falta, acabou enterrado como indigente no cemitério da penitenciaria.



sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

O fim de Gaia e a volta do Paradoxo

Combatendo o terror.
Após os atentados de 11 de setembro, o governo dos Estados unidos passa a investir na pesquisa de armas robóticas, diversos modelos de inteligências artificiais para tanques, submarinos e aviões foram criados nos anos seguintes, mas nenhum destes era tão audacioso quanto o projeto Hope.
A ideia dos cientistas envolvidos no processo era criar um sistema de inteligência artificial que fosse autônomo, um robô com capacidade para aprender e capacidade para decidir por si mesmo qual seriam suas ações, tendo a racionalidade como princípio básico.
Conseguiram desenvolver um corpo robótico feito a base de uma liga de metais forte mais ao mesmo tempo muito leve e transferiram toda uma série de dados experimentais para a máquina.
Os programas foram instalados e o pequeno reator no centro do corpo daquele robô, uma miniaturização perfeita de um reator de uma usina nuclear que alimentava todas as funções do corpo robótico e de sua mente ultra avançada.
A capacidade de processamento daquela máquina era incrível, em poucos segundos conseguiram inserir no cérebro dele vários manuais para combate com armas, tornando o capaz de operar qualquer tipo de aparelho militar, desde jatos até fuzis de ultima geração.
Depois foram inseridos dados na mente dele sobre os inimigos que devia caçar, eram documentos que mostravam a quantidade de ataques que os terroristas estavam fazendo em vários lugares do mundo, a ordem era expressa: Caçar toda a lista de líderes das organizações que promoviam atentados terroristas.
Para ajudar ele nesse propósito foi feito uma armadura de quase seis metros de altura, feita para absorver vários tipos de impacto, impedindo que ele fosse destruído até mesmo por um míssil balístico intercontinental, pois contava com um sistema de embaralhamento de qualquer equipamento eletrônico com capacidade para fazer um destes explodir ainda no ar, sem causar nenhum dano a estrutura da armadura.
A máquina ainda era dotada de um transmissor holográfico que permitia o tomar a aparência de qualquer humano, sendo somente detectado por um scanner térmico.
Sua primeira missão foi na captura de Saddam Hussein. Onde ele foi mandado para a região onde a inteligência acreditava estar escondido o líder do Iraque. Com o auxílio da armadura de combate, ele fez diversas checagens térmicas e varreu o lugar até encontrar a caverna onde o fugitivo estava escondido.
Rapidamente acionou o comando em terra, dando as localizações exatas do local e já tratou de mirar as metralhadoras nos guardas e preparar os foguetes que tinha nos ombros para destruir as casamatas próximas, evitando um confronto onde soldados pudessem ser feridos.
Não houve nenhuma morte do lado americano e todos os soldados de Saddam foram neutralizados, a partir dessa missão, sempre que era necessário realizar missões de caça e captura ele era enviado, mas tudo isso veio a mudar até uma missão numa vila na Síria, onde um líder do estado islâmico estava se escondendo em meio há quase três centenas de civis.
A máquina foi programada com os dados, mas medindo a possibilidade de ferir civis, resolveu não aceitar os protocolos e acabou sendo desligado e guardado num depósito na área 51.
Mas uma nova ameaça na África ocidental, no ano de 2015, fez o estado maior, aprovar a reativação dele.
Essa ameaça consistia segundo dados de inteligência, de uma vida natural com capacidades para controlar o solo, a fauna e a flora. Um ser com aparência de árvore que devastou mais de cinco países nas últimas semanas.
Tudo isso seria apenas algo estranho se a criatura não tivesse destruído a embaixada americana, matando todos os funcionários e deixando o prédio em ruínas quando atacou a cidade Nairóbi.
Os vídeos do ataque se espalharam pela rede e fotos do embaixador morto, circularam pelas redes sociais como um vírus, a população pedia uma ação imediata de retaliação do governo americano, contra aquela monstruosidade. O presidente estava tendo de ir a vários programas de televisão para dar explicações sobre o que estava fazendo a respeito.
A máquina foi configurada com todos os dados e antes de ser ligada foi acrescentado um protocolo de segurança que impedia novas objeções.
Partes da capacidade de tomada de decisão foram retiradas do programa relocado sobre o anterior. A armadura foi aprimorada para aguentar a qualquer tipo de condição geológica e foram instalados escudos elétricos para afastar qualquer tipo de animal ou praga.
As armas foram carregadas com poderosos pesticidas, capazes de tornar o solo em algo desértico em poucos instantes, infectando por milhares de anos, o solo e os mananciais de água.
Um avião B – 52 partiu da área 51 e o levou para o centro de pesquisas avançadas do governo americano em Washington, lá ele foi acoplado na armadura e teve os últimos comandos da missão passados.
Os jatos da armadura tinham capacidade para viajar em uma velocidade abaixo do som, e chegaram a região do último ataque em questão de meia hora.
Logo ele lançou diversos micro – robôs, com o formato de insetos por toda a região com o objetivo de achar traços dessa criatura.
Sentia sua mente estranha, os componentes no seu cérebro estavam rejeitando a nova programação e manter a concentração nos dados estava sendo um esforço enorme.
A confusão nos sensores da máquina foi sentida pelos operadores na capital americana que esperavam somente uma ordem para desliga – lo. No entanto essa ordem não veio.

Gaia começa seu projeto para exterminar a raça humana.
Todos os seres humanos que cruzaram seu caminho, desde sua transformação foram mortos, vários países foram completamente devastados, cidades humanas foram transformadas em florestas novamente. Na mente daquela criatura, isto era um bem para todos, mas isso viria a mudar quando naquela última semana ela viu uma mulher humana. Era uma fugitiva de seu último ataque, estava cercada pelos leões que esperavam apenas uma ordem dela para matar.
Ela defendia duas crianças, um casal de recém- nascidos, e ao ver aquela cena algo de sua antiga vida voltou. Ela viu uma cena de seu pai tentando a defender de alguns homens se deitando sobre o corpo da filha e recebendo como punição por aquele ato de bravura apenas um golpe na região do abdômen.
Os leões tinham tomado gosto da carne humana e se cansaram de esperar, pularam na mulher e se banquetearam em sua carne, mas ela impediu os de tocar nas crianças, que pegou com suas mãos que agora pareciam galhos e os colocou lentamente em cima de um ninho de pássaros feito em sua cabeça durante um período em que passou numa floresta, semanas atrás.
As crianças se acalmaram e ela saiu caminhando, sentia se feliz de um modo estranho, era tudo muito confuso, algo estava impedindo a de continuar com a sua missão para exterminar a vida na terra, abriu um pequeno buraco no chão, precisava se conectar mais profundamente com a natureza.
Seus pés entraram na cova e no mesmo instante cresceram raízes dele que começaram a buscar água e nutrientes para si. Ao redor do local onde ela fez isso, cresceu uma enorme cúpula de folhas e troncos, que protegia a dos ataques e de inimigos.
As crianças dormiam quando os drones de visualização foram vistos e cipós começaram a destruí – los, batendo neles assim que tentavam obter imagens com foco mais nítido.
Com aquela confusão, ela rapidamente se levantou e na pressa acabou deixando as duas crianças caírem no chão, os dois morreram com a queda e ela no mesmo instante sentiu um pesar tão profundo que a dor machucou seu cérebro.
Lembranças de várias pessoas começaram a aparecer, as pessoas mortas que ajudaram a forma – la estavam lutando para voltar a se lembrar.
A dor de tantas lembranças era intensa, ela caiu ao chão gemendo de dor, de seu tronco começaram a surgir diversos esporos, até não parecer mais com uma árvore, mas com um grande cogumelo. A bolha ao seu redor começou a desaparecer.
Os drones para detecção tiveram contato visual e logo o robô estaria a caminho.

O confronto entre máquina e natureza.

A mente do protótipo Hope estava bagunçada, seus sensores não aceitavam a nova programação e em segundo plano começaram a tentar religar o sistema do modo antigo. A inteligência artificial dele não queria ser somente usada como uma arma.
Assim em segundo plano, sem que os operadores no pentágono percebessem ele começou a refazer suas antigas programações mais livres, enquanto seguia a trilha dada por um de seus detectores, que tinha localizado o alvo.
Tinha confirmação em tempo real do espécime e embaixo dele tinha duas crianças mortas, pelo scanner térmico do detector era possível precisar que tinham acabado de morrer, o óbito provavelmente tinha ocorrido devido a uma pancada muito forte.
Hope travou os foguetes incendiários no que restava de uma cúpula vegetal que parecia proteger a criatura, que estava passando por um processo de transformação, recebeu a autorização para disparar e logo pode se ouvir uma série de estrondos no meio da floresta.
Gaia, como passou a ser chamada nos jornais quando começaram a aparecer imagens dos ataques, tinha sido cercada por uma parede de fogo, que apareceu dos céus.
Tentou passar pela barreira, mas quando encostava no fogo, as bolhas que tinha no corpo estouravam e o ar parecia impregnado de uma substância impura, um pó arroxeado que quando tocava no solo, parecia alterar sua composição, tudo parecia ganhar mais inteligência ao contato com aquela substância: Bactérias agiam mais rápido, insetos conseguiam pensar em novas formas de ataque, folhas ficavam maiores e animais pareciam adquirir novas capacidades.
O fogo foi se alastrando e ela começou a cair envolta nas chamas tóxicas, que pareciam afeta – la igualmente, seu ventre começava a se expandir e em segundos ela conseguia ver uma criança dentro do seu corpo, crescendo.
Não tinha como escapar do fogo, as chamas estavam se alimentando da cúpula de proteção e a tinham englobado por todos os lados, assim sendo apenas se deitou no chão e esperou queimar até a morte.
Logo as chamas a consumiram, quando tudo acabou não havia mais nada da estranha criatura, somente um pequeno bebê, pelos radares hope podia ver que se tratava de uma menina, mas quando caminhou até a criança, a nuvem tóxica atingiu seus circuitos, as proteções não foram o bastante, seu cérebro micro computadorizado foi atacado por aquele estranho pó e ele acabou desligado.
O sistema começou no mesmo instante a se religar, mas os componentes que mantinham o cérebro funcionando estavam desligados, seus sensores não foram capazes de sentir uma estranha onda sísmica que começou em torno da criança, a terra envolveu a em um casulo.
E por fim todo o tremor parou, o vento com a nuvem tóxica se espalhou de um oceano a outro. Dissolvido na água e levado pelo ar, atingiu todos os países, dos mais quentes aos mais frios.
Causava mutação, tanto na água quanto no mar, sua presença ativava partes do DNA das criaturas, que no geral estavam adormecidas, causando mutações aleatórias e em muitos casos monstruosas.
Alguns animais começaram a aumentar sua inteligência, Como as hienas que passaram a emboscar caçadores na África do Sul, ou os tubarões que agora atacavam barcos de humanos com técnicas quase militares.
O Planeta inteiro acordou de um grande sono. Bactérias que antes eram facilmente erradicadas com antibióticos começaram a criar resistências até mesmo aos tratamentos mais avançados.
O próprio corpo humano foi completamente alterado por aquela nuvem tóxica, vários países entraram em estado de calamidade com o aparecimento de pragas mais avançadas, pessoas que adquiriam raiva na Escócia adquiriam garras e cresciam pelos por todo o corpo, em Israel uma criança que estava no ventre da mãe infectada pela nuvem tóxica ao tomar um copo de água durante um passeio a Sicília, acabou nascendo com asas.
Esses eram apenas os casos mais comuns, tudo mudou e nove meses depois aquela pequena criança, criada no pó da Terra, fruto de uma vontade, se levantou e engatinhou seus primeiros passos, as bactérias que havia na região, entraram em seu pequeno corpo, a região onde toda a nuvem tóxica havia começado, tinha se tornado uma zona morta, mas de algum modo aquele pequeno bebê, não era afetado por aquela carga tóxica, ao contrário aqueles micro – organismos pareciam até fazer bem ao seu corpo que começou a se alterar conforme ela ia se afastando da sua placenta terrena.
No seu caminhar, seu pequeno corpo ia se alterando, interna e externamente, seu corpo crescia e quando chegou próximo a carcaça do robô, com um toque de sua mão, sugou todas as bactérias que tinham invadido a máquina e no mesmo instante o cérebro do dróide acordou, seu corpo estava completamente destruído, mas estava novamente operacional, não conseguia se mexer nem fazer nenhum gesto, mas através das lentes de seu corpo, os operadores em Washington viram após semanas sem notícias do protótipo, a imagem de uma criança se afastando.
Logo mandaram um grupamento recuperar a máquina, e os soldados voltaram para a base com um depoimento que deixou estarrecido o general Mackllar: Diziam que a zona toda em volta da peça resgatada estava limpa de criaturas estranhas, as árvores pareciam normais e não havia nenhum tipo de mudança no solo e na água, era um novo Éden, em tempos onde toda a Terra parecia estar enlouquecendo.
Logo todos os satélites foram posicionados para checar a informação, os chefes do pentágono logo perceberam que era verdade. Só os americanos tinham a foto da criança que limpou o robô e toda aquela região.
O presidente foi informado da situação e autorizou a mobilização de todas as tropas americanas no mediterrâneo, com o objetivo de encontrar essa criança, com permissão para uso de força letal caso fosse necessário.

Uma busca pela cura.
Vários grupos foram destacados para ajudar na busca pela garota, sob a aparência de uma intervenção internacional para impedir a guerra civil que havia se alastrado em diversos países do continente africano.
Soldados vasculhavam aldeias e vilas em busca de sinais da menina que aparecia nas filmagens e após quatro semanas, encontraram a em uma espécie de santuário, há quilômetros do ponto de origem, próximo à África do Sul, Com seus poderes ela tinha limpado uma pequena área, onde vivia junto de uma tribo que a adotara como a “filha do céu”.
Ela era uma divindade para aquele povo, a deusa que uma antiga profecia tinha vindo proteger eles do grande mal e quando os soldados tentaram leva – la a força, foram atacados ferozmente, quarenta soldados acabaram mortos e mais de trezentos homens, mulheres e crianças foram exterminados.
No entanto quando aqueles soldados tocaram nela, de sua pele saiu uma carga de bactérias que decompôs os seus corpos ainda vivos.
Os olhos da criança que tinham cor de mel brilharam e no mesmo instante todo o lugar se tornou impuro.
As árvores vivas e radiantes agora morriam a olhos vistos ao ponto de seu tronco incendiar espontaneamente.
Aqueles homens estavam acostumados a verem o mal, mas na forma humana, não sabiam como lidar com uma força da natureza, com alguém que mexe diretamente com doenças e moléstias e assim se retiraram o mais rápido que puderam, mas isso apenas serviu para espalharem doenças nos quartéis onde estavam causando um surto de uma nova bactéria que destruía os corpos de dentro para fora, matando a vítima em poucas horas.
Os soldados que eram atingidos pela nova moléstia eram acometidos de intensa hemorragia até que por fim secavam, até sobrar somente os ossos, inertes e sem vida.
Mesmo os mais modernos e poderosos antibióticos não eram capazes de deter a doença, nem mesmo retarda – La para tornar possível um estudo mais avançado.
Agora era questão de saúde pública encontrar a garota, então foi mandado o novo protótipo Hope, o cérebro tinha sido reparado as pressas e recebeu uma nova programação para capturar com o mínimo de dano a garota para que ela pudesse ser estudada.
O Robô foi despachado de uma base secreta no Panamá até a África num jato militar.
Não iria contar com armamento letal, apenas gás do sono e anestesias estariam nas armas que iria usar.
A mente da máquina, no entanto ainda estava avariada pela forte integração com uma bactéria, mas era preciso utilizar ele mesmo assim.
Ao invés de aceitar os dados como de costume, a máquina passou a questionar a validade deles e a fazer perguntas sobre sua origem e sobre outros assuntos não relacionados aos dados que estavam sendo inseridos.
O velho programa de aprendizado e decisão de algum modo foi encontrado num módulo dentro do núcleo central, os cientistas que repararam o robô avisaram ao pentágono, mas este ignorou quaisquer avisos e resolveu continuar assim mesmo.
Quando a máquina encontrou a garota, ela estava caminhando, já não era mais apenas um bebê, o ataque aos soldados fez o seu corpo aumentar em massa e tamanho, agora ela tinha a idade de uma jovem com dezesseis anos de idade.
Não vestia roupas e estava se lavando num bosque quando ouviu passos e se virou vendo o robô. No mesmo instante em um gesto muito espontâneo, ela correu até ele e o abraçou.
Os comandos dos operadores começaram a vir, para que ele a pegasse, mas a máquina deixou de obedecer a ordens, tentaram de todas as formas, mas o programa criou um escudo de defesa e mesmo quando desativaram a conexão, o sinal ainda continuou funcionando.
O novo corpo parecia estar estruturando o cérebro para não aceitar mais nenhuma ordem, nenhum senhor.
O Robô e a garota caminharam até uma pequena cachoeira e ele ficou parado vendo ela se divertir, nadava, mergulhava e ele ali parado.
Quando anoiteceu, ela pegou algumas frutas e comeu e cochilou aos seus pés.
Seus radares estavam em alerta, somente um pensamento passava por sua cabeça: Proteger aquela jovem, mas não sabia explicar o porquê, não entendia o fascínio que ela lhe causava, sua mente lógica apenas conseguia processar uma parte daquilo e uma palavra era a resposta: Amor. Mas como era possível que sentisse amor? Como explicar que semelhante sentimento pudesse existir nele?
Suas armas não estavam à mostra, escondia por meio de um holograma 3D, mas quando o sol estava se levantando uma nova unidade tática se posicionou para tentar capturar a garota.
Estavam todos vestindo uma armadura de proteção até mesmo contra ataques nucleares, roupas com ventilação mecânica com tanques de oxigênio nas costas.
Preparavam-se para neutralizar Hope com uma bomba eletromagnética e lançar uma granada de gás do sono na garota, para poder levar ela ao laboratório.
Não contavam, no entanto que seriam percebidos pelos radares da máquina, antes de chegarem há cem metros do local onde eles estavam e que vários seriam abatidos pelo robô que mirava nos tanques de oxigênio, tornando cada um deles uma bomba incendiária.
Mas a munição de Hope era curta e o número de soldados parecia estar na casa das dezenas, logo um pequeno grupo se juntou em torno da máquina que se lançou a frente da garota, defendendo a.
Ele atacou como um leão em fúria, os soldados pareciam brinquedos de papel, mas por fim acabou sobrepujado pelo número deles e teve seus circuitos completamente drenados.
Um dos homens apenas para se divertir chutou sua cabeça para fora do corpo e eles o deixaram ali, a garota tinha fugido durante a luta. Os soldados que restaram carregavam munição atordoante.
As balas varriam o ar, enquanto a caçada prosseguia, a jovem corria com todas as forças, mas logo ficou cansada, sua estrutura física não era apropriada para esse tipo de fuga e ela caiu exausta, perto de uma trilha.
Os soldados a cercaram e um deles apenas para mostrar se como alguém brutal disparou uma bala de borracha no estômago da garota, abrindo uma ferida profunda que fez espirrar sangue em todos que ali estavam presentes.
O sangue dela era uma mistura corrosiva de ácidos, a roupa feita de várias camadas parecia papel e ia se abrindo conforme os segundos iam passando e logo atingiu a pele dos soldados queimando os como uma bomba de fósforo.
Os homens gritavam e corriam, mas logo várias partes dos seus corpos estavam tomadas pelo ácido e foi preciso fazer diversas amputações.
A garota foi levada para um navio porta aviões estacionado próximo ao mar Egeu. Não se lembraram de levar a máquina, o que foi considerado uma grande perda pelo general que estava a frente da equipe, os soldados amputados foram levados para a enfermeira, a garota, foi selada numa câmera de êxtase e mandada para Nova York em um avião cargueiro com o objetivo de ser estudada, quase vinte horas depois ela chegou no aeroporto da cidade e sob uma forte escolta de fuzileiros navais foi levada para uma base um pouco afastada da cidade, afim de fazerem os exames preliminares.
Enquanto isso na África, o Robô conseguiu religar sua cabeça, seu corpo, no entanto estava estático, não respondia, mas ele tinha uma cópia dentro do departamento de pesquisas avançadas e com a pouca energia que restava mandou seus arquivos pessoais através de um satélite redirecionado por ele em questão de minutos.
Logo ele estava de volta à base onde fora criado próximo ao cabo Canaveral. O departamento para pesquisas robóticas do pentágono emitiu um alerta, Hope tinha invadido o sistema da base e começou a usar a fábrica automática de armamentos e drones para criar um novo corpo para si mesmo, e não havia como desligar o sistema central, tomado por ele, pois as portas e as senhas tinham sido trocadas e toda a base estava produzindo novos corpos, enquanto todo o sistema de defesa norte – americano estava sendo vasculhado, a procura da garota, demorou quase quatro horas para ele a encontrar em Nova York.
Uma força tarefa já estava a caminho tentando deter aquela máquina defeituosa. Quando chegaram foram recebidos por todo o sistema de defesa da base, que acabou vencendo quase todos os soldados. Cinco deles sobreviveram e agora partiram em direção ao núcleo da fábrica, Hope teve pouco tempo para terminar seu novo corpo e transferir os dados para ele, mas conseguiu pelo menos uma parte do programa estava instalado.
O novo corpo era uma armadura em camadas, não possuía tanta capacidade de processamento ou um cérebro tão avançado, então na hora de enviar os dados ele precisou ser bastante seletivo e programou somente uma missão proteger e uma foto do banco de dados com o rosto da garota, além de sua localização.
Então foi desligado e o sistema independente do robô foi ativado. Os soldados tentaram para – lo, mas não eram capazes de vencer a precisão de uma máquina. As balas zumbiam na escuridão acendendo pequenos focos de luz e junto com elas, gritos de dor e agonia. Urros daqueles que já haviam conhecido o novo sistema de lâminas que compunha o novo corpo de Hope.
A máquina saiu da fábrica após matar dois soldados que tinham cruzado seu caminho. Movia se nas sombras, tinha um sistema de ventilação que sugava o ar ao seu redor por meio de tubos inseridos próximo a cabeça, ventilando o processador bem no centro do coração, protegido por diversas camadas.
Um amor que chega ao fim.
Hope correu até a estação central e lá entrou num trem com destino a Nova York, a cada parada, precisava desviar dos guardas, mandados para mata – lo ou para deter ele de sua busca. Seu processador não era capaz de entender o que fazer com essas intromissões, então apenas matava os de modo rápido e silencioso.
Nos quatro dias de viagem, deixou um rastro de quase 25 cadáveres, mas quando chegou a cidade onde a garota que deveria proteger estava, viu que seus sistemas não estavam mais operacionais, precisava se curar e assim caminhou até um lixão, em busca de peças sobressalentes.
Ali cercado do que há de mais impuro, ele ia tentando se recuperar, mas não tinha conhecimento de como fazer isso, suas peças estavam fracas e morrer ali ia contra a sua programação, então decidiu voltar a missão e seguiu para a base.
Havia um forte esquema de segurança em todos os níveis de segurança, o governo temia que o corpo que Hope tinha criado chegasse até ali então protegeu a base com tudo o que tinha de mais avançado.
Homens, heróis, bombas, tanques. Não tinham ideia do poder que aquela máquina tinha colocado naquele corpo, ainda mais depois que os arquivos que tinham ficado no centro de pesquisa genética, foram copiados e apagados.
Mas havia uma falha no sistema de segurança, os detritos tóxicos eram retirados por um pequeno caminhão, que não tinha nenhum tipo de checagem, ninguém acreditava que seria impossível invadir a  base misturado em material altamente tóxico.
Não contavam com a tenacidade daquela máquina em seguir sua missão. Ele matou um dos pilotos do caminhão e mandou que o outro desse meia volta, apenas apontando a lâmina em direção a base.
Enquanto o motorista fazia o retorno ele entrou na parte traseira do pequeno veículo e abriu a tampa do lixo, no mesmo instante os poucos sensores que ele tinha indicaram perigo, mas ele foi enfrente mesmo assim.
Passaram alguns minutos, mas foi o bastante para avariar ainda mais os componentes e agora o processador da máquina estava com radiação, sua vida estava terminando e não havia nada que pudesse ser feito.
Ele abriu a tampa no setor de detritos e foi seguindo, os alarmes iam tocando e ele apenas seguia os sensores até o alvo. As pernas falharam no instante em que entrou no centro de pesquisas genéticas, uma mutante conhecida como Lua de guerra estava protegendo o local e ao vê – lo se transformou num grande lobo branco e partiu para o ataque.
 Ele foi atingido em uma das pernas que foi arrancada, mas mesmo assim ainda não parou, no segundo ataque Lua de guerra destroçou a outra perna e num puxão forte arrancou metade do seu corpo, deixando o processador a mostra.
A energia de Hope estava acabando, sua vida estava no fim, mas num último gesto, ele lançou a lâmina que tinha embaixo da mão metálica e atingiu o painel que mantinha a garota em estado de animação suspensa.
Depois apenas fechou os olhos e foi apagando, seus sistemas diziam que estava se desligando em quatro minutos, mas na sua última visão antes de tombar viu a jovem acordando e se levantando da câmara numa grande explosão, quando ela tocou no vidro, houve uma grande explosão e pedaços voaram por todos os lados.
Os olhos da garota pareciam estar em chamas, sua pele antes negra, agora era apenas uma sombra profunda, como se ela tivesse sido engolida pela escuridão.
Quando ela se levantou, a câmara que a mantinha presa se consumiu, as bactérias que haviam estado ali, adormecidas junto com ela decomporão todo o material que se tornou somente uma pasta amorfa de metais.
Soldados e cientistas saiam correndo e por todos os lados soavam alarmes. Algo havia saído errado, no último nível, no entanto nada foi escutado, geneticistas estudavam uma amostra do sangue dela, mas quando ela acordou o sangue criou vida e atingiu os, este rompeu a tela de vidro do microscópio e com a explosão cacos de vidro acertaram o olho do chefe da pesquisa que na mesma caiu, gritava de dor, seus colegas ligaram para a central, mas ninguém atendia, então resolveram abandonar a redoma de segurança e pegarem o elevador a fim de conseguir ajuda, quando chegaram um nível acima, foram levados por uma equipe militar, a área estava sendo evacuada, havia ali várias batalhas entre super – humanos. Tentaram argumentar, mas os militares envolvidos foram enfáticos e os arrastaram para fora do local.
Um choque enorme entre seis super humanos com diversas habilidades especiais muito poderosas e a garota desconhecida, mas ela agora parecia estar protegida por uma espécie de armadura natural feita de fungos e parasitas que surgiram espontaneamente após alguns militares serem mortos durante o confronto.
A batalha foi longa e ela acabou muito ferida, seu tórax foi atingido e ela por pouco não morreu ali, mas ainda sim foi capaz de vencer seus inimigos, e logo em seguida desmaiou, alguns dos maiores herói dos Estados Unidos pereceram ou foram gravemente feridos no confronto.
O governo emitiu uma nota explicando para a imprensa o ocorrido, de maneira superficial e pouco profunda dizia que estavam prendendo uma alienígena poderosa e estudando a para entender se representava uma ameaça a terra.
Concluíram que era perigosa e que merecia ser destruída, então quando ela caiu ao chão, à nota afirmava que o governo a executou.
Os americanos comemoraram a nota do governo, acreditavam que chegava ao fim os problemas relacionados a epidemia que ficou conhecida como: “a praga Africana”, mas as mudanças ocorridas eram permanentes e até mesmo a morte da jovem não era real, mais uma vez tinham sido manipulados
A verdade divergia da versão oficial...
No último instante, um homem saiu de um portal dimensional, foi até a jovem, pegou a no colo e saiu, antes que alguém tivesse alguma reação ela foi levada não se sabe para onde nem para quando.
As câmeras de segurança da base identificaram o como sendo um ex – agente da inteligência Egípcia, que desapareceu após investigar uma antiga relíquia encontrada no museu do Cairo em circunstâncias suspeitas. Seu codinome era Paradoxo! E ele era o homem mais procurado pelas agências de inteligência do mundo todo.

Uma recompensa secretamente foi oferecida para qualquer agente que o levasse para os Estados Unidos, um bilhão em ouro, era uma grana que ninguém poderia dispensar e o mundo inteiro passou a ficar mobilizado nessa busca.

A volta de um Paradoxo

A caçada ao Hacker


LONDRES – 09 de setembro de 2001
Dizer que John Masaki era um apenas um garoto comum, com uma grande habilidade em computadores é algo equivocado.
Desde garoto, esse pequeno jovem, de pele clara e cabelos ruivos manifestou um dom especial para a eletrônica em geral.
Mas ao contrário do que se imagina ele se tornou alguém que usa seus talentos para o mal.
Já foi preso quatro vezes por invadir sistemas bancários e estava em liberdade condicional quando ocorreram os fatos que serão narrados a seguir.

John estava em um café há poucos metros de sua casa. Estava prestando atenção no celular, procurando um notebook para comprar, quando viu em uma mesa um computador abandonado, o dono, um homem com um sobretudo negro tinha acabado de sair, arrancando com o carro há dois minutos.
O dono do lugar era um senhor de idade e sua filha que o ajudava tinha saído para pagar contas no banco.
Rapidamente ele agiu e cometeu um roubo que tornaria sua vida um grande inferno.
A máquina em questão era um computador do serviço secreto iraniano que continha os planos de ataque para o atentado do world trade center.
Mas naquele momento, John apenas viu uma oportunidade para conseguir um novo computador sem ter de pagar nada.
Ninguém o acusaria afinal só ele tinha visto o computador deixado ali por aquele estranho.

Um roubo e vários problemas.


Ele levou o computador até sua casa e foi para o porão, onde vivia desde que sua mãe tinha casado novamente e o padrasto tinha feito seu quarto como depósito para material de pesca.
Ali começou a verificar a máquina e não conseguiu decodificar muito, afinal o sistema todo estava em uma língua que ele não entendia.
Tentou formatar a máquina, mas isso disparou um código de segurança que fez o computador emitir um sinal de alerta que foi transmitido pela rede e capturado pelo serviço secreto britânico que decodificou uma parte da mensagem.
Os planos para o projeto alfa estão comprometidos, efetuar busca e destruição.
No mesmo instante buscaram localizar a origem do sinal e logo chegaram à casa de um velho conhecido deles, o hacker conhecido no mundo da internet como: Tommy Deathlock.
Enquanto os técnicos do mi – 5 localizavam a fonte do sinal, John via na tela do seu computador uma mensagem com um cronômetro regressivo e um mapa de sua casa.
Ele rodou um programa para tentar decodificar aquele estranho idioma e no mesmo instante se arrependeu de ter pego o computador.
A mensagem dizia: O computador com os planos alfa foi extraviado encontrem esse endereço e destruam todos que tenham tocado na máquina.

Tomado pelo medo


No momento em que viu isso, ele ficou em pânico e começou a chorar como uma criança recém – nascida, de todos os erros que tinha cometido em sua vida, aquele com certeza era o maior e o final.
Não sabia quem eram aquelas pessoas que diziam aquilo, mas a julgar pelo fato de terem o mapa de sua casa e as proteções de segurança que protegiam o aparelho era realmente algo perigoso.
Ele pôs o computador na mochila e o levou para o outro lado da cidade, pegou o metrô e via por todos os lados, nas ruas, inimigos invisíveis, estava tomado pelo medo e a sensação de terror o perseguiu por todo o trajeto do trem.
Levou a máquina até um amigo que vendia material roubado e contrabandeado que conheceu no reformatório e ali conseguiu dois mil reais.
A máquina estava desligada quando a transação, mas quando o homem a ligou ela explodiu na cara dele e no mesmo instante dois atiradores de elite varreram o pequeno depósito onde ele armazena seus produtos ilegais.

O caso vai para os jornais.


O assassinato rendeu várias manchetes no mundo todo, a Scotland Yard foi toda mobilizada para capturar os homens, que foram filmados por câmeras de segurança, quando saiam de um prédio próximo.
Os criminosos foram reconhecidos por portarem as armas nos corredores do edifício enquanto fugiam, assustando os que trabalhavam no local.
A polícia seguiu as pistas até chegar em uma doca próxima ao Tâmisa, mas ali perderam todos os rastros dos suspeitos.
Retratos falados foram feitos e divulgados na internet, Tv e rádio. John, no entanto só saberia disso no dia seguinte, tinha viajado para a cada de uma tia no interior, depois de comprar um computador de alta potência numa loja em Londres e pagar a vista.
Tentou voltar para a cidade na mesma hora, mas não havia trens no domingo. Sua consciência doía, estava aflito, tinha mandado para a morte aqueles homens, muitos eram seus amigos. Como fora tão imbecil a esse ponto?
A sensação de agonia aumentaria minutos depois quando um policial bateu a porta, mas dessa vez não era para leva – lo a prisão, mas avisar que seus pais tinham sido mortos e que sua casa tinha sido incendiada.
A reação dele foi de intensa dor, nada poderia mensurar o sofrimento dele, que só piorou quando o caso foi parar nos jornais e vários repórteres começaram a aparecer, como ratos quando sentem cheiro de comida. Pulavam a cerca, tentavam invadir, gritavam perguntas para ele, ouvir aquilo era um suplício e em alguns momentos pensou em se matar.
Mas sua tia estava abalada, ela já vinha de uma série de problemas, seu esposo tinha morrido pelo álcool num acidente de carro, que ceifou também a vida de sua filha e desde então ele tinha assumido esse papel. Não poderia ser covarde e fugir, precisava pensar, tinha que conseguir dar um jeito de saber quem eram aqueles caras que estavam lhe caçando.
Foi para o computador, as lágrimas ainda caiam do rosto, mas era hora de começar a trabalhar. Precisava impedir que acabassem com o pouco de família que ainda lhe restava.

Procura – se assassinos


Quando ele entrou online todos no mi – 5 começaram a rastrear, ele entrou no submundo da internet, mas quando passou por uma parede de códigos de segurança, ficou incomunicável para a agência.
O governo britânico sabia que algo de suspeito estava acontecendo e pediu cooperação de Washington, mas os americanos envolvidos em sua guerra ao terror não deram importância e apenas enviaram um memorando de desculpas.
O agente chefe Morris Staton quando soube disso xingou muito e reuniu uma pequena força tarefa para ir até a casa no interior e fazer uma extração do hacker, tinha que saber por que ele estava sendo caçado por agentes do serviço secreto iraniano radicados no país.
Enquanto isso o primeiro ministro autorizou um estado de vigilância quatro que permitiu aos agentes do governo invadir mesquitas e outros lugares sagrados para os muçulmanos no país. A medida gerou um forte impacto negativo, mas um dos homens foi capturado e levado para a prisão.
Mas antes que pudesse falar algo se matou entalando a cabeça entre as barras da grade que trazia a luz do sol para a cela e dando fortes puxões para trás, a fim de quebrar o pescoço.
Seu intento deu certo e a morte dele acabou servindo para por mais combustível numa revolta popular, apoiada pelos partidos de esquerda que comparavam à medida a segregação que os judeus sofreram na segunda guerra, a mando do nacional – socialista: Adolf Hitler.
A força tarefa chegou à pequena casa num distrito bem afastado tarde daquela noite, mas o retrato que encontraram era desolador, uma mulher na porta de entrada tinha recebido um tiro no olho, quando verificava quem era e Um cachorro estava agonizando na cozinha, todos os cômodos foram revirados, quem fez aquilo parecia querer encontrar algo.
Os agentes se espalharam pelo perímetro após descobrir um homem esfaqueado próximo da casa, tinha ligação com a embaixada do Irã e poucos instantes após a prisão acabou solto.
Um rapaz segundo relato de testemunhas fora visto correndo em direção a um pequeno bosque.
Encontraram uma mochila próximo a entrada para um bosque, dentro havia um computador.
Dois agentes ficaram verificando a máquina e os outros foram vasculhar a mata com a ajuda da polícia local.
Encontraram diversos vestígios por toda a extensão do terreno, sinais de fuga e cápsulas de pistola deflagradas, mas nenhum sinal de qualquer pessoa. Alguns moradores mais antigos do lugar falaram que eles foram abduzidos pelo espírito das fadas, uma criatura mitológica que aparecia em um portal místico e levava escolhidos para morar no paraíso.
A busca perdurou por três dias, mas acabou sendo infrutífera, mas o que encontraram no computador acabou sendo uma bela recompensa.
Em uma pasta criptografada, o jovem deixou um esquema com todo um plano para um grande ataque a uma capital no ocidente feito pelos iranianos, além disso, pedia desculpas a Deus por todos seus erros.
Os agentes voltaram à base, precisavam analisar melhor todos os fatos ocorridos ali, colocaram o caso como não resolvido.
O chefe Morris resolveu que não iria avisar mais os americanos sobre os fatos, afinal eles tinham o destratado de forma rude e guardou os papéis em um cofre de “esquecimento”, e estão lá até hoje. Os planos que podiam impedir o onze de setembro, um dos maiores massacres já realizados por radicais islâmicos em todo o ocidente.

Revelando a identidade do escritor.


Agora que eu contei para vocês toda essa história, devem estar se perguntando: Como ele sabe disso tudo? De que maneira teve acesso a documentos e provas trancados nos mais fortes protocolos de segurança do mundo?
A resposta para todas as perguntas é que eu sou um dos Paradoxos, guardiões do tempo e do espaço, que tem a missão de proteger e zelar para que os eventos da linha do tempo não se alterem, gerando distorções que poderiam eliminar todo o equilíbrio criado durante a fabricação do mundo pelo supremo pai celeste.
Eu ajudei o garoto a escapar do agente iraniano que o perseguia e quer saber o por quê?
Esse garoto que agora se chama João Altamiro Fernandes e mora em Belém, em pouco tempo criará um sistema de segurança para a informação que tornará dispensável o uso de antivírus por quase uma década, seu trabalho para a ciência da informática será vital para todos nós.
Ele não se lembra de nada que eu narrei aqui, apaguei a memória dele, deixando somente fatos relevantes para ele viver.
Dei a ele uma segunda chance, para mudar o mundo e mudar a sua história, por que ele mereceu, no fim se redimiu dos seus erros e ajudou os britânicos a colocar limites mais estritos para uma horda que ameaça destruir a toda a civilização europeia.
Os ingleses terão um futuro penoso após a morte da rainha Elizabeth, o reino ficará por muito tempo em mãos de trabalhistas que em tudo cederão à onda do multiculturalismo, tornando os um povo fraco, mas será um dos últimos países a se ajoelhar perante a nova ordem que a guerra suja do terror irá implantar em todo o ocidente.
Qualquer hora eu volto, quem sabe para contar uma história sobre você?
Será que no futuro você fará algo de bom para todos? A hora para começar é agora!
Assinado: Paradoxo.



quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Ficção histórica - Revisitando 1964


Escrever é a única forma para não que aqueles que ainda virão não se esqueçam dos acontecimentos.
Capital Federal – 1964.
Faltam Poucos meses para a derrubada do presidente João Goulart, diversos personagens entram em cena tanto para defender o governo, que com promessas tolas e uma política fiscal estúpida levou o país há uma bancarrota.
Agentes russos são vistos entrando no território, a cia informa os militares brasileiros a presença de diversos membros da KGB em solo brasileiro, além de outros da agência de espionagem chinesa.
A alta cúpula do exército teme uma reação exacerbada dos populares e resolve esperar um pouco mais, e o que se vê nas ruas são as pessoas protestando contra o fiasco econômico, o governo é completamente impopular, consegue unir diversos grupos contra si e poucos têm a coragem para defender o presidente abertamente nas ruas.
Várias tentativas de matar opositores acabam sendo encobertas pelos órgãos do governo, pessoas tanto da política quanto da imprensa são ameaçadas e algumas acabam sofrendo atentados violentos.
Um clima de medo pairava nos jornais que iam contra o descontrole de um presidente que via com bons olhos a china e a Rússia enquanto afogava o país numa miséria sem fim.
Seus principais assessores eram formados em academias na URSS e na China, suas parcerias comerciais eram para com ditadores e distribuía elogios “a revolução”.
Tudo ficaria intacto se não tivessem matado uma jovem, não teríamos tanques e aviões sobrevoando os céus se não fosse aquele assassinato.
A última reunião do clube militar – dias antes do golpe.
Vários marechais estavam receosos de tomar uma atitude drástica, suas patentes estariam em jogo e muitos se perguntavam se teriam apoio para governar após acabarem com o status atual. Argumentavam que aquilo tudo não os afetava e que seria até melhor deixar as coisas como estão.
Enquanto isso os oficiais mais jovens, clamavam por uma resposta a uma série de afrontas, tentavam levantar nos seus superiores a vontade de lutar, mas nada parecia interessa – los mais do que seus títulos e condecorações.
Era uma tarde de domingo, a filha de um marechal foi atacada enquanto voltava para casa, por um grupo ligado a um sindicato, que já começava a montar uma célula terrorista que iria em poucos anos ser a responsável por diversos atentados na região de são Paulo, ela foi descoberta quando assaltaram na e ela entregou tudo e quando eles abriram a bolsa viram o sobrenome dela, não teve nem como esboçar uma defesa, recebeu um tiro de uma pistola mauser contrabandeada da Rússia, uma peça ainda da segunda guerra mundial que tinha chegado recentemente para abastecer alguns grupos guerrilheiros.
A jovem faleceu ali no local, o grupo que a matou seguiu em frente cantando a internacional comunista, aquele hino maldito, levou minha filha.
Eu na época era um general da terceira divisão da região sudeste, tinha sido promovido ainda durante o período de vargas e muitos me consideravam como alguém extremamente radical pelo fato de já ter participado de alguns grupos integralistas quando era jovem.
Chorei sobre o corpo da minha filha, fiquei no cemitério por dois dias até que meus familiares conseguissem me tirar dali, não havia mais sentido para o meu viver.
Minha mulher me largou, não aguentava mais viver naquela casa e preferiu voltar para o norte e ficar com seus pais. Eu nem me importei, estava perdido, tinha amado aquela criança e o vazio dela era como uma dor que não parava.
Minhas funções no quartel ficaram a cargo do meu segundo em comando, mas quando a reunião da cúpula militar foi convocada eu tinha que ir.
Encontraram-me bêbado na minha casa, num estado lastimável, lembro que mandei o mensageiro ir engolir as próprias fezes e que todos fossem a merda, mas este soldado ficou ali paciente e me ajudou a me erguer, tomar banho e pegar o avião para a capital.
No avião eu parecia sentir a minha cabeça explodir, confesso que tive vontade de me matar, mas não o fiz por que não tinha trazido nenhuma arma comigo.
Cheguei ao aeroporto e fui recepcionado por um carro militar que me levou a sede do comando maior.
Era apenas uma formalidade na qual eu devia ficar calado, mas eu ousei falar, mandei a mão na mesa e sem pedir permissão contei minha história, disse que um maldito grupo de comunistas tinha acabado com a minha filha. Disse que eu havia a levado para o hospital sangrando e que ainda tinha em minha mente os últimos gemidos de pura agonia e dor dela.
E que se eles quisessem ficar sentados em suas cadeiras, mofando como postes velhos apenas vendo o mal se espalhar, que me prendessem, pois eu iria começar a lutar contra essa baderna.
Os oficiais mais jovens apoiaram meu ato e muitos me apoiaram se levantando de suas posições, temendo por um motim, eles aceitaram a proposta para derrubar o putrefo governo de João Goulart, dando início a revolução militar que salvou o país dos cubanos e seus aliados comunistas.
Isso foi há muito tempo atrás, de lá para cá, muita coisa mudou a democracia voltou, com o fim do regime militar e a degradação política atingiu um patamar tão alto, que culmina nos dias atuais com o governo mais imbecil e desprezível que já vi.
Hoje eu moro em um asilo para militares, uma instituição que trata de pessoas que passaram muito tempo lutando pelo país, é um local pobre, mas limpo, com visitas de médicos e enfermeiros de vez em quando para ver se não morremos por alguma doença.
No mesmo lugar, moram mais oito militares, nossas aposentadorias, mal pagam os remédios e ainda tenho de ver na televisão os canalhas que eu ajudei a prender durante o regime militar tentando pagar de vítimas, cantores que não ficarão mais do que algumas horas, recebem milhões de pensões para “vítimas da ditadura”, peço desculpas para o povo brasileiro por pelo menos não ter exterminado esses vermes que nunca se preocuparam com qualidade, preferindo propagar suas ideologias vagabundas a se preocupar com a qualidade musical.
 Nunca pensei que viveria para ver terroristas serem homenageados e virarem nome de escola e para ver um homem que já esteve numa carceragem chegar à presidência e fazer o que a sua índole já dizia: Roubar todo o país, enquanto iludia aos pobres com uma esmola, criando entre o povo a cultura da “bolsa” e tirando o interesse de muitos pelo trabalho, que é a única forma digna de se avançar.
Eu sei que eu vou para o inferno, disse para o padre uma vez e ele ficou chocado com o meu cinismo, mas eu me vinguei, investiguei, prendi e matei todos os responsáveis pela morte da minha filha, os corpos foram incinerados, e eu vou levar comigo a localização das cinzas deles.
A mudança começou no meu ódio, mas o povo não aprendeu a votar e tudo voltou às velhas mentiras, aos mesmos canalhas e por isso o país está condenado a vagar nas trevas e se a população não acordar a tempo, se tornará uma sucursal da união soviética, parado no tempo enquanto todos avançam e prosperam, nós ficaremos a mercê dos mesmos ladrões que tem o cinismo de se considerarem defensores do povo!

Carta encontrada no quarto do marechal Rodolfo Zallarin, no asilo para veteranos, Rio de Janeiro – Novembro de 2005.
Mário Orzikoff – redator chefe do jornal o diário da internet.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...