Introdução
-
Talvez toda essa história de começar a caçar demônios tenha sido
apenas uma piração da minha cabeça. Sabe como é o céu? Um lugar
monótono onde se discute guerras e ataques mas muito pouco se tem de
ação!
- Eu
fui criado para a batalha e com essa missão me voluntariei para ser
parte de uma divisão de angelicais treinados para viver entre
mortais e matar qualquer influência maligna que viva entre meio a
eles.
- Na
verdade tem mais de cinquenta anos que não vejo nenhum dos meus
antigos aliados, até que ela apareceu no alto daquele prédio,
esquartejada e sem sangue, deu uma repercussão danada em São Paulo
e eu logo fiquei sabendo.
- Ela
era o mais perto de uma família que eu já tive, me ajudou algumas
vezes quando eu estava perdido no álcool, sim pode parecer estranho,
mas eu por um tempo perdi qualquer vontade de viver e cai para a
bebida até ela me resgatar em pleno ano de 1939, na cidade de Roma e
por um tempo nós até tivemos algum relacionamento até que numa
manhã ela ficou sabendo do que aconteceria nos campos de
concentração de Hitler durante a segunda guerra e resolver ir
ajudar! Saiu a noite e me deixou sozinho numa vila próxima a Roma.
- É
estranho contar minha história para um pedaço de papel, se um
humano ler isso pode até pensar que eu enlouqueci ou que sou um bom
escritor, mas os fatos aqui narrados são totalmente reais! Tão
reais que não me deixam descansar tem mais de noventa anos.
Capítulo
1 - retomando o passado
Eu sou
um Querubim, um anjo designado para a batalha, não sou bom com
planos, nem tenho muitos truques na manga, poderes psíquicos ou
coisas do tipo.
Não
tenho por que nunca tive muita paciência para aprender, se fosse
humano muitos falariam que tenho hiperatividade e talvez essa gana
por ação seja a única coisa boa que tenho.
Já
enfrentei mais demônios e outros seres das profundezas do que
consigo me lembrar e olha que tenho uma memória até relativamente
boa.
Depois
das guerras contra o mal, onde acabei conseguindo uma bela cicatriz
abaixo do olho direito que me deixou cego deste, o céu foi ficando
mais louco com um ódio pela humanidade que transbordava em ira e uma
paranoia por ataques e mais ataques sem sentido até que por volta do
ano quatro dos humanos tudo foi parando, o paraíso entrou numa
guerra fria e muito pouco era feito desde então!
Ficar
parado treinando para algo que nunca vinha, esperar inimigos que só
irão chegar quando o último dia chegar! É uma tortura mental para
alguém que foi feito para ação! Minha natureza é feita para a
guerra não importa por que ou sobre o que, pelo menos era assim que
eu pensava até poucos dias atrás.
Uma
missão especial precisava dos melhores de cada casta e para a
escolha de um querubim para ser enviado a Terra houve um grande
duelo, uma peleja simples e direta onde todos os soldados da minha
casta foram reunidos num amplo espaço aberto com uma regra simples:
O último que ficasse de pé seria o campeão!
Eu
venci depois de lutar como um louco contra caras cinco vezes maiores
que eu! Queria ir para a terra, não por nenhum interesse maior!
Apenas queria um pouco de ação e entre os humanos eu teria isso aos
montes! Assim quando tudo terminou e eu fui apresentado aos outros
cinco caras da minha missão, na verdade achei todos eles um bando de
panacas e só fiquei feliz mesmo quando me entregaram uma pequena
adaga especial para matar demônios e outros seres das trevas, a arma
tinha sido feita da essência do pai e era uma poderosa arma mágica
contra qualquer ser da escuridão!
Depois
veio o treinamento! Mal prestava atenção nas lições que não
envolvessem combate direto e simples, estava amando minha nova arma e
mal pude me conter quando fomos levados a um vórtice e mandados para
a Terra por tempo indeterminado.
Fomos
separados durante a viagem e eu fui parar no meio da floresta no sul
da península de Yucatan, onde hoje é o México! As manifestações
de demônios ali eram constantes, além de deuses antigos, na verdade
não me incomodava muito nada disso! Apenas lutava nas guerras deles
como um soldado e logo conseguia oferendas, honras e mulheres!
Quando
cai a Terra me apaixonei por sexo e bebidas, com a mesma intensidade
com que gostava de matar! Tinha me tornado devasso por natureza e
depois de alguns acordos com os deuses antigos consegui enfim limpar
minha área, sem derramamento de sangue nem nada do tipo! Apenas
convidei os para se banquetear comigo e eles não vendo nenhum perigo
vieram em massa!
Foi
quando eu os trai na frente de todos e os matei na frente da minha
pequena tribo! Ataquei os antigos deuses e um a um os matei!
Não
acredite em mim quando digo que não derramei sangue por que fiz isso
aos montes! Vivi tempos tranquilos, cometendo todos os pecados
descritos nos livros sagrados!
Vivia
bem entre os Astecas a quem ajudei a tornar a maior tribo de todas e
passei a ser conhecido como o deus dragão, até que certo dia fui
chamado a Inglaterra por um emissário dos céus!
Era um
assunto urgente! Alguém tinha matado um anjo da guarda naquela
localidade e precisava se encontrar o assassino em poucas horas antes
que a paz fosse desfeita e uma guerra generalizada recomeçasse!
Parti
e deixei minhas esposas chorando, Montezuma foi comigo até o mar
onde mostrei minhas asas e parti! Aquela seria a última vez que os
veria, os Espanhóis massacrariam meu povo antes de eu poder voltar
para defender a eles que consideraram os inimigos como deuses por
terem a pele igual a minha!
Atravessei
o oceano até chegar a ilha inglesa! Cheguei lá bem cansado! Poderia
ter usado os portais para chegar mais rápido, mas me sentia enjoado
fazendo essas viagens dimensionais, por isso corri o risco de viajar
usando minhas próprias asas.
Cheguei
na região próxima as pŕaias do Devonshire a noite e sem saber
falar nenhuma língua parti para uma cidade onde roubei umas roupas
na aldeia e matei com as mãos nuas, um carneiro e comi assado num
fogo improvisado dentro de uma caverna!
Parti
pela manhã avançando pelas estradas, andando como um mendigo até
que cheguei nos arredores de Londres, sentindo o cheiro de mágica,
adentrei numa fazenda onde ao chegar próximo a um antigo barracão
clássico vi um grupo de homens adorando a uma súcubos, um demônio
sexual que se alimenta da virilidade de trouxas como aqueles!
Eu mal
tinha aura de anjo depois de todos os pecados que tinha cometido
portanto não era difícil me esconder mesmo durante o dia!
Acessei
um portal onde guardava minhas armas e munido de minha faca mágica
acessei ao recinto na esperança de poder mata - la rapidamente
quando os homens entrassem em transe. No fim das contas acabei
matando ela e todos os outros, com meus instintos de caçador
derrubei dois sentinelas com uma pedra e com meus conhecimentos de
linguagem animal fiz os cavalos saírem correndo deixando os sem
chance de fugir!
Ao
entrar no lugar percebi que tudo ali remetia ao mal e sinceramente um
frio percorreu minha espinha! Ver tantas magias escritas nas paredes
me deu um pouco de medo, mas logo a adrenalina banhou meus sentidos
quando uma bala trespassou meu ombro atingindo um pouco alto apesar
de ter sido mirada no meu coração!
- Olá
pessoal aqui é o Paradoxo e a história desse caçador angelical
terá suma importância para todos, seu nome é César e ele é um
sobrevivente da primeira noite eterna, onde as criaturas das trevas
fizeram um eclipse que durou um mês exatamente, seus poderes são
muito além do que se espera e mesmo ele não podendo mais voltar
para o céu por seus pecados ele pode ser a única esperança de
salvação para o mundo frente aos perigos que se descortinam a nossa
frente.
O
primeiro confronto contra um demônio.
Fui
adentrando pelos quartos daquela residência maldita, vendo por todos
os lados corpos de homens e mulheres que morreram de prazer em meio
as orgias orquestradas por aquela maldita.
Fui
encontrar ela se deliciando enquanto quatro idiotas estavam na sua
frente completamente nus e o chão ao redor estava completamente sujo
de esperma, ela nem notou minha presença até que arremessei a cama
onde ela estava para fora da casa
Ao
cair ela saiu da cama se espatifando no chão, quebrando uma das
pernas no processo e antes que tivesse chance de fazer alguma coisa a
cama pesada feita com madeira nobre caiu sobre ela, o peso da cama
fez ela fraturar a cabeça e sua real forma apareceu diante de todos
a luz do sol!
Um
demônio de meio metro com olhar depravado e uma cara pouco
satisfeita olhava a casca de onde tinha sido arrancado apodrecer sem
ele lá dentro e antes que pudesse olhar para cima eu estava em cima
dele, acertei o com uma facada que acertou o bem no alto da cabeça
com uma força descomunal afundando até o fim!
Ele
explodiu segundos depois estourando pedaços de seu corpo por todos
os lados e deixando um cheiro de enxofre insuportável! vomitei minha
comida pois o cheiro daquele maldito estava forte demais, prova que
ele já tinha corrompido muitos otários em troca de favores sexuais!
- Os
humanos aceitam fazer qualquer idiotice desde que lhes seja prometido
algum favor além de sua compreensão, esquecem que no mundo deles e
no mundo dos espíritos a regra do nada vem de graça é uma máxima
poderosa que não pode ser negada de jeito nenhum!
Voltei
para a casa da fazenda e todos os corpos estavam mortos, varri tudo
para fora e coloquei numa pequena vala aquele monte de corpos
apodrecidos, incluindo até os panacas que estavam sobre o controle
dele para serem suas vacas leiteiras, matei os também e joguei no
poço.
Um dos
poucos rituais que aprendi enquanto era treinado foi o da
purificação, que consistia em orar a Deus enquanto jogava se sal e
selava o poço cavado meditando bençãos para os corpos demoníacos
assim estes e os humanos a quem afligirão são libertados para
seguirem seus caminhos tanto para o céu quanto para o inferno.
Depois
que fiz o ritual e dei uma faxina na casa resolvi que ali seria um
bom lugar para residir! Arrumei algumas janelas quebradas e limpei
todos os cantos onde havia sangue, deixando a casa sem nenhuma marca
que ali residia um demônio! Um bom trabalho para mim que não tinha
aprendido muito além das formas mais eficazes de se golpear um ser
das trevas!
Um
fim estranho
Eu
sentia saudades de minha casa, do outro lado do Atlântico, mas
resolvi cumprir minha missão e assim fui farejando por Londres em
todas as partes, caçando cultistas e pequenos demônios, nenhum
destes no entanto tinha força para matar a um anjo da guarda,
criatura muito antiga e que conseguia resistir a toda sorte de
ataques mentais, corporais tanto os efetuados com armas quanto
aqueles feitos com magia.
Minhas pistas se perderam no norte, perto da cidade
de Reading, quando eu decidi voltar para a capital, estava escuro
próximo a velha estação, mas para alguém com meus poderes dava
para ver bem para onde estava indo, foi quando eu vi a presença de
um ser que todos temem: A morte, uma mulher de meia idade de longos
cabelos negros, pelo branca que veio se dirigindo em minha direção,
parecia disposta a me matar, sai correndo com medo, demorava muito
para invocar as asas e minha adaga funciona somente em uma curta
distância e todos sabem que a curta distância a morte é
completamente fatal.
Mas
as pernas falharam quando eu me vi próximo ao parlamento, depois de
ser perseguido por toda a Londres antiga, olhei de relance para trás
e lá estava ela e ao longe pude ouvir o soar do relógio: _ Meia
noite, pensei.
De
repente, ela estava diante de mim, vestindo somente uma camisola
negra, sem foice, nem arma e me deu um beijo que me fez cair ali
diante de uma multidão e saiu, no entanto aquilo não me matou
totalmente, apenas roubou minha imortalidade, me deixando vulnerável
ao final que viria a seguir: Uma série de bandidos controlados por
um Deus antigo mercenário, o perverso Apolo, apareceram antes que eu
pudesse me levantar, colocaram meu corpo num carro e saíram rodando
comigo até o interior da Inglaterra, paramos próximo a um bosque,
onde um homem bastante velho lia umas inscrições bem arcaícas
enquanto eu era levado para a mesa de sacríficio e tinha meu coração
arrancado por meio do uso de minha própria arma.
E
foi assim que tudo, ocorreu, peço clemência diante do tribunal dos
arcanjos e não tenho nenhuma alegação ou defesa perante a essa
corte.
Foi
isso que eu disse após terminar meu depoimento frente aos três
maiores, contudo minha sentença foi ser banido para o inferno,
afinal tinha me tornado pecaminoso para voltar a minha antiga casa e
não merecia nenhum perdão, mesmo tendo feito atos de bondade, nada
apagaria meus crimes e ofensas as regras.
_Você
está se perguntando como está lendo essa história? Bem isso são
apenas alguns mistérios que o tempo não revela.