sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Pitonisa: A guerra dos deuses!



Princípio
Fugitiva de Agartha, do mundo inferior, essa jovem é dotada de dons de pré – cognição, que lhe permitem saber o futuro. Seu nome real é Marcela Arinoi, filha de um grande geneticista, responsável por gerar em vitro boa parte dos soldados que defendem o mundo inferior dos ataques das forças demoníacas.
No entanto esse importante cientista, fez algo ilegal, usou a tecnologia militar para criar uma prole para si, visto que como era cientista não podia se casar jamais para que sempre estivesse a disposição do império em caso de ataque.
Ele moldou sua filha com uma DNA perfeito, colocou nela alguns dos melhores dons e habilidades possíveis dentro do código genético e usando os recursos avançados tornou a mais bela garota do mundo, qualquer um que olhasse em seus olhos não poderia resistir ao fascínio ao ver tamanha beleza, mas algo deu errado e ele foi descoberto e incinerado da história do povo de Agartha, no entanto a rainha daquele povo, se apiedou da criança e não permitiu que ela fosse morta, permitindo que vivesse, mas a decisão de mante – la viva, dentro dos muros da prisão sem janelas.
Era o lugar para onde eram mandados os criminosos mais impiedosos da Terra e da sub – terra, os maiores vermes passavam a vida sendo torturados em um mundo de silêncio, onde nem mesmo luzes existiam, os prisioneiros eram identificados somente por uma tatuagem que era usada para vibrar o pulso de vida de cada um, todo ano para fazer as estatísticas, a que estava no pescoço dela tinha um criptograma em três pontas onde estava escrito: Bastarda.
Sua vida na prisão até os dezoito anos era algo parecido com uma tortura sem grades, mas quando ela fez a idade de casar, o rei permitiu que ela fosse levada para o grande pátio para ser escolhida por algum dos grandes guerreiros como esposa.
Ela foi levada da prisão vendada e amarrada, mas ao longo da viagem, as cordas se romperam e suas mãos libertaram na da venda, e quando os guardas foram para liberta – la, acabaram sendo tocados por ela, e isso ativou os feromônios animais deles, que passaram a agir como meros cães da moça, que por instinto lhes beijou e no mesmo isntante absorveu toda a sua energia vital, deixando os nada mais que um mero esqueleto em frente ao palácio real, quando a ronda do palácio passou por ali, encontrou o coche da prisão aberto e os dois guardas mortos, e ao longe viram a jovem correndo como louca, tentando escapar daquela cidade, os prisioneiros não podiam ter roupas e ela nua daquele modo, ia causando um verdadeiro alvoroço por onde passava, sempre que olhava para alguém do sexo masculino, o mesmo se tornava um lacaio dela e no mesmo instante através de uma espécie de transmissão telepática, se tornava leal a ela e atacava as patrulhas.
Não foi raro encontrar por horas, homens, crianças e até idosos atacando os guardas da patrulha imperial, insanamente, com mordidas, bengaladas e socos e sendo dispersados por tiros, visto que nenhum tipo de argumento parecia dissuadi – los da ideia de parar o ataque as tropas do rei.
A moça atingiu os portões da cidade, pelo lado sul e de lá seguiu nua pela terra chamada selvagem e na sua fuga desesperada acabou sendo encontrada por um grupo de batedores demoníacos que tentaram possui – la a força, mas ao tocarem nela, todos foram reduzidos a cinzas e pela transmissão telepática, ela absorveu partes do passado daqueles bestiais infernais.
Os outros que estavam assistindo a cena, partiram para cima dela com espadas e armas nas mãos, mas de algum modo ,ela sabia todas as táticas de batalha deles, e com poucos golpes, o que se viu foi um verdadeiro massacre, a alma da prisioneira bastarda, agora estava imunda por ter encostado no sangue dos demônios que destrói a alma dos que o tocam.
Lentamente após o massacre, ela juntou algumas roupas, cobriu a cabeça com uma espécie de pano que o líder usava como bandana e que ela passou a usar como um véu herético e saiu dali, montada em um dos cavalos mortos que o líder daquela pequena centúria cavalgava.
Ela partiu sem destino até chegar ao poço de Zoraihn, uma passagem mística que ligava diversos lugares ao mundo inferior, seus olhos brancos devido a falta de luz, se tornaram vermelhos por um momento e ela deixou o cavalo, e foi caminhando para o poço e de algum modo quando ela saiu do outro lado, lacrou o, de modo que agora Agartha estaria sozinha, sem nenhum apoio celeste, caso os demônios atacassem com força total a cidadela avançada da antiga Atlântida encravada embaixo da Terra, sendo a fronteira entre os dois mundos.


A entrada na Terra.

Existe há anos atrás uma antiga magia que defende a Terra da ação dos demônios, um selo feito pelos feiticeiros Hebreus e guardado em segredo em um templo em uma entrada secreta abaixo do muro das lamentações.
Quando Marcela entrou na Terra através do portal, o pergaminho desmanchou no ar, nesse mesmo instante numa caverna próxima a cidade de Santa Luzia um grupo de cultistas do demônio, humanos que venderam a alma em troca de poder, estava procurando uma garota que veio do submundo que precisava ser mantida sob controle.
Duas horas depois, aqueles milionários, encontraram na em meio a uma lagoa de água cristalina, estava desmaiada e parecia delirar em meio a um longo pesadelo.
O mais velho daqueles humanos, um poderoso político deu a ela uma poça para beber, suavemente, e logo ela despertou, seus olhos estavam vermelhos, seguiu – os sem pensar muito.
Eles a levaram dali, felizes por terem satisfeito seu mestre, o Lorde Corrupção, um dos maiores duques do inferno, com quem entraram em contato por meio de um sacríficio de um dos membros mais novos do grupo, visto que na pequena vila de Santa Luzia não havia prostitutas, nem marginais aparentes que pudessem ser sequestrados e mortos como faziam nas grandes cidades onde viviam.
Contudo eles não esperavam que o mestre fosse matar a todos eles e passar pelo portal feito na madeira fria do hotel, exceto o arcanjo caído, nenhum outro demônio tinha vindo a Terra e quando Corrupção atravessou o portal e consumiu seus serviçais parecia, bastante contente, em especial quando viu sentada em posição de lótus aquela garota que segundo os profetas infernais iria ser a chave para que o mal triunfasse durante a batalha final.
Corrupção, logo a levou dali, deixando tudo limpo com seus poderes, ninguém se lembraria daqueles poderosos em menos de uma semana, mas ele estava sozinho na Terra, seu exército ainda estava na fortaleza dele, e a mílicia celeste não tardou em ver na Terra uma série de eventos de origem demoníaca e mandaram um mensageiro contatar Abdiel, o Renegado, que era o mais próximo a agir ali e um dos guerrreiros mais avançados para lidar com o problema, enquanto os arcanjos decidiam o que iria ser feito, aquilo era o fim do selo, o destino dos humanos no entanto precisava ser protegido até o último dia, que não tardava em vir, mas que ainda não tinha se completado.
Abdiel recebeu a mensagem de um ofanim, que lhe contou somente que ele precisaria ir a São Paulo para matar um duque do inferno e resgatar uma garota que estava sob poder dele, que era vital para os celestiais, mas não deu nenhum detalhe a mais do que o conselho havia decidido.
O anjo renegado até ficou feliz por estar sendo lembrado pelos seus pares, mas como caçador que era estranhou aquela missão, se lembrando que nenhum demônio fora o maioral tinha como vir a Terra, então ele estaria se confrontando diretamente com o líder demoníaco?
Ele pegou o primeiro voo para São Paulo, e enquanto viajava, ia lendo o jornal, onde a capa mostrava em letras garrafais, a manchete do dia: Bilionário compra todas as companhias de metrô, trem e ônibus da cidade. Ele lendo aquilo e sabendo do quanto seria caro e idiota fazer tal ação, visto serem estas empresas fontes de prejuízo constante, resolveu que começaria a averiguar por ali, seu instinto de predador lhe disse que aquela notícia lhe daria a pista necessária e dormiu por algumas horas até descer na cidade de São Paulo.
Jamais havia se acostumado com as grandes cidades, ainda preferia o contato com a natureza no norte do país, tinha vindo de Manaus e seu coração já parecia interessado em voltar para lá.
Andou pelas ruas da cidade em busca de armas, tinha sua espada e sua lança escondidas no corpo, mas sabia que armas místicas são dispendiosas demais e as vezes é bom contar com algum artefato humano, por mais desagradável que isso fosse.
Quando ele chegou no seu contato, um velho coronel do exército com quem havia servido na Itália anos atrás, logo lhe entregou um pacote de armas sem que ele pedisse, era um senhor de quase cem anos, que ao ve – lo ainda jovem e forte se emocionou e lhe abraçou fortemente.
_ Eu estou perto da morte, anjo, me diga uma coisa e eu já não te pertubo mais:
_ Diga me: Se eu morrer irei para o céu? Tenho medo de morrer e ir parar no inferno, pelos meus pecados cometidos na Itália, todos os dias desde então tenho sido um bom cristão, seguidor de princípios, tentando ser honrado e justo, apesar das minhas falhas.
_ Amigo, se você se regenerou, e enveredou pelo caminho do bem, sua alma descansará eternamente bem no paraíso, teu nome estará no livro da vida, entre os heróis, fique tranquilo e com um gesto rápido tocou lhe o ombro e lhe deu uma benção, era algo que os querubins raramente faziam, mas que naquele momento ele resolveu usar para se desvencilhar de seu amigo, pois sentiu que ele logo estaria a ver as portas da morte e precisava de um fim mais agradável, afinal vivia num país onde os heróis eram tratados como vermes e os vermes idolatrados como heróis.
Saiu dali carregando o embrulho, chegou ao velho hotel na vila Madalena, usando documentos falsos conseguidos de uns demônios mortos por ele no norte, conseguiu se cadastrar e quando estava no quarto checou as armas, uma nove milímetros italiana, dois cintos cheios de granadas, uma metralhadora e um antigo talismã que seu amigo usava, um pequeno terço, todo velho e gasto com a imagem de Maria e duas dogtags recuperadas após muito tempo, contendo seu nome e o dele.
Aquilo lhe trouxe diversas memórias que ele havia esquecido, a imortalidade é um constante esquecer se e relembrar.
A noite começou e ele preparou se para entrar em batalha, fazendo uma espécie de meditação que ligava toda sua energia espiritual, ativando seus sentidos de predador, se os seus temores estavam corretos e a garota estava em poder do mais poderoso infernal, ele precisaria de toda sua energia.
Aquela noite foi longa, mas ele não viu o tempo passar e foi pouco a pouco se tornando em um anjo novamente, suas asas a cada hora iam aparecendo e um peitoral de metal angelical surgiu, ele havia abandonado a armadura completa há muito tempo, era hora da batalha e ele morreria tentando se fosse preciso.

A batalha na Marginal Pinheiros.

O anjo Abdiel seguiu o rastro do demônio que estava por toda a cidade e encontrou a comitiva a caminho de uma reunião em pleno centro da avenida paulista, voando através dos céus ele jogou uma magia muito antiga que travava todos humanos na região em uma bolha de irrealidade contínua, onde o tempo pararia.
A garota sendo ainda humana adormeceu e os seguranças logo avistaram pelo retrovisor o celestial que vinha de armas em punho, mas ao saírem do carro foram atingidos na cabeça, como que por milagre. Lorde corrupção saiu do carro com a garota amarrada a seu corpo, suas garras tinham se materializado, mas quando ele saiu do carro não conseguia ver o celestial que o atacou pelas costas com sua lança, errando por milímetros de realizar um ataque brutal logo na primeira tentativa, mas os reflexos do infernal eram apurados demais e conseguiu se esquivar nos últimos instantes.
Ele largou a garota ao perceber que não se tratava de nenhum angelical de alta casta, somente um querubim sozinho para pegá – lo, o conselho dos arcanjos tinha enlouquecido ao mandar somente um soldado para enfrenta – lo? Ou aquilo era meramente uma afronta? Talvez fosse um soldado para cansa – lo, mas de qualquer modo, tinha de tirar essas dúvidas e sair dali o mais breve possível.
Inflamou suas mãos e incinerou os carros presos dentro da bolha temporal, matando na hora mais de trinta pessoas que estavam num ônibus.
_ Me ataque, Anjo! Ou será responsável pela morte de todos esses humanos? Pode viver com essas mortes em sua consciência, maldito?
Ao terminar de dizer essas palavras, o infernal sentiu somente o aço de uma espada adentrando seu peito e uma fala bem baixa, dizendo:
_ Eu não tenha consciência, apenas um dever, proteger os inocentes, destruir o mal. Não importa que formas ele tenha.
E em segundo após o golpe o duque bestial estava de joelhos, seu corpo mortal ferido, se esvaia em sangue e num instante após tudo que restou dele era uma gosma de piche apodrecido.
O anjo pegou a garota, e saiu voando para longe daquela civilização toda, sabia que a bolha temporal não iria durar muito, e se os humanos normais descobrissem a real existência de anjos e demônios iriam enlouquecer totalmente, quebrando as barreiras da realidade, que protegem a humanidade dos monstros, deuses e demais criaturas de agirem na Terra com facilidade.
A garota tinha uma ferida na garganta de onde minava sangue, mesmo sem encostar em sua ferida, o angelical podia sentir que a alma dela estava sendo corrompida em um processso bastante acelerado, seria preciso salva – la através de um ritual de exorcismo, e como não havia magos disponíveis nas proximidades, teria de ser ele próprio a faze – lo.
Chegaram a um parque no centro da cidade de São Paulo, já era noite, não havia ninguém de bem ali dentro, somente marginais rondavam as entradas em busca de brechas na segurança para fumarem crack lá dentro, sabendo que jamais iriam ser presos, visto que a maioria era menor e tinha a consciência de estar acima do braço da lei graças aos políticos.
Ele arrombou um porão dentro de um velho coreto em obras e ali dentro, em meio a um lugar desolado colocou a moça no chão e usando um gato velho que dormia entre as tábuas do telhado, fez um pequeno ritual de exorcismo que havia aprendido em Enoque.
Encostou na mão enluvada da garota e a cada palavra dita, ela entrava em uma espécie de transe, relatando nomes e lugares que há muito tempo o angelical não ouvia, até que por fim ela falou somente uma palavra: Pítia. E seus caninos se tornaram venenosos e num ataque abrupto, ela mordeu o braço do angelical e inoculou nele, não veneno como as cobras fazem, mas visões do futuro, todas embaçadas e sobrepostas de modo que o pobre celeste que a salvará em poucos instantes estava completamente insano, tendo visões de um futuro aterrador.
E ali ficou por horas sem entender para onde aquela garota poderia ter ido e por que ela havia lhe mostrado todas aquelas visões tão aterradoras, onde os demônios venciam a guerra final e a humanidade acabava sendo escravizada por toda a eternidade.
Ele gastou algumas horas até recuperar se daquela brutal viagem mental, estava cansado da luta e do ritual e não conseguia captar com nitidez o cheiro da moça, acabando por perde – lo no terminal de ônibus do Tietê, onde ela embarcou, após deixar uma mulher louca, dando a ela visões de um futuro aterrador onde ela morria, a pobre tirou as roupas, abandonou as malas e saiu gritando que o fim estava próximo, enquanto a garota, pegava seus pertences e embarcava no veículo de modo dissimulado.
A garota não entendia mais nada, não se lembrava do que estava acontecendo, não sabia quem eram aquelas pessoas, sabia apenas que precisava voltar para a cidade de Agartha antes do fim, precisava contar para a rainha que ela sabia seu segredo e que a perdoava por ter sido a mandante da sua criação e portanto ser sua mãe e mesmo assim ter trancafiado a em uma masmorra por toda sua vida.
Fora essa visão que a tinha feito ficar transtornada e sair correndo nua pelas ruas das cidade, seus poderes, dons ou maldição, não sabia direito tinham começado ativados pelo medo que sentiu daquela gente, estranha que olhava para ela como uma inimiga.
Precisava voltar para lá, mas não se lembrava de nada, mas tinha uma certeza na mente se fosse necessário mataria para se defender, estava começando a controlar seus poderes e não seria bom atravessar sua frente.

O ataque a Agartha

Enquanto Corrupção era derrotado e banido para sempre, sua filha juntamente com alguns comandantes da fortaleza de Hi – Kityin tomaram o poder e depuseram os generais tomando o controle do exército da fronteira.
A filha de Corrupção, a brutal Nithian ordenou um ataque violento pelos flancos, usando a infantaria enquanto a cavalaria iria defender as máquinas de guerra e os feiticeiros, que iriam queimar as muralhas pondo abaixo todas as defesas e tomando a torre do mago, descobrindo assim o segredo daquela cidade para todo sempre e partindo rumo ao portal para Atlântida, rumo as armas dos deuses antigos, seladas para sempre depois destes terem se rendido perante as tropas celestes ainda durante a idade média, e passado a viver sua imortalidade entre os mortais em diversas áreas interferindo ainda na sociedade, mas de forma indireta, não mais como divindades diretamente ligadas a culto de nenhum povo diretamente.
Muitos mal se lembravam que eram deuses, vivendo, em diversos pontos, como nômades, alguns lutando em batalhas, outros agindo por trás dos bastidores, mudando de forma de tempos em tempos para não serem descobertos.
O ataque de Nithian, foi mal sucedido por três vezes seguidas, mas o preço para defender as muralhas estava se tornando demasiado demorado, contudo o rei sabia que não teria mais nenhum apoio vindo dos celestes, fez o que era certo, mandou esvaziar a cidade, ficando só para trás, selando a passagem para todo o sempre e assim cumprindo o juramento de ser o último a cair enquanto um prédio estivesse de pé.
A batalha entre o rei e os soldados da nova Lady Corrupção, foi brutal e devastou a cidade, reduzindo os prédios e documentos ali guardados a cinzas, tudo fora incendiado, o rei por mais que lutasse com o valor de mil soldados ainda sim era um só, e acabou sobrepujado e morreu servindo de carne para os soldados que o esquartejaram antes da chegada de sua líder que queria saber onde era a tal passagem, guardada como sempre absoluto pelos líderes da cidade, os magos e os angelicais.
No exato momento que o rei caiu, a rainha sentiu um súbito aperto no coração e juntando as forças que restavam, mandou que seguissem rumo as ruínas de Atlântida e abrissem o portal para escaparem rumo ao céu e caiu ao chão, morta, os laços de casamento para os Agarthianos são como laços de sangue, quando um dos cônjugues morre o outro tem o mesmo fim, alguns minutos após.
Os nobres guiaram os sobreviventes até o portal e levaram as armas consigo, guardadas no salão, para a fortaleza de Sião no primeiro céu.
Os arcanjos que prontificavam sobre o que fazer na Terra ao saberem que os agarthianos tinham atravessado e estavam aos milhares dentro da fortaleza, trazendo o estandarte e o sinete do pacto feito com os arcanjos de apoio mútuo.
Gabriel ao saber do fato disse: _ Se os Agarthianos foram atacados, talvez seja hora de consultar novamente o livro e a roda do tempo.
Todos os outros concordaram com isso, e antes de partirem para o sétimo céu, ordenaram que alojassem os sobreviventes, enquanto se pensava para onde manda – los.

Um herói entra no caminho e morre.

A garota ia viajando cometendo pequenos crimes, tentando chegar a uma caverna, que aparecia em seus sonhos, ao ler diversas revistas e pedir para pesquisarem no computador para ela, descobriu que provavelmente aquela caverna estaria em Minas Gerais, sendo parte de um sítio arqueológico, onde vários mega empresários sumiram e que desde então foi interditado pelas forças do exército.
Em cada parada ela encontrava uma moça bonita e do mesmo número que ela e mordia, dando a pobre visões do fim do mundo, os humanos eram como máquinas padronizadas para fazerem os mesmos padrões, e logo caiam num transe de loucura e enquanto todos se preocupavam em ajudar ela trocava de mala e documentos e comprava uma nova passagem.
Mas para seu azar o caminho que ela precisava estava interditado e ela teve de pegar um trecho maior passando pela cidade de Caxambu, onde o ônibus acabou sendo assaltado, os bandidos gritavam gesticulando loucamente para passarem os documentos, carteira e jóias e quando chegou na vez de Marcela o assaltante recebeu tudo de uma vez, mas quando foi pegar da mão dela acabou tocando seu dedo descoberto e no mesmo instante foi acometido de uma loucura, surtando no mesmo instante e disparando tanto contra seus companheiros de crime, quanto em vários passageiros até que por fim atingiu em um dos disparos no chão, o tanque, levando todos pelos ares.
Marcela foi levada para o hospital na cidade de Caxambu, de algum modo seu corpo tinha sido lançado pela janela, e havia tido somente um braço quebrado, ela caiu desmaiada no asfalto quente e só retomou a consciência dois dias depois.
A enfermeira foi a primeira a vê – la acordar, ainda desorientada pela pancada na cabeça e os remédios aplicados nela e com medo de novamente estar sob poder dos demônios, ela tirou uma seringa com um poderoso remédio contra a dor que tinha no carrinho da funcionária e num instante injetou o conteúdo todo na espinha da mulher.
Seu braço enfaixado doía muito, ao sair do quarto, outra enfermeira tentou detê – la e ao olhar lá para dentro viu a colega desfalecida, correu para ajuda – la e chamou o apoio dos seguranças aos berros.
Ela desceu as escadas e a cada andar lutava com vários seguranças, mas quando eles a tocavam, ela exalava uma espécie de aura de medo, o cheiro logo tomava as narinas dos homens que saíam correndo assustados como crianças a procura da mãe.
Quando ela saiu para a calçada diversas sirenes da polícia estavam próximas, a dor no braço latejava pelo corpo todo, ela parecia querer desmaiar, mas tinha de persistir, pois enquanto estava desacordada tinha tido uma visão, onde a cidade de onde viera tinha sido devastada e sua mãe tinha perecido na fuga para a fortaleza dos anjos.
Ela se perdeu em meio aos pensamentos e no mesmo instante viu no outro lado da avenida um herói, parecido com um grilo vindo voando em sua direção, com os punhos cerrados, ele parecia estar pronto para ataca – la, aquilo a apavorou e num instante ela soltou um grito, agudo de pura agonia, fazendo todos os que estavam ao seu redor ficarem loucos, entre estes estava o porteiro de um hotel da cidade que passava em sua bicicleta e que ao ouvir o som, saiu correndo para a linha do trem, o herói no entanto não foi afetado e desviou seu curso para salvar aquele bom cidadão, mas focado em proteger a vida de um dos moradores da cidade, não percebeu que um trem vinha no sentido oposto ao dele, e o atingiu em cheio, a composição que carregava combustível para uma siderúrgica próxima dali, explodiu causando uma onda de choque que destruiu quase a cidade inteira de uma só vez.
Marcela no entanto, tinha se aproveitado da situação, e pego a bicicleta do rapaz, sua visão do futuro tinha lhe mostrado o que iria acontecer, alguns minutos antes, e ela saiu em disparada rumo a área não afetada pela bomba.
Enquanto fugia ela tombou em um pedestre no meio da rua, e outro dos seus poderes se manifestou, e assim o pobre jovem acabou reduzido a uma idade bastante avançada enquanto ela conseguiu se recuperar dos ferimentos que havia sofrido, no entanto seu braço ainda doía bastante, mesmo tendo sarado exteriormente.
A noite chegou e várias equipes de salvamento vindas de Belo Horizonte tinham chegado ao local, enquanto investigadores procuravam uma garota de cabelos negros que havia sido a responsável por matar o herói da cidade, causando tamanho prejuízo, até mesmo dois agentes da HUNT, órgão internacional para destruir seres humanos com mutações tinha sido designados para abater essa jovem, mas ninguém contava que ela em sua desesperada fuga, tinha ido para num prédio ao norte de Caxambu, onde moravam várias famílias muçulmanas e num relance ela roubou uma burca e saiu pela cidade disfarçada, usando de muita sutileza e alguma estratégia, ela conseguiu chegar a rodoviária no exato momento que o último trem para Santa Luzia partia, e num discuido do motorista ela abriu o bagageiro e entrou lá dentro, fechando o em seguida.
Estando lá dentro ela procurou ficar calma e pensar em tudo, o braço doía muito, mas não havia outra alternativa. Há cada quinhentos metros, o ônibus era parado em barreiras policiais que buscavam prender aquela criminosa, enquanto dentro da cidade, grupos de populares, rondavam casas a procura da moça para lincha – la, no entanto por sorte nenhum dos policiais decidiu vistoriar as bagagens e ela conseguiu chegar duas horas depois ao seu destino: A cidade turística de Santa Luzia.
Quando o ônibus parou na entrada da cidade, para deixar alguns passageiros, ela sorrateiramente saiu de dentro do bagageiro, levando consigo uma das malas, rapidamente se afastou do local, sem que ninguém a notasse, vagando pela cidade, sentindo se cansada e com fome ela acabou parando próximo a um prostíbulo, onde um grupo de rapazes com tatuagens nazistas a cercou e tentaram a violentar ali mesmo no meio da rua, pois sabiam que a polícia não passava naquela região tão tarde da noite.
Quando o primeiro deles correu até ela, recebeu uma mala na cabeça, ficando preso em meio as ceroulas de um velho, os outros rapidamente foram para cima e um deles em um pulo conseguiu a imobilizar, e tentou arrancar a calça que ela vestia, mas quando sua mão encostou nas costas dela, no mesmo instante, sua mente foi completamente apagada e ele a soltou caindo de lado, babando como um débil mental, os outros então tentaram agredi – la, mas algo nos olhos brancos dela parecia ter ganhado vida, era o mesmo ódio com o qual ela enfrentará os demônios se manifestando.
No momento em que um deles lhe acertava uma pancada nas costelas, um árvore próxima começou a morrer rapidamente, e o chão parecia ferver, a cada golpe que ela recebia tudo parecia começar a tremer e pela primeira vez em toda sua história a cidade tremeu, um terremoto seguido de uma errupção vulcânica.
Os rapazes sentindo os abalos, saíram correndo, para dentro do bordel, mas quando a moça se levantou e olhou em direção ao local, as bases do prédio começaram a tremer e o telhado do segundo andar ruíu, fazendo a estrutura toda desabar.
Usando seus poderes telepáticos ela se levantou foi até lá próximo ao prédio e levantou cada um dos blocos até achar os corpos dos rapazes que haviam tentado agredi – la.
Eles gritavam implorando perdão enquanto dos olhos dela, saíam labaredas de pura fúria, no exato momento que ela os levantou e tocou lhes a face com um beijo, a alma deles saiu de seus corpos e pairou ao lado do corpo, mas no outro instante, ela atingiu os espíritos com um soco no coração e eles sumiram como pó, enquanto suas carcaças cairam na Terra completamente vazias, meros sacos de ossos sem nenhum sangue ou cor.
Os sobreviventes que viram a cena, contavam que era como estar diante de uma força sobrenatural, ela parecia controlar tudo ali dentro, era como se ela controlasse a terra, a imprensa caiu em cima da história, ufologistas e místicos foram chamados, e todos inventaram milhões de histórias até o exército entrar em cena e censurar todo o conteúdo envolvendo esses dois casos na grande imprensa, no entanto nos meios paralelos da internet ainda é possível encontrar diversas versões e testemunhos do que havia ocorrido naquele dia.
A jovem acordou sem saber de nada dentro de uma igreja, numa vila próxima dali, o padre Benedito a encontrou desfalecida defronte ao púpito, descansando como um anjo, e a levou para um quarto que pertencerá ao seu auxiliar, vitimado pela malária na década de oitenta que não conseguiu tratamento por que o governador de Minas na época resolveu usar a verba da saúde para bancar uma viagem com sua amante para Paris, durante seu período de férias.
A moça acordou no outro dia e ao olhar pela janela viu o monte que procurava, o padre tentou saber mais sobre sua vida, mas ela não entendia a linguagem dos seres da superfície, sabia somente ler suas mentes, mas não queria usar a telepatia inerente para tentar ler os pensamentos daquele velhinho, contudo para não ser descortês com ele, lhe deu um sono tranquilo usando seus poderes telepáticos, onde agradeceu pelas roupas dadas, pela comida e disse que precisava lutar uma batalha.
O religioso só iria acordar horas mais tarde, quando ela já estivesse novamente em Agartha.
Subir a montanha com o braço latejando era algo terrível, a dor e a falta de água após quatro horas era exaustivas demais, mas testando os limites de seu próprio corpo, ela chegou até a caverna, ao entrar dentro dela, parecia ser guiada no automático pelos seus instintos até chegar ao lago, onde viu a entrada mística bem no fundo selada com uma rocha.
Tirou toda a roupa, e mergulhou naquelas águas, e quando chegou bem ao fundo e tocou no selo, ela foi sugada de volta e a passagem para sua Terra estava novamente aberta.

De volta a Agartha: Encontrando auxílio inesperado.

Os reptéis eram povos que moravam além de Agartha, era uma cultura vinda do espaço que adentrara na intra – terra há muito tempo e que se não molestados jamais atacavam.
Pouco se sabe de sua origem ou seus cultos, apenas que eles não gostam de demônios nem de fadas. Sua comunicação é feita por telepatia, e muito poucos conseguem lutar tão rapidamente como eles, peritos em assassinatos e toda sorte de mortes rápidas, pois sua pele escamosa, consegue processar as cores do ambiente deixando os invisíveis mesmo quando estão atacando alguém.
Essa habilidade de invisibilidade é útil pois permite ao povo esconder se em casos de ataques preparando emboscadas mortais, onde seus inimigos pensam terem vencido, e acabam cercados e mortos em sacríficio ao rio Stix.
Quando Marcela voltou da Terra, e viu novamente o cenário onde estava percebeu que ao norte uma legião de demônios vinha para ali, usando a profecia de sangue a nova senhora da fortaleza da fronteira, vitoriosa contra Agartha tinha descoberto o exato momento que a profeta voltaria para a cidade e tinha mandado todos os cavaleiros para o poço afim de não permitir que ela vivesse até cumprir o que o texto antigo disse:
Aquela que voltar do poço, encontrará a espada da guerra e se abaterá sobre todos os demônios como uma grande luz.”
Ela tentou correr, mas seu braço parecia não ter aguentado tamanho esforço e doía em excesso fazendo a quase desmaiar, quando num súbito instante ela foi amparada por dois guerreiros que se materializaram nas sombras e disseram telepaticamente: Siga nos se quiser viver, nosso rei nos mandou para salva – la, é hora de cumprir a profecia do nosso povo.
Ela foi amparada pelos dois que saíram dali rumo a floresta de rochas, onde despistaram os cavaleiros entrando numa caverna que ia dar diretamente no núcleo do planeta, foi uma descida bastante íngreme onde ela não sabia se estava acordada ou dormindo, pois quanto mais o calor aumentava, parecia que tudo era irreal.
No entanto quando chegou ao centro da Terra, se viu diante do templo de ouro, a nave onde aquele povo tinha vindo para ali, tudo ali dentro era envolta dela, e mesmo que ela não pudesse ver nenhum dos membros daquela população, pois era costume até dentro de suas cidades, os lagartos e reptéis ficaram escondidos afim de não chamarem atenção dos dragões que moravam mais ao fundo daquelas grutas.
Ela foi levada diante de um altar cheio de antigos hieróglifos, solta com cuidado e quando caiu ao chão os soldados e toda a cidade saiu de sua invisibilidade se mostrando para ela.
De dentro de uma das portas da nave – templo, saiu um lagarto ancião, que carregava nas mãos um antigo livro, a relíquia mais sagrada para aquele povo, um tomo feito por um deles que entrou em contato com a essência da criação ao entrar e sair de um buraco negro,e antes de morrer enlouquecido escreveu aquelas palavras e com o uso de magia construiu a nave que para eles era sagrada.
_ É hora de terminarmos nossa missão! É hora de Chan – Kgluk se cumprir, a profetiza sem alma, criada numa prisão sem grades irá nos libertar de nossa maldição eterna!” disse o líder para o povo, chegando próximo a ela e pegando seu braço e num arranco, colocando o sobre o livro sagrado deles.
No mesmo instante as palavras começaram a brilhar e algo na aparência deles foi mudando, todos ali dentro foram se tornando em pedaços de um cristal antigo, até que no fim de tudo a alma deles estava contida novamente na essência da criação, e com aquela pedra, eles cumpriram sua jornada e seguiram até o fim os mandamentos do seu profeta.
A aura mística emanada naquela transformação sarou a dor no braço da sacerdotiza, que ao caminha pelo templo viu uma antiga espada cravada na pedra, era a arma de Ares, que os angelicais jamais tinham conseguido convencer a se entregar, ele havia fugido para o mundo inferior e nunca mais fora encontrado.
Ao lado da pedra uma inscrição em língua comum do povo subterrâneo dizia: O troféu para nossa salvadora, quando esta espada você retirar todos os mundos vão se abalar.
Ela curiosa para saber o que aquela arma cravada na pedra faria, mas com medo de despertar coisas além da sua compreensão, ficou num impasse que durou alguns segundos, mas quando a estrutura começou a se rachar, ela resolveu agir logo e puxou a espada cravada na pedra.
E quando o frio aço daquela lâmina tocou sua mão, raios começaram a surgir e a mão dela num instante ergueu a espada para o céu, destruindo o teto do templo e abrindo uma fenda entre as várias dimensões, que de algum modo acordou os deuses do passado de seu sono.
No mesmo instante na fortaleza de Sião, as armas místicas que os Agarthianos refugiados tinham trazido consigo para ficarem em segurança, foram desaparecendo devagar e indo parar novamente na mão dos seus portadores, o chamado do Deus da guerra, daquele que jamais se renderá acordou nas armas a vontade de voltar para seus portadores e pelo mundo todos, vários relatos de humanos comuns que se tornaram seres sobrenaturais começaram a aparecer, os fiéis acreditando estarem diante de um apocalipse real, correram para as igrejas, alguns até se mataram em cerimônias de suícidio coletivo afim de chegarem mais rápido ao juízo final.
No palácio dos reptéis, Marcela caiu desmaiada e quando se levantou estava diante de uma legião de antigos deuses: Kali, Vishnu, Shiva, Thor, Odin, Quetzacol, Zeus, Hera, todos ali a reverenciavam como se ela fosse o deus da guerra que o povo réptil havia matado milênios atrás.
Somente num canto uma figura baixa, com sandálias aladas parecia ver a situação como um todo: Hermes, o mensageiro dos deuses, o ardiloso deus dos ladrões via a tudo e tentava moldar uma estratégia para conseguir entender o que estava acontecendo, ele que tinha perdido a memória, e afundado com Atlântida, na batalha, voltará a vida quando suas sandálias retornaram aos seus pés e voaram com ele dali, numa velocidade espantosa.
A guerra viva, personificada, acordou, mas por trás de tamanho poder estava somente uma garota atormentada por culpas e remorsos que desejava somente ter o carinho e o afeto de uma família, mas que agora precisava liderar todos os deuses antigos em uma batalha contra o céu e o inferno.
A hora do juízo final tinha começado e no alto do sétimo céu, enquanto os arcanjos olhavam o tomo místico do livro da vida tentando interpreta – lo, eis que Deus acordou de seu sono eterno.
É chegado o momento de todo aquele que crê ser testado, é chegada a hora da batalha final, onde somente os mais fortes sobreviverão, os destinos de todas as dimensões passavam pelas mãos de uma garota que em idade terrestre mal chegará aos vinte anos e que agora, era a força mais poderosa que já existiu. Uma ironia do destino, que sempre gosta de impressionar os poderosos.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...