quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Histórias de minha vida.

Contos.

Assassinato de um necrófilo.

Costumo sair do meu túmulo por volta da meia noite, moro atualmente num cemitério na capital bahiana, um local extenso com mortos de diversas épocas.
Ali dentro somente um guarda de idade bastante avançada vigia pelos túmulos e não raras vezes grupos de jovens góticos e ladrões vem ali para perturbar meu sono.
Aquela noite no entanto apareceu um estuprador de cádaveres, necrófilo na língua afrescalhada. Abriu um túmulo feito naquele dia e começou a destampar o caixão, já com as calças abaixadas e o pênis endurecido, protegido por uma camisinha.
Era um senhor de quarenta anos que já tinha sido até preso por fazer aqueles atos com cádaveres, mas não havia se emendado de vida.
Detesto ver alguém fazendo porcarias no lugar onde eu durmo, vendo aquela cena bizarra, peguei um cabo de vassoura que o faxineiro tinha deixado e fui mansamente até chegar por trás dele, que parecia estar perto de gozar se utilizando do corpo da defunta para sua perversão.
Acertei o no momento em que ele tinha acabado de se satisfazer e já se preparava para retirar seu pênis da morta, o homem com o golpe recebido na base do pescoço, desmaiou e eu rapidamente fechei o do jeito que se encontrava junto da defunta no caixão e selei novamente o buraco de uma maneira que ninguém que passasse por ali poderia dizer que alguém havia mexido naquela cova.
A família ficou desesperada e por semanas a fio procurou o homem, somente depois de uma profunda investigação, os policiais conseguiram rastrear pelo celular, onde o corpo estava, abriram novamente a cova e encontraram o corpo dele e da defunta que ele havia estuprado, juntos.
O violador de mortas não tinha acordado da pancada e as bactérias do corpo da mulher tinham feito o serviço de mata - lo rapidamente.

Jovens que incomodam cádaveres.

Outro dia do mesmo ano, um grupo de góticos invadiu minha morada e passaram a noite inteira realizando brincadeiras que lembravam rituais satânicos, violavam tumbas e pegavam cádaveres para dançar, era algo macabro e não raras vezes os idiotas acabavam em um hospital com os imbecis tomando anti - bióticos para não morrerem.
Na noite anterior eu tinha tomado um senhor porre no bar dos espíritos e a vodka infernal ainda fazia minha cabeça rodar bastante.
Não tinha planejado nem me levantar aquela noite, mas os imbecis encheram tanto minha paciência que sai da sepultura e ataquei uma jovem próxima da minha morada, peguei a pelo crânio e antes que ela pudesse esboçar uma reação,atirarei a contra os vidros de um mausóleu. A cabeça dela se fraturou em três lugares e seu corpo já caiu no chão sem vida.
Ao verem aquilo muitos correram, em especial os homens que fugiram como galinhas assustadas, as moças ficaram paradas, estavam em choque pela minha presença e tremiam constantemente.
Confesso que eu peguei uma segunda delas, ergui a pelo maxilar e com toda minha força, lancei a no chão, quebrando sua coluna em dois pontos.
Os outros começaram a chorar e a implorar pela vida, foi quando eu falei:
_ Quebrem seus celulares, e tirem as roupas, depois saiam gritando rumo ao portão do cemitério, dizendo que viram Satanás e entrem para uma igreja. E fiquem satisfeitas pelo fato de eu ter matado só duas de vocês, por que minha vontade é quebrar todas!
Rapidamente elas ficaram peladas, quebraram os celulares e sairão gritando e chorando que tinham visto o demônio, deu uma notícia desgraçada e por algum tempo eu precisei mudar de cemitério, pois alguns metidos a exorcistas começaram a encher o saco, aparecendo todas as noites junto com a imprensa e eu não poderia mata - los com todo o requinte de crueldade que desejava.

Uma banda de metal a menos.

Um grupo de metaleiros veio até meu cemitério dois anos depois do ocorrido com o grupo de góticos para gravar um clipe de uma de suas músicas que falava a respeito da lenda que se criou sobre o caso.
Era uma música tão ruim, cheia de uns gritos toscos e uns acordes de guitarra irritantes que era impossível para alguém descansar em paz.
Fiquei realmente possesso de irritação, usando meus poderes telepáticos, fiz os seguranças da banda irem até o banheiro, deixando as armas na entrada e antes que eles percebessem estavam trancados.
Peguei as armas dos seguranças, e posso te falar toda vez que encosto meus dedos em gatilhos fico quase louco, é uma espécie de torpor que toma conta de mim e me torno um assassino louco para caramba.
Sai correndo e gritando, foram disparos a vontade, uma das balas acertou o guitarrista enquanto ele falava do diabo, entrou pela testa e causou uma hemorragia interna que o fez cair no chão, derramando sangue pela boca, o baixista foi atingido por duas balas, uma no rim que o fez esguichar urina com sangue e outra no meio do tórax de onde minou sangue como se fosse um cano de água arrebentado.
O baterista até tentou correr, mas atingi o na perna na altura da panturrilha e depois corri até ele e terminei o serviço com dois tiros no tórax que o mataram na hora.
O restante da produção até tentou correr, mas um a um eu fui matando, era uma espécie de frênesi insano, minha cabeça estava ligada no modo predador e cada um deles era uma vítima.
Peguei o produtor e o iluminador na igreja, acertei o primeiro na virilha e na boca e o segundo com um tiro que entrou lateralmente no coração.
Peguei um dos câmeras fugindo pelo muro e o acertei na cabeça quando se preparava para pular, seu corpo caiu do lado de lá no meio da pista e acabou atropelado por um caminhão, o outro atingi na bunda e depois quando ele caiu acertei o outra vez no olho esquerdo. e por fim os três seguranças foram mortos quando eu disparei o restante das munições através da porta e matei os três de uma só vez.
Como as armas dos três tinham as digitais deles, várias teorias foram feitas sobre o caso que atraiu atenção até da imprensa estrangeira disposta a tudo para tirar o foco da operação lava - jato.
Depois daquilo tudo eu fui para o Bar dos espíritos, tomei um brutal porre e liguei para o serviço funerário, iria me mudar para a capital econômica da nação: São Paulo, já tinha me cansado da Bahia e minha presença ali já estava chamando atenção demais.

Como eu fiz um ateu chorar implorando a Deus por sua vida.

Cheguei em São Paulo e logo me instalei no cemitério da consolação, um lugar bacana, tranquilo, com poucos ladrões e demais desgraçados que invadem o campo santo para sacanear.
Eu ia constantemente ao bar tomar umas e conseguir alguns trabalhos como caçador de recompensas, mas naqueles dias ninguém estava interessado em matar ninguém e eu ao ver um ateu, cheio de títulos acadêmicos que alegava provar há não existência de Deus e zombava da fé alheia na televisão, fiz uma aposta de que conseguiria gravar ele chorando, com as calças urinadas, implorando perdão a Deus pelos seus pecados e prometendo que entraria na igreja.
O dono do bar foi um dos primeiros que entrou na minha piada e propôs que pagaria cinquenta ouros se eu conseguisse aquilo e os outros foram aumentando os valores até que por fim eu tinha a promessa de mais de quinze mil ouros caso, gravasse aquilo, uma vampira altamente tecnológica me emprestou uma micro - câmera para eu gravar, que eu coloquei no buraco do meu olho esquerdo tendo o cuidado de mante - la discreta para ele não pensar se tratar de uma pegadinha.
Peguei os dados dele com um fantasma que era víciado em possuir corpos de programadores e que sabia tudo de internet.
O apartamento ficava em um setor bastante movimentado da capital paulista, entrei pelo estacionamento do prédio, após o porteiro abrir o portão para um carro de um rapaz que voltava de uma balada, tomei bastante cuidado para não ser visto pelas câmeras de segurança.
Cheguei ao número 66 que era onde ele morava no primeiro andar em menos de trinta minutos após ter entrado.
Arrombei com facilidade a porta e tive o cuidado de fecha - la assim que entrei, a sala era uma bagunça de livros e revistas científicas, era um ambiente que lembrava muito uma biblioteca desarrumada, para minha sorte ele morava sozinho, afinal quem iria tolerar um ser tão enjoado e chato como aquele? Fui devagar, até chegar no quarto, onde ele dormia um sono profundo.
Voltei até a cozinha e peguei uma das facas que estavam ao meu alcance, fui novamente até o quarto e já cheguei golpeando o cientista na altura do fígado.
A dor e o medo fizeram no exclamar a Deus pedindo misericórdia ali mesmo, eram berros que ele dava, logo enxeridos iriam me encher o saco. Rapidamente levei ele até a sacada do apartamento, fiz um rasgo na janela e comecei a questiona - lo.
"_Deus existe ou não, seu troço atoa? Grita mais, mas primeiro me responde seu vagabundo maldito, Deus existe ou não?" E fui ameaçando de joga - lo dali de cima para o chão.
Em questão de minutos ele tinha se urinado, defecado nas roupas e estava fedendo quase do mesmo tanto que eu.
Fiz com que jurasse a partir de amanhã ir a igreja e dei um golpe na sua cabeça que o fez desmaiar.
Os vizinhos já tinham chamado a polícia e para não chamar a atenção tirei o terno que tinha furtado de um morto, e me coloquei no lugar de um esqueleto de plástico que ele tinha em sua sala de estudos.
Os policiais até me levaram para o IML ao perceberem que eu não era de plástico, mas eu fugi assim que os legistas saíram da sala para almoçar, após terem feito a autópsia do corpo do professor ateu.
Aproveitei que eu estava ali e peguei uma mão de um dos muitos cadáveres que aguardavam serem analisados e recoloquei no lugar da minha mão que tinha caído após a confirmação da morte do mesmo.
Voltei para o bar, onde a aposta tinha sido feita e quando mostrei o vídeo do cientista todo cagado, todos caíram na gargalhada e pagaram de bom grado pela minha atuação naquela aposta.
Eu me diverti bastante com aquele ouro todo e foi interessante ver o quanto os monstros e bestas que ficaram ali no bar me aplaudiram ou uivram para mim de modo bastante efusivo.
Devolvi a câmera para quem havia me emprestado, e voltei para minha sepultura para aproveitar o sono dos mortos.

Matei um estuprador e ganhei uma fã.

Era uma noite quente no cemitério e sai para andar pelo cemitério, estava cansado de ficar meditando e assim fui caminhar pelo lugar, quando parei para ver uma coroa de flores bonita, num túmulo de uma criança, morta por falta de anestesia no hospital, me deparei com um homem que entrava pela porta lateral do campo santo, arrastando uma mulher pelos cabelos que estava desmaiada.
Não gostei daquilo, pois logo percebi se tratar de um estupro ou de um assassinato.
Não sei por que razão resolvi agir, mas antes que percebesse já tinha pegado um fio que ligava as coroas e já caminhava para perto dele.
Foi questão de minutos até eu estar lutando com ele, apertando o fio em volta de seu pescoço, peguei o no exato momento em que se preparava para rasgar as roupas da moça com um pequeno estilete que guardava num dos bolsos da calça.
Ele até tentou se defender, mas o fio metálico rapidamente cortou as veias do seu pescoço e ele acabou decapitado.
Sua cabeça rolou alguns metros até entrar dentro de uma das lajes e parar ao lado de uma roseira. No olhar ele ainda carregava a marca do medo e do espanto.
No instante em que eu o matei acabei perdendo um dos meus fêmures e cai no chão com uma das pernas descoladas, demorei muito tempo para cortar a perna do maníaco e nesse ínterim a jovem acordou e ao meu ver naquela situação ao invés de correr assustada me ajudou e até mesmo reencaixou o osso para mim, sendo uma das poucas humanas a verem o processo de transformação e reagrupamento dos meus ossos com vida.
Seu nome era Karina e por mais que eu tentasse ser assustador, ela não temia, foi embora depois de muito me indagar sobre minha condição e de como eu conseguia viver tendo somente ossos e de vez em quando ao acordar a noite, encontro flores na minha tumba e alguns recadinhos em código para eu encontra - la, que eu ignoro solenemente.
Quanto ao estuprador, você não ouviu falar nada a respeito dele no jornal, por que eu carreguei o corpo dele para um pequeno aterro próximo do cemitério e o enterrei.
Quem comete esse tipo de crime não merece descansar em paz, tomará que algum fantasma tenha violado sua tumba, para ele nunca descansar em paz.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...