sábado, 16 de janeiro de 2016

A salvação do mundo e um novo começo.

O grande assalto


Uma antiga instalação nuclear na Coréia do sul foi roubada, quatro quilos de urânio enriquecido foram retirados do núcleo central por um espião que usou as credenciais de um famoso físico americano, encontrado morto num prostíbulo em Tóquio, uma noite após ter feito uma série de palestras na universidade de física da cidade.
O crime não foi noticiado pela imprensa, temia se que se a notícia viesse a público as pessoas exigissem uma reação militar contra o vizinho do norte, o que causaria uma guerra, com muitos mortos para ambos os lados.
Os coreanos rapidamente ligaram para os Estados Unidos que destacaram para lá, os melhores agentes que tinham na Ásia, especialistas das agências de segurança foram chamados a Washington para dar uma idéia do que aquele material poderia ser capaz e quais possíveis forças poderiam ter interesse em roubar esse tipo de produto.
Todos divergiram quanto à origem, uma parte dizia que poderiam ser os terroristas, dispostos a tudo para destruir a América, outros diziam serem os russos e os chineses para forçar uma guerra que desestabilizaria a região, aumentando a influência chinesa naquela parte em especial.
Somente um dos chefes da inteligência ousou ir por um caminho diferente: Frank Stone era o líder de uma agência de contra espionagem, um veterano na ativa a mais de trinta anos no mundo da espionagem. Para ele isso era uma pequena ação da Yakuza japonesa, que também tinha grande influência na Coréia, provavelmente era uma ação separada de um pequeno líder que estava ascendendo na hierarquia, depois que os maiores chefes dos clãs acabaram presos pela polícia do Japão. Seu nome era Domo Yamaguschi, era um Nipo – americano que tinha nascido na América e ido estudar no Japão há dez anos.
Seu QI era elevadíssimo, ele tinha conhecimentos avançados em matemática e segundo seu histórico escolar nos EUA sempre teve grande facilidade com táticas e estratégias, tanto que por cinco anos consecutivos foi campeão do desafio de xadrez realizado pela universidade de Harvard.
Seu pai um militar linha dura queria que o filho fosse estudar em West Point, mas acabou cedendo a pressão de sua esposa para deixa – lo ir para o Japão.
Soubemos dos nossos aliados em Tóquio que o rapaz nunca freqüentou a universidade e que vive em uma mansão, cercada de homens fortemente armados. Anda escoltado para bares e restaurantes refinados e já foi visto em reuniões com grandes líderes da máfia russa e italiana, interessados em se aproveitar do momento de fraqueza que a Yakuza está enfrentando.
O presidente olhou para Frank, com o riso estampado na face, todos ali tinham dado idéias importantes e feito grandes progressos em sua área, mas falar que um traficante menor da máfia japonesa poderia ter feito um ato tão ousado quanto roubar uma usina nuclear sabe se lá para qual fim era algo no mínimo idiota.
_ Frank, não insulte minha inteligência com suas paranóias, disse quando ele terminou de expor suas opiniões. O velho agente se sentiu ofendido e pediu licença para sair.
Os colegas sempre o odiaram, por que a agência de contra – espionagem era ultra-secreta e obtinha muito mais êxito que eles em suas investidas para proteger a América e seus aliados. Tudo graças a uma intuição de Frank Stone, eles adoraram ver aquela cena do presidente americano, humilhando o herói das sombras que defendia a América há quase quatro décadas.
Mas enquanto ia saindo um general de alta patente, comandante Schaulz, chefe das forças americanas no Iraque e no Afeganistão, chamou o pelo nome e disse:
_ Frank, você pode provar que essa teoria do roubo é a certa? Confiei em você uma vez para me ajudar a prender Saddam e sua dica me fez ter essa medalha que carrego no peito. Estou disposto a arrisca – La para te ajudar, mas quero que me garanta cada palavra dita ali diante do presidente.
_ Schaulz, eu te garanto que se não fizermos nada para deter a Yakuza, esses malditos vão vender esse urânio para alguém, com o número elevado de malucos doidos por uma bomba, eles podem vender quatro quilos de urânio para terroristas do oriente médio, malucos nazistas da Europa central, ditadores africanos ou para a escória comunista na América latina, tudo para um só, ou um pouco para cada. Não importa estaremos ferrados do mesmo jeito.
_ Eu dispenso sua ajuda general, quero ver a América fracassar, quero ver o presidente me chamar aqui, mas dessa vez eu não vou agir. Aceito muitas coisas, mas ser chamado de idiota é um insulto que jamais perdoarei.
E saiu dali deixando o general preocupado, aquele homem era uma espécie de ouvido mor do submundo e se ele acreditava no que dizia talvez fosse bom fazer o presidente reconsiderar.
Nas semanas seguintes todo o esforço foi feito afim de recuperar o urânio, mas nenhum progresso foi feito, todos os agentes no Oriente sinalizaram que os árabes não tinham nada sobre aquilo e os que estavam no Kremlin disseram a mesma coisa.
Os coreanos estavam impacientes, abafar rumores e investigações na imprensa estava ficando caro e dispendioso, o tempo estava passando e agentes especiais constataram traços de radiação em diversos pontos da capital Seul.
Áreas ao redor foram isoladas e a população mantida em toque de recolher, disseram para a imprensa que se tratava de uma medida de proteção contra um novo surto de gripe aviária, mais poderoso e mortal.
No entanto um repórter descobriu a verdade sobre aqueles isolamentos, entrou na linha da polícia e ouviu os agentes dizendo a verdade: Que estavam isolando as pessoas por temerem radiação.
O pânico foi generalizado, o parlamento caiu e o primeiro ministro acabou preso, o país fechou os vôos e os portos foram fechados.
A população temendo algo pior parou de sair de casa, crianças deixaram de ir à escola e trabalhadores não apareceram nas fábricas.
Alguns mais paranóicos saíram da capital e foram se esconder em áreas mais afastadas, o medo se tornou geral, alguns começaram a saquear comida e outros a estocar água mineral por conta própria.
O país entrou em um surto de pânico e as autoridades passaram a serem vistas como os vilões, não era raro quando um político aparecia nas ruas acabasse sendo linchado por populares aos gritos de traidor.
O presidente americano via a situação desabar, os americanos e funcionários da embaixada foram removidos para o Japão, todas as teorias levantadas para recuperar o material nuclear não tinham dado em nada, exceto a de Stone, mas o líder dos Estados Unidos se recusava a ceder e tinha aceitado a carta de demissão de toda a divisão para contra – espionagem.
A situação saiu do controle quando um grupo de revoltados tentou invadir uma base americana a fim de conseguir armas para derrubar o parlamento, os soldados estacionados ali desde o fim da guerra das Coréias reagiram e houve um verdadeiro massacre, mais de cem foram mortos por tropas americanas, as imagens do acontecido circularam mundo afora e em alguns países começava se a criar uma teoria de que os americanos estariam por trás do ato.
Os políticos de esquerda no mundo inteiro condenaram a ação e usou as imagens como propaganda de campanha para conseguirem convencer as pessoas que os americanos eram um grande mal para o mundo.
Embaixadas americanas foram atacadas por todo o globo e agora a crise tinha chegado até as fronteiras da América, o congresso pressionou o presidente para tomar medidas em prol de resolver a crise e assim ele teve de recorrer ao único homem cujas idéias não tinham tentado.
Ele viajou para o Texas, tinha que se encontrar com o homem que segundo seu comando maior poderia resolver o problema: Frank Stone.
O presidente era alguém duro, tinha aprendido a lidar com toda sorte de situações e sabia se sair bem mesmo em reuniões com inimigos, mas ter de se submeter a um ex – agente para salvar o país era algo novo e que lhe causava grande desconforto, torcia para que ele rejeitasse a proposta, sentiria se tão grato que nem mandaria prende – lo como a lei permitia. Teria feito o que seu comando maior pedia e assim voltaria para Washington sem pressões e nem senadores democratas pedindo por medidas mais duras.
Ele pousou em Houston e de lá seguiu em comitiva até uma pequena fazenda no leste.
Desceu do carro em frente a um pequeno rancho, feito no estilo mexicano com um grande alpendre na frente e com as cavalariças e galpões ao fundo.
Bateu a porta e foi recebido por uma moça cega que caminhava com auxílio de uma bengala. Perguntou por Stone e ela lhe disse: Está lá em cima! Senhor presidente, reconheço o pela voz e é uma pena para a América que você tenha ganhado.
Aquelas palavras lhe feriram, quem era aquela jovem para tratá-lo assim? Nunca ninguém falará com ele dessa forma.
Ficou parado na porta cercado por trinta agentes das forças de segurança que montavam um perímetro, logo ouviu se passos descendo as escadas e um homem forte, de cabelos grisalhos, vestido com uma camisa branca simples de algodão, uma calça jeans surrada nos joelhos e um coturno militar bastante gasto na sola veio e apertou a mão do presidente.
_ Perdoe minha filha, tem o mau gênio da mãe, e te odeia desde que soube da sua arrogância comigo. Disse ele apertando a mão do homem com toda sua força, parecia pouco surpreso com a segurança e com o fato do chefe da América estar vindo procura – lo pessoalmente.
_ Bem vejo que a crise se agravou e suas grandes agências não tem nada a fazer além de pedirem desculpa igual a crianças tolas que roubam doces da mãe.
Disse isso e ficou parado ali o encarando como se esperasse que o outro desse seu movimento.
O homem na sua frente se sentiu com raiva ao vê – lo falar com franqueza sobre tudo, engoliu em seco um pouco do próprio orgulho e com um sorriso meio torto disse:
_ Precisamos de você, todos os outros já tentaram e falharam somente a sua idéia ainda não foi levada a sério.
_ Então não sou um idiota presidente? Por que você viria atrás de um imbecil, caipira, que te faz perder tempo?
Ao ouvir aquelas palavras o maior homem da América perdeu a paciência e gritou:
_ Seu maldito egocêntrico, você acha mesmo que é tão importante assim? Eu só estou aqui por estou à beira de enfrentar um motim de oficiais que exigem a sua presença no caso ou nenhuma operação militar será realizada, além disso, estou enfrentando senadores que trabalharam contigo no Vietnã, ou seja, lá que guerra for que acreditam ser você o escolhido e não vão apoiar outras ações militares sem a sua presença!
_ Eu poderia mandar te prender, mandar prender sua filha e por fogo no sítio apenas pelo modo como me tratou, seu maldito miserável, porcaria de super espião!
Quando terminou com aqueles gritos histéricos precisava de sua bombinha para asma, tinha a doença desde a infância e poucas pessoas sabiam dessa fraqueza do líder americano, tinha o escondido a fim de poder ganhar as eleições e passar a imagem de homem forte, másculo e viril em tempos de uma esquerda vacilante que aceitava qualquer coisa e que ia contra os valores americanos.
_ Esse é o seu real eu! Um babaca mimado que acredita ter poder de vida e morte. Eu não vou voltar, e se você tivesse realmente afim de matar, não viria pessoalmente fazer ameaças e dar gritinhos na minha frente e da minha filha e pegando o presidente pelo colarinho com um golpe somente jogou o na terra do rancho. Os agentes no mesmo instante apontaram as armas, mas a porta já tinha sido fechada atrás dele.
_ Olhou na ponta do rancho e viu o chefe da segurança nacional, olhando para ele com uma cara de “eu te avisei que não iria conseguir”. Respirou fundo, limpou o terno e disse bem alto: “Me desculpe por ter te ofendido, não era minha intenção te chamar de idiota”. O gosto de ódio na garganta era tão forte que lhe fez doer ainda mais o estômago, o ar ainda não tinha se estabilizado e somente a raiva o fez conseguir dar aquele urro.
A porta se abriu novamente e o agente olhou para ele ainda incrédulo e riu. Era um riso debochado de escárnio, como se aquela fosse à reação que ele queria.
_ Tudo bem, menino mimado da América, eu vou trabalhar neste caso, mas não quero saber de você, quero toda a minha equipe reunida, dinheiro e armamentos a minha disposição. Quero ser eu o chefe da operação e não ter de pedir benção para nenhuma das suas agências cheias de idiotas engravatados que eu detesto.
_ Mas e se você falhar? Perguntou o presidente americano.
_ Bem ai você mata a sua vontade de me matar e me manda para a cadeira elétrica por alta traição.
Ao ouvir aquelas palavras ele ficou satisfeito, sabia no fundo do seu coração que chamar aquela velharia da guerra fria era um erro e agora tinha a chance de mata – lo. Aceitou prontamente e duas horas depois ele estava a bordo do avião força aérea um.
Quarenta e oito horas depois ele estava de volta ao prédio onde sempre esteve os móveis tinham sido trazidos de volta e um depósito com armas instalado no cofre, onde antes só ficavam pilhas de papéis e alguns armamentos apreendidos desde os anos 30.
Os cinco melhores agentes trabalhavam na contra espionagem, Marlus o maior Hacker da América, ele tinha sozinho conseguido por abaixo todo o sistema de segurança dos chineses em meia hora e conseguido assim salvar uma invasão a Cingapura anos atrás.
Samantha, era uma femme fatale, era a mais bela mulher do mundo, tinha ganhado o concurso de miss universo e nas horas vagas tinha uma vida como modelo. Além de um rosto bonito, era uma acrobata e perito em entrar em instalações fortificadas.
Albert, um especialista em armas de longa distância, ex fuzileiro naval ele tinha conseguido atirar de um helicóptero na cabeça de um terrorista que fez refém um soldado americano durante a guerra no Iraque, durante uma tempestade de areia que quase derrubou a aeronave, no tempo que esteve fora, fez alguns serviços para outras agências apagando mafiosos e políticos no mundo afora.
Armand, um francês perito em explosivos, sua técnica era tão apurada que ele conseguia fazer bomba até com latas de sardinha. Tinha se internado num sanatório para veteranos de guerra, onde passava boa parte do tempo lendo e assistindo pornografia compulsivamente.
E por fim Frank Stone, o líder que era responsável por criar planos e estratégias para qualquer tipo de operação, era extremamente capacitado em toda sorte de operações e apesar da idade avançada ainda mantinha a saúde em um estado muito bom e já tinha competido em provas de alta performance para a terceira idade e ganho no tempo que esteve em férias.
Conseguiram acesso a todos os satélites espiões da inteligência americana e aos códigos que a NSA usa para rastrear a internet, checaram cada centímetro da casa de Domo Yamaguschi e acabaram por descobrir que uma repórter iria entrevista – lo para uma revista de celebridades do Japão. Ele tinha se separado recentemente de uma cantora famosa e duas horas depois tinha se casado com a maior estrela de filmes pornô da Ásia em um hotel de luxo na China.
Tinham poucas horas, avisaram aos japoneses que detiveram a repórter e quando chegaram ao aeroporto Samantha já tinha sido maquiada e teve a voz modulada para parecer completamente com a repórter, a cooperação dos japoneses era total e ao menor sinal de Frank ele teria a sua disposição toda a força policial do país.
Ela chegou no horário marcado para a entrevista e durante o tempo em que esteve na casa uma câmera grudada na sua presilha de cabelo dava imagens em tempo real, que eram analisadas na sede da polícia especial japonesa por Marlus sob diversas formas até que quando ela apontou a câmera para o chão, foi encontrado sinal de radiação no subsolo.
Rapidamente ela recebeu um pequeno código Morse que mandava a sair dali rapidamente, pois os homens da polícia japonesa estariam entrando.
Mas ela resolveu ficar e pediu para ir ao banheiro retocar a maquiagem, um segurança a seguiu até a porta, ela tirou da bolsa um pouco de perfume com hormônios sexuais, transformava qualquer homem num animal adestrado.
Quando ela saiu do banheiro, o segurança ao sentir aquele cheiro já ficou parado olhando a apaixonado, ela puxou o pela gravata, encostando o numa parede e deu lhe um beijo profundo na boca, o batom que ela usava, tinha compostos químicos que ao serem pressionados liberavam uma pequena quantidade de toxina altamente venenosa que paralisava os pulmões e fazia a vítima ir a óbito em poucos minutos.
Ela tinha o antídoto correndo nas veias, mas saiu da sala contendo a respiração, após pegar a arma do segurança e seu rádio.
Podia ouvir o barulho das sirenes invadindo os portões, sabia que Domo não tinha medo da polícia provavelmente por que eles estavam comprados e estava certa.
Ele estava subindo em um helicóptero carregava uma maleta de chumbo em uma das mãos. Os seguranças da casa começaram a atirar nela, que teve de buscar abrigo em um salão de jogos próximo ao hangar.
No entanto o chefe da yakuza não iria escapar, Albert estava posicionado em um dos prédios mais altos da cidade e quando o helicóptero entrou no raio de ação do seu rifle de alta tecnologia, com capacidade para atingir um alvo há um quilômetro de distância
Com um disparo atingiu conseguiu abrir um furo no tanque de combustível, o estrago forçou a aeronave a pousar num píer próximo a praia.
Domo tentou roubar um carro, mas recebeu mais um tiro vindo do telhado. Seus homens caíram abatidos por arpões e ele viu saindo do mar um vestindo uma roupa de mergulho completa.
Ele pegou a maleta e ativou um botão e se matou sacando sua pistola e apontando para a cabeça.
Frank correu até o dispositivo que começou a disparar uma contagem regressiva, rapidamente conseguiram um carro e foram até Marlus que conseguiu colocar a maleta online e com os softwares da NSA desarmar o dispositivo, abrindo o.
Lá dentro tinha três cápsulas de proteção com um quilo cada uma.
Era uma forma portátil de se transportar urânio desde os incidentes ocorridos em Chernobyl.
Ele teve tempo de vender uma e como tinha se matado não saberíamos para quem foi. Os japoneses encontraram os vídeos das câmeras de segurança e uma mulher vestindo negro e trazendo como seguranças diversos ninjas foi a única pessoa que saiu da casa, outros seguranças estrangeiros que não viviam sob o código da máfia contaram que a transação ocorreu dias atrás e tinha rendido cifras muito altas, ouviram o chefe dizendo para seus subordinados numa festa que deu em uma boate no centro da capital que aquela venda iria permitir que eles superassem os comunistas na venda de drogas, ou que passassem os russos no tráfico humano e prostituição.
O governo da Coréia teve a situação parcialmente normalizada quando as TVs internacionais noticiaram que fora recuperado três dos quatro quilos roubados e pela primeira vez no mundo a agência de contra – espionagem era citada.
O presidente americano foi homenageado com uma parada militar no Japão e na Coréia do Sul, frustrando os planos da esquerda em todo o mundo que já se preparava para enviar guerrilheiros numa nova guerra na região que consideravam iminente para livrar o mundo do mal capitalista.
Todos comemoraram por um tempo, mas ninguém sabia do paradeiro da cápsula com um quilo de urânio roubado pelos yakuzas.




A busca pelo portal

As agências dos serviços secretos após semanas de incessantes pesquisas sabiam pequenas pistas daquela organização. Era uma vertente da tríade chinesa, mais voltada para artes marciais e para a magia, se intitulavam como trevas e até então suspeitava se que estivessem por trás de vários assassinatos na China e mais recentemente no Tibet, um possível nome de sua líder seria Perdição, uma mulher que segundo relatos de um prisioneiro da organização das trevas que conseguiu fugir tinha pacto com o demônio e conseguia apodrecer a alma. Pena que o homem desapareceu do hospital e foi encontrado em um lago na região da Lhasa.
Sem que ninguém suspeitasse Perdição tinha escravizado a população de um mosteiro e todos os que viviam nos arredores, precisava encontrar um portal selado na base de uma montanha, uma porta para o inferno que os monges tinham trancado bem no meio daquela montanha e depois trancado todo o caminho com uma erupção vulcânica.
Depois de ter se desviado para cumprir outra missão na Europa, ela tinha voltado para sua principal missão, trazer o inferno para a Terra, fazer com que as sombras reinassem e assim conseguir a cabeça daquele que tinha a feito morrer e perder sua alma para todo o sempre.
Os agentes que foram em busca de Domo, foram tornados líderes para aquela operação por uma assembléia nas nações unidas. Os chineses liberaram toda a tecnologia possível e juntamente com outras nações criaram uma nova geração em armamentos: As armaduras de combate E 54 armadas com canhões de plasma, metralhadoras e lança foguetes, esses construtos de combate com quase três metros de altura eram a mais alta tecnologia da Terra, contavam com propulsores para voar e um núcleo de fusão que permitia uma autonomia até mesmo no espaço.
Foram construídas em poucos dias com recursos e material humano de todos os países da Terra, pela primeira vez a raça humana estava trabalhando para impedir uma ameaça real contra sua existência.
Um mês após retornarem do Japão com os três quilos de urânio, os agentes da contra – espionagem estavam embarcando novamente, dessa vez para a Sibéria, onde três deles iriam pilotar as armaduras enquanto os outros dias dariam cobertura para um operativo russo, ainda desconhecido no ocidente conhecido como agente M.
Albert e Stone iriam junto com a agente M em um helicóptero com stealth, inviabilizar uma usina de força que mantinha as obras de escavação funcionando, enquanto as armaduras de combate serviriam para deter os demônios e criaturas vistas pelos satélites espiões.
Foi um vôo de trinta horas até a base secreta dos russos, uma antiga instalação da guerra fria que contava com centrais para disparos de mísseis e no subsolo tinha um grande canhão movido a energia geotérmica que quando carregado tinha potência suficiente para destruir a lua.
Os cinco agentes da contra – espionagem foram recebidos pelo major Yuganov, um militar veterano que os levou do aeroporto até a base e os acomodou em uma tenda especial. Os prédios ao redor da base estavam lotados pelas maiores mentes da humanidade.
Marlus abriu seu computador e com alguma dificuldade conseguiu acessar o sistema de segurança do lugar, tinha pelo menos cinco mil pessoas ali, entre cientistas e agentes, era uma grande força de ataque e logo se percebeu que o assunto não era somente a missão no Tibete, uma nave espacial foi lançada e duas armaduras a acompanharam rumo ao espaço, algumas horas após eles terem chegado.
Os demônios tinham aberto um vórtice na lua, de onde tinha saído uma besta alada com nove cabeças que estava voando em direção ao nosso planeta.
O portal depois da saída daquela criatura estava se expandindo e já era possível vê – lo pelos telescópios, tomando um quarto da superfície lunar.
Naquela noite Marlus não conseguiu dormir, estava acompanhando em tempo real toda a missão para o espaço e no outro dia estava exausto, acabou sendo deixado para trás e a armadura que ele pilotaria foi direcionada na tentativa de destruir a criatura no espaço, atraindo a para o sol.
Duas armaduras e uma nave partiram para a China, iriam começar o ataque dentro de 13 horas e caso falhassem sabiam que todas as armas atômicas do mundo estariam miradas ali em poucos minutos.
Armand e Samantha destruiriam as criaturas em volta da escavação enquanto Albert, Stone e a agente M destruiriam a usina.
As armaduras voavam mais rapidamente e logo sairiam dos radares, os dois soldados estavam calados arrumando as novas armas. Albert tinha conseguido um novo rifle e duas pistolas com muita munição de fósforo e Stone tinha muitos explosivos, facas e uma grande pistola que disparava duas granadas por vez.
No entanto ainda não tinham sido apresentados a agente M, que era mantida dentro de um cofre na aeronave, como se fosse um animal ou coisa parecida.
Quando aterrissaram há duzentos metros do local, protegidos pelo modo invisível da nave, o cofre foi aberto e eles puderam a ver pela primeira vez usando os óculos de visão térmica.
Vestia um uniforme que repelia a luz criando a ilusão que ela estava completamente invisível, além disso, mantinha em volta do pescoço um pequeno colar, pregado a garganta, onde mantinha uma grande quantidade de micro – robôs que reparavam todo o seu traje.
Não tinha armas apenas um pequeno dispositivo no pulso, parecido com um comunicador, avançava com facilidade em meio ao terreno pedregoso e conseguiu escalar uma cerca de arames farpados em apenas dois pulos
Os dois soldados ficaram impressionados com a criança, primeiro pelo fato que tinham mandado os para defende – La e segundo pela roupa e habilidades que ela tinha demonstrado.
Mas logo a surpresa acabou e eles voltaram a sua missão, quando viram que ela tinha entrado no complexo.
O atirador de elite ficou em posição e logo abateu cinco seguranças que ficavam do lado de fora da base onde a usina estava inserida.
Ao atirar neles logo percebeu que algo estava errado, pois ao invés de caírem, os soldados e técnicos apenas viraram fumaça.
Stone tinha se afastado alguns passos até o portão, onde usando um garrote, matou os dois guardas na guarita, atraindo os para fora usando um pequeno transmissor de rádio velho, que emitiu um chiado forte o bastante para faze – lo verificar o que estava acontecendo.
Os homens foram jogados em um monte de pedras. A entrada estava limpa, e Stone foi em direção a setor onde estavam estacionados os veículos da base, ia devagar, tomando cuidado com os atiradores protegidos no lado leste, longe do alcance de Albert, avançava sem pressa, quando um alarme soou no prédio da usina e segundos após uma explosão foi sentida, algo que abalou até o chão, rapidamente ele passou a correr em direção aos carros, jogou uma granada no primeiro e saiu correndo em direção a entrada, quando foi atingido por um tiro que atravessou todo o complexo e destruiu sua cabeça.
Albert que tinha matado vários guardas – demônio foi descoberto por um soldado que rapidamente mirou e atirou na direção dele um lança granada. A explosão da arma passou bem perto de atingi – lo em cheio, mas ele conseguiu se desviar, no entanto, estilhaços da granada atingiram seus dois braços, deixando o incapacitado e fazendo o rolar até bater contra a cerca elétrica que destruiu seu corpo, deixando somente o pó.
Enquanto isso a agente M se evadia do prédio o mais rápido possível, nenhum soldado tinha conseguido a ver, pelo fato de ter usado os sistemas de ar para entrar na base.
Mas agora precisava ir pelos corredores e sentia a cada novo guarda que via passando sem a ver um alívio que permitia a respirar normalmente por alguns segundos.
Tinha programado todos os explosivos para detonarem o núcleo daquela usina nuclear em trinta minutos, colocou outro no núcleo auxiliar que já tinha explodido, segundo o mostrador que tinha em seu capacete, ligado diretamente ao sistema da bomba que marcava vinte minutos para a explosão.
Ela não podia mais manter o disfarce, rapidamente desligou o modo furtivo da roupa e do pequeno dispositivo no seu antebraço apertou um botão e encostou a mão numa porta, do objeto saíram alguns nano dróides que cortaram o metal e moldaram para ela uma espada com lâmina leve e um cabo simples, sem detalhes ou cores.
Ela rapidamente saiu correndo, sem emitir nenhum som, enquanto descia vários andares indo em direção a entrada. Os soldados estavam se dirigindo para o hangar e ela sabia que teria poucos adversários, quando viu um homem carregando um lança – granadas, numa mão e um rifle na outra.
Ao olhar a arma sabia que algo tinha dado errado e seus aliados tinham sido abatidos, fechou os olhos por alguns segundos e se lançou contra o homem, que disparou uma granada antes de ser cortado da virilha até o esôfago.
Ela deixou a arma ali e pegou o rifle, levantar aquela arma feita de metais leves e potentes era como novamente voltar aos Estados Unidos, no ano da morte do presidente Kennedy.

O passado de uma assassina.

Aquela pequena garota era na verdade um projeto de engenharia genética da guerra fria, um corpo geneticamente modificado para ter agilidade, inteligência e destreza acima dos níveis comuns.
Desde cedo foi treinada para ser a assassina perfeita, após sair do casulo os cientistas faziam testes com ela, dando lhe hormônio do crescimento até a idade certa.
Seu corpo não produzia antioxidantes e hormônio do crescimento, suas células tinham traços genéticos de lagartos do leste da ásia que eram capazes de se regenerar.
Com isso ela era capaz de se regenerar e manter a idade que eles escolheram: 10 anos de idade, seu pequeno corpo, era um disfarce mais do que perfeito para poder se infiltrar em qualquer país e a partir de então ficava a cargo dos antigos operativos da KGB, unidade de espionagem da união soviética que estava parcialmente paralisada. Batizaram na como Camila Nashrov, há oitenta anos atrás e de lá para cá ela teve pelo menos trinta identidades, isso sem contar as inúmeras famílias de fachada que serviam apenas para que ela pudesse entrar dentro dos países adversários rompendo rígidos protocolos de segurança.
A lembrança que ela teve nos poucos segundos que segurou o rifle, foi dela numa manhã em Washington tinha entrado na excursão para ver o presidente americano, junto com um grupo de escoteiras, completamente idiota que passou a viagem inteira falando de jogos e brincadeiras.
Na mochila ela levava um pequeno rifle de ataque portátil e uma pistola com um disparador de granadas. A munição revestida com teflon seria capaz de destruir até mesmo aos mais avançados sistemas de blindagem da época.
Os homens do serviço secreto a deixaram passar rapidamente sem se dar conta que entre as meninas dóceis e frágeis estava a assassina do presidente.
Se misturando no meio da multidão, ela saiu do grupo e procurou um telhado de onde pudesse ver melhor o presidente.
Pulou em cima de uma lata de lixo e com um grande impulso alcançou uma escada de incêndio, avançou correndo até chegar ao topo, onde um atirador fazia a escolta do caminho do presidente.
O homem nem notou a criança, até ser chutado e cair no chão, na queda quebrou o pescoço e algumas mulheres começaram a gritar, ela sabia que agora tinha pouco tempo, tirou o rifle da mochila, era uma arma pequena, estava escondida dentro de uma capa de violino, mas tinha o alcance e o peso necessário para disparar à uma distância de até oitenta metros.
Ela mirou na cabeça do presidente e disparou, o tiro segundos depois veio a matar Kennedy, entrando lateralmente e saindo pelo outro lado, o projétil no entanto se destruiu dentro do corpo e o que foi encontrado não permitiu que se fizesse um exame de balística.
Rapidamente ela se evadiu do local, arrombou a porta do prédio e ficou dentro de um dos apartamentos, fingindo ser uma criança que a mãe tinha deixado sozinha em casa, a mochila com a arma e as munições foi jogada no fosso do elevador.
Mas por sorte nenhum dos homens levou a sério os relatos de algumas testemunhas que diziam ter sido uma criança a assassina que matou o presidente e um dos melhores homens da força áerea.
Nem sequer checaram a informação e quatro horas depois ela estava de volta a caminho de Moscou, os aliados em Cuba tinham gostado do modo como o inoportuno presidente tinha sido eliminado e quiseram saber um nome para a responsável, os russos responderam apenas com uma letra: M
Logo os americanos, por meio de um agente duplo infiltrado no governo de Fidel Castro, souberam e mobilizaram todas as agências para tentar descobrir quem era a tal agente M, mas nada foi encontrado que pudesse ser considerado uma pista, todos os esforços acabaram sendo levados a um emaranhado de pistas falsas e todas as testemunhas que começavam a falar acabavam mortas rapidamente.
A agente M desde então foi designada como lenda e seus arquivos acabaram indo parar na área cinquenta, junto com outros arquivos comprometedores ou meramente suspeitos como o caso do incidente alienígena na cidade americana de Roswell na década de 60.
Daquele dia até a missão na usina já tinha se passado muito tempo, Camila agora era oficialmente filha do presidente da Rússia, que a mandava em missões por todo o país, eliminando opositores e ameaçando jornalistas contrários a brutalidade do seu regime, que em tudo lembrava ao do velho e sanguinário Stalin.

Ver o mundo em um cogumelo atômico


Depois desse pequeno momento de devaneio, ela percebeu que um sistema de monitoramento dróide a estava espreitando, tinha estudado o sistema da base e sabia que aquilo era o primeiro sinal de que o Ar N9, um robô de alta tecnologia a estava procurando.
Rapidamente correu até as escadas e foi pulando andar após andar, usava técnicas de parkour, aprendidas em suas aulas no Kremlin e assim evitava lesões e machucados, conseguiu chegar em minutos até a entrada.
A esquerda viu o corpo de Stone estirado ao chão sem cabeça, seu cinto de granadas ainda estava preso.
Rapidamente ela correu até ele e ligou todos os explosivos térmicos que ele tinha, ativou a invisibilidade do seu traje e saiu correndo rumo ao ponto de encontro, onde um jato já deveria ter entregue uma mochila – foguete que permitiria que ela passasse para a fase dois.
O Ar N9, chegou a entrada segundos após ela começar a correr, suas pequenas pernas doíam pela tensão muscular, mas ela não parava. Esperava que a máquina se distraísse com o calor das bombas tempo suficiente para acabar sendo destruída.
A máquina seguiu realmente o rastro, mas apenas ficou parada frente ao corpo de Stone por poucos minutos e a detonação das bombas lhe atingiu somente na região das pernas, causando danos múltiplos porém baixos.
Apenas fez com que o dróide de combate ligasse dois retro foguetes e passasse a escanear a área em busca de traços de vida humana, encontrou a agente M há alguns metros dali, abrindo uma caixa rapidamente afim de conseguir se evadir do local.
Ela mal prestou atenção na primeira arremetida daquele robô assassino e por puro instinto se abaixou quando ele atirou uma munição com ponta de fósforo nela.
O tiro no entanto fez com que o conteúdo da primeira caixa explodisse.
A caixa de Albert e Stone estava em locais separados e ela não sabia onde era o ponto de encontro deles.
Desviou de mais um ataque e num salto que aprendeu na academia de Balé Bolshoi pulou em cima daquele ser de metal, cravando as pernas em seus braços enquanto usava o dispositivo para criação de armas moldado no seu ante – braço para gerar uma carga que danificasse a programação e permitisse que ele se tornasse seu método de fuga.
Era como cavalgar um jato de combate e por muito pouco ela não teve uma lesão severa nos joelhos, a dor era angustiante, quase a fez desmaiar, mas por fim os sistemas do robô foram desligados, mantendo somente os jatos em potência máxima para frente.
No mesmo instante o explosivo estourou, a onda de radiação por pouco não a alcançou, tudo num raio de dois quilômetros acabou devastado.
Quando ela desceu do robô que acabou se espatifando contra uma muralha de rochas mais a frente, não conseguia caminhar, suas pernas estavam queimadas na parte de trás e em vários lugares os músculos estavam negros pelas lesões severas sofridas.
Ela só conseguia sentir frio, era uma congelante sensação de morte, a dor a fez perder os sentidos e por alguns instantes ela sentiu apenas o vento frio batendo ao seu redor, o cenário de destruição, os gritos de algumas doninhas agonizando seus últimos momentos em uma toca eram tudo o que ouvia.
Quando escutou passos no gelo, não sabia se era alucinação, o capacete do traje estava avariado, seus sistemas de monitoramento na base em Moscou estavam apagando e o sinal no radar estava desaparecendo a medida que o coração da agente M estava parando.
No entanto eles não iriam mandar ninguém para resgata – la, ela já tinha servido por muito tempo e agora com o aprimoramento da clonagem iriam criar outras dela em escala industrial.
Alguém a levantou, eram mãos metálicas que tocavam os rasgos de radiação em suas costas e esfriavam a mais rápido.
Caminhou até uma tenda dentro de uma caverna, cem metros a esquerda de onde o dróide tinha se destruído.
Ao chegar lá, ela recebeu uma injeção, o líquido entrou nas veias dela como fogo, reviveu a do frio mortal e a trouxe de volta.

Conversar consigo mesmo traz sérios problemas mentais.


Camila acordou depois de quatro dias, estava ligada a um sistema improvisado de monitoramento, a sua frente estava parada em modo de defesa uma unidade de combate e a uma curta distância uma mulher estava parada consertando a um veículo que parecia uma moto só que sem pneus.
Ela não se moveu, preferindo ficar parada, mas de algum modo a mulher se levantou e disse:
_ Olá Camila, espero que esteja bem. A solução para te curar teve de ser muito ampliada, sinto muito, mas tive de amputar sua perna esquerda na altura da virilha, mas por ora improvisei uma perna mecânica, a sua já tinha apodrecido totalmente.
Com dificuldade ela respondeu, passando a mão na coxa e constatando o frio duro do metal, uma lágrima correu pelos seus olhos e com dificuldade respondeu:
_ Quem é você?
_ Eu? Ela perguntou e ficou rindo por algum tempo até que respondeu secamente: Eu sou você, vinte anos no futuro.
_ Deve estar se perguntando por que vim te ver, mas na verdade é que no dia de hoje, você desapareceu e o governo russo abriu um programa de duplicação do seu DNA que vai acabar gerando uma arma biológica eugênica perfeita.
_ Usaram seu sangue para criar uma bomba mutagênica que eliminou todas as pessoas da Terra que tinham qualquer fraqueza genética, algo como noventa e nove por cento de todos os seres humanos.
_ Milhares morrendo por hora, e você vendo tudo impassível e então veio o caos: O governo soltou milhares de você pelo mundo. Seu rosto como o símbolo da nova ordem mundial.
_ A radiação te envelheceu, seu corpo vai mudar muito e logo você vai encontrar um namorado e ter um pequeno filho. Ele será um dos líderes da resistência, um dos maiores cérebros que o mundo já viu.
_ Mas a dor de se ver como a causadora da morte de muitos vai te perseguir como uma sombra, eu sei por que a mim persegue como uma agulha enfiada no meu cérebro, não permitindo que eu tivesse paz.
_ No entanto não posso te forçar a seguir um caminho, você pode seguir sua missão, ou pode voltar a Moscou e impedir o holocausto do mundo, a missão contra a líder demoníaca Perdição está perdida, as duas unidades estão destruídas e se você for até lá, estará se condenando a uma cadeira de rodas bem mais cedo e há vinte anos num asilo para débeis mentais na Sibéria, sendo tratada todo o dia com doses elevadas de remédios para te manterem fora de área enquanto preparam o caos.
Ao ouvir todas aquelas informações a cabeça da agente entrou em pane, eram muitos dados, ela caiu inconsciente, delirando. Sua contra – parte no futuro, sabia que isso poderia acontecer, mas não tinha escolha. Desde que roubou a máquina do tempo no centro do Kremlim, sabia que não tinha volta, precisava se redimir. A culpa a comia por dentro, precisava tentar tudo e esperava que em quarenta e oito horas teria de enfrentar o guardião do tempo: Uma criatura mística chamada Paradoxo, que tinha poderes ilimitados e poderia bani – la para sempre, impedindo que ela conseguisse sua redenção.
A jovem Camila se encontrava perdida em um sonho numa floresta onde um soturno mago vestido com uma capa negra a perseguia, tentava gritar pedindo ajuda, mas ele parecia travar sua garganta. Acordou duas noites depois suada e fraca. Estava recebendo somente soro e alguns compostos minerais para se manter em pé.
Levantou com dificuldade a nova perna ardia, caminhou se arrastando até a parede onde encontrou aquela jovem que alegava ser ela no futuro, fumando na porta da caverna, tinha nas mãos um rifle diferente de todos que já tinha visto. Era uma arma menor e com o cano redondo com sulcos triangulares por toda a extensão, no entanto não prestou mais atenção, quando sentiu cheiro de comida.
Procurou ao redor e achou em um canto, uma pequena panela com um caldo fervendo num fogo improvisado.
_ Sabia que estaria com fome quando resolvesse se levantar. Disse a mulher sem se virar. Se quiser comer, fique a vontade, não está envenenado, preciso realmente de você bem e que decida logo o que irá fazer.
Ela pensou por um momento, e depois disse: _ Acredito em você, por ora vou contigo, mas se estiver armando algo para mim, não terei pena em te matar no momento em que você estiver mais frágil.
Rindo muito ela respondeu: _Não me lembrava que eu era tão corajosa assim, ou estúpida. Se eu quisesse você morta, tinha te deixado ali próximo ao carvalho, para ser encontrada somente daqui quatro dias, por um caçador e sua esposa.
_ Estou apagando toda minha vida, ao te ajudar a impedir o fim do mundo e talvez destruindo o futuro da Terra, mas tudo valerá a pena se eu puder enfim ter uma remissão.
As duas se olharam e começaram a comer, tinham preparado duas canecas com o caldo e engoliam o conteúdo com auxilio de colheres.
Depois elas desmontaram o acampamento e montaram na moto improvisada, enquanto em algum lugar fora da linha do tempo, uma caçada começava.
_ Uma rachadura se abriu no espaço tempo, preciso ir ver o que está acontecendo, disse uma criatura vestida como um monge, perdido em meio a uma biblioteca de obras perdidas ao longo do tempo.

Salvação e morte

A chegada das duas armaduras na escavação aconteceu horas antes dos três agentes desembarcarem para destruir a usina de força que mantinha o maquinário ativo.
Samantha disparou diversos foguetes na superfície do túnel, enquanto Armand ia em direção a mansão para tentar destruir aquele lugar onde se concentrava boa parte dos monstros.
No entanto algo aconteceu de errado, as armaduras quando dispararam, começaram a superaquecer, seus sistemas começaram a apitar pane e por fim os dois soldados acabaram sendo ejetados e capturados pelas forças infernais
Eles foram levados para o porão daquela mansão construída com o uso de trabalho escravo no alto da montanha.
Armand teve a orelha, os dedos e a língua decepada por Perdição, que parecia se divertir vendo os gritos de agonia, enquanto cravava uma espécie de lança em força de flecha que saía das ataduras que tinha nos antebraços.
Samantha assistia a tudo em estado de pânico, temia pela morte e a todo momento orava para que Deus a libertasse daquilo, como agente nunca deu muita importância para proteção espiritual, até zombou de um colega certa vez enquanto ainda era do FBI que dizia a todos ter sido salvo por que carregava sempre junto ao colete um exemplar da bíblia dizendo que se ele não tivesse o colete aquele livro não adiantaria de nada.
Pedia perdão por tudo de ruim que já tinha feito, lágrimas começaram a cair do seu rosto e ao ouvir aqueles preces aquela mulher vestida com roupas negras e com uma máscara de fúria nas faces se irritou e mandou que dois demônios a trouxesse na sua presença, enquanto ela apertava uma das ataduras em volta do pescoço de Armand até que o tecido queimasse as veias e deixasse somente os ossos, lívidos e brancos.
Vendo aquela cena brutal, ela soltou apenas uma frase: _ Senhor eu peço perdão por tudo que já tenha feito contra ti, aceita minha alma nos céus.
Ao ouvir aquela prece falada em voz calma e tranquila perdição a atacou com o pulso. Ela foi lançada ao chão, tinha o nariz quebrado e podia sentir vários dentes quebrados.
Armand caiu no chão e ela viu o corpo dele começar a queimar como se tivesse sido queimado. Do alto dos céus, Deus atendeu as preces daquela mulher e no momento em que ela receberia o golpe final, eis que surge um homem trajando uma túnica roxa feita em sua corte, que parecia aderir por todo seu corpo e entrou na frente dela.
_ Hoje está mulher não vai morrer Perdição.
_ Zacarias, nos encontramos novamente! Espero que dessa vez, pato emplumado você seja melhor guarda – costas.
_ Espero que dessa vez você não volte e dizendo isso a atacou com um raio saído de suas mãos que no mesmo instante incendiou aquela criatura banindo a para o lugar de onde viera.
Os outros vendo se sem sua mestre fugiram apressadamente e como ratos procuraram algum lugar para onde se esconder.
Vendo que a casa estava limpa, aquele misterioso ser se virou para a jovem e disse:
_ Deus ouviu sua oração, agora venha precisamos sair daqui, Logo a legião rubra irá chegar para limpar a região do pecado e assim ajudar a manter a paz.
E pegou sua mão, ajudando a levantar – se.
_ Vamos sair logo daqui, há coisas piores do que esses lacaios por aqui. Temos de te levar para fora da região, a legião escarlate irá voltar e Perdição pode agora passar novamente pelo portal.
_ Legião Escarlate? O que é isso?
_ Aquela demônio que destruiu seu aliado acabou de libertar o primeiro assassino, um dos maiores guerreiros do inferno na Terra, o cavaleiro Caim: O primeiro a manchar a terra com sangue de um inocente.
Os dois saíram correndo do local e logo encontraram um carro e o angelical foi pilotando pela região até quando chegaram ao topo de um monte longe da região do conflito.
Barulhos poderiam ser ouvidos, choques de metal e uma forte ventania pairava por todos os lados, fazendo voar árvores e levando pelos ares carros e máquinas da construção.
Samantha no entanto sabia que precisavam ir mais longe, não conseguia ver o que se passava pois não tinha poderes mágicos, mas sabia que tinha vencido o tempo e que em questão de minutos diversos mísseis atômicos iriam chegar naquele ponto, para causar a destruição de tudo que ali existisse.
O anjo no entanto parou o carro e ficou admirando a luta, ele via ao longe os anjos da legião rubra, a mesma que no Egito, matou a todos os primogênitos num passado tão distante, que ele só tinha acesso lendo nos livros, agora estava ativa novamente para combater a um mal tão forte quanto ela própria, um ser que ameaçava toda a existência.
Como ele queria poder gravar aquela cena, ver os maiores guerreiros alados enfrentando a Caim e seus asseclas.
Flechas voavam de ambos os lados imbuídas de poder místico, causando impactos profundos. Vários demônios morriam enquanto outros passavam novamente pelo portal que era alimentado por uma bateria atômica ligada para manter a energia funcionando.
Os lutadores nem o anjo que salvará Samantha no entanto deram importância para os mísseis que vinham voando pelos céus.
Oitenta ogivas atômicas miradas num ponto só, seria o fim do Tibete, toda a região ficaria inabitável para sempre.
Samantha saiu do carro e tentou puxar o anjo que a havia salvado, não queria morrer, estava apavorada com muito medo.
O alado apenas tocou lhe nos olhos e ela então pode ver o que se passava e o por que de todas aquelas alterações e abalos na região.
Caiu no chão de joelhos ao ver a magnitude e o poder ao seu redor e acabou morrendo de um ataque cerebral, a lógica da sua mente não foi capaz de entender a grandeza do que via.
O anjo que a salvará no entanto apenas deu de ombros. Apenas esperava que uma humana fosse capaz de entender tudo o que acontecia e ficou ali feliz em ver a cena, estudava cada movimento tanto dos celestes quanto dos demônios, até que algo mudou o curso das armas de destruição em massa.
Um mago forte o bastante para vira – las para os céus, impedindo que a região se tornasse uma zona morta.
As ogivas não respondiam mais aos computadores do centro de crise, voaram até os céus, onde o dragão estava destruindo uma das últimas armaduras que falharam na tentativa de conter ele e leva – lo para o sol.
A besta estava distraída e não conseguiu desviar dos mísseis, foi atingida por um forte impacto que a feriu gravemente, sua cabeça foi separada do corpo e começou a vagar pelo espaço.
Quando a criatura explodiu fez se um clarão enorme, como se um novo sol tivesse se iniciado.
O portal na lua começou a se fechar até se apagar completamente, todos comemoraram no centro de crise, um dos problemas tinha sido exterminado, agora faltava o outro. A comunicação com os agentes tinha sido interrompida: Stone, Armand, Albert e Samantha tinham desaparecido e a agente M dos russos estava voando segundo o localizador atravessando a planície do Cazaquistão rumo a Rússia, no entanto as tentativas de contata – la não eram possíveis, se ouvia somente um ruído de interferência.

Grandes mudanças.


As duas Camilas, do presente e do futuro, voavam naquela moto a jato, estavam ali a horas, sem dizer nenhuma palavra.
Passavam por cidades e campos muito mais rápido que um avião comercial, algumas pessoas apontavam quando as viam no céu, voando rumo a Moscou.
A agente M do presente, começou a relembrar tudo o que havia acontecido desde que receberá os detalhes da missão, mas de algum modo não conseguia lembrar de mais nada, sua mente parecia estar apagando todos os fatos ocorridos.
Uma dor começou a incomoda – la, primeiro na cabeça e depois passou ao coração, ela começou a ficar tonta e caiu da moto, sua parte no futuro gritou e rumou para tentar pega – la no ar, mas quando ela encostou na sua parte do passado, as duas estavam sem luvas e o encontro daqueles dois corpos interferiu numa lei temporal e no mesmo instante a existência das duas se cancelou e vários eventos começaram a ser apagados.
A linha da história foi alterada irreversivelmente, um ponto de ruptura se abriu no contínuo de espaço tempo, uma força tão poderosa que foi sentida pelos anjos e demônios em batalha, que começaram a querer se evadir daquele conflito para tentarem ver o que era aquela fonte de energia tão grande que se abriu repentinamente, mas não podiam sair dali sem causar ter grandes perdas em soldados então continuaram a batalhar.
No entanto a brecha na linha do tempo começou a expandir uma onda de energia que começou a alterar diversas partes do globo, uma força que apagou diversos sistemas eletrônicos deixando a população em pânico, pais perdiam seus filhos que nunca passaram a nascer e depois viam suas próprias existências se apagarem, seu passado não existiu e em seu lugar toda uma nova geração de pessoas apareceu do nada.
No centro de comando, quase todos foram se dissolvendo e sendo substituídos até que por fim a própria existência do prédio foi mudada e nenhuma lembrança dos fatos sobreviveu.
Os angelicais demoraram mais para serem alterados pela onda de energia temporal, mas por fim foram apagados da Terra e com eles o portal que começou a se dissolver e toda a Terra voltou ao normal.
Paradoxo chegou ao ponto onde a brecha nos céus liberava a onda de energia que estava mudando tudo. A vida das pessoas estava ameaçada pois aquela brecha iria aumentar até abrir um enorme buraco que consumiria toda a existência do universo.
Tentou usar seus poderes para drenar o poder que vinha da brecha, mas quando seu raio encostou na brecha ela ao invés de se fechar começou a se ampliar e a traga – lo para seu interior.
Ele tentou resistir, se agarrando a uma árvore, mas acabou sendo vencido e levado para dentro da brecha do tempo.
Quando Paradoxo entrou pela fenda, esta se fechou e a onda de energia começou a se dissipar.
O mundo todo estava alterado, um mundo novo tinha se iniciado, todo o passado tinha sido extinto e toda história da raça humana estava alterada para sempre.
Milhões se perderam e outros nasceram. Muitos heróis foram perdidos e nos imensos multiversos que existem se criou mais um universo com toda a complexidade, levando a vida para outros planetas e espalhando novas dores e alegrias, novas aventuras e muitos novos heróis e vilões que passariam a ser a esperança do futuro em meio ao caos do dia a dia.







Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...