terça-feira, 21 de abril de 2015

O Hotel da Morte: Capítulo 5: As histórias de meu passado



Morfeu pegou uma pedrinha que estava solta na escadaria e a fechou em sua mão, em poucos instantes a pedrinha tinha se tornado pó.
Ele juntou um pouquinho daquele pó e jogou sobre os olhos de Luanna e disse:
_ Vamos viajar do meu modo!
E no mesmo instante ela caiu no sono e durante seus sonhos viajou até um passado muito distante, as moradas ainda eram novas, os deuses e semi – deuses viviam em paz e ao olhar para baixo ela via a humanidade completamente feliz e alegre, mas na mesa não havia nenhum dos deuses gregos que se conhecia até então, eram os primeiros deuses, Cronos, Réia e outras divindades mais antigas que não tinham feições humanas e não se pareciam com nada que ela conhecesse, ela e Morfeu estavam num canto da sala, quando percebeu que estava sonhando e que não tinha como aquelas criaturas de aparência horripilante lhe fazerem algum mal.
_ Venha minha querida, temos muito ainda que viajar,
E foi saindo atravessando uma pesada porta de carvalho, passearam por vários cômodos com inscrições muito antigas, a língua dos deuses disse Morfeu, você não entenderia nada mesmo que tentasse, nem eu sei nada do que está escrito nessas paredes, Apolo que é o mais sábio dos deuses disse me certa vez na aurora dos tempos que são os relatos do início, da forma como o mundo foi criado, algo que não nos interessa nesse momento.
Um crime está para acontecer no salão de Cronos e preciso que você veja e foram seguindo até chegarem ao salão do líder do panteão, que saia correndo em busca de sua foice, Zeus tinha invadido o banquete e tinha lhe desafiado, ele não sabia como aquela criança tinha escapado de sua barriga, mas iria resolver aquilo da sua maneira, mas quando procurou no braço esquerdo do trono por sua arma sagrada com a qual tinha castrado Urano.
Não a encontrou em lugar nenhum, quando aparece Zeus com a arma e usando dos poderes concedidos por ela, parou o tempo e num só golpe libertou seus irmãos presos no estômago de seu pai, todos sairão como adultos e começaram a bater nele até que nenhum dos seus ossos estivesse inteiro e depois Zeus com a foice foi cortando os pedaços, quando iam cortar a cabeça, saiu do meio do cérebro uma serpente que rastejou muito rapidamente até encontrar um pedaço de osso completamente descoberto da carne, se enrolou nele e transformou se em ouro e antes que os assassinos pudessem pegar aquela joia, ela flutuou pelos ares.
O assassinato de Cronos e a prisão de todos os antigos deuses destruiu todo o mundo dos mortais que foi jogado numa guerra constante, por mais que os novos grandes deuses ameaçassem a humanidade, ela ficou louca devido a influência com que a mente humana se apega ao sagrado, foram anos de guerra e morte, vários novos panteões entraram em disputa e fracassaram, vários monstros foram criados, a era de paz tinha acabado e chegamos a era dos Heróis!
_ Vamos agora ao Oráculo de Delfos alguns milhares de anos a frente dessa cena...
E num fechar de olhos estavam na primitiva Delfos, mas ainda não era o templo de Apolo, mas da grande serpente, um antigo Deus que há muito tempo não se ouvia falar nada, uma jovem maltrapilha chegou até ali implorando ajuda, os sacerdotes a carregam até defronte ao adivinho e naquele instante ele aspirou o vapor sagrado das entranhas de Gaia e disse:
_ Você é filha de um pai assassinado, mãe de uma criança roubada, esposa de um marido enforcado, ninguém mais do que você precisa do presente do Deus que caiu mas retornará!
E com um gesto entregou para ela a joia que ali tinha ido parar, tinha sido envolvida em um cordão de ouro.
Quando a mulher pegou naquela gargantilha seus olhos se abriram e ela disse a profecia da morte dos deuses:
_ A humanidade ainda voltará a paz de que saiu, enquanto os assassinos viverem não se poderá ter paz, o símbolo do fim dos deuses encravado na alma da escolhida, ajudará a limpar o mundo.
E naquele instante o espírito da serpente lhe picou os olhos e ela deixou de ser uma humana, naquele instante ela se tornou a vingança contra o primeiro assassinato que havia trazido a luz a discórdia, a deusa que agia no meio dos mortais e se alimentava de seu ódio.
E quando Luanna viu aquela cena, a gargantilha em seu pescoço brilhou e tal qual havia ocorrido com sua antepassada, ela se tornou a nova escolhida: Ela agora conseguia ver a verdade, tinha acordado para a verdade e ao olhar para o vestido que tinha até então, percebeu que ele tinha se tornado uma armadura feita de sombras e escuridão e o capuz que tinha no vestido havia se tornado um capacete que lhe escondia completamente o rosto, ela olhou para Morfeu e agora via somente uma areia parada a sua frente que lembrava vagamente a um homem.
_ Por que meus olhos doem?
_ Você não está acostumada a ver a verdade!
_ Acabaste de acordar novamente, Nêmesis.
_ Quer continuar vendo seu passado?
_ Não, prefiro voltar.
_ Tudo bem então!
E no instante seguinte eles estavam novamente na escadaria, mas antes que abrissem os olhos uma flecha foi disparada de uma posição mais elevada e acertou o coração do Deus dos sonhos, Nêmesis correu até ele, e viu que já era tarde, quando no instante seguinte uma segunda flecha foi disparada e a armadura a jogou para trás instantes antes dela ser atingida.
O corpo do deus dos sonhos foi definhando, diminuindo até se tornar uma mera pedra, ela olhou para ele e se sentiu muito triste, se sentiu sozinha e desprotegida, quando olhou em volta e percebeu que estava cercada e que de todos os lados os deuses do Olimpo estavam vindo em sua direção.
Ela correu até a pedra, pegou enquanto fugia dos ataques de Ártemis e Apolo que lançavam flechas numa velocidade incrível, a armadura a protegeu de boa parte dos ataques mas uma flecha atingiu a máscara, rompendo a proteção e acertou um dos olhos dela deixando a cega daquele olho, os deuses se juntavam ao seu redor, mas no instante em que a pedra deu seu último brilho, ela se desfez e viajou para outra dimensão: O reino dos sonhos!

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...