domingo, 11 de outubro de 2015

Uma vingança fatal

Entre as muitas face do amor, o sentimento de posse e de rejeição, são as que mais assustam quando potencializadas junto com a raiva.
Janielly passou a ser conhecida em toda a pequena cidade de Prudentopólis depois de se abandonada no altar, pelo seu noivo.
A vergonha, os risos e a zombaria que sofreu além do prejuízo fizeram na entrar em uma depressão que se arrastou por longos meses.
Até que um dia sua mãe conseguiu leva - la para dar uma volta na praça com muito custo ela foi e lá viu seu ex - noivo, que nunca tinha ido vê - la nem para dar explicações, beijando uma moça, próximo a uma árvore.
Ela viu a cena e ficou terrivelmente nervosa e correu até lá, ele ao vê - la saiu correndo deixando sua namorada como alvo para ela, a moça mesmo sem entender, apanhou até a polícia chegar, chegando a ter diversas fraturas no corpo.
A família juntou o dinheiro necessário e pagou a fiança, ainda na delegacia foi informada que não poderia chegar perto de seu noivo, mas ainda naquela noite, pulou a janela de sua casa e atravessou a cidade indo até a casa do traidor.
Ela deu a volta na casa e pulou o muro, os cachorros, a conheciam e nem sequer latiram, ela entrou pela porta da cozinha, sabia que o pai dele que era vigia noturno chegava tarde e a família deixava a chave atrás de uma plantinha numa pilastra próxima, pegou a chave, e muito sorrateiramente, foi até a cozinha, procurou uma faca, testando na própria mão, em busca da mais afiada, fazendo cortes superficiais, quando achou uma que só era usada em dias de churrasco, feita de uma material especial, aquela era a preferida do pai do jovem, pegou e foi para o quarto do rapaz, com todo o cuidado, entrou e girou a chave trancando se lá dentro com ele, chegou bem perto dele e não conseguia mais sentir nenhum tipo de amor, seu coração estava tomado pelo ódio, ela respirou fundo próximo ao corpo adormecido, sentindo um leve latejar na mão, olhou para aquele que jurara lhe amar e desferiu o primeiro golpe bem na virilha, de maneira transversal, no entanto a faca ficou com a ponta presa no osso da bacia e os gritos fizeram acordar a mãe dele que implorava para que o filho abrisse a porta.
Ela entrou em luta corporal, tentando esgana - lo, depois de ver que sua arma não poderia ser mais retirada, contudo o rapaz agora estava de pé e mesmo sangrando muito conseguiu se defender e num impulso lançou a moça contra a janela que com o choque se despedaçou, fazendo com que ela caísse com a cabeça em cima de uma serrote que ficava guardado na parte lateral da casa, próximo ao muro com os dentes virados para cima.
O ex - noivo morreu agonizando no hospital com infecção generalizada, o corte tinha estourado seu rim e a urina se espalhou pelo corpo todo, apodrecendo o por dentro, em seus últimos momentos nem mesmo os médicos conseguiam chegar perto dele sem sentir vontade de vomitar.
 Janielly morreu no local, o estranho é que segundo os relatos dos peritos, ela parecia estar rindo, uma risada fatal de quem viu o amor e o ódio, cumprindo uma vingança fatal que lhe custará a vida.

Uma carta fatal

João era um funcionário dos correios, semi - analfabeto, que num momento de descuido acabou levando uma família para uma tragédia.
O nome do destinatário de uma carta enviada do exterior era Maria Nicodemos, e ele entregou a carta para uma jovem estudante chamada Maria Nicole Lemos, quem recebeu o pacote foi o pai da moça, um homem bastante irritadiço que raramente estava bem e controlava sua casa com mãos de ferro, sendo conhecido no distrito policial com uma ficha gigantesca de processos por agressão a sua esposa e filhas.
Seu Lemos era marceneiro, passava boa parte do dia trabalhando, mas para o azar de sua filha, naquela tarde ele havia chegado mais cedo e vendo a carta que o funcionário dos correios lhe entregará, se encheu de curiosidade e abriu a.
Lá dentro um homem chamado Joaquim, falava para sua amada, que o esperava para casar havia algum tempo, morando numa vila afastada na condição de professora de alfabetização.
O apaixonado contava mil juras de amor e prometia levar a moça para morar na capital.
O pai da jovem, lendo aquilo foi ficando com raiva, a filha tinha saído para o colégio e quando chegou ao abrir a porta, foi recebida com uma martelada no crânio, o pai ao ver se cercado de vizinhos que queriam lhe linchar, fugiu jurando matar a toda sua família.
Vagou pelas redondezas da cidade, se mantendo em um sítio bem afastado, onde todos julgavam ter fantasmas, uma antiga casa colonial, que havia sido cenário para uma epidemia de peste, ainda durante o Brasil império.
A mãe da jovem assassinada, numa atitude extrema comprou de um traficante, uma arma que passou a guardar na bolsa e todo dia ia buscar as filhas na escola, os vizinhos lhe contavam que seu marido era visto rondando por perto e apesar dos esforços da polícia, ele não era preso, pois quando jovem tinha o hábito de andar a cavalo pelas matas próximas a pequena cidade e com isso tinha adquirido conhecimento sobre todas as trilhas da região, e conseguia despistar os homens da lei em meio aos matagais.
Numa tarde quando a mãe voltava para casa, encontrou a porta da frente aberta, tinha sido arrombada por um pé de cabra, a mulher gritou pedindo socorro e no mesmo instante voou de dentro da casa uma faca que a acertou no peito, matando a na hora, as crianças tentaram correr, mas foram pegas pelo pai, que se trancou dentro de um dos quartos.
A menor havia se agarrado a bolsa da mãe e em lágrimas parecia não entender que ela partiu quando foi puxada pelo pai para dentro do cômodo.
As duas irmãs que sobraram tinham 5 e 3 anos de idade respectivamente, e o pai acuado, tirou o cinto da calça e começou a enforcar a maior enquanto a menor assistia tudo.
A criança em seus últimos suspiros se debateu e a bolsa jogada no chão foi aberta e de dentro dela caiu a arma.
Apesar dos protestos da mãe, para que a filha mais nova não assistisse filmes e noticiários violentos, ela gostava disso e num instante pegou a arma, seu pai estava de costas, rindo como um possesso, e falando para o cadáver erguido de sua irmã, que não tinha criado filhas para se tornarem vadias e que elas estavam tendo a lição que mereciam. A criança pegou a arma levantou disparando a e caindo para trás com o golpe, o tiro foi certeiro e deixou seu pai na cadeira de rodas para sempre, pois atingiu a medula.
No entanto o criminoso não foi levado para o hospital, a população vendo as duas crianças assassinadas, terminou o trabalho levando o corpo sangrando do assassino para fora e o matando a pedradas e logo após atearam fogo no corpo, enquanto algumas mulheres choravam a criança com maior idade que tinha morrido e a mãe, ligando desesperadas para uma ambulância afim de salvar a que havia disparado, que tinha um ferimento realizado pelo contra - golpe da arma que sangrava muito no alto do crânio.
A polícia chegou uma hora depois da chamada, junto com a ambulância. A criança ganhou os jornais e acabou recebendo um destaque extremo pelos abutres que vivem de relatar as tragédia, e que são contra a defesa das vítimas, criticando brutalmente a mãe por ter comprado uma arma e não confiado cegamente sua vida nas autoridades, mesmo que nos mesmos jornais passem todos os dias casos de mulheres assassinadas, após fazerem extensas quantidades de boletins de ocorrência e verem seus agressores não passarem nem uma noite na cadeia e voltarem ainda mais violentos.
Essa história de tantas tragédias teve um fim igualmente trágico, a sobrevivente passou a infância inteira numa cadeira de rodas, o traumatismo causou uma lesão nos movimentos e ela ficou deficiente para o resto dos seus dias.
Não teve família e viveu seus sessenta anos entre clínicas de reabilitação e hospitais psiquiátricos acometida de crises de pânico intensas, onde mal conseguia se mover por ter o medo lhe cegando os olhos.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...