domingo, 26 de abril de 2015

O Hotel da morte: Capítulo 9 - O mundo caindo no vazio


Os sonhos se dissipando refletiram na Terra, os humanos sem sonhar se tornaram feras, metade da população foi morta em crimes banais no primeiro ano, no segundo a noção de estado caiu, voltamos a viver em tribos.
Cada pessoa se tornou um verdadeiro assassino, cruel, sanguinário, nem mesmo os super humanos conseguiam se desfazer da falta que os conceitos oníricos do sonhar estavam lhe fazendo.
O mundo foi descompondo e em meio a esse caos, a morte vagava pelas cidades aumentando no hotel na cidade onde tudo começou seu número de vítimas já era tão alto que o lugar estava se tornando um templo de ossos.
Cada parede estava recoberta de sangue, os espíritos presos em correntes gritavam e seus gritos alimentavam uma mulher que com sua foice, estava moldando o seu império.
A morte estava livre para agir, os deuses e anjos não se preocupavam com os assuntos mortais e os demônios preparavam sua guerra, todos estavam ocupados esperando que a profecia de Apolo se cumprisse para colocar a guerra em prática.
Aqueles eventos estavam se tornando tão fortes, que afetaram a linha do tempo, as pessoas enlouqueceram a tal ponto que o guardião do tempo teve de intervir, quebrando a regra basilar do tempo: Há não interferência nos eventos.
Ele voltou no tempo, até no dia em que a morte do Cardoso ocorreu, ele entrou pela porta do IML e antes que o perito cortasse o cadáver, ele parou o tempo e tirou das mãos do médico o bisturi e cortou bem no rumo onde os estilhaços tinham entrado.
Ao analisar o material em meio a suas mãos percebeu que era Piraoni, uma liga envenenada, feita na Arcádia que rompia a alma e o corpo, destruindo o espírito de qualquer alvo que atingisse, mesmo que em forma de estilhaços, ele sabia que a produção daquela liga era obra de um artesão que morava no submundo, seu nome era Rhaonai e vendia balas e outras armas daquele material para deuses, monstros e demônios para quem pagasse melhor, em essência vital.
Ele voltou no tempo e devolveu o bisturi para o perito, deixando aquele lugar e abrindo um portal para a cidade do submundo.
O mundo dos humanos é repleto de magia, as pessoas é que não sabem ver em pequenos atos anormais, efeitos mágicos, por que se assim o fizessem quebrariam sua lógica interna e perderiam o sentido de suas vidas, pautadas na lógica dos cientistas, mas alguns conseguem ver a verdade através do véu cético e esses sabem que por baixo de toda cidade humana tinham portais para várias dimensões, portais e rotas usadas por criaturas do bem e do mal para diversos fins.
O Paradoxo acessou uma dessas entradas para a cidade mística de Shangri – la, a cidade mística!
Encontrar aquele mago artesão era fácil, bastava seguir a podridão, onde na cidade fedesse mais ali estaria ele.

sábado, 25 de abril de 2015

Hotel da Morte: Capítulo 8 – A Jornada rumo ao conhecimento



Os dois foram andando rapidamente, até voltarem ao mural, onde aquele senhor, mostrou uma marca na parede, um pequeno e nivelado símbolo que se destacava entre todos.
_ Aquela marca é o seu símbolo, você carrega o espírito da vingança contra o primeiro assassinato, você é aquela profetizada por Apolo milênios atrás como a matadora de deuses que quando a hora chegasse teria o destino de todos em suas mãos.
_Toque na pedra nesse, nesse e naquele lugares e você vai entender melhor, disse ele enquanto se afastava, ela mais por instinto do que por alguma razão maior tocou exatamente nos locais em que tinha sido ordenada e no mesmo instante, um portal se abriu e a sugou para dentro dali e Destino selou o lugar com todas suas energias criando um campo de energia que invadiu todo o reino dos sonhos, mas deixou boa parte dos que ali viviam presos do lado de fora, pois tinham conseguido levar a batalha para fora dos portões, mas vendo se privados de sua retaguarda não tiveram como voltar e acabaram cercados e foram levados para o inferno, onde seriam torturados por toda a eternidade e mesmo que colaborassem, ainda sim seriam mais torturados ainda, pelo remorso e pelas chicotadas constantes no espírito e na mente.
Com aquele gesto pensado, Destino condenou o sonhar a um vazio constante, onde poucos sonhos tinham que manter a mente das pessoas funcionando, mas logo não conseguiram absorver a carga e partes do reino foram se dissipando nas brumas do esquecimento.
Enquanto isso Luana ou Nêmesis iria entrar numa jornada que mudaria sua história e os destinos de todos os reinos...
Ela foi lançada na Oriente, muito antes daquela região ser reunida em países, reinos e províncias, num mosteiro muito antigo, ela sobre os braços de uma estátua gigantesca, de aparência horrenda que era adorada como uma deusa, era Kali a antiga deusa da destruição e aquele era seu templo, os sacerdotes e monges ficaram abismados ao verem ela aparecendo numa luz brilhante pronta para a batalha e pensaram ser a própria deusa voltando para os punir e com gestos certeiros foram se matando, um por um, com medo das punições que ela poderia lhes trazer.
Ela ficou atônita, sem nenhuma reação enquanto eles se matavam, e em poucos minutos ela podia contar uns trinta corpos, provavelmente dos mais altos sacerdotes, aqueles a quem era dada a permissão para verem a estátua da deusa e oferecerem a ela sacrifícios em dias ritualísticos.
O horror paralisou a de medo e por instantes seu lado humano falou bem mais alto e ela temeu acabar sendo morta, caso alguém pensasse ter sido ela a responsável por aquela chacina, eis que uma criança apareceu naquele amplo salão, e foi chutando os corpos até chegar perto dela e com um gesto fez com que ela descesse para o chão e foi a conduzindo por cima dos corpos.
Não mexia a boca, mas falava na sua mente, por meio de telepatia:
_ Venha me siga, eles eram sacerdotes fracos, não tinham a força para servir a mim.
_Você é a deusa daquela imagem? Perguntou Nêmesis
_ Sim! respondeu a deusa na mente dela.

Hotel da Morte: Capítulo 7 – Em meio ao sonhos um encontro com o Destino



Ela caiu desfalecida quando entrou na dimensão dos sonhos, ali pelo menos estaria segura, pois somente Morfeu tinha o poder para habitar ali.
Poucos mortais tinham tido a chance de visitar aquela dimensão, Platão fora um deles e quando de lá voltou criou sua nobre teoria do mundo das ideias sem entender nada do que tinha visto pensou estar num local de conceitos perfeitos, de verdades absolutas e de profundas e contundentes transformações.
Felicidade veio em sua companhia, acompanhada de todos os outros sonhos, levaram na para o castelo, eram ordens de Morfeu que todo aquele que ali entrasse fosse levado ao castelo, para ser bem tratado por toda a eternidade.
Ela acordou sem as armaduras, tinha sido tratada por Hypnos que tinha retirado a flecha e enfaixará toda sua cabeça para evitar qualquer sangramento.
Ao olhar para o lugar onde estava pensou ter ido parar num hospital, mas não havia ninguém a quem pudesse perguntar, ela se levantou e foi caminhando meio arrastada, pois uma tontura muito forte se abatera em sua mente.
Caminhou por salas e mais salas, até chegar a sala que tinha visto durante a viagem ao lado do rei daquela dimensão, as pinturas acerca do início do mundo, cada uma delas relatando como tudo fora criado.
Ao lado daquelas pinturas, um anãozinho estava sentado no chão, em posição meditativa, quando ela chegou ao seu lado, ele com uma voz calma:
_ O que a vingança faz no palácio dos sonhos?
_ Teria a humanidade se tornado em fim justa?
E por fim riu sem contudo abrir os olhos. Ela mesmo estando fraca, perguntou: _ Quem é você?
_ Eu sou o conceito por trás das ações humanas, sou um dos mais velhos seres da Terra, já vi de tudo um pouco nesses meus milênios de vida e ainda sim não sei tudo, não preciso dizer meu nome, algo na sua cabeça, sabe quem eu sou!
_ Destino, ela respondeu e caiu enfraquecida novamente.
_ Durma criança, se você soubesse o mal que lhe aguarda, dormiria para todo o sempre.
Depois de nove dias, ela acordou mais estabelecida, sua armadura tinha sido consertada por Inventus, o senhor dos sonhos criativos.
Ela foi vestida novamente por duas ninfas e levadas ao regente, o médico Hypnos que traz o bom sono, ao seu lado Destino e Justiça, ainda desfalecendo fez alguma mesura frente aquelas autoridades, contudo os olhares que recebeu pareciam ser mais típicos de censura do que de aprovação.
Todos ali estavam trajando armaduras militares por que estavam esperando que a guerra chegaria ao reino dos sonhos mais dia menos dia e logo defender a mente da humanidade dos que desejavam apossar de seus sonhos era uma necessidade iminente.
Muitos sonhos e pesadelos estavam ali naquela sala, esperando para ouvir aquela audiência que a muito tempo tinha sido prevista pela providência do mestre daquela dimensão.
A sessão começou solene com cânticos que Nêmesis não entendia uma palavra mas que a todos ali causavam muita comoção, eram canções que só depois soube se tratarem do senhor dos sonhos e de como cada sonho tinha sido criado, era a cosmogonia daquele mundo sendo contada diante dela.
Não tinha entendido como havia parado ali, após ser cercada por vários deuses na base do monte Olimpo, só tempos depois soube que a pedra dos sonhos era o coração de Morfeu, sua última força vital, que tinha trazido para cá.
Hypnos não falava a língua comum, somente o idioma dos sonhos, por isso foi dado a ela um caduceu que lhe transmitia as mensagens faladas ali através de imagens que ela entendesse mais rapidamente, contudo a serpente dada ao entrar na mente dela, não encontrou um padrão fixo de mente, ela era ainda a mortal Luanna e o espírito da vingança Nêmesis e por isso ora ela recebia imagens que sua parte humana conseguiria entender ora mostrava cenas que a Deusa da vingança entenderia com facilidade.
Contudo não passarão da parte cerimonial por que no instante em que entraram na discussão do caso, divisões de mortos vivos atacarão os portões do sonho, e as sentinelas postadas nas entradas soaram um alarido e todos sairão a combater.
A sala ficou em instantes completamente vazia, somente Destino ainda estava ali, admirando tudo através das janelas do palácio dos sonhos.
_ Esse reino está lutando por você! Disse ele.
_ Por que? O que eu tenho de importante e por que todos querem tanto me destruir?
_ Você não sabe o que você realmente é para toda essa gente?
_ Venha, vou lhe mostrar a verdade...

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Hotel da Morte: Capitulo 6; Uma guerra sendo preparada




Fim Trágico

A verdade era que ele não sabia o que fazer depois daquela noite trágica, era sua primeira vez no crime, tinha apenas uma missão simples, assaltar o joalheiro do bairro e seria aceito para a gangue.
O Senhor Shutz, era muito querido na vizinhança, tinha quase noventa anos e ainda continuava a trabalhar todos os dias, ajudava aos necessitados e sempre ia a igreja todos os domingos, sua loja era pequena frente aos novos shoppings, mas vivia lotada de pessoas que levavam para ele relógios para arrumar, pediam que fizesse joias, sempre estava lotado.
Seu nome ganhou por várias vezes o troféu de melhor comércio da cidade, todos gostavam dele, menos o líder da gangue Cobras, que assolava o lugar e queria dar uma prova de poder ao assaltar no centro da cidade, local que até então nunca tinha sido atacado por ninguém.
O garoto era o Jean, um rapazinho franzino, filho de um policial assassinado e de uma mãe que vivia para lavar roupa e manter a casa juntamente com seu irmão mais velho Rafael, soldado da guarda municipal que vez ou outra sofria ameaças e tinha que sumir de casa.
A família dentro das possibilidades nunca passou necessidades de nada, mas Jean, era um adolescente rebelde e crescia com sonhos de riqueza e luxo, logo cedo se envolveu com as drogas, logo cedo abandonou a escola e não conseguia parar em nenhum emprego.
Fugiu de casa naquela noite, pegou a arma, num bar, ponto de drogas da gangue, e saiu, era algo simples demais, mas de algum modo não era tão fácil como parecia...
A porta estava aberta, várias pessoas estavam lá dentro, era uma reunião de vários senhores idosos, que seguravam suas mãos e entoavam um canto, macabro que assustou profundamente o garoto, que não conseguia se mover, suas pernas pararam ali e um grito saiu de sua garganta, no mesmo instante os velhos se aproximaram, e suas formas iam mudando para aberrações sinistras, monstros horrendos e ele num instinto primitivo atirou contra a cabeça de um daqueles seres, o projétil no entanto entrou e saiu sem que causasse nenhum mal.
As bestas se aproximaram do rapaz e comeram seu corpo, pedaço por pedaço e quando tudo acabou, o sangue dele foi lambido do chão até não sobrar nem ossos daquele rapaz.
A gangue não soube o que havia ocorrido, se soubessem não teriam mandado mais oito bandidos semanas depois que tiveram o mesmo fim.
Aquele lugar era um vórtex, de onde infernais caídos se comunicavam com seu mestre, que os avisava quando estranhos vinham ali para praticar o mal e lhes dava permissão para sugar lhe os fluídos vitais enquanto mais uma alma decaía ao inferno.
Aquele rapaz não foi o primeiro e muito menos o último, sua mãe e seu irmão até hoje não fazem ideia de onde ele esteja e choram a dor de uma saudade sem explicação.


Cilada para um exorcista

Manuel tinha acabado de se formar como exorcista, no Vaticano, sua família a cada geração tinha tido um exorcista e ele não fugiu a tradição, era um rapaz jovem, de origem humilde da região do Porto, logo foi mandado para trabalhar para a igreja no Brasil.
A antiga colônia lusitana, tinha perdido seu exorcista, Dom Emanuel Borges, vítima da idade avançada e agora jazia desguarnecida frente as potestades infernais.
Manuel desembarcou no Rio e logo foi levado para a antiga casa do seu antecessor, onde se instalou com suas poucas posses, era uma pena que não tivesse tido tempo para ligar para sua mãe e lhe contar tudo o que estava acontecendo, toda semana ele viajava, mal tinha tempo para comer, eram muitas viagens, muitas orações, aquele povo parecia estar sendo massacrado pelo demônio.
Careciam de fé e eram vítimas da imoralidade em todas suas esferas, vilas inteiras no interior eram atacadas por surtos de febres diabólicas que matavam várias crianças em cada estação.
Passados seis meses de trabalho constante, ele voltou para casa, mas naquela noite, ele foi atacado, um espírito maligno que estava na Terra há muito tempo, foi mandado para acabar com a vida daquele jovem exorcista, para que ele parasse de ajudar as pessoas e que assim a guerra entre o bem e o mal seria vencida e o último lado ganharia aquela nação e poderia começar o Apocalipse na Terra.
Lúcifer sabia que quando a batalha começasse no Armagedom, o Brasil seria o último lugar a cair frente a ruína que se espalharia, a última nação a perecer e o arcanjo caído queria mudar esse quadro, queria perverter o Brasil de modo a tornar aqui uma base permanente do inferno na Terra.
E naquela noite ele teve sucesso, a mente do pobre Manuel foi devastada por um mau súbito e nem mesmo os amuletos sagrados puderam o proteger daquele mal noturno que veio o destruir.
Phobos o antigo Deus grego do medo tinha conseguido mais uma missão com sucesso
Mil anos atrás, uma guerra dimensional começou, uma batalha nos reinos do submundo pelo controle das almas.
As hostes infernais atacaram o Hades, o Hell e foram devastando e conquistando todos os infernos por onde passaram até se tornarem uma ameaça a todos os reinos, gastaram nessa guerra de conquista mais de mil anos, até que por volta do ano de 2015 conseguiram unir todos os infernos, tinham a maior parte do controle das almas, somente no Oriente, não conseguiram, por que ali as passagens infernais tinham sido seladas, muito tempo atrás por um Samurai mago, que selou as com sua alma e assim controlando uma hoste de trilhões de trilhões de guerreiros o Arcanjo caído esperava conseguir agora tomar os acessos do rio Estige e assim acessar a Terra para começar o apocalipse final.
Tropas de guerreiros seguiam em Leviatãs patrulhando cada entrada, muitas tiveram sucesso em sua missão, outras no entanto foram atacadas por criaturas abissais, seres muito antigos que habitavam o rio e não gostavam de viajantes.
A terra estava sendo invadida aos poucos, misturando se em meio aos humanos, os seres bestiais estavam envolvendo a Terra na iniquidade, enquanto os deuses e os anjos não percebiam a real dimensão do problema...


quinta-feira, 23 de abril de 2015

Um pássaro chamado Harmonia


Havia em todo o reino uma ave que havia sido abençoada por Fortuna, um pássaro que trazia boa sorte para quem o tivesse ao seu redor, os reis sabendo disso procuraram prende – lo de todas as formas e meios possíveis.
Caçadores eram contratados a peso de ouro para buscar aquela ave e todos voltavam sem ela, o engraçado no entanto é que aquele pássaro só aparecia para pessoas simples, aquele ser místico parecia gostar das pessoas humildes e os abençoava os com momentos felizes.
Mais um dia um cavaleiro vindo das terras frias, onde o sol nunca brilha, veio para o reino e conseguiu capturar a ave que morreu de tristeza, enganada pelo ardil do caçador, ela se entregou para que ele não matasse a um bebê, mas não pode aguentar ser feita prisioneira e morreu ali mesmo na gaiola.
Fortuna então tirou sua venda e deixou o Olimpo e saiu entre os mortais a amaldiçoar a todos com pragas e dores diferentes, retirando cada um dos seus dons do mundo, até que nele só restasse agonia e pranto, guerra e morte.
Ela amava aquele pássaro que ela moldará de sua energia, ele era um filho para ela, seu nome era Harmonia e ele que trazia a paz, e mantinha os sorrisos no rosto das crianças, mesmo quando elas não tinham pelo que sorrir.
E a Terra perece até hoje, com suor tudo floresce, a humanidade não tem mais magia, o mundo perdeu o brilho dos tempos antigos e ganhou o cinza das chaminés, por que a ganância de alguns quis ter só para si, um dom que era para todos.
E é por isso que até hoje o norte amarga com o gelo e não tem mais primaveras, por que partiu dali a maldição de um rei que quis o pássaro só para si!

Triste fim de uma história apaixonada.


A história de hoje traz um belo casal apaixonado a vagar pela cidade, namorando, olhavam para as estrelas abraçados trocando juras de amor eterno bem perto do ouvido um do outro, era tarde mas os dois pareciam não prestar atenção ao tempo.
Eles pararam numa pracinha, deserta aquela hora e ficaram sentados ali num banco, era uma cidade pequena e ainda era seguro fazer aquele gesto arriscado, e ficaram ali por um longo período a admirar a lua, cantar canções apaixonadas e nessa paixão toda eles não escutaram disparos vindos da agência bancária da cidade.
Era uma localidade pobre, encravada no interior, que só tinha uma agência bancária, onde toda cidade depositava e recebia, na noite anterior o cofre tinha sido abastecido com quase cem mil reais para poder pagar as aposentadorias no dia seguinte.
Mas naquela noite um grupo de assaltantes invadiu a cidade em três carros e não esperavam que os vigias reagissem, não esperavam que Severino, um valente nordestino com uma mira implacável acertasse num dos tanques de combustível e pusesse mais da metade dos homens para ir ao inferno queimados vivos e acabasse destruindo os carros de fuga.
Tiveram de desistir do ataque quando seu número ficou menor que o dos policiais, sairão correndo pelas ruas da cidade indo parar na região da praça, onde o casal apaixonado estava.
Foram rapidamente cercados e vendo aquele casal ali, os dois assaltantes que tinham sobrevivido pegaram cada um como refém.
Os policiais agiram rápido e com o sangue quente pela ação vieram por trás deles e os atingiram na cabeça, no entanto, eles antes de cair dispararam suas armas, foram dois tiros nele, um deixou o com o ombro em cacos e feriu lhe o pé, enquanto nela atingiu somente um disparo bem na coluna deixando a tetraplégica em cima de uma cadeira de rodas para todo sempre.
O jovem foi para o hospital mas logo tinha voltado para a casa, ela porém ficou muito tempo entre a vida e a morte, e quando voltou sua família culpou o namorado pelo ocorrido e ela começou a sentir pena de si mesma e acabou o relacionamento daquele belo casal do começo da história, sem mais romances nem pracinhas.
Eles tiveram uma conversa onde ela com dificuldade mandou ele viver feliz, por que não aguentaria pensar que ele estava com pena dela, presa para sempre a uma condição quase vegetativa, não adiantaram argumentos, não adiantou nada, logo o apaixonado estava arrasado bebendo num bar e chorando tanto que a mesa já estava toda molhada, vários perguntaram o que estava acontecendo, mas ele não queria falar, queria beber para ter coragem de acabar com aquela dor, quando estava totalmente embriagado e mal conseguia andar quando chegou em sua casa, os pais tinham viajado para a casa de uma tia, não havia ninguém ali para impedir que aquela ideia podre na sua cabeça tomasse forma...
Com a letra trêmula ele escreveu um bilhete, jurando amor eterno a sua amada e dizendo que morreria para que ela visse a verdade de seus sentimentos.
Meia hora depois o corpo estava estendido no sofá, uma facada tinha sido dada no coração e a morte foi instantânea, os pais descobriram dois dias depois quando foram notificados pelos policiais que entraram na casa após uma denúncia dos vizinhos sobre o mal cheiro que havia ali.
Entregaram o bilhete apaixonado, borrado pelas lágrimas dele para a família que leu aquelas linhas tortas que deixaram na tão infeliz ao ponto de se entregar ao desespero, desistiu de lutar, de se exercitar, não tinha mais motivos para continuar aquela vida, seu coração carregava a culpa por aquilo que havia ocorrido e foi indo até que ela não passava de um ser estático na cama, se alimentando por sonda.
E passados quatro anos até seu coração desistiu de bater e ela foi a sepultura, por coincidência acabaram enterrados lado a lado no cemitério, um fim trágico para uma história de amor...
Todos os assaltantes foram mortos juntamente com o amor daquele jovem casal...

terça-feira, 21 de abril de 2015

O Hotel da Morte: Capítulo 5: As histórias de meu passado



Morfeu pegou uma pedrinha que estava solta na escadaria e a fechou em sua mão, em poucos instantes a pedrinha tinha se tornado pó.
Ele juntou um pouquinho daquele pó e jogou sobre os olhos de Luanna e disse:
_ Vamos viajar do meu modo!
E no mesmo instante ela caiu no sono e durante seus sonhos viajou até um passado muito distante, as moradas ainda eram novas, os deuses e semi – deuses viviam em paz e ao olhar para baixo ela via a humanidade completamente feliz e alegre, mas na mesa não havia nenhum dos deuses gregos que se conhecia até então, eram os primeiros deuses, Cronos, Réia e outras divindades mais antigas que não tinham feições humanas e não se pareciam com nada que ela conhecesse, ela e Morfeu estavam num canto da sala, quando percebeu que estava sonhando e que não tinha como aquelas criaturas de aparência horripilante lhe fazerem algum mal.
_ Venha minha querida, temos muito ainda que viajar,
E foi saindo atravessando uma pesada porta de carvalho, passearam por vários cômodos com inscrições muito antigas, a língua dos deuses disse Morfeu, você não entenderia nada mesmo que tentasse, nem eu sei nada do que está escrito nessas paredes, Apolo que é o mais sábio dos deuses disse me certa vez na aurora dos tempos que são os relatos do início, da forma como o mundo foi criado, algo que não nos interessa nesse momento.
Um crime está para acontecer no salão de Cronos e preciso que você veja e foram seguindo até chegarem ao salão do líder do panteão, que saia correndo em busca de sua foice, Zeus tinha invadido o banquete e tinha lhe desafiado, ele não sabia como aquela criança tinha escapado de sua barriga, mas iria resolver aquilo da sua maneira, mas quando procurou no braço esquerdo do trono por sua arma sagrada com a qual tinha castrado Urano.
Não a encontrou em lugar nenhum, quando aparece Zeus com a arma e usando dos poderes concedidos por ela, parou o tempo e num só golpe libertou seus irmãos presos no estômago de seu pai, todos sairão como adultos e começaram a bater nele até que nenhum dos seus ossos estivesse inteiro e depois Zeus com a foice foi cortando os pedaços, quando iam cortar a cabeça, saiu do meio do cérebro uma serpente que rastejou muito rapidamente até encontrar um pedaço de osso completamente descoberto da carne, se enrolou nele e transformou se em ouro e antes que os assassinos pudessem pegar aquela joia, ela flutuou pelos ares.
O assassinato de Cronos e a prisão de todos os antigos deuses destruiu todo o mundo dos mortais que foi jogado numa guerra constante, por mais que os novos grandes deuses ameaçassem a humanidade, ela ficou louca devido a influência com que a mente humana se apega ao sagrado, foram anos de guerra e morte, vários novos panteões entraram em disputa e fracassaram, vários monstros foram criados, a era de paz tinha acabado e chegamos a era dos Heróis!
_ Vamos agora ao Oráculo de Delfos alguns milhares de anos a frente dessa cena...
E num fechar de olhos estavam na primitiva Delfos, mas ainda não era o templo de Apolo, mas da grande serpente, um antigo Deus que há muito tempo não se ouvia falar nada, uma jovem maltrapilha chegou até ali implorando ajuda, os sacerdotes a carregam até defronte ao adivinho e naquele instante ele aspirou o vapor sagrado das entranhas de Gaia e disse:
_ Você é filha de um pai assassinado, mãe de uma criança roubada, esposa de um marido enforcado, ninguém mais do que você precisa do presente do Deus que caiu mas retornará!
E com um gesto entregou para ela a joia que ali tinha ido parar, tinha sido envolvida em um cordão de ouro.
Quando a mulher pegou naquela gargantilha seus olhos se abriram e ela disse a profecia da morte dos deuses:
_ A humanidade ainda voltará a paz de que saiu, enquanto os assassinos viverem não se poderá ter paz, o símbolo do fim dos deuses encravado na alma da escolhida, ajudará a limpar o mundo.
E naquele instante o espírito da serpente lhe picou os olhos e ela deixou de ser uma humana, naquele instante ela se tornou a vingança contra o primeiro assassinato que havia trazido a luz a discórdia, a deusa que agia no meio dos mortais e se alimentava de seu ódio.
E quando Luanna viu aquela cena, a gargantilha em seu pescoço brilhou e tal qual havia ocorrido com sua antepassada, ela se tornou a nova escolhida: Ela agora conseguia ver a verdade, tinha acordado para a verdade e ao olhar para o vestido que tinha até então, percebeu que ele tinha se tornado uma armadura feita de sombras e escuridão e o capuz que tinha no vestido havia se tornado um capacete que lhe escondia completamente o rosto, ela olhou para Morfeu e agora via somente uma areia parada a sua frente que lembrava vagamente a um homem.
_ Por que meus olhos doem?
_ Você não está acostumada a ver a verdade!
_ Acabaste de acordar novamente, Nêmesis.
_ Quer continuar vendo seu passado?
_ Não, prefiro voltar.
_ Tudo bem então!
E no instante seguinte eles estavam novamente na escadaria, mas antes que abrissem os olhos uma flecha foi disparada de uma posição mais elevada e acertou o coração do Deus dos sonhos, Nêmesis correu até ele, e viu que já era tarde, quando no instante seguinte uma segunda flecha foi disparada e a armadura a jogou para trás instantes antes dela ser atingida.
O corpo do deus dos sonhos foi definhando, diminuindo até se tornar uma mera pedra, ela olhou para ele e se sentiu muito triste, se sentiu sozinha e desprotegida, quando olhou em volta e percebeu que estava cercada e que de todos os lados os deuses do Olimpo estavam vindo em sua direção.
Ela correu até a pedra, pegou enquanto fugia dos ataques de Ártemis e Apolo que lançavam flechas numa velocidade incrível, a armadura a protegeu de boa parte dos ataques mas uma flecha atingiu a máscara, rompendo a proteção e acertou um dos olhos dela deixando a cega daquele olho, os deuses se juntavam ao seu redor, mas no instante em que a pedra deu seu último brilho, ela se desfez e viajou para outra dimensão: O reino dos sonhos!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

O Hotel da Morte: Capítulo 4 – A casa dos Oráculos! O limite entre o sonho e a realidade.



Ela saiu do quarto e olhou para os dois lados ao abrir a porta, sua bolsa estava em cima da cama, todos os itens tinham sido retirados e organizados de uma maneira totalmente metódica novamente.
Tudo ali era irreal demais mas ela seguiu vendo cada porta de um estilo diferente, algumas eram de prata, outras eram de bronze, outras eram de madeira fina e outras fediam a enxofre, haviam também vários outros tipos e entre cada uma das portas, havia um espelho, alguns emitiam sons, outros brilhavam de maneira tentadora, quando chegava na frente deles, ela fechava os olhos, e estava conseguindo chegar até o banheiro quando ela passou de frente a porta do adivinho e não resistiu a olhar para dentro do espelho.
Do outro lado ela viu uma mulher envolta em faixas que olhou dentro da alma de Luanna, avaliou cada pensamento dela e depois disse:
_ O legado há muito perdido, será reencontrado. A humanidade mais uma vez ficará nas mãos daquela que carrega a arma sagrada.
Naquele instante um anãozinho empurrou a e saiu correndo de volta para a entrada, ela ficou sem entender o que aquele ser queria lhe dizer, havia mais alguma coisa na mensagem, mas a interrupção tinha impedido a de saber tudo, mas de algum modo aquela frase ouvida ali e o modo como ela fora invadida por aquela criatura lhe amedrontaram e ela seguiu até o banheiro, onde ao entrar quase ficou cega, tudo ali era de ouro maciço, as torneiras se abriam ao menor toque, o chuveiro estava na temperatura que ela mais gostava e de algum lugar ela ouviu uma sinfonia apaixonada de Mozart e sua mente foi pouco a pouco relaxando, quase dormiu novamente, mas a música parou e ela novamente acordou mais energizada, porém com o estômago fundo de fome.
Ela vestiu as roupas e uma veste igual a de uma sacerdotisa tinha sido lhe dada, era um vestido com um capuz, feito com fio de ouro e de um tecido do vestido com uma brancura luminosa, com detalhes nas barras que pareciam mudar de cor a cada olhar.
Ela vestiu a roupa e pegou um pequeno embrulho que estava enrolado dentro do vestido, um saquinho de couro que continha uma gargantilha, linda de ouro envelhecido que tinha um símbolo estranho uma serpente enrolada em um arco, ela colocou aquela joia em seu pescoço, penteu os cabelos, e saiu dali pela porta, mas agora o corredor de onde ela tinha vindo, não existia mais, no seu lugar agora havia uma escadaria que levava muito acima do céu e antes que ela pisasse o primeiro degrau um cavalo alado desceu dos céus em um rasante e usando telecinese a colocou sobre seu dorso e voaram até os mais altos céus, ela estava impressionada demais com a beleza de cada construção que havia ali, não entendia tudo o que estava acontecendo, e de algum modo quanto mais ia avançando, memórias iam aparecendo em sua mente.
De algum modo ia passando na sua mente, acontecimentos ocorridos há muito tempo atrás, guerras lutadas entre humanos e monstros, há muito tempo atrás, as memórias iam avançando e uma dor profunda em sua mente ia tomando intensidade, o cavalo ia voando para o alto e ela nem mais prestava atenção, segurou firme na crina e fechou os olhos enquanto lembrava de detalhes, de algum modo, ela sabia que aquelas lembranças tinha algo haver com a joia, a mente dela foi acomodando aquelas informações enquanto o passado dela própria estava se dissolvendo, sua última lembrança antes do cavalo parar e ela descer foi de uma antiga feiticeira na época da inquisição que fugia com uma criança nos braços em meio a uma floresta muito antiga, de algum modo, ela sabia que aquela criança era sua antepassada, de algum modo ela sabia que aquela cena tinha algo haver com suas duas condições, mas não soube ver como tinha sido o fim da cena.
O cavalo desceu num chão de nuvens e usando sua telecinese a retirou de seu lombo de uma maneira delicada e no instante em que ela pisou os pés no chão, se viu diante de um portão imenso, gigantesco, e parado a frente daquela monumental obra, um gigante vestido para a batalha com duas cabeças e olhos a vasculhar todas as direções.
Quando as duas cabeças fixaram se em sua direção, um alarido se ouviu:
_ Os deuses lhe aguardam semi deusa, seja bem vinda ao lar e abriu se os portões e ele com dois passos chegou até ela e carregando a nas mãos levou até outra escada e de lá voltou a sua posição.
Ela estava cansada mas novamente começou a subir as escadas mas dessa vez a cada vinte degraus havia um prédio, ela parou em frente ao primeiro lance de escadas e de uma nuvem apareceu um Deus muito antigo, seu nome é Morfeu e ele se sentou num dos degraus e começou a dizer:
_ Você pensa que está sonhando?
_ Enquanto criança, você via coisas que ninguém acreditava?
_ Quando você esteve na minha casa, olhou para dentro do oráculo e aquela frase ainda está dentro da sua mente?
Ele terminou de dizer essas perguntas e ficou sentado com os olhos fechados, Luanna parecia não entender mais nada, passaram se alguns minutos na mais profundo silêncio até que ela tomou coragem e perguntou:
_ Quem é você?
_ Você já me conhece há muito tempo, Nêmesis!
_ Como? Eu não me chamo assim? Está enganado a meu respeito?
_ Estou? Então deixe me lhe contar uma história:

O Hotel da Morte: Capítulo 3 Caçada urbana



Aquela noite tinha sido horrivelmente cansativa, ela não tinha sequer tido ânimo ao entrar em sua casa, fechou somente a porta e se deitou ali mesmo no sofá, as lágrimas que até então estavam seguras se soltaram de uma maneira profunda.
Ela não se lembrava de quanto tinha dormido, mas ao acordar viu uma das janelas de sua casa tinha sido retirada da parede e em cima de um banquinho tinha uma munição e duas cartas e um papel com um aviso:
_ Se eu quisesse te matar, ninguém acharia nem seu rastro!
Ficou assustada com aquelas palavras e abriu as cartas rasgando os envelopes e o conteúdo que havia ali dentro a deixou atemorizada.
Eram provas do ocorrido, rapidamente pegou sua bolsa e colocou os papéis lá dentro e quando se preparava para sair, os policiais estouram a porta da sua casa, carregam um mandado de prisão contra ela, no entanto antes que eles pudessem pega – lá, ela salta pelo buraco na janela e saiu correndo ainda com a roupa do dia anterior pelas ruas e conseguiu se esquivar das forças especiais que tinham sido mandadas em sua busca, por sorte sua arma e algumas caixas de munição estavam dentro de sua bolsa e ela estava disposta a resistir custe o que custar para poder mostrar a verdade por trás daqueles fatos, ela estava ofegante e a roupa estava molhada de suor quando seu celular tocou dentro da bolsa.
Ela abriu a bolsa, pegou o celular e tinha na tela um número desconhecido, atendeu e uma voz sepulcral lhe disse:
_ Você agora entendeu que não sou eu o inimigo não é? Kkkkk, se quiser sobreviver agora vai ter que seguir minhas ordens, até o momento certo, te ligarei nesse celular daqui a duas horas, agora siga até a estação central de trens no lado oeste, evite carros!
E desligou, rapidamente ela recolocou o celular na bolsa e saiu até a estação, não tinha ideia do que estava acontecendo, mas sabia que precisava encontrar essa estranha voz para poder limpar seu nome.
Ela caminhava rapidamente, evitando as principais avenidas, sempre que via viaturas patrulhando a cidade, virava o rosto rapidamente, se escondia ou disfarçava, sua cabeça estava confusa, como ela tinha se tornado uma criminosa em tão pouco tempo.
Quando ela teve que parar em uma banca de jornal para disfarçar se de uma patrulha que passou na rua, e viu na primeira página uma manchete:
_ Policial é responsável pela morte de sessenta vítimas no Grand Hotel Estrela D'alva.
Ela comprou o jornal com uma nota de cinco reais e nem esperou pelo troco, saindo dali rapidamente, seu corpo todo doía, mas ela precisava correr, faltavam apenas alguns minutos para a nova ligação e ela chegou bem em cima da hora na estação, o telefone tocou no exato momento em que ela chegou ali, mas antes que ela atendesse um policial a abordou e ela saiu correndo com todas as forças e entrou num trem que partia, conseguindo escapar,a ligação caiu mas instantes depois a voz ligou novamente:
_ Fez bem em se livrar do policial, na próxima parada saia do trem e vá até uma pensão ao lado da estação, lá você terá novas instruções, o nome da pensão é a casa dos Oráculos, diga que você quer ver até onde a toca do coelho dá! E desligou novamente.
Já tinha passado das duas da tarde e os trens estavam vazios, ela aproveitou o tempo extra para respirar fundo e quando seu corpo deu uma relaxada após alguns minutos, a adrenalina diminuiu e ela então sentiu a fraqueza de quem não tinha comido nada durante o dia todo e a fraqueza foi tomando sua mente e seu corpo só com muito custo conseguiu sair do trem no momento certo.
Ela deu muita sorte, pois as viaturas mandadas em sua perseguição tinham ficado presas no trânsito e chegaram somente quando o trem já tinha partido e ela já estava entrando numa loja de artefatos místicos, que havia ali nas proximidades conhecida como a casa dos Oráculos e ao dizer que queria ver até onde a toca do coelho dá, foi amparada por um anãozinho que a levou para um quarto espaçoso com móveis de época medieval e vários quadros nas paredes que compunham um cenário muito parecido com os quartos onde as princesas viviam nas histórias e contos de fadas.
Se arrastou até a cama e dormiu por tempo demais, estava fraca e muito cansada para entender o por que de toda essa confusão e o por que as pessoas estarem na caçando depois que ela recebeu aqueles documentos, sua mente delirava lembrando se do pai que havia morrendo a tempos atrás enquanto perseguia um maníaco sexual nas selvas da Amazônia, acordou tempos depois e viu num criado mudo, roupas, e materiais para um banho e um bilhete dizendo, o banheiro é no fim do corredor, e um PS no final: Não olhe nos espelhos.

domingo, 19 de abril de 2015

O Hotel da Morte: Capítulo 2 - o que teria acontecido ali?



A perícia chegou e Luanna teve de ficar ali no local sem poder ver como estava Cardoso, ambulâncias foram acionadas e depois de um verdadeiro alvoroço eis que aparece o seu chefe, o delegado Alessandro, um senhor que tinha sessenta anos e não era conhecido por ninguém pela sua boa educação em especial quando estava zangado.
_ sua anta, imbecil! Era para você ter ficado lá na delegacia preenchendo os relatórios até o fim do plantão! O que te deu na cabeça para sair dessa forma?
_ agora eu tenho um agente quase morto a caminho do hospital e um monte de cadáveres e os urubus da imprensa já estão a caminho! Todos os jornais!
_ como o pereira que é o chefe dos detetives e investigadores está de férias, o cardoso está quase morto e os demais agentes já tem missões demais eu vou deixar esse caso na sua mão, mas aviso tá sua panaca, novata, inconsequente, que se você fizer algo de errado vou cair em cima de você, até sua expulsão da corporação, entendido?
_ sim senhor!
Naquele instante ele recebeu uma ligação, era do hospital avisando que o cardoso tinha falecido depois de meia hora no hospital, o telefone e os estilhaços da bala haviam perfurado os pulmões e mesmo com os cuidados médicos ele não sobreviveu aos ferimentos, a enfermeira que ligou disse também que as últimas palavras dele eram caso 75, caso 75.
O delegado chefe abaixou a cabeça e chorou, ele e cardoso eram da mesma delegacia e tinham estudado juntos na academia de polícia.
Luanna ouviu uma parte da conversa e soube que ele tinha morrido, sua cabeça estava a mil por hora, queria chorar mas sentia raiva demais para isso, tudo ficou meio em parafuso na sua mente, ela ficou ali parada em estado de choque até que alessandro veio até ela e lhe deu uma sacudida:
_ agora não é hora para prantear o cardoso, vá atrás do caso e talvez você tenha a oportunidade de pegar quem fez isso com nosso amigo, volta lá para dentro e vai trabalhar!
_ sim senhor, ela disse e caiu em lágrimas, era um choro profundo saído direto do desespero que sentia, pela culpa de ter matado seu amigo e mentor ali na polícia, ela enxugou as lágrimas e entrou para dentro do lugar, os sentimentos estavam confusos demais, ela ficou pensando em tudo o que tinha ocorrido naquela noite, era como se tudo não tivesse sido mais do que um minuto, mas já passava da meia noite e pela primeira vez naquela noite ela se sentiu profundamente cansada e enquanto subia pelas escadas até o terceiro andar que até então não tinha ido, sua mente vagava por vários momentos, mas quando subiu o último degrau para aquele andar ela viu próximo a saída de incêndio um relógio que brilhava na escuridão, com a mente embotada por toda essa confusão, ela demorou alguns segundos até correr para o local, dando chance para que alguém escapasse por aquela entrada que não tinha sido vistoriada ainda.
Ao abrir a porta da saída de incêndio ela se deparou com uma escada reta que descia até uma rua nos fundos do hotel e escutou passos descendo as escadas, já alcançando o batente, mas ao invés de ir atrás do suspeito ela preferiu pegar uma sacola que ele tinha deixado cair ali no chão, cheia de objetos feito a base de ouro, relógios, pulseiras, anéis e medalhas, mas o que mais chamava atenção eram o número de broches que ali havia: seis, justamente o número de mortes que havia até então dentro do quarto, provavelmente ela tinha perdido a pista do assassino ou de alguém que sabia o que havia ocorrido ali naquela noite.
Estava decepcionada consigo mesma, duplamente decepcionada por se sentir responsável pela morte do colega e por ter perdido a pista, sentou se num dos degraus da escada e chorou até que um dos peritos chegou perto dela e a chamou de volta a realidade ela entregou o pacote com aqueles objetos e saiu na viatura, deixando dois guardas na porta do local para novas perícias, tendo tomado o cuidado para pedir que trancassem a saída de incêndio ao entrar na viatura percebeu que um dos vidros estava levantado e no banco do passageiro havia uma carta, ela abriu a porta pegou a carta e correu até os peritos contando toda a história, pediu que um membro do esquadrão especial que fora chamado para o caso verificasse o carro e foram encontradas duas bombas, uma no câmbio e outra no acelerador, assim que ela acelerasse até uma determinada velocidade iria acabaria indo pelos ares.
A viatura foi limpa de explosivos e levada de volta para o pátio para ser periciada novamente e ela ganhou uma carona de outros policiais para ir até sua casa, seu plantão tinha acabado e depois de tudo que havia acontecido, o que ela mais precisava era de um bom e merecido descanso.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O hotel da morte: Capitulo 1 - Corpos e Tiros

Capítulo 1 - Corpos e tiros

Era uma noite escura de maio e aquele era o primeiro caso dela,  um segurança do hotel abandonado no centro da cidade tinha ouvido vários barulhos de moto - serra a noite toda e quando entrou dentro do hotel para ver o que havia horas mais tarde, encontrou no último quarto do segundo andar uma pilha de corpos sistematicamente limpas.
Seis cadáveres divididos de uma maneira cirúrgica: Ossos, pele, orgãos, sangue, tudo muito bem dividido em meio as baratas e os ratos que habitavam naquele lugar, diversas vezes invadido por movimentos sociais que deixaram naquele que fora um patrimônio histórico da cidade um verdadeiro caos, onde o lixo, as fezes e a sujeira se amontoavam.
O prédio tinha sido construído há meio século e pertencia atualmente ao prefeito que após pendências trabalhistas teve a propriedade interditada para pagamento de suas dívidas, há vinte e cinco anos atrás, desde então o local tem ficado vazio e de tempos em tempos sofre com as invasões dos sem teto que destroem o local e afastam todos os possíveis compradores.
Rapidamente o funcionário que encontrou os corpos, correu e ligou para a polícia, naquela noite a investigadora estava de plantão, mas tinha sido escalada pelo chefe do departamento para preencher uma variada e extensa papelada que lhe ia corroer a noite inteira.
No entanto assim que ele saiu, ela pegou um carro juntamente com um colega e foram fazer uma ronda, queria trabalho de verdade não burocracia idiota!
E para seu azar, ela era a viatura mais perto do chamado e para lá foi deslocada pela central de inteligência da polícia.
O local era no centro histórico da cidade, numa parte conhecida como: Zona decadente!
Só havia naquela região prostitutas e viciados, degenerados de todas as espécies, era um bairro podre que no passado tinha sido o centro pulsante da cidade mas desde o fim da siderúrgica aquele lugar se tornou um aglomerado de vícios, roubos e sexo, tudo explícito até mesmo durante o dia.
Luanna e Cardoso chegaram ao local vinte minutos após o chamado do segurança e fecharam a área até a chegada da perícia, enquanto esperavam foram vagando pelos quartos daquele que era o Gran Hotel Estrela D’Alva, um local feito para a mais alta elite da cidade, mas que mal começou suas atividades visto que seu dono entrou em falência após alguns investimentos mal sucedidos e sumiu sem pagar os direitos trabalhistas dos operários e a justiça decretou a venda do patrimônio para pagar, mas os herdeiros do caloteiro impedem a venda há vinte anos, deixando o lugar completamente jogado, sendo o ponto para vários usuários de drogas e prostitutas se encontrarem.
Luanna subiu para o segundo andar enquanto Cardoso ia para o primeiro verificar por pistas no piso térreo, o segurança assim que eles chegaram que os corpos estavam no ultimo quarto do terceiro andar.
Cardoso encontrou a porta dos fundos arrombada, e sinais de sangue por todos os lados na porta, mas no entanto a entrada dos funcionários estava limpa, provavelmente por que o segurança morava num pequeno cômodo ao lado da entrada, ao contrário do prédio todo aquela parte estava mais limpa e não continha fezes nem nenhum lixo acumulado.
O segurança pediu para sair, precisava ir avisar a família no orelhão da esquina que ele estava bem, se não quando a notícia saísse nos jornais, logo sua mãe que era idosa passaria mal, Cardoso vendo a preocupação do homem deixou que ele fosse mas pediu que voltasse logo para lhe dar mais algumas explicações, o homem saiu quase correndo da cena e logo ele escutou um grito vindo do andar de cima, Luanna tinha se deparado com vários corpos armazenados no buraco do elevador, após olhar lá embaixo ao ver que moscas saíam dali aos montes, de longe era possível divisar mais de trinta cabeças e outros pedaços ali no chão, Luanna gritou por medo, não estava preparada para uma cena como aquela, Cardoso rapidamente subiu os degraus e quando viu a colega quase em estado de choque, olhou pelo buraco e também ficou impressionado com o número de pedaços lá embaixo e naquele instante o rádio dos dois toca, a central acabava de relatar mais um homicídio naquela região, um homem tinha sido alvejado na cabeça enquanto ligava de um orelhão na esquina onde os dois estavam.
_ Merda, o segurança foi morto! Disse Cardoso e saiu dali rapidamente pulando as escadas e deixando Luanna sozinha ali no prédio esperando os peritos chegarem, quando chegou até a esquina encontrou o homem com a cabeça em frangalhos, a munição usada para o atingir tinha sido tão poderosa que havia explodido o crânio dele quase que por completo.
Só era possível reconhece - lo pelas roupas que estava e pela arma que ainda estava na cintura, quando ele se abaixou para tentar achar a cápsula e assim descobrir qual era a arma que tinha sido usada, uma nova bala, passou raspando sua cabeça e por poucos milímetros não o matou ali também.
A munição bateu no poste de telefonia e ao entrar dentro do metal explodiu tombando o poste sobre o policial e o cadáver  que teve algumas costelas fraturadas com o impacto e num instante de pensamento achou melhor fingir que estava morto para que o atirador não tentasse mais uma vez, ficou completamente imóvel por alguns minutos, a dor era muita mais ele se fingiu de morto e provavelmente fez efeito por que após aquele tempo, não houve mais nenhum disparo.
Sua boca saía sangue, sinal que algo estava mal, ele conseguiu libertar um dos braços e chamar por reforços.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...