terça-feira, 28 de outubro de 2014

Inicio; Explicando a origem

a história começa num pequeno povoado a leste do reino, um lugar pacato com povo pacífico e ordeiro, mas que era essencialmente místico e temia qualquer mudança no seu pequeno padrão de vida, acreditando em qualquer tipo de imbecil que fosse capaz de lhes falar algo místico minimo, para eles não importava queriam estar bem com os deuses não importa quais fossem e eu acabei sendo vitima dessa fé cega.

Uma praga esta dizimando as populações ao sul do reino, queria um lugar calmo para pesquisar sobre a cura e tentar salvar meu povo, um lugar onde não tivesse tanto barulho quanto a capital e escolhi aquela pequena vila a leste da capital, esperando ter tempo e sossego que precisava.

Ao chegar na região me instalei numa pequena fazenda abandonada que todos consideravam mal assombrada, ninguém ligou quando eu reergui a sede usando de alguns truques mágicos e passei a trabalhar ali naquele local sossegado, fora da vista dos habitantes que apesar da desconfiança me tratavam com muito respeito.

Mas tudo iria mudar quando a pequena Ana desapareceu próximo ao rio, ninguém encontrava nem o menor vestígio daquela criança, parecia que as águas tinham resolvido traga - lá, mandaram chamar a todos na cidade, enquanto curandeiros e falsos magos pulavam em cima da família tentando extorquir lhes algum bem em troca do paradeiro da filha, fiquei comovido com a cena e resolvi lhes ajudar.

Usei uma poção alquímica que mostra para seu usuário qualquer coisa que seu coração desejar, era conhecida como olho dos sonhos, mas vinha com um preço, por dois dias ficaria impossibilitado de usar qualquer tipo de mágica sem correr sério risco de causar uma explosão ao meu corpo.

Consegui encontrar a criança, vi que ela estava próximo a minha propriedade e montei em meu cavalo, um velho pangaré comprado a preço bem baixo na estrebaria da cidade, mas que me serviu bem, chegamos em minutos e pude encontrar a menina muito cansada, agarrada a uma raiz brava, mas suas poucas forças estavam fazendo a escorregar, foi quando eu usei de minha magia para lhe salvar a vida, puxando para a margem seca, eu sabia que iria morrer, mas naquele instante nada mais me importava, corri para a cidade com a menina comigo e todos ali ficaram felizes com minha chegada.

Mas a alegria deu lugar a dúvida quando os falsos profetas começaram a falar a multidão que eu era a causa de perturbações no clima e de algumas doenças comuns que ocorrem em toda a vila, assim as pessoas passaram a alimentar ódio a meu respeito, tanto rancor pelo bem que fiz que numa noite escutei batidas na porta, quando abro o pai da garota com ar temeroso, vinha me avisar para que eu fugisse pois naquela noite as pessoas da aldeia iriam vir me matar.

Eu ainda estava fraco pelas magias e preparava uma poção para me curar do efeito nocivo daquele meu gesto intempestivo, quando soube que iriam tentar me matar, depois de tudo que fiz? fui tomado pela fúria e peguei meu cajado.

Preparei um ritual muito antigo de maldição, após por para fora o mensageiro pedindo que jamais voltasse ali, essa antiga magia era poderosa de mais e sempre cumpria seu fim: Se algum inocente for morto no lugar onde isso foi realizado, todos os assassinos irão pagar com a vida por toda a eternidade, num suplício de dor e desespero que jamais poderá ser apagado, é algo pior do que ser mandado para o inferno, por que continuas vivo e sofrendo, tanto mentalmente quanto fisicamente, até que a vida se torne pesada demais e a pessoa resolve se matar para acabar com aquele mal.

Terminei a tempo, eles chegaram antes que tivesse como me explicar, não sai de casa, não quis olhar no rosto deles. O telhado queimou rapidamente e com ele a casa toda se desfez, minha pesquisa se perdeu para sempre e com ela as chances de cura para milhares de indivíduos no sul do reino.

Assim acaba a história de Robert Vaineel, um clérigo, pesquisador de moléstias e a partir desse ponto começa a história de Krien, um necromante que carrega consigo a fúria de toda a injustiça que há no mundo.

O que aconteceu após a minha morte, nem eu mesmo sei dizer, meu espírito foi levado há um lugar que entre os magos é conhecido como: tribunal, um templo muito antigo, onde os magos mais poderosos que já existirão estão ali por toda a eternidade para julgar todo o mal que se pratica com o uso da magia.

Naquele momento algo em mim ficou temeroso afinal, eu estava diante dos juízes de toda a magia, os responsáveis por julgar qualquer ato maligno e como minha última ação em vida tinha sido amaldiçoar toda uma vila, esperava algo contra mim, esperava punição severa pela minha raiva.

Mas não adianta conversar com eles, não adiantava desculpas. Esse era o problema, os clérigos são uma das ordens mágicas que necessitavam seguir alguns códigos de bondade, lealdade e fé, que eu desabonei. Se estivesse perante algum Deus eu lhes pediria perdão, mas diante dos juízes não adiantaria nada, perdão é para fracos, súplica é para tolos, diga a verdade e poderá ser livre de suas culpas ou carregar seu fardo com a dignidade que lhe resta.

_ Sua vida, foi de quarenta anos no mundo dos mortais.
_ Você fez boas ações, salvou vidas na maior parte das vezes.
_ Mas em seu momento final, mortal, amaldiçoou uma vila inteira a morte!
_ No entanto a maldição que você lançou sobre eles exige que você escolha o que você deseja ser feito, para reparar ao teu sangue que eles derramaram?

Ao terminarem de dizer essas palavras, os juízes me olharam e naquele instante soube que todo o meu passado estava sendo esquadrinhado por aqueles seres, era como ter alguém olhando dentro de sua alma e buscando cada pedaço do seu ser, em busca da verdade.
Dei um passo a frente perante aquele tribunal e falei em alto tom:
_ Eu quero voltar, com poderes para destruir cada injustiça que fiz e assim espiar minha culpa, eu quero acabar com cada um que pratica o mal, eu quero ver sofrer cada individuo maligno, eu quero ser a última súplica dos moribundos a morrer nas esquinas, eu quero vingança!

_ Se na trilha da vingança você entrar, ganharás a imortalidade e poderás voltar a terra, mas sua vida sera amaldiçoada pela dor, todo inocente que sofrer, dividirá contigo sua dor, viverás como um proscrito que é temido até mesmo por aqueles a quem ajuda. disse um dos juízes, enquanto o outro completou a frase perguntando: _ Tem certeza do que quer? Tem certeza que é capaz de suportar o legado das lágrimas?
_ Eu aceito de bom grado o legado das lágrimas.

_ Então que tu se tornes a sombra da noite, teus poderes de clérigo lhe serão retirados e voltarás ao mundo na forma de um necromante, terás de aprender a viver e a controlar teus poderes.

Ali naquele lugar meu espírito foi corrompido e eu aceitei ser um monstro, alguém que não tinha mais nem mesmo aparência humana, perdi todos os meus poderes, mas ganhei a chance de salvar milhares de pessoas, estaria eu tão errado de querer reparação aos inocentes? Teria eu mudado algo se tivesse chance?

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...