A estranha morte do diplomata Sírio.
Brasília: 24 de dezembro de 2016.
“É interessante como uma morte pode provocar uma escala de eventos bastante sutil, uma engrenagem disposta de tal modo que acaba por moer todos os envolvidos."
Estamos há um dia do natal e eu estava na feira, cobrindo um assassinato ocorrido, uma briga entre dois bêbados que terminou de maneira trágica quando um deles pegou uma garrafa e partiu para cima do outro, golpeando o diretamente no peito, perfurando a veia coronária fazendo com que o adversário caísse no chão já desfalecido, tudo aconteceu muito rápido e os frequentadores do local, não tiveram tempo de impedir tudo aquilo.
Mas depois do fato consumado pelo menos ajudaram a prender o assassino, um pedreiro de nome José, quarenta e três anos e há vinte e nove, um consumidor inveterado de bebidas alcoólicas.
Era apenas mais um caso para o jornal, apenas mais uma página, em que eu colhia testemunhos, quase todos desencontrados e montava uma sequência do que havia ocorrido ali, tudo era muito enfadonho e depois de tirar algumas fotos do morto, tratei logo de sair daquele ambiente, montei o texto base no celular, em uma padaria próxima e guardei no bolso do casaco.
Estava frio aquele dia, fiquei ali sentado num banco nos fundos do local, lá dentro estava escuro e eu pude ver os últimos raios de sol descendo. Era próximo as cinco da tarde e eu estava bastante cansado, tinha passado várias horas trabalhando em diversos casos para o jornal quinzenal: “Relato Policial”.
Já tinha várias matérias e pensava em ir para casa descansar e tomar um bom banho, quando meu telefone toca, era o meu chefe, exigia que eu fosse imediatamente até a embaixada da Síria, pois havia ocorrido alguma coisa ali e como eu conhecia vários policiais e tinha bons contatos tinha sido escalado para cobrir aquele caso, quando ele ouviu minha voz cansada, quis me animar dizendo: “ É provável que isso te dê até um prêmio, agora vai logo!”, e desligou me deixando atônito e enraivecido.
Liguei para um táxi e uma hora depois, tínhamos chegado ao destino, a embaixada da Síria, o local estava cheio de policiais federais e já havia chegado até a equipe de perícia.
Vi diversos funcionários sendo interrogados por um homem de cabelos ruivos, baixo, com cara de poucos amigos. Resolvi que não era hora de me aproximar e esperei até que os interrogados fossem liberados e chamei os para conversar, e assim consegui entender o que havia acontecido.
Nenhum funcionário ficava na embaixada a noite, exceto o diplomata e sua equipe de seguranças, nem mesmo os secretários ficavam ali dentro ao anoitecer. Logo entendi por que a polícia não tinha detido nenhum daqueles funcionários para maiores averiguações.
Os quartos ficavam na ala sul do prédio construído em um formato retangular, sendo que os seguranças ficavam no andar de baixo e somente o embaixador ocupava a parte de cima, em um grande aposento de quase cem metros quadrados.
O corpo tinha sido encontrado pelo secretário que havia saído dali mais cedo em estado de choque, o mordomo do lugar me contou que ele viu a cena do crime e o que havia acontecido era no mínimo selvagem.
O rosto daquele senhor de aparência austera estava branco, e demorou quase meia hora para conseguir me dar algum relato mais sério do ocorrido.
Pela manhã, o secretário foi até o quarto e percebendo que o senhor Ahmed ainda dormia resolveu abrir a porta, pois tinha um chamado urgente vindo de Damasco para ele, pegou uma cópia das chaves numa gaveta no escritório e abriu, quando se deparou com a seguinte cena: O quarto todo estava cinzento, haviam ligado a lareira com as janelas fechadas e era possível cortar o ar, tamanha a quantidade de fumaça, somente quando está se dissipou foi possível ver o corpo morto, a pele estava azulada e o rosto tinha uma aparência monstruosa, o pobre funcionário saiu correndo louco, eu corri para o quarto, puxei o interruptor do exaustor da lareira e pude ver todos os detalhes, o lençol estava coberto de sangue. E todo o tapete parecia coberto de sangue, ele me falou que notará também um fato interessante: Uma das janelas, que dava para um pequeno bosque nos fundos da propriedade tinha palavras escritas com sangue, num idioma que ele não entendia.
O homem não teve tempo de me contar mais nada, pois fora chamado novamente pelo chefe da investigação que queria saber mais sobre o caso todo, provavelmente com o secretário em estado de choque aquele pobre mordomo acabaria detido para mais averiguações.
No entanto em pouco tempo eu também fui chamado e dois policiais vieram me escoltar até a presença do Investigador Medeiros, um homem de grossos cabelos ruivos nariz rombudo e uma atitude grosseira que demonstrava um homem de temperamento bastante explosivo.
_ Quem é o senhor e por que está fazendo perguntas? Exijo ver imediatamente sua carteira de identificação como jornalista! Caso contrário será levado para a delegacia para maiores esclarecimentos.
Pedi permissão a ele e retirei do bolso a minha credencial como jornalista investigativo, ele rapidamente checou tudo e com um riso de escárnio me devolveu dizendo:
_ Um jornalista abutre! Como soube do caso antes do restante dos seus colegas?
_ Meu editor me ligou e disse para eu vir para cá! Ele apenas olhou para um dos agentes e logo soube que meu editor teria explicações para dar.
_ Fui levado para dentro do local, numa sala junto com as testemunhas do caso, e com um riso de escárnio Medeiros disse:
_ Como você chegou cedo ainda me pegou de bom humor, vou permitir que converse com as testemunhas, mas não demore muito, pois é questão de minutos para que seus colegas apareçam e eu não vou deixar todos eles entrarem e saiu me deixando ali no meio de todas aquelas pessoas assustadas.
Não havia muito o que perguntar para eles, boa parte era da equipe de segurança, no entanto consegui um detalhe deles bem importante:
Eles haviam recebido ordens expressas para não irem até o andar de cima durante toda a noite não importasse o que ouvissem e um dos seguranças me contou depois de quase uma hora que naquela noite ele não havia dormido direito e tinha ido até o banheiro lavar o rosto quando escutou uma briga vindo do andar superior, ouviu pessoas discutindo fortemente, mas passados poucos minutos não havia mais nenhum som e como eles tinham ordens expressas para não se intrometer resolveu ir deitar e só na manhã seguinte se deu conta de tudo o que havia acontecido.
Depois de alguns minutos ali naquele lugar, um policial me escoltou até o lado de fora e eu percebi o motivo, vários canais de imprensa tinham chegado ao local e eu tinha estourado a minha permissão para ficar ali dentro.
Sai dali e fui logo cercado por vários colegas de outros jornais e emissoras que queriam mais detalhes, no entanto não conseguiram nada de mim, pois estava tão cansado que mal conseguia falar, fui para casa com a certeza que aquilo tudo que eu ouvira e anotará seria realmente algo grande, só não esperava que fosse tão imenso como horas mais tarde se mostraria.
O quase sequestro da filha do embaixador Russo
Brasília 25 de dezembro de 2016
Não me lembro como cheguei em casa, só sei que acordei tarde, por volta do meio dia, ainda estava vestindo as roupas do dia anterior, sinal que tinha me deitado de qualquer jeito no sofá.
Meu celular tinha acabado a bateria, coloquei o para recarregar e fui tomar banho, mas antes que eu ligasse o chuveiro, mais de trinta mensagens e pelo menos umas cinquenta ligações apareceram na tela.
O aparelho parecia possesso, apitando como louco, corri para ele e fui lendo as mensagens, muitos queriam saber o que tinha acontecido na embaixada, outros tantos números de ligações eram do meu chefe, mas naquela hora uma mensagem somente chamou minha atenção: Minha namorada tinha terminado tudo comigo, após eu não aparecer em mais um encontro.
Depois de ler a mensagem dela, me xingando deixei o celular em cima de uma pequena mesa e sai para meu banho, mas mal tive tempo de me vestir quando apareceu na minha porta o motorista do jornal, batia na porta, com força gritando meu nome, confesso que fiquei assustado, por que conhecia a voz do Joaquim e sabia que ele só carregava repórteres como eu em casos graves.
Atendi a porta e o motorista me contou que o chefe desejava falar comigo rapidamente, queria minha crônica para ontem e estava nervoso demais pelo fato de eu não ter atendido ao celular.
_ Vamos logo senhor Orzikoff ou o seu Mário vai ter um ataque!
Sai de casa com meu celular e minhas anotações e percorremos as ruas rapidamente, sem falar nada, o pobre motorista dava sinais de bastante apreensão, o suor corria em seu rosto mesmo estando um dia frio com céu nublado.
Quando paramos na sede do jornal, pude perceber o motivo, o dono do lugar parecia estar próximo a um ataque cardíaco, quando eu cheguei deu um berro me chamando para sua sala.
_ Onde você esteve? Por que não atende essa porcaria de celular?
_ Cadê sua coluna? Anda me fala algo?
A cada palavra o rosto daquele homem parecia se avermelhar mais, e quando ele terminou de me perguntar pensei que o coração dele iria parar ali na minha frente.
_ Não tenho culpa se o senhor me força a trabalhar em turnos de vinte e quatro horas e não me permite nem descansar, além de me deixar com as piores reportagens.
_ Sou mandado para todos os casos mais terríveis, simplesmente por que o senhor quer, portanto diminua a voz, pois caso contrário vendo toda a história para um jornal maior em troca de um salário menor e uma jornada de trabalho menos estafante.
Eu sabia que aquela era a oportunidade de pedir um aumento, pois o editor estava em minhas mãos e sai com a face de alguém que tinha sido bastante ofendido, rumo a porta.
_ Seu verme maldito! O que quer para ficar aqui?
_ Que tal começar com um pedido em bons modos e uma das motos do jornal para eu não precisar ficar gastando dinheiro com táxis e ônibus.
Ele pegou um lápis e quase o quebrou com uma mão só, parecia estar tentando se controlar e então me disse já um pouco mais calmo:
_ Tudo bem, pode pegar uma das motos, agora já para sua mesa e escreva rápido essa história!
_ Pode me dar a chave da moto? Ele me olhou parecendo que iria me engolir, mas percebendo a situação abriu a gaveta e tirou de lá uma chave que atirou na minha direção.
_ Tome e saiba que se ela voltar com um arranhado é bom você ter uma bela história para contar ou estará demitido para sempre.
Peguei a chave e sai rapidamente da sala enquanto o velho tinha uma crise histérica e xingava até os retratos dos seus antepassados pregados na parede.
Corri para minha escrivaninha e relatei cada um dos fatos que consegui coletar tanto da história da feira quanto do ocorrido na embaixada. Era perto das três horas quando terminei e mandei para o revisor, no dia seguinte sairia a última edição do ano e por isso todos estavam ali, mesmo sendo dia de natal.
O revisor gastou meia hora para corrigir meu texto e em cada página parecia querer me dar uma aula de gramática, mostrando meus erros de linguagem, meu excesso de vírgulas e algumas repetições de palavras desnecessárias.
Mas tão logo aquela aula acabou, meu texto foi enviado para o chefe e como até as cinco horas da tarde ele não havia me mandado ir na sala dele, eu estava liberado. Poderia ir a Goiânia e chegar a tempo de comemorar o natal com minha avó!
Desci até a garagem do jornal, girei a chave da moto e sai dali, fui andando pela cidade como há muito tempo eu não fazia, esperava chegar em casa em alguns minutos no entanto quando passava por uma avenida há poucas quadras do congresso nacional, vi um grupo de homens fecharem uma limousine oficial na minha frente, estavam em carros populares, mas armados para uma guerra.
Eu parei a moto e fiquei vendo tudo aquilo, ao longe pude ver um helicóptero de telejornal vendo toda a cena, provavelmente aquilo estaria em questão de minutos em todas as TVS do país.
Foram rajadas e mais rajadas, até que os seguranças saíram do carro, atirando e em questão de minutos foram alvejados pelos bandidos que estavam em maior número e tinha mais poder de fogo.
Nesse instante eu vi uma jovem, magra de rosto delicado e cabelos ruivos abrir a porta do carro e sair correndo, dois dos criminosos saíram em disparada atrás. Logo entendi que ela era o alvo e num instante de heroísmo, acelerei a moto e corri em direção a ela, segurei a pelo braço e rapidamente dei meia volta e sai em uma corrida suicida.
Os homens voltaram para dentro dos carros e em questão de minutos estavam atrás de mim, mal tinha tempo para pensar, a jovem na garupa estava tão agarrada a meu peito que estava quase me sufocando, lágrimas caíam de seus olhos, corria por entre o trânsito, não sabia o que fazer, quando por sorte me situei que estava próximo da sede da polícia federal.
A moto estava quase sem gasolina após quase uma hora de perseguição, mas consegui chegar até lá, quebrei o portão do lugar e me instalei lá dentro. Os bandidos não ousaram passar e segundos depois, eu e a jovem estavamos cercados de policiais que nos levaram para uma sala de interrogatórios.
Mal tive tempo para fazer uma pergunta para a jovem antes que Medeiros chegasse na sala, pelo menos agora eu sabia quem havia salvo a vida: Morgana Tripnovich, a filha do embaixador russo.
Medeiros foi meio zombeteiro comigo, dispôs os objetos que foram encontrados conosco na nossa frente enquanto ia rindo.
_ Ontem como um mero repórter, hoje como herói russo! Devo admitir que seu nome Jeremias Orzikoff será rapidamente lembrado tanto quanto o de seu pai, correspondente morto pelas ASFARC, numa cobertura na selva Venezuelana, três anos atrás.
Senti na fisionomia dele que estava se divertindo nos mantendo presos ali dentro até que ouvi uma pancada na porta e entrou o superintendente da polícia federal e mandou que o subordinado saísse dali e logo atrás chegou um homem forte, medindo quase 2 metros de altura e abraçou a jovem ao meu lado, quase ao ponto de esmaga - la.
Os dois trocaram algumas palavras em um idioma que eu não conhecia e logo o homem deixou a moça de lado e me deu um abraço também e confesso que até hoje minhas costelas ainda reclamam daquela efusividade toda.
O homem gritou com o superintendente e logo todos nossos bens foram devolvidos inclusive a chave da moto do jornal e só naquele instante eu percebi que estava desempregado de qualquer jeito.
Caminhei até a garagem do lugar, pensando que ficaria devendo para o jornal e em todas as desculpas que eu teria de dar. Confesso que naquele momento minha cabeça recuperou a noção dos fatos, foi como se a realidade caísse em cima de mim com o peso de um elefante.
Saí dali arrastando a moto que tinha a roda da frente completamente danificada, após termos arrombado o portão.
Quando chego na rua, encontro um carro com a porta aberta me esperando, rapidamente dois homens de um guincho levaram minha moto e eu fui conduzido para dentro do carro e mal terminei de me sentar quando aquele homem grandalhão disse:
_ Precisamos conversar! E saímos dali em direção a embaixada russa, para uma conversa que seria surpreendente.
sábado, 31 de outubro de 2015
domingo, 18 de outubro de 2015
O fim de um anjo mercenário
Introdução
-
Talvez toda essa história de começar a caçar demônios tenha sido
apenas uma piração da minha cabeça. Sabe como é o céu? Um lugar
monótono onde se discute guerras e ataques mas muito pouco se tem de
ação!
- Eu
fui criado para a batalha e com essa missão me voluntariei para ser
parte de uma divisão de angelicais treinados para viver entre
mortais e matar qualquer influência maligna que viva entre meio a
eles.
- Na
verdade tem mais de cinquenta anos que não vejo nenhum dos meus
antigos aliados, até que ela apareceu no alto daquele prédio,
esquartejada e sem sangue, deu uma repercussão danada em São Paulo
e eu logo fiquei sabendo.
- Ela
era o mais perto de uma família que eu já tive, me ajudou algumas
vezes quando eu estava perdido no álcool, sim pode parecer estranho,
mas eu por um tempo perdi qualquer vontade de viver e cai para a
bebida até ela me resgatar em pleno ano de 1939, na cidade de Roma e
por um tempo nós até tivemos algum relacionamento até que numa
manhã ela ficou sabendo do que aconteceria nos campos de
concentração de Hitler durante a segunda guerra e resolver ir
ajudar! Saiu a noite e me deixou sozinho numa vila próxima a Roma.
- É
estranho contar minha história para um pedaço de papel, se um
humano ler isso pode até pensar que eu enlouqueci ou que sou um bom
escritor, mas os fatos aqui narrados são totalmente reais! Tão
reais que não me deixam descansar tem mais de noventa anos.
Capítulo
1 - retomando o passado
Eu sou
um Querubim, um anjo designado para a batalha, não sou bom com
planos, nem tenho muitos truques na manga, poderes psíquicos ou
coisas do tipo.
Não
tenho por que nunca tive muita paciência para aprender, se fosse
humano muitos falariam que tenho hiperatividade e talvez essa gana
por ação seja a única coisa boa que tenho.
Já
enfrentei mais demônios e outros seres das profundezas do que
consigo me lembrar e olha que tenho uma memória até relativamente
boa.
Depois
das guerras contra o mal, onde acabei conseguindo uma bela cicatriz
abaixo do olho direito que me deixou cego deste, o céu foi ficando
mais louco com um ódio pela humanidade que transbordava em ira e uma
paranoia por ataques e mais ataques sem sentido até que por volta do
ano quatro dos humanos tudo foi parando, o paraíso entrou numa
guerra fria e muito pouco era feito desde então!
Ficar
parado treinando para algo que nunca vinha, esperar inimigos que só
irão chegar quando o último dia chegar! É uma tortura mental para
alguém que foi feito para ação! Minha natureza é feita para a
guerra não importa por que ou sobre o que, pelo menos era assim que
eu pensava até poucos dias atrás.
Uma
missão especial precisava dos melhores de cada casta e para a
escolha de um querubim para ser enviado a Terra houve um grande
duelo, uma peleja simples e direta onde todos os soldados da minha
casta foram reunidos num amplo espaço aberto com uma regra simples:
O último que ficasse de pé seria o campeão!
Eu
venci depois de lutar como um louco contra caras cinco vezes maiores
que eu! Queria ir para a terra, não por nenhum interesse maior!
Apenas queria um pouco de ação e entre os humanos eu teria isso aos
montes! Assim quando tudo terminou e eu fui apresentado aos outros
cinco caras da minha missão, na verdade achei todos eles um bando de
panacas e só fiquei feliz mesmo quando me entregaram uma pequena
adaga especial para matar demônios e outros seres das trevas, a arma
tinha sido feita da essência do pai e era uma poderosa arma mágica
contra qualquer ser da escuridão!
Depois
veio o treinamento! Mal prestava atenção nas lições que não
envolvessem combate direto e simples, estava amando minha nova arma e
mal pude me conter quando fomos levados a um vórtice e mandados para
a Terra por tempo indeterminado.
Fomos
separados durante a viagem e eu fui parar no meio da floresta no sul
da península de Yucatan, onde hoje é o México! As manifestações
de demônios ali eram constantes, além de deuses antigos, na verdade
não me incomodava muito nada disso! Apenas lutava nas guerras deles
como um soldado e logo conseguia oferendas, honras e mulheres!
Quando
cai a Terra me apaixonei por sexo e bebidas, com a mesma intensidade
com que gostava de matar! Tinha me tornado devasso por natureza e
depois de alguns acordos com os deuses antigos consegui enfim limpar
minha área, sem derramamento de sangue nem nada do tipo! Apenas
convidei os para se banquetear comigo e eles não vendo nenhum perigo
vieram em massa!
Foi
quando eu os trai na frente de todos e os matei na frente da minha
pequena tribo! Ataquei os antigos deuses e um a um os matei!
Não
acredite em mim quando digo que não derramei sangue por que fiz isso
aos montes! Vivi tempos tranquilos, cometendo todos os pecados
descritos nos livros sagrados!
Vivia
bem entre os Astecas a quem ajudei a tornar a maior tribo de todas e
passei a ser conhecido como o deus dragão, até que certo dia fui
chamado a Inglaterra por um emissário dos céus!
Era um
assunto urgente! Alguém tinha matado um anjo da guarda naquela
localidade e precisava se encontrar o assassino em poucas horas antes
que a paz fosse desfeita e uma guerra generalizada recomeçasse!
Parti
e deixei minhas esposas chorando, Montezuma foi comigo até o mar
onde mostrei minhas asas e parti! Aquela seria a última vez que os
veria, os Espanhóis massacrariam meu povo antes de eu poder voltar
para defender a eles que consideraram os inimigos como deuses por
terem a pele igual a minha!
Atravessei
o oceano até chegar a ilha inglesa! Cheguei lá bem cansado! Poderia
ter usado os portais para chegar mais rápido, mas me sentia enjoado
fazendo essas viagens dimensionais, por isso corri o risco de viajar
usando minhas próprias asas.
Cheguei
na região próxima as pŕaias do Devonshire a noite e sem saber
falar nenhuma língua parti para uma cidade onde roubei umas roupas
na aldeia e matei com as mãos nuas, um carneiro e comi assado num
fogo improvisado dentro de uma caverna!
Parti
pela manhã avançando pelas estradas, andando como um mendigo até
que cheguei nos arredores de Londres, sentindo o cheiro de mágica,
adentrei numa fazenda onde ao chegar próximo a um antigo barracão
clássico vi um grupo de homens adorando a uma súcubos, um demônio
sexual que se alimenta da virilidade de trouxas como aqueles!
Eu mal
tinha aura de anjo depois de todos os pecados que tinha cometido
portanto não era difícil me esconder mesmo durante o dia!
Acessei
um portal onde guardava minhas armas e munido de minha faca mágica
acessei ao recinto na esperança de poder mata - la rapidamente
quando os homens entrassem em transe. No fim das contas acabei
matando ela e todos os outros, com meus instintos de caçador
derrubei dois sentinelas com uma pedra e com meus conhecimentos de
linguagem animal fiz os cavalos saírem correndo deixando os sem
chance de fugir!
Ao
entrar no lugar percebi que tudo ali remetia ao mal e sinceramente um
frio percorreu minha espinha! Ver tantas magias escritas nas paredes
me deu um pouco de medo, mas logo a adrenalina banhou meus sentidos
quando uma bala trespassou meu ombro atingindo um pouco alto apesar
de ter sido mirada no meu coração!
- Olá
pessoal aqui é o Paradoxo e a história desse caçador angelical
terá suma importância para todos, seu nome é César e ele é um
sobrevivente da primeira noite eterna, onde as criaturas das trevas
fizeram um eclipse que durou um mês exatamente, seus poderes são
muito além do que se espera e mesmo ele não podendo mais voltar
para o céu por seus pecados ele pode ser a única esperança de
salvação para o mundo frente aos perigos que se descortinam a nossa
frente.
O
primeiro confronto contra um demônio.
Fui
adentrando pelos quartos daquela residência maldita, vendo por todos
os lados corpos de homens e mulheres que morreram de prazer em meio
as orgias orquestradas por aquela maldita.
Fui
encontrar ela se deliciando enquanto quatro idiotas estavam na sua
frente completamente nus e o chão ao redor estava completamente sujo
de esperma, ela nem notou minha presença até que arremessei a cama
onde ela estava para fora da casa
Ao
cair ela saiu da cama se espatifando no chão, quebrando uma das
pernas no processo e antes que tivesse chance de fazer alguma coisa a
cama pesada feita com madeira nobre caiu sobre ela, o peso da cama
fez ela fraturar a cabeça e sua real forma apareceu diante de todos
a luz do sol!
Um
demônio de meio metro com olhar depravado e uma cara pouco
satisfeita olhava a casca de onde tinha sido arrancado apodrecer sem
ele lá dentro e antes que pudesse olhar para cima eu estava em cima
dele, acertei o com uma facada que acertou o bem no alto da cabeça
com uma força descomunal afundando até o fim!
Ele
explodiu segundos depois estourando pedaços de seu corpo por todos
os lados e deixando um cheiro de enxofre insuportável! vomitei minha
comida pois o cheiro daquele maldito estava forte demais, prova que
ele já tinha corrompido muitos otários em troca de favores sexuais!
- Os
humanos aceitam fazer qualquer idiotice desde que lhes seja prometido
algum favor além de sua compreensão, esquecem que no mundo deles e
no mundo dos espíritos a regra do nada vem de graça é uma máxima
poderosa que não pode ser negada de jeito nenhum!
Voltei
para a casa da fazenda e todos os corpos estavam mortos, varri tudo
para fora e coloquei numa pequena vala aquele monte de corpos
apodrecidos, incluindo até os panacas que estavam sobre o controle
dele para serem suas vacas leiteiras, matei os também e joguei no
poço.
Um dos
poucos rituais que aprendi enquanto era treinado foi o da
purificação, que consistia em orar a Deus enquanto jogava se sal e
selava o poço cavado meditando bençãos para os corpos demoníacos
assim estes e os humanos a quem afligirão são libertados para
seguirem seus caminhos tanto para o céu quanto para o inferno.
Depois
que fiz o ritual e dei uma faxina na casa resolvi que ali seria um
bom lugar para residir! Arrumei algumas janelas quebradas e limpei
todos os cantos onde havia sangue, deixando a casa sem nenhuma marca
que ali residia um demônio! Um bom trabalho para mim que não tinha
aprendido muito além das formas mais eficazes de se golpear um ser
das trevas!
Um
fim estranho
Eu
sentia saudades de minha casa, do outro lado do Atlântico, mas
resolvi cumprir minha missão e assim fui farejando por Londres em
todas as partes, caçando cultistas e pequenos demônios, nenhum
destes no entanto tinha força para matar a um anjo da guarda,
criatura muito antiga e que conseguia resistir a toda sorte de
ataques mentais, corporais tanto os efetuados com armas quanto
aqueles feitos com magia.
Minhas pistas se perderam no norte, perto da cidade
de Reading, quando eu decidi voltar para a capital, estava escuro
próximo a velha estação, mas para alguém com meus poderes dava
para ver bem para onde estava indo, foi quando eu vi a presença de
um ser que todos temem: A morte, uma mulher de meia idade de longos
cabelos negros, pelo branca que veio se dirigindo em minha direção,
parecia disposta a me matar, sai correndo com medo, demorava muito
para invocar as asas e minha adaga funciona somente em uma curta
distância e todos sabem que a curta distância a morte é
completamente fatal.
Mas
as pernas falharam quando eu me vi próximo ao parlamento, depois de
ser perseguido por toda a Londres antiga, olhei de relance para trás
e lá estava ela e ao longe pude ouvir o soar do relógio: _ Meia
noite, pensei.
De
repente, ela estava diante de mim, vestindo somente uma camisola
negra, sem foice, nem arma e me deu um beijo que me fez cair ali
diante de uma multidão e saiu, no entanto aquilo não me matou
totalmente, apenas roubou minha imortalidade, me deixando vulnerável
ao final que viria a seguir: Uma série de bandidos controlados por
um Deus antigo mercenário, o perverso Apolo, apareceram antes que eu
pudesse me levantar, colocaram meu corpo num carro e saíram rodando
comigo até o interior da Inglaterra, paramos próximo a um bosque,
onde um homem bastante velho lia umas inscrições bem arcaícas
enquanto eu era levado para a mesa de sacríficio e tinha meu coração
arrancado por meio do uso de minha própria arma.
E
foi assim que tudo, ocorreu, peço clemência diante do tribunal dos
arcanjos e não tenho nenhuma alegação ou defesa perante a essa
corte.
Foi
isso que eu disse após terminar meu depoimento frente aos três
maiores, contudo minha sentença foi ser banido para o inferno,
afinal tinha me tornado pecaminoso para voltar a minha antiga casa e
não merecia nenhum perdão, mesmo tendo feito atos de bondade, nada
apagaria meus crimes e ofensas as regras.
_Você
está se perguntando como está lendo essa história? Bem isso são
apenas alguns mistérios que o tempo não revela.
A negociadora de arte e sangue.
Morgana
era uma grande negociadora de arte, viajava o mundo vendendo e
comprando arte nos melhores lugares, conhecia todas as boas casas de
penhores e logo fez fama internacional.
No
entanto não esperava se tornar uma vampira quando foi a Paris na
casa de um tal Duque Le Fort, que prometeu lhe mostrar artes
medievais de alto valor.
Ficaram
conversando preços até a noite, quando ele avançou para cima dela
e lhe mordeu todo o sangue dando lhe uma gota do seu fluído vital e
assim a transformando numa vampira.
Existe
um código entre os vampiros que so permiti transformar humanos
aprovados pelo conselho e como o Duque descumpriu essa regra, duas
noites depois, enquanto a jovem passava pela transformação em uma
cripta no subsolo da casa do nobre, ele foi assassinado numa caçada.
No
entanto, o conselho decidiu não matar a cria do nobre e assim ela
passou a viver naquele local, com permissão de atacar somente quando
necessário e que a partir dali era pagaria todo mês uma quantia
para poder ter um suprimento de bolsas de sangue desviado do
hospital central de Paris.
Com
medo e cercada de outros seres que não conhecia a pobre jovem
aceitava qualquer coisa, seu corpo magro tinha adquirido algum
vitalidade com a transformação, mas sua pele tinha se tornado quase
translúcida e a fome começou a tomar conta dela, era uma fome
abissal, aterradora e naquela noite ela fugiu e foi até a cidade de
Reims, não aguentava de fome e escolheu um rapaz bonito que saía de
um bar, suas roupas estavam sujas completamente rasgadas, mas mesmo
assim ela foi até ele, gritava e logo todos pensaram que ela estava
sendo seguida, chamaram a polícia pensando que a jovem estava sem
cor devido há algum susto.
Por
sorte o alvo era médico e saia do bar com os amigos após mais uma
semana de boas cirurgias realizadas, colocou a no carro, mas a
caminho do hospital, ela o atacou, dando um pulo do banco de trás e
mordendo a veia do pescoço do jovem, fazendo com que eles capotassem
o carro.
O
médico morrerá na hora, ao longe ela podia ouvir barulhos de sirene
e rapidamente se evadiu dali, passou semanas vagando pelas florestas,
dormindo em buracos, sempre escolhendo homens bonitos para serem suas
vítimas, agricultores fortes em geral eram seu prato preferido.
Até
que depois de quinze dias ela foi levada por dois seguranças até o
seu castelo, um homem baixinho sorriu ao vê – la entrar segura
pelos dois homens.
_
Sempre deixamos um vampiro aproveitar suas primeiras noites
livremente, mas a lua mudou e você agora precisa aprender sobre o
nosso mundo.
E
assim pelas semanas que se seguiram, ela passou a saber quase tudo
sobre a hierarquia vampírica, até que no último dia da visita,
quando a fome já corróia sua mente, o baixinho olhou para ela e
disse:
_
Pegue sangue na geladeira e beba, vai te fazer bem, a propriedade e
tudo mais lhe pertence agora. Use com parcimônia e saiu rindo.
Uma
vez por semana ela tinha a geladeira reabastecida, provavelmente
durante o dia e no restante do tempo ficava lendo os diários e
livros na biblioteca, até que uma forte solidão se apossou dela e
resolveu voltar a negociar arte, mas dessa vez com os vampiros e
seres noturnos.
Resolveu
que voltaria a trabalhar, pois precisava ver pessoas, se divertir, ou
acabaria morrendo de tédio e solidão.
E
assim voltou ao ramo das artes e uma vez por ano, ela escolhe entre
os novos pintores, que mais a impressionaram um que terá a vida
eterna, em geral o conselho sempre aceita, pois ela tem grande
influência sobre vários nomes, tendo conseguido quadros para estes
com inestimável valor.
Dizer
que a história acaba aqui seria um erro, pois a jovem Morgana, que
adotou o codinome Sendy no mercado paralelo das artes, estará viva
até o fim dos dias. Uma vida de sangue, arte e luxo.
domingo, 11 de outubro de 2015
Uma vingança fatal
Entre as muitas face do amor, o sentimento de posse e de rejeição, são as que mais assustam quando potencializadas junto com a raiva.
Janielly passou a ser conhecida em toda a pequena cidade de Prudentopólis depois de se abandonada no altar, pelo seu noivo.
A vergonha, os risos e a zombaria que sofreu além do prejuízo fizeram na entrar em uma depressão que se arrastou por longos meses.
Até que um dia sua mãe conseguiu leva - la para dar uma volta na praça com muito custo ela foi e lá viu seu ex - noivo, que nunca tinha ido vê - la nem para dar explicações, beijando uma moça, próximo a uma árvore.
Ela viu a cena e ficou terrivelmente nervosa e correu até lá, ele ao vê - la saiu correndo deixando sua namorada como alvo para ela, a moça mesmo sem entender, apanhou até a polícia chegar, chegando a ter diversas fraturas no corpo.
A família juntou o dinheiro necessário e pagou a fiança, ainda na delegacia foi informada que não poderia chegar perto de seu noivo, mas ainda naquela noite, pulou a janela de sua casa e atravessou a cidade indo até a casa do traidor.
Ela deu a volta na casa e pulou o muro, os cachorros, a conheciam e nem sequer latiram, ela entrou pela porta da cozinha, sabia que o pai dele que era vigia noturno chegava tarde e a família deixava a chave atrás de uma plantinha numa pilastra próxima, pegou a chave, e muito sorrateiramente, foi até a cozinha, procurou uma faca, testando na própria mão, em busca da mais afiada, fazendo cortes superficiais, quando achou uma que só era usada em dias de churrasco, feita de uma material especial, aquela era a preferida do pai do jovem, pegou e foi para o quarto do rapaz, com todo o cuidado, entrou e girou a chave trancando se lá dentro com ele, chegou bem perto dele e não conseguia mais sentir nenhum tipo de amor, seu coração estava tomado pelo ódio, ela respirou fundo próximo ao corpo adormecido, sentindo um leve latejar na mão, olhou para aquele que jurara lhe amar e desferiu o primeiro golpe bem na virilha, de maneira transversal, no entanto a faca ficou com a ponta presa no osso da bacia e os gritos fizeram acordar a mãe dele que implorava para que o filho abrisse a porta.
Ela entrou em luta corporal, tentando esgana - lo, depois de ver que sua arma não poderia ser mais retirada, contudo o rapaz agora estava de pé e mesmo sangrando muito conseguiu se defender e num impulso lançou a moça contra a janela que com o choque se despedaçou, fazendo com que ela caísse com a cabeça em cima de uma serrote que ficava guardado na parte lateral da casa, próximo ao muro com os dentes virados para cima.
O ex - noivo morreu agonizando no hospital com infecção generalizada, o corte tinha estourado seu rim e a urina se espalhou pelo corpo todo, apodrecendo o por dentro, em seus últimos momentos nem mesmo os médicos conseguiam chegar perto dele sem sentir vontade de vomitar.
Janielly morreu no local, o estranho é que segundo os relatos dos peritos, ela parecia estar rindo, uma risada fatal de quem viu o amor e o ódio, cumprindo uma vingança fatal que lhe custará a vida.
Janielly passou a ser conhecida em toda a pequena cidade de Prudentopólis depois de se abandonada no altar, pelo seu noivo.
A vergonha, os risos e a zombaria que sofreu além do prejuízo fizeram na entrar em uma depressão que se arrastou por longos meses.
Até que um dia sua mãe conseguiu leva - la para dar uma volta na praça com muito custo ela foi e lá viu seu ex - noivo, que nunca tinha ido vê - la nem para dar explicações, beijando uma moça, próximo a uma árvore.
Ela viu a cena e ficou terrivelmente nervosa e correu até lá, ele ao vê - la saiu correndo deixando sua namorada como alvo para ela, a moça mesmo sem entender, apanhou até a polícia chegar, chegando a ter diversas fraturas no corpo.
A família juntou o dinheiro necessário e pagou a fiança, ainda na delegacia foi informada que não poderia chegar perto de seu noivo, mas ainda naquela noite, pulou a janela de sua casa e atravessou a cidade indo até a casa do traidor.
Ela deu a volta na casa e pulou o muro, os cachorros, a conheciam e nem sequer latiram, ela entrou pela porta da cozinha, sabia que o pai dele que era vigia noturno chegava tarde e a família deixava a chave atrás de uma plantinha numa pilastra próxima, pegou a chave, e muito sorrateiramente, foi até a cozinha, procurou uma faca, testando na própria mão, em busca da mais afiada, fazendo cortes superficiais, quando achou uma que só era usada em dias de churrasco, feita de uma material especial, aquela era a preferida do pai do jovem, pegou e foi para o quarto do rapaz, com todo o cuidado, entrou e girou a chave trancando se lá dentro com ele, chegou bem perto dele e não conseguia mais sentir nenhum tipo de amor, seu coração estava tomado pelo ódio, ela respirou fundo próximo ao corpo adormecido, sentindo um leve latejar na mão, olhou para aquele que jurara lhe amar e desferiu o primeiro golpe bem na virilha, de maneira transversal, no entanto a faca ficou com a ponta presa no osso da bacia e os gritos fizeram acordar a mãe dele que implorava para que o filho abrisse a porta.
Ela entrou em luta corporal, tentando esgana - lo, depois de ver que sua arma não poderia ser mais retirada, contudo o rapaz agora estava de pé e mesmo sangrando muito conseguiu se defender e num impulso lançou a moça contra a janela que com o choque se despedaçou, fazendo com que ela caísse com a cabeça em cima de uma serrote que ficava guardado na parte lateral da casa, próximo ao muro com os dentes virados para cima.
O ex - noivo morreu agonizando no hospital com infecção generalizada, o corte tinha estourado seu rim e a urina se espalhou pelo corpo todo, apodrecendo o por dentro, em seus últimos momentos nem mesmo os médicos conseguiam chegar perto dele sem sentir vontade de vomitar.
Janielly morreu no local, o estranho é que segundo os relatos dos peritos, ela parecia estar rindo, uma risada fatal de quem viu o amor e o ódio, cumprindo uma vingança fatal que lhe custará a vida.
Uma carta fatal
João era um funcionário dos correios, semi - analfabeto, que num momento de descuido acabou levando uma família para uma tragédia.
O nome do destinatário de uma carta enviada do exterior era Maria Nicodemos, e ele entregou a carta para uma jovem estudante chamada Maria Nicole Lemos, quem recebeu o pacote foi o pai da moça, um homem bastante irritadiço que raramente estava bem e controlava sua casa com mãos de ferro, sendo conhecido no distrito policial com uma ficha gigantesca de processos por agressão a sua esposa e filhas.
Seu Lemos era marceneiro, passava boa parte do dia trabalhando, mas para o azar de sua filha, naquela tarde ele havia chegado mais cedo e vendo a carta que o funcionário dos correios lhe entregará, se encheu de curiosidade e abriu a.
Lá dentro um homem chamado Joaquim, falava para sua amada, que o esperava para casar havia algum tempo, morando numa vila afastada na condição de professora de alfabetização.
O apaixonado contava mil juras de amor e prometia levar a moça para morar na capital.
O pai da jovem, lendo aquilo foi ficando com raiva, a filha tinha saído para o colégio e quando chegou ao abrir a porta, foi recebida com uma martelada no crânio, o pai ao ver se cercado de vizinhos que queriam lhe linchar, fugiu jurando matar a toda sua família.
Vagou pelas redondezas da cidade, se mantendo em um sítio bem afastado, onde todos julgavam ter fantasmas, uma antiga casa colonial, que havia sido cenário para uma epidemia de peste, ainda durante o Brasil império.
A mãe da jovem assassinada, numa atitude extrema comprou de um traficante, uma arma que passou a guardar na bolsa e todo dia ia buscar as filhas na escola, os vizinhos lhe contavam que seu marido era visto rondando por perto e apesar dos esforços da polícia, ele não era preso, pois quando jovem tinha o hábito de andar a cavalo pelas matas próximas a pequena cidade e com isso tinha adquirido conhecimento sobre todas as trilhas da região, e conseguia despistar os homens da lei em meio aos matagais.
Numa tarde quando a mãe voltava para casa, encontrou a porta da frente aberta, tinha sido arrombada por um pé de cabra, a mulher gritou pedindo socorro e no mesmo instante voou de dentro da casa uma faca que a acertou no peito, matando a na hora, as crianças tentaram correr, mas foram pegas pelo pai, que se trancou dentro de um dos quartos.
A menor havia se agarrado a bolsa da mãe e em lágrimas parecia não entender que ela partiu quando foi puxada pelo pai para dentro do cômodo.
As duas irmãs que sobraram tinham 5 e 3 anos de idade respectivamente, e o pai acuado, tirou o cinto da calça e começou a enforcar a maior enquanto a menor assistia tudo.
A criança em seus últimos suspiros se debateu e a bolsa jogada no chão foi aberta e de dentro dela caiu a arma.
Apesar dos protestos da mãe, para que a filha mais nova não assistisse filmes e noticiários violentos, ela gostava disso e num instante pegou a arma, seu pai estava de costas, rindo como um possesso, e falando para o cadáver erguido de sua irmã, que não tinha criado filhas para se tornarem vadias e que elas estavam tendo a lição que mereciam. A criança pegou a arma levantou disparando a e caindo para trás com o golpe, o tiro foi certeiro e deixou seu pai na cadeira de rodas para sempre, pois atingiu a medula.
No entanto o criminoso não foi levado para o hospital, a população vendo as duas crianças assassinadas, terminou o trabalho levando o corpo sangrando do assassino para fora e o matando a pedradas e logo após atearam fogo no corpo, enquanto algumas mulheres choravam a criança com maior idade que tinha morrido e a mãe, ligando desesperadas para uma ambulância afim de salvar a que havia disparado, que tinha um ferimento realizado pelo contra - golpe da arma que sangrava muito no alto do crânio.
A polícia chegou uma hora depois da chamada, junto com a ambulância. A criança ganhou os jornais e acabou recebendo um destaque extremo pelos abutres que vivem de relatar as tragédia, e que são contra a defesa das vítimas, criticando brutalmente a mãe por ter comprado uma arma e não confiado cegamente sua vida nas autoridades, mesmo que nos mesmos jornais passem todos os dias casos de mulheres assassinadas, após fazerem extensas quantidades de boletins de ocorrência e verem seus agressores não passarem nem uma noite na cadeia e voltarem ainda mais violentos.
Essa história de tantas tragédias teve um fim igualmente trágico, a sobrevivente passou a infância inteira numa cadeira de rodas, o traumatismo causou uma lesão nos movimentos e ela ficou deficiente para o resto dos seus dias.
Não teve família e viveu seus sessenta anos entre clínicas de reabilitação e hospitais psiquiátricos acometida de crises de pânico intensas, onde mal conseguia se mover por ter o medo lhe cegando os olhos.
O nome do destinatário de uma carta enviada do exterior era Maria Nicodemos, e ele entregou a carta para uma jovem estudante chamada Maria Nicole Lemos, quem recebeu o pacote foi o pai da moça, um homem bastante irritadiço que raramente estava bem e controlava sua casa com mãos de ferro, sendo conhecido no distrito policial com uma ficha gigantesca de processos por agressão a sua esposa e filhas.
Seu Lemos era marceneiro, passava boa parte do dia trabalhando, mas para o azar de sua filha, naquela tarde ele havia chegado mais cedo e vendo a carta que o funcionário dos correios lhe entregará, se encheu de curiosidade e abriu a.
Lá dentro um homem chamado Joaquim, falava para sua amada, que o esperava para casar havia algum tempo, morando numa vila afastada na condição de professora de alfabetização.
O apaixonado contava mil juras de amor e prometia levar a moça para morar na capital.
O pai da jovem, lendo aquilo foi ficando com raiva, a filha tinha saído para o colégio e quando chegou ao abrir a porta, foi recebida com uma martelada no crânio, o pai ao ver se cercado de vizinhos que queriam lhe linchar, fugiu jurando matar a toda sua família.
Vagou pelas redondezas da cidade, se mantendo em um sítio bem afastado, onde todos julgavam ter fantasmas, uma antiga casa colonial, que havia sido cenário para uma epidemia de peste, ainda durante o Brasil império.
A mãe da jovem assassinada, numa atitude extrema comprou de um traficante, uma arma que passou a guardar na bolsa e todo dia ia buscar as filhas na escola, os vizinhos lhe contavam que seu marido era visto rondando por perto e apesar dos esforços da polícia, ele não era preso, pois quando jovem tinha o hábito de andar a cavalo pelas matas próximas a pequena cidade e com isso tinha adquirido conhecimento sobre todas as trilhas da região, e conseguia despistar os homens da lei em meio aos matagais.
Numa tarde quando a mãe voltava para casa, encontrou a porta da frente aberta, tinha sido arrombada por um pé de cabra, a mulher gritou pedindo socorro e no mesmo instante voou de dentro da casa uma faca que a acertou no peito, matando a na hora, as crianças tentaram correr, mas foram pegas pelo pai, que se trancou dentro de um dos quartos.
A menor havia se agarrado a bolsa da mãe e em lágrimas parecia não entender que ela partiu quando foi puxada pelo pai para dentro do cômodo.
As duas irmãs que sobraram tinham 5 e 3 anos de idade respectivamente, e o pai acuado, tirou o cinto da calça e começou a enforcar a maior enquanto a menor assistia tudo.
A criança em seus últimos suspiros se debateu e a bolsa jogada no chão foi aberta e de dentro dela caiu a arma.
Apesar dos protestos da mãe, para que a filha mais nova não assistisse filmes e noticiários violentos, ela gostava disso e num instante pegou a arma, seu pai estava de costas, rindo como um possesso, e falando para o cadáver erguido de sua irmã, que não tinha criado filhas para se tornarem vadias e que elas estavam tendo a lição que mereciam. A criança pegou a arma levantou disparando a e caindo para trás com o golpe, o tiro foi certeiro e deixou seu pai na cadeira de rodas para sempre, pois atingiu a medula.
No entanto o criminoso não foi levado para o hospital, a população vendo as duas crianças assassinadas, terminou o trabalho levando o corpo sangrando do assassino para fora e o matando a pedradas e logo após atearam fogo no corpo, enquanto algumas mulheres choravam a criança com maior idade que tinha morrido e a mãe, ligando desesperadas para uma ambulância afim de salvar a que havia disparado, que tinha um ferimento realizado pelo contra - golpe da arma que sangrava muito no alto do crânio.
A polícia chegou uma hora depois da chamada, junto com a ambulância. A criança ganhou os jornais e acabou recebendo um destaque extremo pelos abutres que vivem de relatar as tragédia, e que são contra a defesa das vítimas, criticando brutalmente a mãe por ter comprado uma arma e não confiado cegamente sua vida nas autoridades, mesmo que nos mesmos jornais passem todos os dias casos de mulheres assassinadas, após fazerem extensas quantidades de boletins de ocorrência e verem seus agressores não passarem nem uma noite na cadeia e voltarem ainda mais violentos.
Essa história de tantas tragédias teve um fim igualmente trágico, a sobrevivente passou a infância inteira numa cadeira de rodas, o traumatismo causou uma lesão nos movimentos e ela ficou deficiente para o resto dos seus dias.
Não teve família e viveu seus sessenta anos entre clínicas de reabilitação e hospitais psiquiátricos acometida de crises de pânico intensas, onde mal conseguia se mover por ter o medo lhe cegando os olhos.
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
Pitonisa: A guerra dos deuses!
Princípio
Fugitiva de Agartha, do mundo inferior, essa jovem é dotada de dons de pré – cognição, que lhe permitem saber o futuro. Seu nome real é Marcela Arinoi, filha de um grande geneticista, responsável por gerar em vitro boa parte dos soldados que defendem o mundo inferior dos ataques das forças demoníacas.
Fugitiva de Agartha, do mundo inferior, essa jovem é dotada de dons de pré – cognição, que lhe permitem saber o futuro. Seu nome real é Marcela Arinoi, filha de um grande geneticista, responsável por gerar em vitro boa parte dos soldados que defendem o mundo inferior dos ataques das forças demoníacas.
No
entanto esse importante cientista, fez algo ilegal, usou a tecnologia
militar para criar uma prole para si, visto que como era cientista
não podia se casar jamais para que sempre estivesse a disposição
do império em caso de ataque.
Ele
moldou sua filha com uma DNA perfeito, colocou nela alguns dos
melhores dons e habilidades possíveis dentro do código genético e
usando os recursos avançados tornou a mais bela garota do mundo,
qualquer um que olhasse em seus olhos não poderia resistir ao
fascínio ao ver tamanha beleza, mas algo deu errado e ele foi
descoberto e incinerado da história do povo de Agartha, no entanto a
rainha daquele povo, se apiedou da criança e não permitiu que ela
fosse morta, permitindo que vivesse, mas a decisão de mante – la
viva, dentro dos muros da prisão sem janelas.
Era
o lugar para onde eram mandados os criminosos mais impiedosos da
Terra e da sub – terra, os maiores vermes passavam a vida sendo
torturados em um mundo de silêncio, onde nem mesmo luzes existiam,
os prisioneiros eram identificados somente por uma tatuagem que era
usada para vibrar o pulso de vida de cada um, todo ano para fazer as
estatísticas, a que estava no pescoço dela tinha um criptograma em
três pontas onde estava escrito: Bastarda.
Sua
vida na prisão até os dezoito anos era algo parecido com uma
tortura sem grades, mas quando ela fez a idade de casar, o rei
permitiu que ela fosse levada para o grande pátio para ser escolhida
por algum dos grandes guerreiros como esposa.
Ela
foi levada da prisão vendada e amarrada, mas ao longo da viagem, as
cordas se romperam e suas mãos libertaram na da venda, e quando os
guardas foram para liberta – la, acabaram sendo tocados por ela, e
isso ativou os feromônios animais deles, que passaram a agir como
meros cães da moça, que por instinto lhes beijou e no mesmo
isntante absorveu toda a sua energia vital, deixando os nada mais que
um mero esqueleto em frente ao palácio real, quando a ronda do
palácio passou por ali, encontrou o coche da prisão aberto e os
dois guardas mortos, e ao longe viram a jovem correndo como louca,
tentando escapar daquela cidade, os prisioneiros não podiam ter
roupas e ela nua daquele modo, ia causando um verdadeiro alvoroço
por onde passava, sempre que olhava para alguém do sexo masculino, o
mesmo se tornava um lacaio dela e no mesmo instante através de uma
espécie de transmissão telepática, se tornava leal a ela e atacava
as patrulhas.
Não
foi raro encontrar por horas, homens, crianças e até idosos
atacando os guardas da patrulha imperial, insanamente, com mordidas,
bengaladas e socos e sendo dispersados por tiros, visto que nenhum
tipo de argumento parecia dissuadi – los da ideia de parar o ataque
as tropas do rei.
A
moça atingiu os portões da cidade, pelo lado sul e de lá seguiu
nua pela terra chamada selvagem e na sua fuga desesperada acabou
sendo encontrada por um grupo de batedores demoníacos que tentaram
possui – la a força, mas ao tocarem nela, todos foram reduzidos a
cinzas e pela transmissão telepática, ela absorveu partes do
passado daqueles bestiais infernais.
Os
outros que estavam assistindo a cena, partiram para cima dela com
espadas e armas nas mãos, mas de algum modo ,ela sabia todas as
táticas de batalha deles, e com poucos golpes, o que se viu foi um
verdadeiro massacre, a alma da prisioneira bastarda, agora estava
imunda por ter encostado no sangue dos demônios que destrói a alma
dos que o tocam.
Lentamente
após o massacre, ela juntou algumas roupas, cobriu a cabeça com uma
espécie de pano que o líder usava como bandana e que ela passou a
usar como um véu herético e saiu dali, montada em um dos cavalos
mortos que o líder daquela pequena centúria cavalgava.
Ela
partiu sem destino até chegar ao poço de Zoraihn, uma passagem
mística que ligava diversos lugares ao mundo inferior, seus olhos
brancos devido a falta de luz, se tornaram vermelhos por um momento e
ela deixou o cavalo, e foi caminhando para o poço e de algum modo
quando ela saiu do outro lado, lacrou o, de modo que agora Agartha
estaria sozinha, sem nenhum apoio celeste, caso os demônios
atacassem com força total a cidadela avançada da antiga Atlântida
encravada embaixo da Terra, sendo a fronteira entre os dois mundos.
A
entrada na Terra.
Existe
há anos atrás uma antiga magia que defende a Terra da ação dos
demônios, um selo feito pelos feiticeiros Hebreus e guardado em
segredo em um templo em uma entrada secreta abaixo do muro das
lamentações.
Quando
Marcela entrou na Terra através do portal, o pergaminho desmanchou
no ar, nesse mesmo instante numa caverna próxima a cidade de Santa
Luzia um grupo de cultistas do demônio, humanos que venderam a alma
em troca de poder, estava procurando uma garota que veio do submundo
que precisava ser mantida sob controle.
Duas
horas depois, aqueles milionários, encontraram na em meio a uma
lagoa de água cristalina, estava desmaiada e parecia delirar em meio
a um longo pesadelo.
O
mais velho daqueles humanos, um poderoso político deu a ela uma poça
para beber, suavemente, e logo ela despertou, seus olhos estavam
vermelhos, seguiu – os sem pensar muito.
Eles
a levaram dali, felizes por terem satisfeito seu mestre, o Lorde
Corrupção, um dos maiores duques do inferno, com quem entraram em
contato por meio de um sacríficio de um dos membros mais novos do
grupo, visto que na pequena vila de Santa Luzia não havia
prostitutas, nem marginais aparentes que pudessem ser sequestrados e
mortos como faziam nas grandes cidades onde viviam.
Contudo
eles não esperavam que o mestre fosse matar a todos eles e passar
pelo portal feito na madeira fria do hotel, exceto o arcanjo caído,
nenhum outro demônio tinha vindo a Terra e quando Corrupção
atravessou o portal e consumiu seus serviçais parecia, bastante
contente, em especial quando viu sentada em posição de lótus
aquela garota que segundo os profetas infernais iria ser a chave para
que o mal triunfasse durante a batalha final.
Corrupção,
logo a levou dali, deixando tudo limpo com seus poderes, ninguém se
lembraria daqueles poderosos em menos de uma semana, mas ele estava
sozinho na Terra, seu exército ainda estava na fortaleza dele, e a
mílicia celeste não tardou em ver na Terra uma série de eventos de
origem demoníaca e mandaram um mensageiro contatar Abdiel, o
Renegado, que era o mais próximo a agir ali e um dos guerrreiros
mais avançados para lidar com o problema, enquanto os arcanjos
decidiam o que iria ser feito, aquilo era o fim do selo, o destino
dos humanos no entanto precisava ser protegido até o último dia,
que não tardava em vir, mas que ainda não tinha se completado.
Abdiel
recebeu a mensagem de um ofanim, que lhe contou somente que ele
precisaria ir a São Paulo para matar um duque do inferno e resgatar
uma garota que estava sob poder dele, que era vital para os
celestiais, mas não deu nenhum detalhe a mais do que o conselho
havia decidido.
O
anjo renegado até ficou feliz por estar sendo lembrado pelos seus
pares, mas como caçador que era estranhou aquela missão, se
lembrando que nenhum demônio fora o maioral tinha como vir a Terra,
então ele estaria se confrontando diretamente com o líder
demoníaco?
Ele
pegou o primeiro voo para São Paulo, e enquanto viajava, ia lendo o
jornal, onde a capa mostrava em letras garrafais, a manchete do dia:
Bilionário compra todas as companhias de metrô, trem e ônibus da
cidade. Ele lendo aquilo e sabendo do quanto seria caro e idiota
fazer tal ação, visto serem estas empresas fontes de prejuízo
constante, resolveu que começaria a averiguar por ali, seu instinto
de predador lhe disse que aquela notícia lhe daria a pista
necessária e dormiu por algumas horas até descer na cidade de São
Paulo.
Jamais
havia se acostumado com as grandes cidades, ainda preferia o contato
com a natureza no norte do país, tinha vindo de Manaus e seu coração
já parecia interessado em voltar para lá.
Andou
pelas ruas da cidade em busca de armas, tinha sua espada e sua lança
escondidas no corpo, mas sabia que armas místicas são dispendiosas
demais e as vezes é bom contar com algum artefato humano, por mais
desagradável que isso fosse.
Quando
ele chegou no seu contato, um velho coronel do exército com quem
havia servido na Itália anos atrás, logo lhe entregou um pacote de
armas sem que ele pedisse, era um senhor de quase cem anos, que ao ve
– lo ainda jovem e forte se emocionou e lhe abraçou fortemente.
_
Eu estou perto da morte, anjo, me diga uma coisa e eu já não te
pertubo mais:
_
Diga me: Se eu morrer irei para o céu? Tenho medo de morrer e ir
parar no inferno, pelos meus pecados cometidos na Itália, todos os
dias desde então tenho sido um bom cristão, seguidor de princípios,
tentando ser honrado e justo, apesar das minhas falhas.
_
Amigo, se você se regenerou, e enveredou pelo caminho do bem, sua
alma descansará eternamente bem no paraíso, teu nome estará no
livro da vida, entre os heróis, fique tranquilo e com um gesto
rápido tocou lhe o ombro e lhe deu uma benção, era algo que os
querubins raramente faziam, mas que naquele momento ele resolveu usar
para se desvencilhar de seu amigo, pois sentiu que ele logo estaria a
ver as portas da morte e precisava de um fim mais agradável, afinal
vivia num país onde os heróis eram tratados como vermes e os vermes
idolatrados como heróis.
Saiu
dali carregando o embrulho, chegou ao velho hotel na vila Madalena,
usando documentos falsos conseguidos de uns demônios mortos por ele
no norte, conseguiu se cadastrar e quando estava no quarto checou as
armas, uma nove milímetros italiana, dois cintos cheios de granadas,
uma metralhadora e um antigo talismã que seu amigo usava, um pequeno
terço, todo velho e gasto com a imagem de Maria e duas dogtags
recuperadas após muito tempo, contendo seu nome e o dele.
Aquilo
lhe trouxe diversas memórias que ele havia esquecido, a imortalidade
é um constante esquecer se e relembrar.
A
noite começou e ele preparou se para entrar em batalha, fazendo uma
espécie de meditação que ligava toda sua energia espiritual,
ativando seus sentidos de predador, se os seus temores estavam
corretos e a garota estava em poder do mais poderoso infernal, ele
precisaria de toda sua energia.
Aquela
noite foi longa, mas ele não viu o tempo passar e foi pouco a pouco
se tornando em um anjo novamente, suas asas a cada hora iam
aparecendo e um peitoral de metal angelical surgiu, ele havia
abandonado a armadura completa há muito tempo, era hora da batalha e
ele morreria tentando se fosse preciso.
A
batalha na Marginal Pinheiros.
O
anjo Abdiel seguiu o rastro do demônio que estava por toda a cidade
e encontrou a comitiva a caminho de uma reunião em pleno centro da
avenida paulista, voando através dos céus ele jogou uma magia muito
antiga que travava todos humanos na região em uma bolha de
irrealidade contínua, onde o tempo pararia.
A
garota sendo ainda humana adormeceu e os seguranças logo avistaram
pelo retrovisor o celestial que vinha de armas em punho, mas ao
saírem do carro foram atingidos na cabeça, como que por milagre.
Lorde corrupção saiu do carro com a garota amarrada a seu corpo,
suas garras tinham se materializado, mas quando ele saiu do carro não
conseguia ver o celestial que o atacou pelas costas com sua lança,
errando por milímetros de realizar um ataque brutal logo na primeira
tentativa, mas os reflexos do infernal eram apurados demais e
conseguiu se esquivar nos últimos instantes.
Ele
largou a garota ao perceber que não se tratava de nenhum angelical
de alta casta, somente um querubim sozinho para pegá – lo, o
conselho dos arcanjos tinha enlouquecido ao mandar somente um soldado
para enfrenta – lo? Ou aquilo era meramente uma afronta? Talvez
fosse um soldado para cansa – lo, mas de qualquer modo, tinha de
tirar essas dúvidas e sair dali o mais breve possível.
Inflamou
suas mãos e incinerou os carros presos dentro da bolha temporal,
matando na hora mais de trinta pessoas que estavam num ônibus.
_
Me ataque, Anjo! Ou será responsável pela morte de todos esses
humanos? Pode viver com essas mortes em sua consciência, maldito?
Ao
terminar de dizer essas palavras, o infernal sentiu somente o aço de
uma espada adentrando seu peito e uma fala bem baixa, dizendo:
_
Eu não tenha consciência, apenas um dever, proteger os inocentes,
destruir o mal. Não importa que formas ele tenha.
E
em segundo após o golpe o duque bestial estava de joelhos, seu corpo
mortal ferido, se esvaia em sangue e num instante após tudo que
restou dele era uma gosma de piche apodrecido.
O
anjo pegou a garota, e saiu voando para longe daquela civilização
toda, sabia que a bolha temporal não iria durar muito, e se os
humanos normais descobrissem a real existência de anjos e demônios
iriam enlouquecer totalmente, quebrando as barreiras da realidade,
que protegem a humanidade dos monstros, deuses e demais criaturas de
agirem na Terra com facilidade.
A
garota tinha uma ferida na garganta de onde minava sangue, mesmo sem
encostar em sua ferida, o angelical podia sentir que a alma dela
estava sendo corrompida em um processso bastante acelerado, seria
preciso salva – la através de um ritual de exorcismo, e como não
havia magos disponíveis nas proximidades, teria de ser ele próprio
a faze – lo.
Chegaram
a um parque no centro da cidade de São Paulo, já era noite, não
havia ninguém de bem ali dentro, somente marginais rondavam as
entradas em busca de brechas na segurança para fumarem crack lá
dentro, sabendo que jamais iriam ser presos, visto que a maioria era
menor e tinha a consciência de estar acima do braço da lei graças
aos políticos.
Ele
arrombou um porão dentro de um velho coreto em obras e ali dentro,
em meio a um lugar desolado colocou a moça no chão e usando um gato
velho que dormia entre as tábuas do telhado, fez um pequeno ritual
de exorcismo que havia aprendido em Enoque.
Encostou
na mão enluvada da garota e a cada palavra dita, ela entrava em uma
espécie de transe, relatando nomes e lugares que há muito tempo o
angelical não ouvia, até que por fim ela falou somente uma palavra:
Pítia. E seus caninos se tornaram venenosos e num ataque abrupto,
ela mordeu o braço do angelical e inoculou nele, não veneno como as
cobras fazem, mas visões do futuro, todas embaçadas e sobrepostas
de modo que o pobre celeste que a salvará em poucos instantes estava
completamente insano, tendo visões de um futuro aterrador.
E
ali ficou por horas sem entender para onde aquela garota poderia ter
ido e por que ela havia lhe mostrado todas aquelas visões tão
aterradoras, onde os demônios venciam a guerra final e a humanidade
acabava sendo escravizada por toda a eternidade.
Ele
gastou algumas horas até recuperar se daquela brutal viagem mental,
estava cansado da luta e do ritual e não conseguia captar com
nitidez o cheiro da moça, acabando por perde – lo no terminal de
ônibus do Tietê, onde ela embarcou, após deixar uma mulher louca,
dando a ela visões de um futuro aterrador onde ela morria, a pobre
tirou as roupas, abandonou as malas e saiu gritando que o fim estava
próximo, enquanto a garota, pegava seus pertences e embarcava no
veículo de modo dissimulado.
A
garota não entendia mais nada, não se lembrava do que estava
acontecendo, não sabia quem eram aquelas pessoas, sabia apenas que
precisava voltar para a cidade de Agartha antes do fim, precisava
contar para a rainha que ela sabia seu segredo e que a perdoava por
ter sido a mandante da sua criação e portanto ser sua mãe e mesmo
assim ter trancafiado a em uma masmorra por toda sua vida.
Fora
essa visão que a tinha feito ficar transtornada e sair correndo nua
pelas ruas das cidade, seus poderes, dons ou maldição, não sabia
direito tinham começado ativados pelo medo que sentiu daquela gente,
estranha que olhava para ela como uma inimiga.
Precisava
voltar para lá, mas não se lembrava de nada, mas tinha uma certeza
na mente se fosse necessário mataria para se defender, estava
começando a controlar seus poderes e não seria bom atravessar sua
frente.
O ataque a Agartha
Enquanto
Corrupção era derrotado e banido para sempre, sua filha juntamente
com alguns comandantes da fortaleza de Hi – Kityin tomaram o poder
e depuseram os generais tomando o controle do exército da fronteira.
A
filha de Corrupção, a brutal Nithian ordenou um ataque violento
pelos flancos, usando a infantaria enquanto a cavalaria iria defender
as máquinas de guerra e os feiticeiros, que iriam queimar as
muralhas pondo abaixo todas as defesas e tomando a torre do mago,
descobrindo assim o segredo daquela cidade para todo sempre e
partindo rumo ao portal para Atlântida, rumo as armas dos deuses
antigos, seladas para sempre depois destes terem se rendido perante
as tropas celestes ainda durante a idade média, e passado a viver
sua imortalidade entre os mortais em diversas áreas interferindo
ainda na sociedade, mas de forma indireta, não mais como divindades
diretamente ligadas a culto de nenhum povo diretamente.
Muitos
mal se lembravam que eram deuses, vivendo, em diversos pontos, como
nômades, alguns lutando em batalhas, outros agindo por trás dos
bastidores, mudando de forma de tempos em tempos para não serem
descobertos.
O
ataque de Nithian, foi mal sucedido por três vezes seguidas, mas o
preço para defender as muralhas estava se tornando demasiado
demorado, contudo o rei sabia que não teria mais nenhum apoio vindo
dos celestes, fez o que era certo, mandou esvaziar a cidade, ficando
só para trás, selando a passagem para todo o sempre e assim
cumprindo o juramento de ser o último a cair enquanto um prédio
estivesse de pé.
A
batalha entre o rei e os soldados da nova Lady Corrupção, foi
brutal e devastou a cidade, reduzindo os prédios e documentos ali
guardados a cinzas, tudo fora incendiado, o rei por mais que lutasse
com o valor de mil soldados ainda sim era um só, e acabou
sobrepujado e morreu servindo de carne para os soldados que o
esquartejaram antes da chegada de sua líder que queria saber onde
era a tal passagem, guardada como sempre absoluto pelos líderes da
cidade, os magos e os angelicais.
No
exato momento que o rei caiu, a rainha sentiu um súbito aperto no
coração e juntando as forças que restavam, mandou que seguissem
rumo as ruínas de Atlântida e abrissem o portal para escaparem rumo
ao céu e caiu ao chão, morta, os laços de casamento para os
Agarthianos são como laços de sangue, quando um dos cônjugues
morre o outro tem o mesmo fim, alguns minutos após.
Os
nobres guiaram os sobreviventes até o portal e levaram as armas
consigo, guardadas no salão, para a fortaleza de Sião no primeiro
céu.
Os
arcanjos que prontificavam sobre o que fazer na Terra ao saberem que
os agarthianos tinham atravessado e estavam aos milhares dentro da
fortaleza, trazendo o estandarte e o sinete do pacto feito com os
arcanjos de apoio mútuo.
Gabriel
ao saber do fato disse: _ Se os Agarthianos foram atacados, talvez
seja hora de consultar novamente o livro e a roda do tempo.
Todos
os outros concordaram com isso, e antes de partirem para o sétimo
céu, ordenaram que alojassem os sobreviventes, enquanto se pensava
para onde manda – los.
Um
herói entra no caminho e morre.
A
garota ia viajando cometendo pequenos crimes, tentando chegar a uma
caverna, que aparecia em seus sonhos, ao ler diversas revistas e
pedir para pesquisarem no computador para ela, descobriu que
provavelmente aquela caverna estaria em Minas Gerais, sendo parte de
um sítio arqueológico, onde vários mega empresários sumiram e que
desde então foi interditado pelas forças do exército.
Em
cada parada ela encontrava uma moça bonita e do mesmo número que
ela e mordia, dando a pobre visões do fim do mundo, os humanos eram
como máquinas padronizadas para fazerem os mesmos padrões, e logo
caiam num transe de loucura e enquanto todos se preocupavam em ajudar
ela trocava de mala e documentos e comprava uma nova passagem.
Mas
para seu azar o caminho que ela precisava estava interditado e ela
teve de pegar um trecho maior passando pela cidade de Caxambu, onde o
ônibus acabou sendo assaltado, os bandidos gritavam gesticulando
loucamente para passarem os documentos, carteira e jóias e quando
chegou na vez de Marcela o assaltante recebeu tudo de uma vez, mas
quando foi pegar da mão dela acabou tocando seu dedo descoberto e no
mesmo instante foi acometido de uma loucura, surtando no mesmo
instante e disparando tanto contra seus companheiros de crime, quanto
em vários passageiros até que por fim atingiu em um dos disparos no
chão, o tanque, levando todos pelos ares.
Marcela
foi levada para o hospital na cidade de Caxambu, de algum modo seu
corpo tinha sido lançado pela janela, e havia tido somente um braço
quebrado, ela caiu desmaiada no asfalto quente e só retomou a
consciência dois dias depois.
A
enfermeira foi a primeira a vê – la acordar, ainda desorientada
pela pancada na cabeça e os remédios aplicados nela e com medo de
novamente estar sob poder dos demônios, ela tirou uma seringa com um
poderoso remédio contra a dor que tinha no carrinho da funcionária
e num instante injetou o conteúdo todo na espinha da mulher.
Seu
braço enfaixado doía muito, ao sair do quarto, outra enfermeira
tentou detê – la e ao olhar lá para dentro viu a colega
desfalecida, correu para ajuda – la e chamou o apoio dos seguranças
aos berros.
Ela
desceu as escadas e a cada andar lutava com vários seguranças, mas
quando eles a tocavam, ela exalava uma espécie de aura de medo, o
cheiro logo tomava as narinas dos homens que saíam correndo
assustados como crianças a procura da mãe.
Quando
ela saiu para a calçada diversas sirenes da polícia estavam
próximas, a dor no braço latejava pelo corpo todo, ela parecia
querer desmaiar, mas tinha de persistir, pois enquanto estava
desacordada tinha tido uma visão, onde a cidade de onde viera tinha
sido devastada e sua mãe tinha perecido na fuga para a fortaleza dos
anjos.
Ela
se perdeu em meio aos pensamentos e no mesmo instante viu no outro
lado da avenida um herói, parecido com um grilo vindo voando em sua
direção, com os punhos cerrados, ele parecia estar pronto para
ataca – la, aquilo a apavorou e num instante ela soltou um grito,
agudo de pura agonia, fazendo todos os que estavam ao seu redor
ficarem loucos, entre estes estava o porteiro de um hotel da cidade
que passava em sua bicicleta e que ao ouvir o som, saiu correndo para
a linha do trem, o herói no entanto não foi afetado e desviou seu
curso para salvar aquele bom cidadão, mas focado em proteger a vida
de um dos moradores da cidade, não percebeu que um trem vinha no
sentido oposto ao dele, e o atingiu em cheio, a composição que
carregava combustível para uma siderúrgica próxima dali, explodiu
causando uma onda de choque que destruiu quase a cidade inteira de
uma só vez.
Marcela
no entanto, tinha se aproveitado da situação, e pego a bicicleta do
rapaz, sua visão do futuro tinha lhe mostrado o que iria acontecer,
alguns minutos antes, e ela saiu em disparada rumo a área não
afetada pela bomba.
Enquanto
fugia ela tombou em um pedestre no meio da rua, e outro dos seus
poderes se manifestou, e assim o pobre jovem acabou reduzido a uma
idade bastante avançada enquanto ela conseguiu se recuperar dos
ferimentos que havia sofrido, no entanto seu braço ainda doía
bastante, mesmo tendo sarado exteriormente.
A
noite chegou e várias equipes de salvamento vindas de Belo Horizonte
tinham chegado ao local, enquanto investigadores procuravam uma
garota de cabelos negros que havia sido a responsável por matar o
herói da cidade, causando tamanho prejuízo, até mesmo dois agentes
da HUNT, órgão internacional para destruir seres humanos com
mutações tinha sido designados para abater essa jovem, mas ninguém
contava que ela em sua desesperada fuga, tinha ido para num prédio
ao norte de Caxambu, onde moravam várias famílias muçulmanas e num
relance ela roubou uma burca e saiu pela cidade disfarçada, usando
de muita sutileza e alguma estratégia, ela conseguiu chegar a
rodoviária no exato momento que o último trem para Santa Luzia
partia, e num discuido do motorista ela abriu o bagageiro e entrou lá
dentro, fechando o em seguida.
Estando
lá dentro ela procurou ficar calma e pensar em tudo, o braço doía
muito, mas não havia outra alternativa. Há cada quinhentos metros,
o ônibus era parado em barreiras policiais que buscavam prender
aquela criminosa, enquanto dentro da cidade, grupos de populares,
rondavam casas a procura da moça para lincha – la, no entanto por
sorte nenhum dos policiais decidiu vistoriar as bagagens e ela
conseguiu chegar duas horas depois ao seu destino: A cidade turística
de Santa Luzia.
Quando
o ônibus parou na entrada da cidade, para deixar alguns passageiros,
ela sorrateiramente saiu de dentro do bagageiro, levando consigo uma
das malas, rapidamente se afastou do local, sem que ninguém a
notasse, vagando pela cidade, sentindo se cansada e com fome ela
acabou parando próximo a um prostíbulo, onde um grupo de rapazes
com tatuagens nazistas a cercou e tentaram a violentar ali mesmo no
meio da rua, pois sabiam que a polícia não passava naquela região
tão tarde da noite.
Quando
o primeiro deles correu até ela, recebeu uma mala na cabeça,
ficando preso em meio as ceroulas de um velho, os outros rapidamente
foram para cima e um deles em um pulo conseguiu a imobilizar, e
tentou arrancar a calça que ela vestia, mas quando sua mão encostou
nas costas dela, no mesmo instante, sua mente foi completamente
apagada e ele a soltou caindo de lado, babando como um débil mental,
os outros então tentaram agredi – la, mas algo nos olhos brancos
dela parecia ter ganhado vida, era o mesmo ódio com o qual ela
enfrentará os demônios se manifestando.
No
momento em que um deles lhe acertava uma pancada nas costelas, um
árvore próxima começou a morrer rapidamente, e o chão parecia
ferver, a cada golpe que ela recebia tudo parecia começar a tremer e
pela primeira vez em toda sua história a cidade tremeu, um terremoto
seguido de uma errupção vulcânica.
Os
rapazes sentindo os abalos, saíram correndo, para dentro do bordel,
mas quando a moça se levantou e olhou em direção ao local, as
bases do prédio começaram a tremer e o telhado do segundo andar
ruíu, fazendo a estrutura toda desabar.
Usando
seus poderes telepáticos ela se levantou foi até lá próximo ao
prédio e levantou cada um dos blocos até achar os corpos dos
rapazes que haviam tentado agredi – la.
Eles
gritavam implorando perdão enquanto dos olhos dela, saíam labaredas
de pura fúria, no exato momento que ela os levantou e tocou lhes a
face com um beijo, a alma deles saiu de seus corpos e pairou ao lado
do corpo, mas no outro instante, ela atingiu os espíritos com um
soco no coração e eles sumiram como pó, enquanto suas carcaças
cairam na Terra completamente vazias, meros sacos de ossos sem nenhum
sangue ou cor.
Os
sobreviventes que viram a cena, contavam que era como estar diante de
uma força sobrenatural, ela parecia controlar tudo ali dentro, era
como se ela controlasse a terra, a imprensa caiu em cima da história,
ufologistas e místicos foram chamados, e todos inventaram milhões
de histórias até o exército entrar em cena e censurar todo o
conteúdo envolvendo esses dois casos na grande imprensa, no entanto
nos meios paralelos da internet ainda é possível encontrar diversas
versões e testemunhos do que havia ocorrido naquele dia.
A
jovem acordou sem saber de nada dentro de uma igreja, numa vila
próxima dali, o padre Benedito a encontrou desfalecida defronte ao
púpito, descansando como um anjo, e a levou para um quarto que
pertencerá ao seu auxiliar, vitimado pela malária na década de
oitenta que não conseguiu tratamento por que o governador de Minas
na época resolveu usar a verba da saúde para bancar uma viagem com
sua amante para Paris, durante seu período de férias.
A
moça acordou no outro dia e ao olhar pela janela viu o monte que
procurava, o padre tentou saber mais sobre sua vida, mas ela não
entendia a linguagem dos seres da superfície, sabia somente ler suas
mentes, mas não queria usar a telepatia inerente para tentar ler os
pensamentos daquele velhinho, contudo para não ser descortês com
ele, lhe deu um sono tranquilo usando seus poderes telepáticos, onde
agradeceu pelas roupas dadas, pela comida e disse que precisava lutar
uma batalha.
O
religioso só iria acordar horas mais tarde, quando ela já estivesse
novamente em Agartha.
Subir
a montanha com o braço latejando era algo terrível, a dor e a falta
de água após quatro horas era exaustivas demais, mas testando os
limites de seu próprio corpo, ela chegou até a caverna, ao entrar
dentro dela, parecia ser guiada no automático pelos seus instintos
até chegar ao lago, onde viu a entrada mística bem no fundo selada
com uma rocha.
Tirou
toda a roupa, e mergulhou naquelas águas, e quando chegou bem ao
fundo e tocou no selo, ela foi sugada de volta e a passagem para sua
Terra estava novamente aberta.
De
volta a Agartha: Encontrando auxílio inesperado.
Os
reptéis eram povos que moravam além de Agartha, era uma cultura
vinda do espaço que adentrara na intra – terra há muito tempo e
que se não molestados jamais atacavam.
Pouco
se sabe de sua origem ou seus cultos, apenas que eles não gostam de
demônios nem de fadas. Sua comunicação é feita por telepatia, e
muito poucos conseguem lutar tão rapidamente como eles, peritos em
assassinatos e toda sorte de mortes rápidas, pois sua pele escamosa,
consegue processar as cores do ambiente deixando os invisíveis mesmo
quando estão atacando alguém.
Essa
habilidade de invisibilidade é útil pois permite ao povo esconder
se em casos de ataques preparando emboscadas mortais, onde seus
inimigos pensam terem vencido, e acabam cercados e mortos em
sacríficio ao rio Stix.
Quando
Marcela voltou da Terra, e viu novamente o cenário onde estava
percebeu que ao norte uma legião de demônios vinha para ali, usando
a profecia de sangue a nova senhora da fortaleza da fronteira,
vitoriosa contra Agartha tinha descoberto o exato momento que a
profeta voltaria para a cidade e tinha mandado todos os cavaleiros
para o poço afim de não permitir que ela vivesse até cumprir o que
o texto antigo disse:
“Aquela
que voltar do poço, encontrará a espada da guerra e se abaterá
sobre todos os demônios como uma grande luz.”
Ela
tentou correr, mas seu braço parecia não ter aguentado tamanho
esforço e doía em excesso fazendo a quase desmaiar, quando num
súbito instante ela foi amparada por dois guerreiros que se
materializaram nas sombras e disseram telepaticamente: Siga nos se
quiser viver, nosso rei nos mandou para salva – la, é hora de
cumprir a profecia do nosso povo.
Ela
foi amparada pelos dois que saíram dali rumo a floresta de rochas,
onde despistaram os cavaleiros entrando numa caverna que ia dar
diretamente no núcleo do planeta, foi uma descida bastante íngreme
onde ela não sabia se estava acordada ou dormindo, pois quanto mais
o calor aumentava, parecia que tudo era irreal.
No
entanto quando chegou ao centro da Terra, se viu diante do templo de
ouro, a nave onde aquele povo tinha vindo para ali, tudo ali dentro
era envolta dela, e mesmo que ela não pudesse ver nenhum dos membros
daquela população, pois era costume até dentro de suas cidades, os
lagartos e reptéis ficaram escondidos afim de não chamarem atenção
dos dragões que moravam mais ao fundo daquelas grutas.
Ela
foi levada diante de um altar cheio de antigos hieróglifos, solta
com cuidado e quando caiu ao chão os soldados e toda a cidade saiu
de sua invisibilidade se mostrando para ela.
De
dentro de uma das portas da nave – templo, saiu um lagarto ancião,
que carregava nas mãos um antigo livro, a relíquia mais sagrada
para aquele povo, um tomo feito por um deles que entrou em contato
com a essência da criação ao entrar e sair de um buraco negro,e
antes de morrer enlouquecido escreveu aquelas palavras e com o uso de
magia construiu a nave que para eles era sagrada.
“ _
É hora de terminarmos nossa missão! É hora de Chan – Kgluk se
cumprir, a profetiza sem alma, criada numa prisão sem grades irá
nos libertar de nossa maldição eterna!” disse o líder para o
povo, chegando próximo a ela e pegando seu braço e num arranco,
colocando o sobre o livro sagrado deles.
No
mesmo instante as palavras começaram a brilhar e algo na aparência
deles foi mudando, todos ali dentro foram se tornando em pedaços de
um cristal antigo, até que no fim de tudo a alma deles estava
contida novamente na essência da criação, e com aquela pedra, eles
cumpriram sua jornada e seguiram até o fim os mandamentos do seu
profeta.
A
aura mística emanada naquela transformação sarou a dor no braço
da sacerdotiza, que ao caminha pelo templo viu uma antiga espada
cravada na pedra, era a arma de Ares, que os angelicais jamais tinham
conseguido convencer a se entregar, ele havia fugido para o mundo
inferior e nunca mais fora encontrado.
Ao
lado da pedra uma inscrição em língua comum do povo subterrâneo
dizia: O troféu para nossa salvadora, quando esta espada você
retirar todos os mundos vão se abalar.
Ela
curiosa para saber o que aquela arma cravada na pedra faria, mas com
medo de despertar coisas além da sua compreensão, ficou num impasse
que durou alguns segundos, mas quando a estrutura começou a se
rachar, ela resolveu agir logo e puxou a espada cravada na pedra.
E
quando o frio aço daquela lâmina tocou sua mão, raios começaram a
surgir e a mão dela num instante ergueu a espada para o céu,
destruindo o teto do templo e abrindo uma fenda entre as várias
dimensões, que de algum modo acordou os deuses do passado de seu
sono.
No mesmo instante na fortaleza de Sião, as armas místicas que os Agarthianos refugiados tinham trazido consigo para ficarem em segurança, foram desaparecendo devagar e indo parar novamente na mão dos seus portadores, o chamado do Deus da guerra, daquele que jamais se renderá acordou nas armas a vontade de voltar para seus portadores e pelo mundo todos, vários relatos de humanos comuns que se tornaram seres sobrenaturais começaram a aparecer, os fiéis acreditando estarem diante de um apocalipse real, correram para as igrejas, alguns até se mataram em cerimônias de suícidio coletivo afim de chegarem mais rápido ao juízo final.
No mesmo instante na fortaleza de Sião, as armas místicas que os Agarthianos refugiados tinham trazido consigo para ficarem em segurança, foram desaparecendo devagar e indo parar novamente na mão dos seus portadores, o chamado do Deus da guerra, daquele que jamais se renderá acordou nas armas a vontade de voltar para seus portadores e pelo mundo todos, vários relatos de humanos comuns que se tornaram seres sobrenaturais começaram a aparecer, os fiéis acreditando estarem diante de um apocalipse real, correram para as igrejas, alguns até se mataram em cerimônias de suícidio coletivo afim de chegarem mais rápido ao juízo final.
No
palácio dos reptéis, Marcela caiu desmaiada e quando se levantou
estava diante de uma legião de antigos deuses: Kali, Vishnu, Shiva,
Thor, Odin, Quetzacol, Zeus, Hera, todos ali a reverenciavam como se
ela fosse o deus da guerra que o povo réptil havia matado milênios
atrás.
Somente
num canto uma figura baixa, com sandálias aladas parecia ver a
situação como um todo: Hermes, o mensageiro dos deuses, o ardiloso
deus dos ladrões via a tudo e tentava moldar uma estratégia para
conseguir entender o que estava acontecendo, ele que tinha perdido a
memória, e afundado com Atlântida, na batalha, voltará a vida
quando suas sandálias retornaram aos seus pés e voaram com ele
dali, numa velocidade espantosa.
A
guerra viva, personificada, acordou, mas por trás de tamanho poder
estava somente uma garota atormentada por culpas e remorsos que
desejava somente ter o carinho e o afeto de uma família, mas que
agora precisava liderar todos os deuses antigos em uma batalha contra
o céu e o inferno.
A
hora do juízo final tinha começado e no alto do sétimo céu,
enquanto os arcanjos olhavam o tomo místico do livro da vida
tentando interpreta – lo, eis que Deus acordou de seu sono eterno.
É
chegado o momento de todo aquele que crê ser testado, é chegada a
hora da batalha final, onde somente os mais fortes sobreviverão, os
destinos de todas as dimensões passavam pelas mãos de uma garota
que em idade terrestre mal chegará aos vinte anos e que agora, era a
força mais poderosa que já existiu. Uma ironia do destino, que
sempre gosta de impressionar os poderosos.
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