domingo, 19 de abril de 2015

O Hotel da Morte: Capítulo 2 - o que teria acontecido ali?



A perícia chegou e Luanna teve de ficar ali no local sem poder ver como estava Cardoso, ambulâncias foram acionadas e depois de um verdadeiro alvoroço eis que aparece o seu chefe, o delegado Alessandro, um senhor que tinha sessenta anos e não era conhecido por ninguém pela sua boa educação em especial quando estava zangado.
_ sua anta, imbecil! Era para você ter ficado lá na delegacia preenchendo os relatórios até o fim do plantão! O que te deu na cabeça para sair dessa forma?
_ agora eu tenho um agente quase morto a caminho do hospital e um monte de cadáveres e os urubus da imprensa já estão a caminho! Todos os jornais!
_ como o pereira que é o chefe dos detetives e investigadores está de férias, o cardoso está quase morto e os demais agentes já tem missões demais eu vou deixar esse caso na sua mão, mas aviso tá sua panaca, novata, inconsequente, que se você fizer algo de errado vou cair em cima de você, até sua expulsão da corporação, entendido?
_ sim senhor!
Naquele instante ele recebeu uma ligação, era do hospital avisando que o cardoso tinha falecido depois de meia hora no hospital, o telefone e os estilhaços da bala haviam perfurado os pulmões e mesmo com os cuidados médicos ele não sobreviveu aos ferimentos, a enfermeira que ligou disse também que as últimas palavras dele eram caso 75, caso 75.
O delegado chefe abaixou a cabeça e chorou, ele e cardoso eram da mesma delegacia e tinham estudado juntos na academia de polícia.
Luanna ouviu uma parte da conversa e soube que ele tinha morrido, sua cabeça estava a mil por hora, queria chorar mas sentia raiva demais para isso, tudo ficou meio em parafuso na sua mente, ela ficou ali parada em estado de choque até que alessandro veio até ela e lhe deu uma sacudida:
_ agora não é hora para prantear o cardoso, vá atrás do caso e talvez você tenha a oportunidade de pegar quem fez isso com nosso amigo, volta lá para dentro e vai trabalhar!
_ sim senhor, ela disse e caiu em lágrimas, era um choro profundo saído direto do desespero que sentia, pela culpa de ter matado seu amigo e mentor ali na polícia, ela enxugou as lágrimas e entrou para dentro do lugar, os sentimentos estavam confusos demais, ela ficou pensando em tudo o que tinha ocorrido naquela noite, era como se tudo não tivesse sido mais do que um minuto, mas já passava da meia noite e pela primeira vez naquela noite ela se sentiu profundamente cansada e enquanto subia pelas escadas até o terceiro andar que até então não tinha ido, sua mente vagava por vários momentos, mas quando subiu o último degrau para aquele andar ela viu próximo a saída de incêndio um relógio que brilhava na escuridão, com a mente embotada por toda essa confusão, ela demorou alguns segundos até correr para o local, dando chance para que alguém escapasse por aquela entrada que não tinha sido vistoriada ainda.
Ao abrir a porta da saída de incêndio ela se deparou com uma escada reta que descia até uma rua nos fundos do hotel e escutou passos descendo as escadas, já alcançando o batente, mas ao invés de ir atrás do suspeito ela preferiu pegar uma sacola que ele tinha deixado cair ali no chão, cheia de objetos feito a base de ouro, relógios, pulseiras, anéis e medalhas, mas o que mais chamava atenção eram o número de broches que ali havia: seis, justamente o número de mortes que havia até então dentro do quarto, provavelmente ela tinha perdido a pista do assassino ou de alguém que sabia o que havia ocorrido ali naquela noite.
Estava decepcionada consigo mesma, duplamente decepcionada por se sentir responsável pela morte do colega e por ter perdido a pista, sentou se num dos degraus da escada e chorou até que um dos peritos chegou perto dela e a chamou de volta a realidade ela entregou o pacote com aqueles objetos e saiu na viatura, deixando dois guardas na porta do local para novas perícias, tendo tomado o cuidado para pedir que trancassem a saída de incêndio ao entrar na viatura percebeu que um dos vidros estava levantado e no banco do passageiro havia uma carta, ela abriu a porta pegou a carta e correu até os peritos contando toda a história, pediu que um membro do esquadrão especial que fora chamado para o caso verificasse o carro e foram encontradas duas bombas, uma no câmbio e outra no acelerador, assim que ela acelerasse até uma determinada velocidade iria acabaria indo pelos ares.
A viatura foi limpa de explosivos e levada de volta para o pátio para ser periciada novamente e ela ganhou uma carona de outros policiais para ir até sua casa, seu plantão tinha acabado e depois de tudo que havia acontecido, o que ela mais precisava era de um bom e merecido descanso.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...