domingo, 16 de agosto de 2015

O passado de um zumbi assassino.

Diego Bórgia - O zumbi caçador de recompensas.
Olá a todos meu nome é professor Paradoxo, sou o guardião da linha temporal, protegendo diversas dimensões de um colapso completo. Em minhas viagens ao longo de diversas realidades tive encontros interessantes com diversas figuras excêntricas que habitam mundos distintos, dentre as quais uma das que mais me chamou a atenção pelos modos insanos e a psicopatia inerente, além de ter participado de diversas ações históricas que mudaram o rumo da história, foi Didacus ou Diego como gosta de ser chamado, um esqueleto vivo que habita a terra e de tempos em tempos acaba participando ativamente de alguns momentos históricos singulares.
Apresentação do personagem
Há muito tempo atrás, a igreja católica era comandada por um fascínora conhecido como Alexandre Bórgia, os adjetivos a esse papa são bem conhecidos e sua história a frente do trono de Pedro é um dos pontos feios da história desta.
Ele teve filhos relatados e não relatados, bastardos do papa, que não tiveram nem mesmo um sobrenome, o relato do caçador que vamos tratar começa em um destes filhos bastardos.
Pouco antes de morrer, ele pediu para fazer sexo com uma jovem e trouxeram a ele uma prostituta de nome Maria Alderonza, uma siciliana que tinha caído para a prostituição depois de ser enganada por um rapaz que a fez fugir de casa para depois vende - la a um mercador de mulheres em Roma.
Era uma jovem realmente atraente e depois de algumas horas, foi mandada embora dali, após receber duas moedas em ouro, mas mal sabia ela que aquele momento iria durar por muito tempo, algumas semanas após o fato ela descobriu que estava grávida e resolveu que não iria abortar.
Escondeu o máximo que pode aquela gestação, sempre sonhará em ser mãe e aquela poderia ser uma providência divina, estava começando a planejar o futuro, a ter esperança...
Mas acabou descoberta pela cafetina e foi espancada até morrer, o bebê contudo sobreviveu, mas foi jogado em um poço que exalava cheiro de enxofre, ainda com o cordão umbilical e chorando muito.
No instante que a velha de nome Marieta Ascolli jogou a criança naquele poço antigo, ela não esperava que estaria dando para aquele inocente a vida eterna...
Aquele poço era usado na antiguidade como uma espécie de portal para o rio Stix, era uma das entradas para o mundo inferior que havia sido lacrada e transformada em poço em tempos remotos. O cheiro de enxofre vinha da própria constituição do rio dos mortos, formado de lembranças, dor e ódio e outros sentimentos putrefados.
Aquiles ao ser banhado naquelas águas por alguns segundos ganhou invulnerabilidade, mas aquela criança, não foi banhada, ela foi sugada até o final.
Sua pele foi corroída e os ossos banhados naquela água espiritual, seu corpo derreteu, mas de algum modo, ela permaneceu viva, por semanas a fio, até que um dos barqueiros que leva os mortos para o julgamento, sentiu pena ao ouvir os guinchos de dor daquele recém nascido e com o remo trouxe o para dentro de seu barco.
A criança conseguirá um milagre, pois somente Orfeu tinha conseguido tal feito anteriormente com sua música divinamente inspirada.
O barqueiro lhe deu o nome de Didacus, pois o rio havia de lhe ensinar sobre a vida. Eles viajaram por todas as dimensões por onde o rio dos mortos avança, até mesmo entre humanos, protegidos pela mortalha que impede os humanos de verem a magia ao seu redor.
Em cada ida e vinda, o barqueiro ia contando histórias para o que ele considerava ser seu filho, mas aquilo não iria durar muito... Radamanto o juíz do mundo dos mortos, exigiu que o plenário avaliasse a situação e para tal chamou a criança esqueleto e o barqueiro a quem ela chamava de pai, para se decidir se aquilo era correto.
"_O menino ainda vive e no entanto está entre os mortos, isso não é permitido em nenhum momento, quebra todos os nossos protocolos, mestre Hades, exijo que ele seja devolvido ao mundo humano, por pertencer aquele local" Vociferou o juíz, e não importava o quanto argumentassem de modo contrário sempre voltava com as regras que regulam os mundos e conseguiu convencer a Hades que mesmo a contragosto baniu a criança para o mundo dos humanos.
E assim aquele pequeno esqueleto vivo foi mandado de volta para a dimensão de onde tinha sido banido ao nascer.
O tempo foi passando, ele cresceu e foi aprimorando seu nome até se tornado apenas Diego, seu sobrenome somente mais tarde iria saber, contudo jamais o usaria pois sentia tanta vergonha disso que nunca lhe passou pela cabeça se definir com o nome de um mortal, em sua mentalidade ele era filho daquele barqueiro que havia salvado o no rio Stix anos atrás.

Primeiros anos

Sua vida entre humanos nos primeiros momentos era uma constante fuga, era acossado pelas pessoas assim que se espalhava a lenda de que havia um morto se levantando da tumba para os caçar, não havia quem não o quisesse matar e nessa época, ele passou a ter ódio de humanos.
Quando encontrava algum amaldiçoado vampiro ou um furioso lobisomem, fazia questão de leva - lo até uma vila cheia de humanos e assistir ao massacre de um ponto privilegiado.
Ele era capaz de exercer influência telepática nas outras pessoas e desde cedo passou a usar isso para poder ser deixado minimamente em paz.
Contudo sempre haviam aqueles que perturbavam o sono dos mortos e por isso acabavam o enfurecendo de modo que quase sempre ele acaba arrumando confusões.
É dessa época, por volta de 1789, poucos anos após ele ter sido mandado de volta. Que temos o primeiro relato desse comportamento em defesa dos mortos.
Um ladrão de tumbas, invadiu o cemitério de Praga, onde ele estava vivendo havia algumas semanas, seu nome era Klaus, um alemão forte que vivia de assaltar cemitérios e vender metais, roupas e jóias furtados dos mortos.
Mas naquela noite ele iria se encontrar com Diego, ao abrir um caixão, ele percebeu um barulho de corrente se arrastando, era o esqueleto vivo que tinha seguido o ladrão desde que ele arrombara o cadeado do cemitério e que vendo o homem parado ali, remexendo no túmulo de uma noiva que morrera horas antes de ir ao altar, despindo o corpo do vestido com o qual tinha sido enterrada, ele se aproximou com cuidado, o homem nem percebeu até ser tarde demais.
A corrente se enrolou em seu pescoço e quanto mais ele lutava para se defender, mais era sufocado, até que caiu desfalecido em cima do cadáver da jovem noiva.
Aquele tinha sido seu primeiro assassinato e de algum modo aquela ação havia enfraquecido o osso de sua mão que apodreceu e caiu, rapidamente ele arrancou da mulher a quem havia defendido, o osso da mão e reencaixou no lugar e no mesmo instante, as carnes que ainda existiam secaram e aquela mão de ossos pequenos e frágeis passou a fazer parte do seu corpo.
E assim a cada vez que ele matava alguém, precisava repor uma parte do seu esqueleto, pois era necessário haver sempre um equilíbrio, uma balança que regulasse sua vida.
Com essa necessidade alguns pensariam que ele ficaria menos disposto a matar, sabendo que precisaria pegar partes de outros corpos para assim se manter, mas pelo contrário, ele gostou dessa idéia e atualmente se orgulha de ter somente a cabeça do corpo original.
"_Na verdade eu me sentia feliz, naqueles primeiros anos, matando os canalhas que passavam em meu caminho, era uma espécie de vingança por ter sido jogado nessa pocilga de humanidade." Era assim que ele definiu para mim, certa vez por que vivia matando pessoas, algumas até sem necessidade, somente pelo fato delas terem condutas criminosas, que ele com seus poderes pequenos de telepata conseguia detectar.
Andando ao seu lado durante uma caçada a um monstro que tinha escapado da dimensão do pesadelo consegui ver seus atos e muitas vezes acabei perplexo, ao ve - lo espancar um homem na rua pondo todo seu disfarce em risco simplesmente por que leu os pensamentos deste e viu que ele tinha espancado quase até a morte sua esposa naquela noite passada.
Há na história desse esqueleto vivo, diversos pontos de vácuo, onde ele é acometido de uma espécie de letargia, onde dorme e todos seus ossos acabam se decompondo, sobrando somente a cabeça, até que ele acorda e usando seus poderes telepáticos consegue fazer com que seres vivos próximos o levem até algum novo corpo, para entãoele voltar a ativa.
Seu primeiro grande sono foi durante o fim do período napoleônico na ilha de Santa Helena para onde tinha ido matar Napoleão, a mando dos ingleses que o haviam pago com duas carroças de ouro, ele foi enviado em um saco e lá desembarcado num depósito da prisão insular.
Logo que anoiteceu, ele abriu o saco e pegou uma pá e foi andando pela fortaleza, matou um guarda que defendia a porta do depósito e colocou o dentro do saco. "_Foi fácil, ele era um imbecil, precisei apenas enganar a mente dele, fazendo o crer que dentro do depósito uma jovem linda estava o esperando, ele abriu a porta e sua cabeça foi arrancada no mesmo instante por um facão que eu tinha achado ali."
Vestido com uma roupa da guarnição e com seus poderes telepáticos foi fácil para ele chegar até onde o general estava preso, orando para que Deus o iluminasse naquela provação, ele abriu a cela e sem que Napoleão percebesse ele o atingiu na cabeça com a ponta da baioneta.Seu corpo caiu morto e Diego pela primeira vez alterou a história da humanidade, matando o e frustrando os planos dos revoltosos com o novo governo que desejavam a volta dele, por esse motivo acabou sendo punido pelos juízes do tártaro com alguns anos de sono profundo, onde seu espírito foi forçado a sair de seu corpo e ele passou a ser um fantasma.
Mas para o azar deste que vós escreve, ele não lembra desse período de sua vida totalmente e as passagens que consegui dele, são esparsas demais para serem publicadas nessa história.
Contudo não se lembra de nenhuma parte de sua história nesse período, o que ele acaba falando nos dá a entender que ele atravessou diversas dimensões da umbra e que vagou nos locais perdidos, mundos paralelos, onde as regras e as leis são distintas as dos planos materiais.
Ele voltou anos depois em um mundo completamente diferente, sua cabeça era usada como decoração em uma biblioteca no sul de Washington.
Um pesquisador americano que tinha ido a ilha de Santa Helena e encontrado aquele crânio próximo ao local onde alguns historiadores acreditavam que Napoleão tinha sido assassinado.
Os ocorridos naquela noite, foram abafados pelas tropas republicanas que criaram uma série de falsas histórias sobre a morte do imperador, deixando um vácuo que aquele pesquisador buscava resolver.
A caveira assim como outros objetos encontrados na prisão foram levados para análise nos centro de pesquisa de Washington que já naquela época era uma referência para este tipo de análise, mas nada foi encontrado naquele crânio que segundo as datações de carbono 14 parecia ter quase dois milhões de anos e no entanto estava plenamente conservado não tendo nem mesmo sinais minímos de putrefação.
Era noite do dia das bruxas e quando ele voltou a vida, a cidade inteira ficou sem luz, sua alma, que estava vagando por diversos portais dimensionais ao voltar para seu crânio, teve muito de seu passado apagado, mas o desejo de matar era o mesmo e quando o pesquisador se aproximou da peça para vê - la como fazia todos os dias, recebeu uma mordida na jugular e caiu para trás perdendo sangue em larga quantidade, enquanto isso o crânio grudado em seu pescoço ia mordendo o até conseguir decapitar o corpo do ancião.
Quando a cabeça caiu, ele encaixou se na base do pescoço e o processo se repetiu, o corpo entrou em chamas, até sobrar somente ossos limpos de toda carne.
Ele se levantou e a esposa do pesquisador apareceu na biblioteca e vendo aquele corpo se levantar caiu desfalecida com um ataque do coração fulminante. Ele sem pensar duas vezes, foi até a cozinha e cortou a perna da mulher, pois o osso do joelho do ancião que ele tinha usurpado o corpo estava incomodando muito.
Ele tirou a perna da mulher em poucos golpes, tomando cuidado para não estragar os ossos, tirou a perna defeituosa de seu esqueleto e encaixou a outra.
Foi até o guarda - roupa e pegou um terno com cartola, uma bengala e esperou até anoitecer, quando fugiu para o cemitério da cidade e se encontrou com um vampiro do sul americano que tinha sido ordenado para matar o presidente que havia decretado o fim da escravidão.
A liderança dos vampiros desejava testa - lo, mandou o para a capital afim de que matasse aquele humano, mas ele não era um assassino frio e calculista, não tinha a força o suficiente e quando viu Diego entrando no cemitério foi até ele para contratar lhe, ele pediu uma grande quantidade de ouro e um rifle, sabia atirar desde os tempos de Napoleão e gostaria muito de voltar a apertar os ossos no frio metal de um gatilho, o assassino mandado para tal missão duas noites depois veio com o rifle e deu um local onde o presidente estaria, o teatro da cidade, Lincoln gostava de ir a peças teatrais acompanhado de finas damas do meretrício com as quais se deitava ao fim daqueles espetáculos.
Diego se dirigiu ao local uma noite antes, sabia onde o presidente estaria e escolheu uma posição privilegiada no teto do local, e esperou quase vinte horas com paciência e calma, ali no teto daquela casa de espetáculos, no horário marcado a carruagem dele chegou e no exato momento em que ele se sentou na cadeira especial do seu camarote, Diego engatilhou a arma e por uma dessas coincidências do destino no exato momento em que ele disparou, um louco que acreditava ter sido imbuído por Deus da missão de matar o presidente.
O tiro do louco acertou o braço do presidente, enquanto o tiro de Diego, acertou entre meio os olhos, a munição era de grosso calibre e ao entrar no corpo explodiu o cérebro dele, causando uma hemorragia interna e saindo na base da espinha.
Em meio a confusão, ninguém prestou atenção a um zumbi que fugiu para o esgoto da cidade e de lá voltou ao cemitério, onde recebeu o pagamento e um agradecimento daquele vampiro vacilante que pode voltar a Nova Orleans com a mensagem que seus superiores desejavam receber.
No entanto, o assassino do presidente, o zumbi Diego, Não teve tempo de gastar sua fortuna recém adquirida. No mesmo instante seu espírito foi sugado para o inferno cristão.
Ele foi forçadamente convidado por Belial, um dos condes de Satã para poder integrar as hostes infernais e ao negar o pedido, foi mandado para um palácio das torturas, onde os piores entre os piores estavam.
Ali ele vislumbrou uma única vez a imagem de seu pai, Alexandre, que torturado de diversas formas. Seu espírito era varado por espinhos, suas mãos estavam esmagados, seus olhos haviam sido retirados e nem mesmo gritos sua alma apodrecida emitia mais.
Ali dentro ele sentiu dor, por quase quatrocentos anos, foi chicoteado, queimado, eletrocutado, viu milhares sendo devorados por seus pecados e teve cada bom sentimento seu arrancado, só sobrou ódio, raiva e mais nada.
Para fugir dali, ele usou seus poderes telepáticos para seduzir uma Súcubus que era escrava ali, fez com que ela lhe abrisse as algemas e deixasse suas mãos e pés livres, e quando terminou de fazer isto, ele a jogou num poço de fogo e seus gritos chamaram a atenção dos guardas.
Aqueles infernais tinham sido autores de tantas torturas que ele movido de pura raiva, atacou os, tinha experiência e algum conhecimento marcial adquirido ao longo de muitos anos de vida, quando um deles avançou para tentar barrar sua fuga, recebeu um chute no estômago e quando a dor o fez se arquear por alguns segundos, ele perdeu a espada que tinha na mão direita e instantes depois estava decapitado.
Cada novo ataque trazia milhares de outros demônios, ele usava os números gigantescos do exército que estavam sendo mobilizados para poder lutar em um ambiente confuso, onde muitas vezes seus inimigos acabavam errando golpes e matando seus próprios membros.
Depois de quatro patrulhas assassinadas, ele avançou até o pináculo daquele palácio e fez refém a rainha do inferno: Lilith, e todos pararam ao ver ele avançando com uma espada no pescoço da preferida do rei infernal.
Ninguém esperaria no entanto que ele movido de pura raiva, quando chegou a ponte que separava o palácio das torturas do restante do inferno, matasse aquela infernal decapitando, com um golpe único, fazendo com que as tropas antes atônitas fossem ainda mais raivosas em seu encalço.
Ele corria como um louco, matava qualquer um que cruzasse seu caminho e por um golpe de sorte, conseguiu entrar no templo, onde havia um portal para o rio Stix, entrou no local e caiu nas águas que tanto conhecia, foi nadando e usando seus telepáticos para chamar qualquer criatura próxima, quando um Leviathã apareceu e o engoliu, levando aquele espírito de volta para o mundo mortal, abrindo sua bocarra e deixando o livre.
Demorou quase cinco anos até ele recuperar sua caveira, que tinha sido levada do cemitério por um banda de punk gótico chamada Dark Non - sense no ano de 2005, e ele só achou a novamente em 2010, durante uma turnê da banda na cidade de Brasília, quando ele cansado de tanto segui - los, voltou ao seu corpo esquelético, matou toda a banda em questão, fazendo o motorista da limusine que os levava para o aeroporto capotar na estrada.
O corpo do motorista foi decapitado e ele se aproveitou disso para tomar aquele esqueleto para se estabelecer novamente.
Contudo foi preciso pegar os ossos de outros integrantes daquela banda, pois o corpo do motorista teve diversas fraturas no acidente, e assim, ele esquartejou diversos membros da banda para conseguir ossos para seu novo corpo.
Quando a polícia chegou ao local, ele já estava longe, no inferno seu nome tem uma recompensa enorme, no Hades ele é tratado como aberração e todo humano que o vê, foge rapidamente com medo de sua aparência horrenda, será que ele vai sobreviver?
Professor Paradoxo, historiador e mestre do tempo.

"È claro que eu vou sobreviver, o professor é um imbecil as vezes, como matar alguém que já morreu ao nascer?
Os canalhas do andar de baixo não me assustam e se aqueles maricas do Hades me odeiam, eu também os detesto.
Na verdade só deixei o professor escrever minha história por que queria relembrar meu passado, mas a partir daqui quem vai falar sou eu, e se vocês não gostarem podem ir todos nadar na merda! E tenham a certeza de que se eu os encontrar estarão mortos até o amanhecer."

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...