Introdução
Escrever essa história foi
um exercício interessante, pois aprendi a escrever um personagem
completamente: imoral, sem valores, que pisa e mata tudo que lhe passa no
caminho.
Um cara que usa
do poder que a mídia tem para conseguir convencer as pessoas, iludindo as, para
então poder usar as massas para os fins que bem desejar.
Esse jornalista
não tem nenhuma semelhança com os outros heróis que eu já escrevi, sendo o meu
primeiro vilão, que de fato merece todo esse título, mas é um vilão mortal sem
super – poderes.
Aposto que ao
final disso tudo espero somente que vocês fiquem bastante impressionados com
tudo, igual eu fiquei e acho que muitos vão odiar ele, outros vão ama – lo, mas
Mário Orzikof é um homem que não nos deixa passar em branco, alguma reação a
história dele irá causar em vocês meus queridos leitores.
Boa leitura e
apertem os cintos.
- Marcos Paulo
Arantes Ferro.
- Capitulo 1 - Um jornalista insano em busca de histórias.
- Ano 2130 – Cidade Novo Rio City
Redação do Jornal: Veritas
Redação do Jornal: Veritas
Há uma sensação
estranha quando vemos na nossa frente um samurai da Yakuza em missão para nós
matar parece que aquela última hora enquanto corremos, berrando a plenos
pulmões por alguma ajuda é longa e que a cada golpe realizado com precisão
cirúrgica será o que levará nossa vida, ceifando nossos sonhos e
possibilidades.
Eu estava na
redação do jornal atrás de um óculos computador, teclando as notícias da minha
coluna quando ele invadiu o prédio, há algumas semanas eu vinha enchendo a
paciência de alguns figurões, escrevendo sobre alguns figurões que estavam
envolvidos na venda ilegal de armas e drogas. Diversas ameaças de morte tinham
sido feitas e ignoradas, no entanto era real aquela, real até demais.
Tinha sido
avisado e agora aquele soldado estava subindo, ele sabia desde o primeiro
instante que ele estava atrás de finalizar a si próprio.
Tinha vindo
para o Brasil após fugir das guerras da federação Russa, justamente por ter
quase sido morto anos atrás e agora sua língua afiada mais uma vez tinha lhe posto
em encrencas.
Mas aquele era
Orzikof e sabia sobreviver há qualquer encrenca não importa o tamanho e tinha
preparado um plano de fuga, agora estava subindo os andares pela escada, por
que o elevador novamente estava quebrado, ligando todos os alarmes de incêndio
que piscavam luzes e neons pelo prédio em New Rio city, quase morto ele chegou no último
andar e rapidamente entrou no carro voador, deixando para trás um ninja sem sua
vítima.
Assim que
aquelas imagens partissem para os jornais, toda a galáxia saberia o que havia
acontecido e ele se tornaria um dos jornalistas mais famosos, já estava até
pensando na sua próxima coluna no jornal defendendo medidas duras para garantir
a melhor vida dos cidadãos frente aos desmandos da máfia naquela cidade.
Pretendia
atacar ao governo, as corporações e a todo mundo que sua mente planejasse.
Sabia que iria
provavelmente acabar com vários furos na carcaça, jogado no lago de esgoto do
Flamengo, mas esperava sinceramente conseguir a fama que tanto desejará.
Agora o carro
ia para sua casa segura, era questão de algumas horas para ficar famoso, era só
sobreviver, mas será que conseguiria?
- Fábrica de Dróides Kaichiro – Complexo de Lorde
Kanchi na parte sul da cidade. Três dias após o atentado.
Era para ela já ter chegado com as minhas
informações, era para tudo ser um simples jogo de cartas marcadas. Uma boa e
velha trapaça, mas Orzikof, aquela víbora maldita tinha escapado e agora todos
na cidade sabiam que um dos meus robôs tinha sido o responsável por aquela
matança, daqui a pouco teria de ir a delegacia na cidade para prestar
depoimentos, ou poderia simplesmente preparar as defesas de sua fábrica e
resistir por quanto tempo desejasse, afinal ele era Lord Kanchi, o mestre das
armas que poderia enviar todo seu exército armazenado para a venda e causar o
terror, cumprindo a missão que a yakuza lhe dera, agora tudo tinha dado errado.
Era questão de saber de onde viria o primeiro
ataque, mas ele não esperava que seria tão forte e brutal, as forças da máfia
tinha pego sua filha enquanto ela ia em casa pegar a todos e traze - los em
segurança e decapitado a de maneira brutal, lançando de um carro voador a
quinhentos pés da fábrica aquele crânio, que esmagado pela queda tinha se
tornado apenas uma massa amorfa de sangue, pele, ossos e cérebro!
Como eu já chorei por aquilo, não mandei ninguém ir atrás de minha família, sei que todos estão mortos e a culpa toda é daquele maldito jornalista xereta, mas ele irá pagar assim como toda a cidade, beberei no crânio dele o sangue de cada um.
Como eu já chorei por aquilo, não mandei ninguém ir atrás de minha família, sei que todos estão mortos e a culpa toda é daquele maldito jornalista xereta, mas ele irá pagar assim como toda a cidade, beberei no crânio dele o sangue de cada um.
_ Inteligência artificial você pode me ouvir?
_ Sim, meu senhor!
_ Quantos robôs temos na fábrica montados e prontos para venda?
_ Quantos robôs temos na fábrica montados e prontos para venda?
_ 70.000 de diferentes modelos e marcas esperando
apenas um comando para entrarem em funcionamento.
_ Ative - os e trave no modo de combate insano,
coloque os para matar a todos até encontre Mário Orzikof, quero eles varrendo a
cidade toda atrás daquele maldito jornalista!
Enquanto isso na mesa dele em um smart - óculos a
coluna do jornalista estava lá.
Notícias de hoje!
Notícias de hoje!
A riqueza da yakuza comprou lorde Kanchi?
Eu sou Orzikof e sabemos que a máfia não cansa de tentar me calar, mas hoje eles não foram sozinhos a sede do jornal para me pegar, mandaram uma máquina com o selo da indústria do Lorde Kanchi, seria esse nobre senhor um membro da yakuza preparado para calar minha voz?
Eu sou Orzikof e sabemos que a máfia não cansa de tentar me calar, mas hoje eles não foram sozinhos a sede do jornal para me pegar, mandaram uma máquina com o selo da indústria do Lorde Kanchi, seria esse nobre senhor um membro da yakuza preparado para calar minha voz?
Seria ele um dos líderes dessa organização?
Que segredos esconderia esse homem da elite da nossa sociedade? Teria sido ele comprado pela rede ou seria apenas mais um elo numa cadeia maior de indivíduos malditos de nossa boa sociedade que vivem para tentar controlar a cidade nas sombras do submundo.
Que segredos esconderia esse homem da elite da nossa sociedade? Teria sido ele comprado pela rede ou seria apenas mais um elo numa cadeia maior de indivíduos malditos de nossa boa sociedade que vivem para tentar controlar a cidade nas sombras do submundo.
Segundo minhas fontes posso assegurar que aquele
dróide samurai que todos virão me atacando nas imagens pertence a Kaichiro S.A,
e já contatei o chefe de polícia e este ainda não deu nenhuma resposta frente a
essa questão.
Aguardem novas notícias amanhã, se mais nenhum
figurão da indústria tentar me matar, estarei sempre aqui para dizer a verdade
não importa a quem doa.
Capitulo 2 – Causando
o caos
Bunker fora do Domo da
cidade – montanhas Petrópolis – Várias semanas após o atentado.
O sistema dos seus óculos computador
mostrava as principais redes de notícias da galáxia relatando o massacre que
estava ocorrendo em Novo Rio ,
milhares de robôs, de todos os tipos usados para os militares durante as
guerras estavam atacando insanamente e em vários distritos daquela grande
megalópole onde ele estava há horas atrás.
Pouco lhe importava todo aquele sangue,
ele sabia que era ele que aqueles robôs estavam caçando, mas em sua mente
doente culpava as autoridades por aquelas mortes todas.
Agora ele estava a salvo num bunker que
mandará construir tinha alguns anos, antes de começar a nessa jornada pela
verdade daquela cidade suja e podre.
Ele não tinha nenhum objetivo ali, era
um sobrevivente, tinha enganado a máfia russa e sabia que as pessoas são tão
volúveis quanto a cafeína que consumia em doses cada dia maiores.
Trabalhava loucamente em seus textos e
os enviava pela rede freneticamente comentando as notícias sobre as mortes das
pessoas, mostrando as imagens mais insanas e bizarras de pessoas mortas pelos
robôs, retalhadas, decapitadas, estripadas, não havia limites para a insanidade
dele e só parou de publicar quarenta e oito horas depois quando o cansaço o
dominou e ele dormiu.
Após acordar procurou algo e beber sua
dose de água reciclada dentro daquela fortaleza fora da cidade onde se
esconderá, quando resolveu voltar a tela do seu celular computador, diversas
mensagens reverberam na sua tela, milhares de milhares pessoas no espaço tinham
entrado no jornal e como ele tinha um extra pelo número de acessos poderia
viver bem pelo resto da vida, pois naquele dia o jornal para quem trabalhará
tinha mais de dois bilhões de visualizações dos incidentes dos dias anteriores que
forçaram o governo numa medida inédita cancelar a rede e soltar uma bomba de
pulso magnético em todo o domo, desativando toda tecnologia e danificando para
sempre, um prejuízo que ninguém pode sequer calcular, a fábrica do Lorde fora
atacada e seu dono condenado pela justiça do conselho das corporações a morte
por desintegração, sentença que foi cumprida em sessão aberta e filmada por
todo o espaço, suas posses foram tomadas pelo estado para pagar os prejuízos da
cidade, tanto em vidas, quanto materiais.
No entanto agora ninguém sabia onde
estava o repórter que Lorde Kanchi tinha culpado por ter lhe levado a loucura e
cometido aquele ato de terrorismo insano: Mario Orzikof, o colunista do
tablóide sensacionalista: Veritas Prevalece, todos começaram uma caçada por
ele, com causas e motivos diferentes.
Mas ele apareceria somente quando lhe
desse na cabeça, era bom que procurassem, assim manteriam sua página em
crescente ascensão e tentariam lhe rastrear mas ele já tinha planejado tudo e
qualquer conexão que tentasse chegar ali teria de passar por um poderoso
sistema de defesa anti – hacker que ele tinha conseguido com uma fonte, vindo
diretamente do Japão aquilo era uma verdadeira maravilha que poderia lhe dar um
pouco de paz para trabalhar, mas no entanto resolveu digitar seus textos
estando offline para não ficar correndo riscos atoa e só após tudo digitado ele
colocaria no site, rapidamente.
Seu telefone integrado nos óculos
computador, não parava de mostrar mensagens que chegavam da rede, conhecidos,
amigos e inimigos tentavam falar com ele de qualquer modo, mas ele estava
gostando daquele jogo de gato e rato na matriz, de algum modo aquilo era o mais
próximo de uma infância que ele nunca teve.
Uma semana passou e ele resolveu
reaparecer, escolheu um defensor que estava lhe ligando para estar cuidando do
seu caso e foi a rede puxar a informação do mesmo:
_ Um brilhante advogado, formado e doutorado em universidades lá fora, que no entanto deve querer me usar para tentar subir na vida, mas isso parece estar bom demais, deixa eu entrar em contato com a Lucy do banco de dados da polícia para saber mais coisas a respeito desse estranho benfeitor.
_ Um brilhante advogado, formado e doutorado em universidades lá fora, que no entanto deve querer me usar para tentar subir na vida, mas isso parece estar bom demais, deixa eu entrar em contato com a Lucy do banco de dados da polícia para saber mais coisas a respeito desse estranho benfeitor.
_ Sistema mande uma mensagem para o ID:
H- 819 e mande uma mensagem: Top secret.
_ Ouço e obedeço mestre... Mensagem entregue.
Passados alguns segundos um som antigo
de campainha tocava no seu sistema integrado e ele via diante de si em
realidade aumentada uma figura feminina um pouco gordinha, mas que carregava um
charme especial.
_ Oi meu amor, preciso de um favor,
prometo que se me fizer isso te levo para jantar no Center Luxe Restaurante que
você tanto ama? Preciso que puxe a ficha desse cara, mostrando para ela uma
foto do moço que tinha de um cartão digital que ele havia lhe mandado por todo
o tempo que esteve desaparecido.
_ Você fala como se tivesse sumido por
algumas horas, mas você se dá conta que sumiu por várias semanas seu louco? As
pessoas estão preocupadas com você? A cidade inteira ainda está apavorada com o
que muitos estão chamando de juízo final cyborgue e você resolve sumir, saiba
que exijo uma explicação de sua parte, senhor Mario Orzikof!
_ Sabia que você fica linda me dando
sermão? Se bem me lembro só tenho você para se preocupar comigo, portanto fico
feliz em saber que essa carcaça humana ainda tem algum valor para você, quanto
ao resto da população desse lugar, eles não são nada frente ao seu brilho,
linda!
_ Você continua o mesmo conquistador,
seu pirado! Vou te cobrar uma boa conversa assim que nos virmos também, mas vou
te ajudar e se ausentou por alguns segundos até que voltou com a informação.
_ Esse ai da foto é o agente Karpovsk,
um figurão da NKGB, agência criada após a guerra na federação russa, para
conter possíveis focos terroristas especializados, esse homem é encrenca
tamanho Omega e não quero você se metendo com ele certo?
_ Eu ouvi direito? Você está preocupada
comigo? Agora ganhei meu primeiro motivo para querer ficar vivo em anos, minha
princesinha linda e sorri um pouco entre dentes, disfarçando enquanto fazia
upload todos aqueles arquivos para meu sistema, discretamente fui lendo
enquanto a conversa ia desenrolando para as triviais saudações cordiais,
pedidos de se cuida e outros papos que ficariam demasiados longos e fora do
nexo principal dessa história maluca que ocorreu comigo.
A conversa se encerrou naturalmente,
após eu fazer promessas em todos os idiomas que não tentaria nenhuma bobagem,
frente aquele figurão! Mas eu não ia fazer uma bobagem, estaria esperando ele e
assim que o idiota pisasse no espaço porto brasileiro acabaria lambendo o chão
em uma das masmorras que eles por aqui costumam chamar de penitenciarias.
Fiz uma coluna, no jornal onde ainda
trabalhava, com quarenta mil palavras mostrando ligações mirabolantes sobre
aquele agente russo e o incidente só não esperava o que as minhas palavras iam
acabar fazendo na população.
Eu armei com palavras doces e um homem
para culparem a sua forma o povo, que é a mais brutal de todas as armas e
naquela noite, quando o suposto advogado chegou ele não esperava uma recepção
de cinqüenta mil pessoas no espaço porto que quebraram tudo num ato de
brutalidade que não se via por essas bandas do Atlântico desde os protestos que
levarão ao fim do estado político para o estado das corporações há cem anos
atrás!
O povo linchou ele de uma maneira tão
brutal e perversa e saiu destruindo tudo até serem parados pela polícia
corporativa, que fez vítimas, a maioria dos protestantes atirando para matar
sem piedade e nem dó em prol da ordem e do lucro das corporações que comandavam
a cidade.
Via em tempo real, o desenrolar
daquelas ações sabendo da encrenca que tinha arrumado. Teclava sem para
alimentado pela cafeína e outras drogas para ficar acordado, não conseguia
desligar nenhum segundo frente a tantas notícias, tantas boas histórias e ele
nem havia voltado de fato e já tinha aprontado tanto.
O povo estava revoltado e por todos os
lados no domo surgiam novos protestos insanos, ele voltava a lhes lembrar sobre
os problemas da cidade, tudo estava pegando fogo e ele era o cara que saia pela
cidade carregando os barris de gasolina e explosivos e jogando nos prédios só
para ver eles caírem mais rápido.
Sua coluna já estava com mais de
cinqüenta bilhões de acessos por toda a galáxia, a população estava lhe levando
a sério demais até e muitas vozes já começavam a lhe considerar uma
possibilidade para mudar tudo, algo que ele negava sistematicamente, afinal
estar no poder é mostrar para todos os outros seus telhados de vidro para que
eles lançassem granadas dentro e acabassem contudo.
Era legal entrar em contato com
diversas mensagens, desde as mais malucas com fãs loucas fazendo fóruns de
realidade aumentada querendo que ele as leve para a cama até pirados que
preparavam protestos nas redes fechadas contra o governo e mandavam para ele de
maneira discreta e não identificada links para que ele liderasse as massas.
Ele ria disso tudo, manipulando todos
de fora, a lona já estava encharcada com combustível hiper – espacial e toda a
platéia só perceberia tarde demais suas reais intenções ao mover todos aqueles
planos.
As ações estavam no tabuleiro e seu
adversário se movia de acordo com suas previsões...
Vendo a cidade pegar fogo através dos
principais noticiários do país era um programa divertidíssimo e ele via toda
aquela gente se matando por nada e fazia questão de piorar as situações,
postando com fontes antigas ou adulteradas varias mensagens de que o governo
estaria planejando desalojar pessoas nos bairros mais afastados para poder dar
lugar há algumas fábricas novas, com isso os protestos foram se espalhando, ele
estava vendo o fogo ocorrer e tudo o que fez foi ligar uma mangueira num
caminhão tanque e despejar sobre o fogo sem se importar com as ocorrências.
Seus óculos estavam cheios de mensagens
de figurões do governo e da polícia mandando o parar com aquelas notícias,
pediam, exigiam, ameaçavam, mas ele estava louco demais se divertindo com tudo
aquilo, ver e escrever até que um ataque do coração ou um derrame pelo excesso
de drogas para ficar ligado, o matasse, ele ignorou todos os pedidos e quando o
site da revista foi apagado da matriz, ele começou a mandar através das
mensagens pessoais dos seus assinantes, as mensagens.
Ver cada uma de suas palavras ser
repassada pelo mundo digital era algo extasiante, nem sexo conseguia ser tão
prazeroso quanto aquilo, as chamas da revolta varriam todos os lados.
Capítulo 3 - Captura há qualquer preço
Diversos esquadrões foram mobilizados
para parar aquele jornalista, custe o que custar, e pouco a pouco foram pegando
as pistas que os levarão até o bunker onde encontraram vários aparelhos ligados
na TV e ele deitado sem tomar banho a pelo menos alguns semanas a julgar pelo
fedor que seu corpo exalava por todo o lugar.
Os policiais não precisaram fazer nada,
afinal ele estava tão adormecido que nem mesmo com todo o barulho feito para
estourar a porta, foi capaz de lhe acordar, então simplesmente lhe levaram para
a central e se o delegado mandasse os. Dariam um fim para aquele maldito.
A chegada na cidade fora tumultuada e
vários manifestantes pareciam atacar aqueles carros de uma maneira
desproporcional, afinal ali só estava um jornalista safado e mais nada.
A população barrou a entrada com
barricadas e carros voadores ficaram pairando nos céus, impedindo a passagem do
comboio que montou uma posição defensiva, mas foi atacada por um número
altíssimo de pessoas que conseguiram romper as posições apesar de sofrerem
baixas imensas, enquanto os policiais iam sendo espancados pela multidão sem
entender nada do que estava ocorrendo.
Mal sabiam eles que antes de cair no
sono, por cansaço mental ele escreveu que os policiais iriam pegar ele para
tirar lhe a vida, em pleno centro da cidade, sua nota terminava com as
seguintes frases: “Como uma ovelha no matadouro, eu vou ser morto para que os
poderosos que há anos comandam nossa cidade espero que fiquem satisfeitos,
pervertidos que comandam este lugar, dou minha carne por dizer a verdade a
vocês, povo de minha cidade, só espero que me honrem e não parem de lutar,
frente à dominação e tirania, vocês vão me matar, mas nunca irão me calar”.
Ele terminou de escrever aquela nota,
se desconectou e dormiu pesado e passadas algumas horas a polícia tinha chegado
para prender e todas as ações tinham ocorrido.
Após o confronto ele fora levado para o
esgoto, num abrigo subterrâneo que durante a terceira guerra mundial, serviu
para estocar alimentos e armas e agora era à base de uma futura revolução que
pretendia se espalhar por todos os lados, dando ao povo novamente o direito de
eleger seus governantes, acabando com a escravidão que o governo das corporações
impunha a todos.
Um dia inteiro se passou sem que ele se
desse conta onde estava, quando abriu os olhos percebeu que não se encontrava
mais em seu lar seguro.
_ Merda! Não devia ter dormido,
provavelmente fui levado para a cadeia!
Ao terminar de dizer essas palavras a
porta se abriu e um grupo enorme de pessoas queria lhe abraçar, era um grupo de
pessoas pobres, mas que olhavam para ele com admiração e respeito.
Tinha gente de várias espécies:
humanos, aliens, seres modificados geneticamente para algumas funções, gente de
todos os tipos que enquanto carregava em suas costas, parecia estar em transe
tamanha à felicidade.
Aquela cena lhe lembrou uma fala do seu
professor de teoria jornalística na faculdade:
“O povo é muito instável e perigoso,
pode subverter toda a ordem em minutos, principalmente se tiver alguém a quem
eles admirem e amem.
“Quando o povo segue a um líder
cegamente, saibam vocês que: as ruas choram sangue”.
_ As ruas choram sangue! Essa frase
martelava em sua cabeça, enquanto que com um sorriso tão cheio de maldade, ele
batia palmas e cumprimentava a todos.
Ele que adorava ver o circo pegar fogo,
tinha conseguido as suas bombas.
O povo foi o levando até o centro
daquele abrigo onde estavam e lá ele subiu numa espécie de tablado, que antigamente
levava para as colônias de mineração no centro da Terra mais que hoje estavam
desativadas, quando subiu ele já tinha em mente um discurso para aquelas
pessoas, especialmente depois que um deles lhe contou o que haviam feito para
salvar ele das garras da polícia corporativa.
_ Eu fico muito triste, pelos homens e
mulheres que morreram para me salvar, mas graças a eles ainda estou aqui para
continuar denunciando as mentiras do governo, vou lutar da minha forma, vou
lutar para que cada um daqueles que pereceram no confronto tenha paz e
tranqüilidade no céu, sabendo que seu sacrifício não foi em vão, foi apenas um
gatilho para o início da luta contra esses malditos!
O povo gritou e deu vivas ao fim das
palavras, todos estavam animados demais, ele só pensava agora na parte final do
discurso para comover aquelas pessoas:
_ Vocês todos que passaram a vida toda
sendo maltratados e dominados, vivendo aqui no meio do lixo e dos ratos é hora
de tomar o poder, vocês são a maioria da população! Já é hora de mostrarem sua
força, quem aqui está comigo? Quem aqui vai marchar comigo até os arsenais da
polícia corporativa e pegar as armas para nós livrarmos das correntes que nós
aprisiona a este maldito sistema?
As pessoas ali presentes na totalidade
se levantaram as mãos e juntos, deixaram aquele local cada qual armado com o
que via pela frente com destino a delegacia principal do lado sul, a menor de
todas as quatro que havia na cidade que foi detonada e incendiada até a base
após confronto intenso em que vinte mil pessoas de um total de quase cem mil,
que participaram daquela batalha, foi morta, porém agora vários deles estavam
armados e preparados para o confronto.
A segunda delegacia na zona leste da
cidade foi invadida e dessa vez as baixas foram maiores por que os policiais
estavam mais preparados e reforços vindos dos níveis superiores tinham sido
solicitados, no entanto apesar de agora serem somente trinta mil pessoas,
quinze mil tinha armas e munição e duas mil pessoas entre homens e mulheres
tinha armaduras de combate leve com capacidade de vôo.
Mário apesar de ser o causador daquilo
tudo, não estava no meio dos combates, ele havia mandado somente um holograma
seu para seguir os rebeldes, dizendo uma série de palavras de ordem, gravadas
ainda no covil deles, durante um breve momento em que esteve sozinho.
Ele estava indo para o centro de
pesquisas militares de Lorde Kanchi que agora contava com segurança mínima,
pois a cada hora mais soldados da força policial eram requisitados para conter
a turba de violência que se alastrava após os distritos sul, leste e oeste
terem sido atacados e destruídos por um grupo de terroristas.
Ele entrou na fábrica após cortar os
arames da cerca de proteção, e entrou rapidamente naquele local agora quase
abandonado, uma sentinela humana somente patrulhava o pátio externo, um garoto
que deveria ter acabado de entrar para a polícia e devia ter sido poupado pela
pouca experiência de combate.
Fora fácil pegar ele distraído e
asfixiar ele até seu corpo cair ao chão inerte, mas ainda vivo. Pegou dele as
senhas de acesso e foi entrando na fábrica, como tinha entrado sem quebrar a
segurança a inteligência artificial do local não ativou os sistemas de defesa
do local e ele pode explorar a vontade.
_ Inteligência artificial, estou aqui
atrás de provas sobre a fábrica, pelas leis dessa cidade exijo que abra os
arquivos das últimas semanas desse complexo e pesquise sobre qualquer ligação
entre o seu criador e a Yakuza.
Ao terminar de dizer essa frase foi
mostrado num dos painéis a sua frente uma série de informações que comprovavam
a participação daquele figurão com a máfia e além disso num arquivo secreto ele
encontrou algo que o deixou quase em êxtase de tanta felicidade: Uma lista
contendo todos os nomes dos membros do alto conselho daquela organização,
aquele cara por medo de ser traído tinha feito um verdadeiro dossiê de seus
amigos.
_ A polícia quando veio aqui, exigiu de
você alguma dessas informações?
_ Não, os policiais somente fizeram
upload de um novo sistema de combate mecânico, desenvolvido pelos técnicos da
Materi S.A e mandaram lacrar algumas áreas do complexo.
Ao ouvir aquela máquina, mostrando
aquela fala na tela, ele quase teve um ataque de felicidade, aquilo sim era o
negócio da China! Poderia ter ido embora e voltado para sua missão de guiar as
massas, porém ficou curioso sobre o que se tratava aquela arma e pediu para ser
levado até aquela máquina.
No mesmo instante uma parte do metal em
que ele estava começou a mover ele até a parte de construção, onde aquele
monstro mecânico estava sendo construído em escala acelerada.
O robô tinha quase trinta metros, seus
seis braços eram: metralhadoras de munição de mil polegadas, e nos ombros ele
tinha lançadores de mísseis cada um com uma caixa para reposição, além de
contar com escudos magnéticos e proteção contra vários tipos de munição, era
uma arma perfeita, ainda em fase de protótipo, mas que detonaria a parte final
do seu plano.
_ Tempo estimado para termino da
construção, quatro minutos e vinte e oito segundos, senhor.
_ Desejo que você acelere e abra uma
conexão mental, me passando os dados necessários para pilotar a esse invento.
_ Sim senhor! Ela abriu um cabo que ele
plugou atrás da orelha, e recebeu uma dose massiva de informações direto dos
servidores da I.a sobre como pilotar aquilo.
Dez minutos depois ele deu ordens para
a inteligência artificial reativar a produção de robôs, travar todo o sistema
de defesa, ativando os reconstrutores de matéria para os danos realizados na
fábrica pelos policiais durante a invasão e começar a rodar nessas novas
máquinas, comandos para contenção de revoltosos.
Ele entrou na máquina e um espaço no
teto se abriu completamente no teto, deixando que ele saísse. Ligou os foguetes
nos pés e foi vendo a cidade lá embaixo pequena e banhada a sangue, onde até idosos
estavam brigando e apanhando, todo mundo tinha sucumbido ao caos por causa
dele, mas já tinha acabado a graça, era ora de conter a turba que ele mesmo
lançará!
Ele chegou cinco minutos depois na delegacia
norte, onde os policiais estavam cercados, o teleportador dos níveis superiores
tinha quebrado durante o confronto e eram somente 1500 homens da lei contra
cinco mil homens e mulheres revoltados, as ruas próximas a delegacia estavam
banhadas em sangue, todos já tinham descoberto a verdade, seu líder era um
holograma e agora o desespero para não acabar sendo: presos ou mortos, era
somente esse medo, a única coisa que mantinha aquela gente ainda ali, lutando,
sem esperança de vitória.
Rindo muito de toda a situação ele
pousou a máquina no centro da praça de guerra e deu a ordem para arma travar em
todos que estivessem vivos nas ruas, visto que enquanto voava, viu que os
homens da lei estavam todos dentro do prédio.
Em minutos a tropa furiosa estava toda
caindo ao chão, morta ou correndo de volta para os esgotos, enquanto que já
estavam saindo da fábrica, milhares de pequenos robôs de contenção que atacavam
as pessoas tirando as das ruas, em caso de não estarem armadas ou as prendendo
com ganchos de energia caso portassem qualquer tipo de armamento.
Os soldados, mal acreditavam no que
estavam vendo, aquela máquina tinha sido a responsável por aquele quase milagre
sem precedentes e por todos os lados as coisas pareciam estar melhorando.
Eles sairiam para a rua e Mário desceu
da cabine de comando e para surpresa de todos se mostrou frente a tropa, com um
sorriso de deboche no rosto, quando viu o chefe daquele distrito, perguntou:
_ Ainda existe algum mandado de prisão
contra mim? Hein chefe? Viu o que dá não levar a sério as minhas recomendações,
olha o tanto de gente que acabou morrendo por que você não quis pegar aquele
Yakuza?
Todos os soldados ficaram sem entender,
enquanto respiravam fundo, aliviados por ainda estarem vivos, enquanto isso ele
pegou os dados da filmagem em seu implante ocular e foi assistindo todos
aqueles eventos, apagando as partes perigosas para si e editando tudo na
matéria que mais tarde acabaria lhe dando um prêmio, o primeiro de sua carreira
como repórter e com aquela fama e a lista conseguida na fábrica foi fazendo
sequências de reportagens cada vez mais bombásticas.
O saldo daquela matança ultrapassou em
muito a casa dos milhões e trouxe vários prejuízos humanos e materiais. Mas
sinceramente, quando pensava sobre isso, Mário não se importava nenhum um
pouco, afinal agora ele era o chefe da Gazeta Verdade Eterna, o jornal que já
tinha comprado vários outros e estava entrando para a TV, brigando no espaço
com vários outros canais pela atenção do público, agora não precisava mais usar
drogas e bebidas para se energizar, pois tinha todo o tempo para descansar que
quisesse e não tinha mais medo de morrer, pois já havia comprado novos órgãos e
estava produzindo secretamente um andróide para onde pretendia fazer upload de
sua personalidade, memória e conhecimentos, para poder viver eternamente
aproveitando os prazeres que o poder e a riqueza podem comprar.
Ele ria vendo os troféus em sua
prateleira, prêmios por ter lutado pela paz, medalhas de honra ao mérito e até
um título de embaixador pela paz, logo ele que tinha feito aquilo tudo? Era uma
ironia bem engraçada!
Tinha a vida que sempre sonhou e tudo
graças a forma como soube manipular as pessoas para satisfazer seu plano, as
mortes no processo eram apenas pedras retiradas, que atrapalhavam sua ascensão,
agora ele tinha: Mulheres, dinheiro, poder e fama, quem precisa de humanidade
quando se tem isso?