quinta-feira, 30 de outubro de 2014

A Culpa e a queda – Roteiro Capitão Sarvel -

A Culpa e a queda – Roteiro Capitão Sarvel -



Capítulo 1 – Eu quero Descansar!

_ Salvar o mundo!
_ Salvar o mundo
_ SALVAR O MUNDO!

_ Parece que as pessoas pensam que eu não tenho vida, família, estudo, preciso me alimentar, enfim que eu tenha outras coisas a fazer. As pessoas me chamam para salvar gatinhos, para ajudar velhinhas a atravessar a rua, para ajudar nisso e naquilo outro.
_ Se você quer realmente saber algo sobre super – heróis? Na maior parte do tempo, você acaba tendo seu tempo roubado.

_ Voltei de uma batalha completamente desgastante contra mais um mini – ditador espacial que queria dominar a Terra estava cansado demais e não tive tempo para nada, pois foi só me ver que as pessoas começaram a gritar por todos os lados, com problemas minúsculos para que eu ajudasse.

_ Não quis nem saber de nada e voei para minha cama, tendo o trabalho somente de retirar o uniforme, estava de férias por aqueles dias, portanto poderia me dar ao luxo de um domingo na praia, pensei eu inocentemente.

_ Quando se tem super - poderes, todos os bandidos parecem adivinhar quando você quer relaxar para aparecer e encher o saco.

Eu estava curtindo um belo dia de sol, tinha levado até meu cachorro, estava na casa de uma tia que mora no Rio e aproveitei para relaxar na praia em pleno meio de semana, afinal eu estava de férias, evitei pegar o carro por que queria descansar a cabeça e o trânsito daquela cidade era algo infernal, por isso peguei um táxi e fomos indo até que há dois semáforos da praia um grupo de assaltantes vem em nossa direção. Os malditos tinham preparado um arrastão em pleno horário de pico, sabendo que a polícia iria demorar muito para chegar por estarem presos no trânsito.

_ Sinceramente naquela hora, o carro estava parado e eu desci esperei que algum dos criminosos viesse fazer alguma gracinha, apontando sua arma para meu lado e usando de minha super velocidade e super força, quebrei lhe o pulso e torci a arma, os outros atiraram, mas eu consegui desviar das balas, não me importava que pessoas fossem atingidas, eu estava cansado demais e queria relaxar e aqueles vagabundos estavam atrapalhando meu sagrado descanso.

Eu estava furioso e agora parando a pensar não parecia ter muita explicação, era como se eu tivesse possuído por uma ira, motivada pelo cansaço, uma raiva daquele fardo contínuo que não me permitia ter uma vida razoavelmente normal em meio aos terráqueos.

Quando dei por mim, não tinha mais nada dos bandidos, eu tinha me exposto publicamente e várias pessoas juntavam em volta enquanto outras tantas saiam correndo como se tivessem fugindo de um demônio ou algo do tipo.

Todo super - herói tem uma identidade secreta por um motivo: Manter – se longe da exposição e eu tinha me exposto, fiquei parado enquanto uma multidão vinha até a mim tentando me saudar e tirando milhares de fotos do meu rosto. Como eu pude deixar a raiva me deixar tão estúpido?

Tinha exposto meu rosto para todo o país ver, provavelmente naquele momento vários indivíduos tinha filmado meu massacre daqueles bandidos miseráveis. Sai voando dali, e rapidamente voltei à casa da minha tia, o mais rápido que podia, arrumei minhas malas e resolvi dar o fora do planeta, precisava descansar um pouco, precisava de sossego.

Usando minha velocidade voltei a minha casa em questão de minutos e deixei minhas malas lá, vesti meu traje espacial mais forte e pensei em tirar uns dias para explorar Marte eu só queria relaxar, só queria ter um tempo para descansar e que se dane a Terra, quando eu voltar se der algum problema resolvo tudo muito rápido depois.

Sai voando pelos céus tão rápido quanto um foguete, queria somente descansar a cabeça e relaxar e eu ia ter minha folga não importava mais nada...

Capítulo 2 – Uma viagem ao pesadelo.

Quando cheguei ao espaço um vórtice de energia cósmica me acertou e quase drenou a energia armazenada no meu traje, não percebi naquele momento, mas não estava mais na minha dimensão tinha sido mandado para outro planeta, afinal a Terra pairava sem oceanos a minha frente ali no espaço e a lua e demais mundos pareciam somente meros asteróides frente toda aquela grandeza.
Ver a Terra daquela forma me deu uma profunda sensação de desespero, precisava ver como tudo estava, precisa saber se estavam todos bem. Além disso, meu traje precisava recarregar e não tinha nenhum lugar onde isso pudesse ocorrer no espaço.
A reentrada foi bem mais quente do que o convencional, parecia que o mundo estava me dizendo para ficar longe de toda aquela loucura, parecia que a Terra estava tentando me afastar, mas eu teimava em continuar forçando a barreira e fui caindo nível após nível até estar novamente na atmosfera normal, no entanto não pude tirar a máscara de meu traje, o cheiro de morte estava por todos os lados! Não havia nada vivo, não havia nada que meus olhos avistassem que não estivessem em decomposição, os prédios onde hoje é o Rio de Janeiro, eram apenas um emaranhado de construções em ruínas, os oceanos tinham secado e ao olhar para a praia sem água, pude ver o que tinha acontecido!
O sol estava fora do eixo e a lua estava quase colidindo com o planeta, mas o que tinha causado aquilo? Como tudo tinha morrido tão rapidamente? Onde estariam todos os heróis do universo?
Olhar para aquela desolação me fez cair ao chão e ao olhar para baixo me deparei com um som que parecia vir do subsolo, uma mulher gritava histericamente e seu clamor parecia ecoar de um cano instalado no solo de onde podia ser ouvida de maneira bem fraca, como um gemido no vento bem ao longe.
Se agarrando a idéia de que poderia haver alguém vivo naquele caos todo, fui abrindo com minhas rajadas de energia buracos no chão até chegar numa estrutura posicionada embaixo da praia do Leblon onde eu estava: um abrigo subterrâneo feito de titânio há mais de cinco mil metros do solo, eu estava esgotado após gastar tanta energia mais ainda tive forças o bastante para queimar aquele metal, e entrar dentro daquela estrutura, lá dentro uma mulher de longos cabelos ruivos, olhou para mim e começou a clamar em alto tom: Precisamos encontrar o homem que comanda o tempo, precisamos ir até o templo, para desfazer o crime contra um inocente, precisamos mudar o tempo! Berrava histérica como se isso fosse à única palavra de que se lembrava
Tentei lhe perguntar algo, mas ela parecia possessa e saia correndo de um lado para outro, falando palavras desconexas, algo que tinha feito havia causado aquilo tudo, era um terrível engano, ele era inocente, o maldito mais uma vez me enganou, o sangue dele não sai! Eram essas e outras loucuras que repetia como se estivesse a falar consigo mesma, seus gritos se tornaram maiores e de uma porta a nossa frente, surgiu um robô com seis braços e em todos eles trazia bastões de choque para calar a boca da mulher, ele não esperava me ver e não sabia o quanto eu odeio gente que bate em inocentes! Mesmo cansado eu ainda sabia lutar e com dois socos meus rachei a cabeça dele e após quebrar dois braços do robô quebrei o todo até que seu tórax começou a ameaçar explodir.
Rapidamente peguei a mulher nos braços e usando minha velocidade extrema sai dali, estava cansado para lutar e meu traje não teria energia extra para me dar, então não tinha como sair voando dali pela cratera que eu tinha feito, então atravessei a porta e fechei a bem a tempo do metal conter a onda de choque da explosão daquela máquina.
Estávamos dentro de uma base moderna e cheia de câmeras onde sistemas automatizados pareciam estar montando partes de armamentos, peças que ao longo da linha de produção iam avançando por todos os lados, em uma linha de montagem de vários produtos.
O lugar era cheio de esteiras donde as peças iam se juntando até bem ao longe aquilo se tornar em peças que eram levadas por robôs até outro lado da fábrica, provavelmente iriam se juntar a outras tantas.
No entanto, não tiveram tempo para ficar admirando aquela linha de produção automatizada, pois logo todas as telas sintonizaram um alerta e várias máquinas vinham surgindo de todas as outras portas, eram milhares de seres sintéticos de diferentes tamanhos e funções, se estivesse em sua força máxima poderia dar um jeito nisso, mas eu estava cansado e aquele vórtice tinha me sugado ao extremo, se por minha causa aquela a terra tinha perecido, eu iria cair defendendo aquela jovem mulher submetida à tortura da prisão, iria salvar o mundo e o universo e cair consumido pela minha própria vergonha de ter me esquecido do que é realmente ser um super – herói!

Capítulo 3 – Um confronto para marcar o tempo.

_ Por que as histórias não deixam de se repetir?
_ Por que eu tenho sempre que ver e rever as mesmas cenas.
Naquele momento, meu eu daquela realidade caótica estava meditando num lugar conhecido como templo de cronos, um lugar em que os antigos deuses do olimpo vinham para debater sobre o futuro e selar a paz com os demais deuses e panteões em momentos de guerra, eu estava ali vendo tudo, eu que era o paradoxo, tinha que resolver aquilo, mas pouco me importava com toda aquela guerra, queria me divertir vendo o mundo sem minha intervenção!
Há muito tempo não tinha o prazer de ser um pouco cruel e ao alimentar aqueles sentimentos pude perceber o quanto eles eram bons e preenchiam de calor meu espírito vazio, depois de tudo o que tive de presenciar! 
_ Vi quando as máquinas chegaram aos milhares entupindo todos os espaços daquela fábrica, vi a batalha que seguiu se, mas não esperava que Amanda Nefetur, fosse voltar a sanidade depois de cometer um assassinato de um inocente, não esperava que ela ao ver o corpo do Capitão sarvel a beira da morte frente ao Flávio, a versão maligna do minuto daquela terra que se preparava para mata – lo no exato momento em que ela usou o poder máximo que uma guardiã dos mortos tem: O chamado dos mortos, ela convocou cada criatura morta do planeta a lutar, enquanto girava e dançava parecendo possessa ou algo do tipo. Todos os bilhões de mortos convergiram para aquele ponto: Animais, humanos, tudo que tinha vida e pereceu durante o rompimento das dimensões foi convocado a lutar pela guardiã, numa batalha que abalará as estruturas de toda criação
_ Se você procura um final eu ainda não posso te dar, mas garanto que ainda há muita história para ocorrer e que esse universo paralelo talvez ainda possa ser salvo do destino trágico que se abateu sobre ele.
_ Bem eu continuarei aqui só assistindo enquanto medito e junto forças para desfazer todo esse mal, o cosmos há de esperar meu descanso!
Aguardem os próximos episódios...




Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...