sexta-feira, 24 de abril de 2015

Hotel da Morte: Capitulo 6; Uma guerra sendo preparada




Fim Trágico

A verdade era que ele não sabia o que fazer depois daquela noite trágica, era sua primeira vez no crime, tinha apenas uma missão simples, assaltar o joalheiro do bairro e seria aceito para a gangue.
O Senhor Shutz, era muito querido na vizinhança, tinha quase noventa anos e ainda continuava a trabalhar todos os dias, ajudava aos necessitados e sempre ia a igreja todos os domingos, sua loja era pequena frente aos novos shoppings, mas vivia lotada de pessoas que levavam para ele relógios para arrumar, pediam que fizesse joias, sempre estava lotado.
Seu nome ganhou por várias vezes o troféu de melhor comércio da cidade, todos gostavam dele, menos o líder da gangue Cobras, que assolava o lugar e queria dar uma prova de poder ao assaltar no centro da cidade, local que até então nunca tinha sido atacado por ninguém.
O garoto era o Jean, um rapazinho franzino, filho de um policial assassinado e de uma mãe que vivia para lavar roupa e manter a casa juntamente com seu irmão mais velho Rafael, soldado da guarda municipal que vez ou outra sofria ameaças e tinha que sumir de casa.
A família dentro das possibilidades nunca passou necessidades de nada, mas Jean, era um adolescente rebelde e crescia com sonhos de riqueza e luxo, logo cedo se envolveu com as drogas, logo cedo abandonou a escola e não conseguia parar em nenhum emprego.
Fugiu de casa naquela noite, pegou a arma, num bar, ponto de drogas da gangue, e saiu, era algo simples demais, mas de algum modo não era tão fácil como parecia...
A porta estava aberta, várias pessoas estavam lá dentro, era uma reunião de vários senhores idosos, que seguravam suas mãos e entoavam um canto, macabro que assustou profundamente o garoto, que não conseguia se mover, suas pernas pararam ali e um grito saiu de sua garganta, no mesmo instante os velhos se aproximaram, e suas formas iam mudando para aberrações sinistras, monstros horrendos e ele num instinto primitivo atirou contra a cabeça de um daqueles seres, o projétil no entanto entrou e saiu sem que causasse nenhum mal.
As bestas se aproximaram do rapaz e comeram seu corpo, pedaço por pedaço e quando tudo acabou, o sangue dele foi lambido do chão até não sobrar nem ossos daquele rapaz.
A gangue não soube o que havia ocorrido, se soubessem não teriam mandado mais oito bandidos semanas depois que tiveram o mesmo fim.
Aquele lugar era um vórtex, de onde infernais caídos se comunicavam com seu mestre, que os avisava quando estranhos vinham ali para praticar o mal e lhes dava permissão para sugar lhe os fluídos vitais enquanto mais uma alma decaía ao inferno.
Aquele rapaz não foi o primeiro e muito menos o último, sua mãe e seu irmão até hoje não fazem ideia de onde ele esteja e choram a dor de uma saudade sem explicação.


Cilada para um exorcista

Manuel tinha acabado de se formar como exorcista, no Vaticano, sua família a cada geração tinha tido um exorcista e ele não fugiu a tradição, era um rapaz jovem, de origem humilde da região do Porto, logo foi mandado para trabalhar para a igreja no Brasil.
A antiga colônia lusitana, tinha perdido seu exorcista, Dom Emanuel Borges, vítima da idade avançada e agora jazia desguarnecida frente as potestades infernais.
Manuel desembarcou no Rio e logo foi levado para a antiga casa do seu antecessor, onde se instalou com suas poucas posses, era uma pena que não tivesse tido tempo para ligar para sua mãe e lhe contar tudo o que estava acontecendo, toda semana ele viajava, mal tinha tempo para comer, eram muitas viagens, muitas orações, aquele povo parecia estar sendo massacrado pelo demônio.
Careciam de fé e eram vítimas da imoralidade em todas suas esferas, vilas inteiras no interior eram atacadas por surtos de febres diabólicas que matavam várias crianças em cada estação.
Passados seis meses de trabalho constante, ele voltou para casa, mas naquela noite, ele foi atacado, um espírito maligno que estava na Terra há muito tempo, foi mandado para acabar com a vida daquele jovem exorcista, para que ele parasse de ajudar as pessoas e que assim a guerra entre o bem e o mal seria vencida e o último lado ganharia aquela nação e poderia começar o Apocalipse na Terra.
Lúcifer sabia que quando a batalha começasse no Armagedom, o Brasil seria o último lugar a cair frente a ruína que se espalharia, a última nação a perecer e o arcanjo caído queria mudar esse quadro, queria perverter o Brasil de modo a tornar aqui uma base permanente do inferno na Terra.
E naquela noite ele teve sucesso, a mente do pobre Manuel foi devastada por um mau súbito e nem mesmo os amuletos sagrados puderam o proteger daquele mal noturno que veio o destruir.
Phobos o antigo Deus grego do medo tinha conseguido mais uma missão com sucesso
Mil anos atrás, uma guerra dimensional começou, uma batalha nos reinos do submundo pelo controle das almas.
As hostes infernais atacaram o Hades, o Hell e foram devastando e conquistando todos os infernos por onde passaram até se tornarem uma ameaça a todos os reinos, gastaram nessa guerra de conquista mais de mil anos, até que por volta do ano de 2015 conseguiram unir todos os infernos, tinham a maior parte do controle das almas, somente no Oriente, não conseguiram, por que ali as passagens infernais tinham sido seladas, muito tempo atrás por um Samurai mago, que selou as com sua alma e assim controlando uma hoste de trilhões de trilhões de guerreiros o Arcanjo caído esperava conseguir agora tomar os acessos do rio Estige e assim acessar a Terra para começar o apocalipse final.
Tropas de guerreiros seguiam em Leviatãs patrulhando cada entrada, muitas tiveram sucesso em sua missão, outras no entanto foram atacadas por criaturas abissais, seres muito antigos que habitavam o rio e não gostavam de viajantes.
A terra estava sendo invadida aos poucos, misturando se em meio aos humanos, os seres bestiais estavam envolvendo a Terra na iniquidade, enquanto os deuses e os anjos não percebiam a real dimensão do problema...


Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...