Na rua 34 havia um antigo complexo de pesquisas fechado após um incêndio anos atrás.
Os moradores próximos desde então escutavam passos, gritos, gemidos e viam luzes todas as noites.
A polícia era chamada mas nada era encontrado.
O local virou a lenda da cidade e um grupo de garotos resolveu apostar quem teria coragem de dormir ali dentro.
João, o mais corajoso topou a aposta. Iria ganhar 500 reais ao todo na segunda feira.
Os pais do rapaz não suspeitaram de nada. Ele disse que iria passar a noite com sua avó.
Chegou no local as cinco da tarde. Pulou o muro e seguiu. Com uma barra de ferro arrombou o cadeado e entrou.
O cheiro de podridão era forte. Logo não aguentou aquele odor terrível e putrefo e vomitou e quando se abaixou viu a cabeça de um mendigo dez passos a direita.
Era um senhor que tinha passado por ele várias vezes catando lixo. Rapidamente tentou correr, mas as pernas travaram. Um tentáculo horrível o prendeu.
Ele ainda carregava a barra de ferro e num golpe desesperado acertou o que chamou de monstro.
A criatura soltou o por alguns instantes dando o tempo necessário para ele correr.
O rapaz ainda carrega na altura dos quadris marcas de queimadura que ele diz ser fruto desse contato.
Sua mente retorna a cena por várias e varias vezes, esta preso nesse cenário e provavelmente não irá sair.
Toma medicamentos fortes e tem de ser contido a noite, pois ataques de pânico no escuro e tenta desesperadamente fugir.
Trecho do diário do doutor em psiquiatria Abdul Alzahred
domingo, 30 de abril de 2017
sábado, 29 de abril de 2017
Bilhetes
Pedro e Jorge eram
dois amigos de infância. Viviam unidos e
felizes. Eram inseparáveis.
Até ficarem jovens
e passar em seu caminho uma mesma moça.
Seu nome era Luíza,
morena bonita, de olhos verdes e voz suave.
Ela deu vazão ao
amor dos dois. Primeiro as escondidas com um e outro.
E por fim ela passou a joga – los como brinquedos. Sua mente era má! Ela usava os para conseguir qualquer coisa.
E por fim ela passou a joga – los como brinquedos. Sua mente era má! Ela usava os para conseguir qualquer coisa.
O amor havia cegado
a mente dos dois ao ponto de nada mais importar.
Viviam em função
dela. E por fim Pedro matou Jorge em uma emboscada. Tinha enganado o ex
– amigo fingindo ser Luíza e o levou a um pântano antigo.
Enquanto o outro
procurava pela amada, uma flecha o matou, disparada a média
distância.
A ponta cravou no
coração. Logo a família deu falta do rapaz e começou uma busca
por ele.
Encontraram o
apodrecido ainda no mesmo lugar, no entanto um pedaço de papel ficou
intacto:
Um bilhete de Luíza
o chamando para se encontrarem. Logo a moça foi presa e a população
revoltada com a covardia do ato, invadiu a delegacia a tirou de lá e
a linchou.
Quando soube disso
horas depois, Pedro pegou uma arma antiga que seu avô guardava num
baú em um dos quartos, se trancou no quarto, municiou a arma e
disparou contra a cabeça.
Foi encontrado
minutos após. Em seus minutos finais escreveu em um papel as
seguintes palavras: _ “ Eu o matei, Luíza era inocente!”
O último pedido de um condenado
Penitenciária
Hellgate: 11 de março de 2070
_ Não havia outro
meio para ajudar minha família.
Começo essas
memórias com o fim de explicar para o meu filho como vim parar no
corredor da morte.
Eram tempos
difíceis. Após uma tentativa de golpe de estado por parte da frente
ampla fui forçado a fugir do país junto com sua mãe e vários
outros funcionários do governo.
Nos refugiamos em
Buenos Aires e de lá partirmos rumo a Paris. Ali sem emprego muitos
foram forçados a cair na marginalidade.
Meu pai era chefe de
polícia no Brasil e me ensinou a atirar muito bem. E com a falta de
emprego e as ondas de ataques promovidos por islâmicos radicais,
acabei me filiando a uma máfia que comandava a cidade de Calais e
tinha extensão em vários locais da França.
Eu era bom para
atirar e logo fiz carreira exterminando inimigos. Não conseguia
olhar nos olhos de minha esposa, tinha vergonha do que fazia.
Precisava do dinheiro. Ninguém dava empregos a brasileiros, ainda
mais refugiados.
Então eu
prosseguia. Era frio e preferia usar um rifle de franco atirador,
disparava sempre para matar. Até que um dia veio um pedido estranho:
Queriam que eu matasse o emissário da ONU que faria uma inspeção
na região, após um massacre contra duzentos muçulmanos ocorridos
num campo próximo dali.
No entanto eu estava
incomodado em fazer aquilo. Não se tratava de matar um criminoso,
mas sim um homem completamente inocente.
Não transpareci
nada disso perante meus empregadores. Porém secretamente tramei um
plano para fugir junto com minha esposa para os Estados Unidos. Seria
o fim do meu tormento. E eu poderia me vingar de todos os bandidos
para quem trabalhei.
Era suicídio caso
fosse descoberto, mas imaginei que devido a minha precisão e
submissão em todos os trabalhos, meus empregadores não seriam
cautelosos o bastante para me vigiar de perto.
Comprei um celular
descartável. E olhando as notícias do dia, vi onde o emissário
passaria a noite.
Naquela noite não
voltei para casa. Fiquei numa rua próxima esperando algum
funcionário do hotel sair.
Um rapaz passou por
mim, caminhava com o uniforme escutando música e nem percebeu quando
eu o ataquei, deixando o desacordado, peguei suas roupas e voltei
para o trabalho.
Passei pela guarda
reforçada facilmente. Os policiais esperavam um ataque terrorista
direto, com atiradores, homens bomba ou algo parecido. Não fui
sequer revistado, mesmo estando carregando uma pistola pequena na
bota esquerda.
Soube com a
recepcionista que ele estava na suíte presidencial no último andar.
Quando cheguei minhas pernas queimavam, mas sabia que tinha valido a
pena, ir pelo elevador resultaria numa revista, onde eu provavelmente
seria morto.
Cheguei na porta do
quarto e quando bati logo ele atendeu. Com uma voz embargada e meio
sonolenta me perguntou o por que daquilo e eu sussurrei de maneira
decidida:
_ Por que a máfia
quer te matar amanhã e eu sou a única pessoa que pode te salvar.
Ele rapidamente
ficou alerta e me pediu para entrar. Falava um francês com muito
sotaque britânico.
Começou logo uma
sucessão de perguntas que eu prontamente fui respondendo.
Até que por fim me
perguntou: _ O que para entregar os nomes desses homens que tramaram
minha morte?
_ Que você leve
minha esposa para os Estados Unidos e coloque no programa de proteção
a testemunhas.
_ Isso pode ser
arranjado hoje ainda, e pegou um celular e chamou um inspetor da
interpol, que foi até minha casa e acompanhou minha esposa até o
avião.
Logo após eu
revelei todos os detalhes que sabia. Minha confissão precisa e
detalhada resultou numa grande operação que prendeu vários membros
dos partidos de centro, esquerda e até da frente nacional.
No entanto a justiça
francesa me considerou culpado de uma dezena de crimes e fui
condenado a prisão perpétua, durante esse primeiro período na
prisão, acabei sofrendo mais de vinte atentados. Por fim matei o
diretor da prisão e minha sentença foi progredida para a pena
capital.
Estou a poucas horas
do fim. Soube na cadeia do seu nascimento Joaquim. Não podia te
ligar, nem te mandar carta, nem mesmo ter uma foto sua. Ou você
poderia ser morto.
Espero que
satisfaçam meu último pedido antes de me enforcarem e entreguem
essas memórias a ti. Perdoe seu pai. Eu queria poder estar ao teu
lado. Cuide de sua mãe e não siga pelo caminho do mal, ele sempre
leva a morte!
Assinar:
Postagens (Atom)
Sons da noite
Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...
-
Era para ela já ter chegado com as minhas informações, era para tudo ser um simples jogo de cartas marcadas. Uma boa e velha trapaça, mas O...
-
O segredo dos templários Era tarde em Jerusalém, essa história se passa no antigo templo de Salomão onde um homem decidia o futuro da cr...