Um encontro com o mestre da guerra.
Ao caminhar rumo ao palácio pude perceber o quanto aquele lugar remetia a
uma fortaleza, pensada para defender todo o terreno, cobria a única estrada que
parecia levar para longe daquele reino de paz e sossego eterno.
O lugar era ricamente decorado e em vários lugares via se pessoas
meditando e soldados patrulhando numa atmosfera que misturava a calma religiosa
com os sentidos apurados daqueles que vigiavam o lugar, parecendo esperar a
qualquer momento um ataque, estando sempre em posição de sentido total.
Fui sendo conduzido por uma série de corredores bem decorados
até que cheguei num ponto onde somente eu poderia prosseguir, pois era proibido
para simples serviçais passar além de uma porta que estava na nossa frente.
Confesso que me senti como uma vitima de sacrifício, mas juntei minha
coragem e orando a Deus para dar tudo certo abri a porta e entrei pelo lugar,
uma sala toda feita com o que parecia uma espécie de ouro em finas camadas,
talhado em desenhos chineses a mim totalmente desconhecidos menos um, o símbolo
da guerra que estava no teto, em escala grande contornado por desenhos de
flores feitos por habilidosos artesãos que davam uma aparência calma para
aquele ideograma.
Sentado em posição meditativa estava um senhor com a pele extremamente
enrugada, vestido de modo militar, ele parecia absorto na escrita de um papiro
que provavelmente iria se juntar há outros tantos espalhados por uma mesa que
estava a sua frente, quando percebeu minha presença ele se levantou e disse:
- Desculpe amigo, pela descortesia de ter lhe deixado esperando esses
minutos, mas tem vezes me animo a continuar escrevendo a continuação do meu
trabalho e perco toda a noção do tempo. Você deve estar curioso para saber qual
é meu nome, me chamo Sun Tzu e sou eu que administro Shangri – La desde que fui
revivido por algo que não posso explicar para defender esse lugar de um mal
muito forte.
- O que? Você é Sun Tzu? O autor de a Arte da Guerra? Mas como pode estar
vivo se aquele livro foi escrito há tanto tempo atrás?
- Aqui o tempo não passa, todas as pessoas que você vê nas ruas estão
aqui nesse lugar há séculos, tudo ia bem até que apareceu uma criatura que
arrasa há todos e eu pude voltar a Terra para governar Shangri – La, protegendo
a desse mal.
- De que criatura estamos falando afinal?
- Aquela que você baniu da Terra logo nos primórdios dos tempos, quando
os homens mal sabiam falar direito, estou falando dos dragões e este em
particular conseguiu escapar da sua interferência e fugiu para cá, ficando
perdido na caverna da aurora no alto da montanha, mas um grupo de exploradores
o encontrou e no ímpeto de tentar levar ele para a civilização acabarão
acordando a besta e ele acabou encontrando a entrada para este paraíso e vem
tornando o lugar a séculos numa terra queimada.
- Você guerreiro do tempo veio até nós como parte de uma profecia antiga
de salvação para esta terra, uma oferta de liberdade dos deuses para a salvação
desse povo e para meu descanso eterno.
- Sinto lhe informar mestre Sun Tzu que estou sem meus poderes aqui e
mesmo que pudesse encarar a besta, seria facilmente derrotado pelos dragões,
além de que foi o próprio Deus que não permitiu o fim da espécie tornando os em
cobras, pois somente ao homem foi dado o direito de dominar tudo o que há na
Terra.
- Você é afetado pelo cristal que protege esse lugar, uma pedra mística
que defende nós de tudo que há lá fora e tirou do bolso de sua roupa um anel
que parecia ter vida própria e me deu, dizendo:
- Use o e seus poderes irão voltar
pelo menos um parte, o restante de sua força virá conforme você for aprendendo
a conhecer melhor a si mesmo e a natureza dos seus poderes.
- Está dizendo que preciso de treinamento para me conhecer melhor? Fiz essa
pergunta um pouco sem entender tudo aquilo e o que aquele homem estava tentando
me dizer.
- Sim, você precisa vencer a besta para que a caverna seja liberada e
possa voltar ao seu trabalho normalmente, antes que a realidade daqui e da
Terra sejam tão alteradas que nada nem mesmo você possa reverter.
Sentindo o peso do meu trabalho e entendendo que eu não poderia voltar
antes de derrotar essa criatura que escapará de meus poderes na aurora dos
tempos resolvi aceitar logo esse tal treinamento, pois assim poderia impedir um
catástrofe temporal sem precedentes.
- Tudo bem eu aceito seu treinamento para voltar a poder ter meus
poderes, mas quero saber o que terei de aprender para ser novamente o Paradoxo?
- Seu destino passa pelo conhecimento da arte do Tao, logo irei
providenciar para que treine com uma mestre nesse conhecimento que por sorte
vive na mesma vila que você, seu nome é Lin Tzu e ela é minha neta, boa sorte
no seu caminho para a sabedoria, caro Paladino do Tempo, os destinos de todas
as pessoas na Terra e aqui, dependem de você.
Ao terminar de dizer essas palavras ele chamou um criado que novamente me
conduziu para fora, onde a mesma escolta me levou de volta para minha casa
naquele estranho vilarejo, ao entrar me deparei com uma tigela ornada com
símbolos chineses cheia de frutas, mas aquela conversa tinha me deixado deverás
confuso para querer comer algo, assim cai na cama e adormeci pensando no que
estaria acontecendo na Terra enquanto eu estava preso ali, como dera a entender
as palavras do ancião que dizia ser o antigo general chinês Sun Tzu e durante o
sono vi pessoas sendo atacadas por feras e o mundo inteiro sendo levado a
loucura com a morte se abatendo sobre todos, fora um pesadelo tão terrível que
acordei na outra manhã totalmente indisposto e ainda impressionado com o que
minha mente tinha me mostrado, ao olhar para a porta, uma moça de cabelos
escuros e rosto oriental, que aparentava
ter em média vinte anos, vestida com calças e um manto de pano bem
grosso parecia me olhar:
- Quem é você?
- Sou Lin Tzu e hoje você começa seu treinamento, andarilho do tempo, levante,
se lave e coma, me encontre no fim da estrada em uma hora para começarmos seu
treinamento. E saiu pelo caminho, recitando alguns versos.
O que esse encontro trará para nosso herói? O que estará se passando na
Terra na ausência do protetor do tempo? Que aventuras ainda aguardam o Paradoxo
nesse novo mundo? Veja no próximo episódio da saga do Paraíso!