sábado, 22 de agosto de 2015

Redenção e a volta do Hotel da morte.



As vezes sou visitado por criaturas de vários tipos para me contratarem em missões de assassinato, busca e resgate.
Não costumo olhar muito para a cara nem para o tipo de quem está me contratando e isso já me levou diretamente para diversas armadilhas.
Tenho uma recompensa no inferno que vários caçadores tentam conseguir após eu ter matado a esposa de Satã e fugido de sua penitenciária mais brutal.
Naquela noite, assim que sai de minha tumba, Karina tinha deixado um bilhete dizendo que precisava me encontrar a negócios.
Como era ela que me servia de secretária depois de muito me torrar a paciência, roubei um terno de um idoso que tinha sido assassinado numa troca de tiros entre policiais e milicianos na zona leste paulista e fui até o local combinado.
Chegando lá encontrei a sentada num bar conversando com um homem cujos pensamentos eram brutais, naquela mente só tinha um objetivo me matar!
Rapidamente percebi do que se tratava e fugi do local, contudo não percebi que a região toda estava dominada de demônios serviçais.
Não era um idiota caçador, fugitivo do inferno para me pegar e subir de posto, era um duque infernal, pois quando virei uma esquina tentando fugir dos lacaios fui cercado por vinte cavaleiros infernais montados em motos.
Um deles mais afoito, atropelou meu corpo e antes que minha cabeça caísse no chão, outro deles me pegou em suas garras e fui carregado até o chefe deles que me colocou em cima da mesa, deixando atônita a mulher que tinha me levado até aquela emboscada.
A idiota soltou um grito ao ver meu corpo separado da cabeça e rapidamente recebeu um balaço disparado por uma arma amaldiçoada, o que condenou sua alma a vagar pelo inferno por toda a eternidade.
Me fingi de morto no meio disto tudo, enquanto usava meus poderes para irradiar ódio nos guardas, sabia que o chefe deles era imune aos meus poderes mentais, mas aquelas bestas feitas das entranhas do inferno só sabiam matar e sua mente era suscetívelf a ataques neurais.
Ele apertou meu crânio com suas unhas e no mesmo instante senti uma dor cruel, era como um porre muito forte misturado com um tiro que atingisse meus ossos, algo incrivelmente doloroso para se fazer a um cadáver.
Apaguei e quando voltei a mim estava diante da Peste um dos quatro cavaleiros do apocalipse. Ele tinha uma mensagem do monarca do inferno para mim, a qual eu não podia negar sob pena de ser eliminado da face da Terra.
Fui colocado no centro e um círculo infernal e me foi feita uma proposta, eu deveria voltar no tempo e eliminar a filha da Morte, e arrancasse o coração dela e trouxesse para o mensageiro dentro de cinco dias.
Não tinha escolha se não aceitar a ordem daqueles caras, me foi dado um corpo para possuir cujos ossos tinha magias profanas de identificação, o que me tornava um alvo fácil, e me foi dado uma arma antiga, uma lãmina vinda diretamente do mal primordial, a adaga de Belhet Kazam, O primeiro necromante que existiu.
Sai dali após entrar no corpo e derrete - lo, fui escoltado até um carro de ultima geração onde encontrei uma maleta contendo detalhes do meu alvo e o local onde eu deveria a encontrar.
Era uma moça bonita que estaria teve um encontro com o Destino e lhe conferida uma função como a guardiã do mundo dos mortos visto que sua mãe, portadora do dom tinha sumido após se confrontar com Apolo.
Andei até uma estrada de terra, após sair de São Paulo, até chegar num sítio onde vários corpos estavam estirados no chão e um portal tinha sido aberto, um demônio me mandou ficar no meio do portal e naquele mesmo instante eu fui transportado de volta no tempo.
Me deparei há poucos metros de distância de uma jovem fugindo do reformatório, era Amanda, segui ela mantendo uma distância mínima, mas na hora em que ela adormeceu e eu pude ataca - la de maneira covarde, ganhando minha liberdade, senti pena, era apenas uma garota com as roupas sujas que tremia de frio, protegida somente por um papelão.
Eu não iria matar alguém naquelas condições, fugi dali e rapidamente senti que meu corpo ficará vermelho, era o sinal que eu havia falhado, diversas criaturas me cercaram, e eu lutei corajosamente pela minha vida, mas a cada golpe que eu dava perdia partes de mim, até que no instante final, em que eu pensava já estar morto um homem vestindo um capuz aparece e profere algumas palavras em um idioma estranho, uma luz vermelha se acende do cajado dele e no mesmo instante todos aqueles abutres e cães infernais se tornaram somente pó.
Ele vem até mim devagar, sem pressa, pega a adaga com a qual eu lutava e num gesto rouba toda minha energia vital.
Meu espírito no entanto após aquela boa ação que tive ao não matar uma inocente, foi enviado para o céu. Como eu não era uma alma comum, mas um matador, meu caso passou a ser julgado no conselho dos maiores, composto pelos arcanjos: Miguel, Rafael e Gabriel.
Eles demoraram horas decidindo sobre o que deveria ser feito a meu respeito enquanto eu ficava sentado, aquilo foi me cansando até que por fim eu falei umas verdades para eles:
"_Prestem atenção, eu tenho uma porrada de erros dos quais não me envergonho, sou alguém que matou mais gente do que muito psicopata, no entanto, fui eu e não um de vocês que salvou o mundo do conde Drácula dois séculos atrás, ou que matou aquela bruxa de nome Morgana, quando ela planejava transformar todos os humanos em animais comestíveis. Eu sou um completo filho da puta, assassino, psicótico, mas posso ajudar aos humanos se me for permitido viver novamente."
Blefei tudo o que consegui, minha cara era horrenda na forma espíritual mas acho até que consegui convencer aos alados de que eu não era totalmente podre, fui levado do tribunal e semanas depois me foi permitido treinar junto aos angelicais querubins, eu iria me tornar algo especial, eles iriam me usar em missões totalmente arriscadas.
Tentei conseguir mais informações acerca disso, mas nada me foi contado e a partir de então eu era levado para um salão de pancadaria, cercado por uns vinte soldados e a luta era generalizada, esse início era só o aquecimento para destravar os músculos e nenhum golpe muito forte era permitido, depois exercicios com lâminas contra alvos móveis, como os anjos voavam, os deles eram no céu, os meus eram em terra e passados alguns meses eu já conseguia não ser atingido por nenhum dos disparos e ao fim de dois anos, já completava as provas mais rápido que os anjos mais habilidosos.
Minha cama era uma espécie de cela, adaptada com alguns livros, era um claustro de um exorcista angelical mandado para a Terra que nunca havia retornado, seu nome era Rachaminov.
Após muitos outros treinamentos, eu fui novamente mandado para a sala dos grandes, levado por um líder da casta dos guerreiros que relatou todo meu progresso e depois saiu.
No mesmo instante, os três grandes, me levaram até o monte mais alto, era uma espécie de ordenação. Perguntei a eles o que iria acontecer e ganhei de Rafael uma resposta seca: _Você será o novo Atalaia divino, mandado a Terra para proteger a humanidade. E nada mais foi dito, subimos uma longa sequência de escadas até o alto de tudo, onde um ancião que parecia ter em sua fronte bilhares de anos nos aguardava.
Seu corpo era coberto por uma veste alva e seus olhos brilhavam com uma força tão grande que era impossível olhar para ele e não ser cegado por aquele brilho.
Ao chegarmos perto dele, os três arcanjos se ajoelharam e disseram: _ Pai fizemos conforme o ordenado e saíram de volta aos seus postos.
Não sabendo que eu estava diante de Deus, me atrevi a perguntar: _ Quem é você? A resposta veio de uma maneira que derrubou toda minha impáfia: _ Eu estava lá quando você nasceu, eu estive junto ao nascimento de todas as crianças, sou a última esperança dos que não tem saída...
Eu o interrompi perguntando novamente: _ Vai me dizer que és Deus? E ele com paciência me perguntou? _ Por que eu não seria? Olhe para seu corpo e veja sua real aparência.
No mesmo instante minha face putrefa e meu corpo espiritual podre estavam novamente normais, eu era um humano como outro qualquer e debaixo dos meus pés, toda lama que eu carregava.
_ Aquilo são as culpas e os erros dos mortos que seu corpo absorveu, você canalizou essa dor para dentro de si e destruiu seu espírito, mas agora eu lhe perdoo dos seus pecados e lhe dou a permissão para voltar a Terra, tal como seu coração deseja, mas há uma condição que precisarás cumprir: _ Você terá que limpar a alma dos humanos, que se viciaram em doutrinas demoníacas como o Marxismo. Sua tarefa é levar a verdade, extirpando o mal, em seu trabalho você terá muitos inimigos e está totalmente liberado para tratar destes do jeito que quiser.
Sem pensar eu gritei aceito, feliz de uma forma completamente radiante.
Naquele instante meu corpo foi recoberto com uma armadura e um cinto com uma espada pendia de minha cintura e segundos após tudo aquilo tinha sido reduzido a um mero anel em meu dedo.
_ Você é Didacus, aquele que ensinará aos bons e punirá aos maus.
Foram essas as últimas palavras que eu ouviu, perdi a consciência e quando voltei estava dentro de um Hotel, abandonado onde espíritos eram mantidos subjugados para que se abrisse uma porta constante entre o mundo dos mortos e a terra, era um hotel de morte e em meu coração, senti que deveria destruir aquele mal para proteger a humanidade...

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Histórias de minha vida.

Contos.

Assassinato de um necrófilo.

Costumo sair do meu túmulo por volta da meia noite, moro atualmente num cemitério na capital bahiana, um local extenso com mortos de diversas épocas.
Ali dentro somente um guarda de idade bastante avançada vigia pelos túmulos e não raras vezes grupos de jovens góticos e ladrões vem ali para perturbar meu sono.
Aquela noite no entanto apareceu um estuprador de cádaveres, necrófilo na língua afrescalhada. Abriu um túmulo feito naquele dia e começou a destampar o caixão, já com as calças abaixadas e o pênis endurecido, protegido por uma camisinha.
Era um senhor de quarenta anos que já tinha sido até preso por fazer aqueles atos com cádaveres, mas não havia se emendado de vida.
Detesto ver alguém fazendo porcarias no lugar onde eu durmo, vendo aquela cena bizarra, peguei um cabo de vassoura que o faxineiro tinha deixado e fui mansamente até chegar por trás dele, que parecia estar perto de gozar se utilizando do corpo da defunta para sua perversão.
Acertei o no momento em que ele tinha acabado de se satisfazer e já se preparava para retirar seu pênis da morta, o homem com o golpe recebido na base do pescoço, desmaiou e eu rapidamente fechei o do jeito que se encontrava junto da defunta no caixão e selei novamente o buraco de uma maneira que ninguém que passasse por ali poderia dizer que alguém havia mexido naquela cova.
A família ficou desesperada e por semanas a fio procurou o homem, somente depois de uma profunda investigação, os policiais conseguiram rastrear pelo celular, onde o corpo estava, abriram novamente a cova e encontraram o corpo dele e da defunta que ele havia estuprado, juntos.
O violador de mortas não tinha acordado da pancada e as bactérias do corpo da mulher tinham feito o serviço de mata - lo rapidamente.

Jovens que incomodam cádaveres.

Outro dia do mesmo ano, um grupo de góticos invadiu minha morada e passaram a noite inteira realizando brincadeiras que lembravam rituais satânicos, violavam tumbas e pegavam cádaveres para dançar, era algo macabro e não raras vezes os idiotas acabavam em um hospital com os imbecis tomando anti - bióticos para não morrerem.
Na noite anterior eu tinha tomado um senhor porre no bar dos espíritos e a vodka infernal ainda fazia minha cabeça rodar bastante.
Não tinha planejado nem me levantar aquela noite, mas os imbecis encheram tanto minha paciência que sai da sepultura e ataquei uma jovem próxima da minha morada, peguei a pelo crânio e antes que ela pudesse esboçar uma reação,atirarei a contra os vidros de um mausóleu. A cabeça dela se fraturou em três lugares e seu corpo já caiu no chão sem vida.
Ao verem aquilo muitos correram, em especial os homens que fugiram como galinhas assustadas, as moças ficaram paradas, estavam em choque pela minha presença e tremiam constantemente.
Confesso que eu peguei uma segunda delas, ergui a pelo maxilar e com toda minha força, lancei a no chão, quebrando sua coluna em dois pontos.
Os outros começaram a chorar e a implorar pela vida, foi quando eu falei:
_ Quebrem seus celulares, e tirem as roupas, depois saiam gritando rumo ao portão do cemitério, dizendo que viram Satanás e entrem para uma igreja. E fiquem satisfeitas pelo fato de eu ter matado só duas de vocês, por que minha vontade é quebrar todas!
Rapidamente elas ficaram peladas, quebraram os celulares e sairão gritando e chorando que tinham visto o demônio, deu uma notícia desgraçada e por algum tempo eu precisei mudar de cemitério, pois alguns metidos a exorcistas começaram a encher o saco, aparecendo todas as noites junto com a imprensa e eu não poderia mata - los com todo o requinte de crueldade que desejava.

Uma banda de metal a menos.

Um grupo de metaleiros veio até meu cemitério dois anos depois do ocorrido com o grupo de góticos para gravar um clipe de uma de suas músicas que falava a respeito da lenda que se criou sobre o caso.
Era uma música tão ruim, cheia de uns gritos toscos e uns acordes de guitarra irritantes que era impossível para alguém descansar em paz.
Fiquei realmente possesso de irritação, usando meus poderes telepáticos, fiz os seguranças da banda irem até o banheiro, deixando as armas na entrada e antes que eles percebessem estavam trancados.
Peguei as armas dos seguranças, e posso te falar toda vez que encosto meus dedos em gatilhos fico quase louco, é uma espécie de torpor que toma conta de mim e me torno um assassino louco para caramba.
Sai correndo e gritando, foram disparos a vontade, uma das balas acertou o guitarrista enquanto ele falava do diabo, entrou pela testa e causou uma hemorragia interna que o fez cair no chão, derramando sangue pela boca, o baixista foi atingido por duas balas, uma no rim que o fez esguichar urina com sangue e outra no meio do tórax de onde minou sangue como se fosse um cano de água arrebentado.
O baterista até tentou correr, mas atingi o na perna na altura da panturrilha e depois corri até ele e terminei o serviço com dois tiros no tórax que o mataram na hora.
O restante da produção até tentou correr, mas um a um eu fui matando, era uma espécie de frênesi insano, minha cabeça estava ligada no modo predador e cada um deles era uma vítima.
Peguei o produtor e o iluminador na igreja, acertei o primeiro na virilha e na boca e o segundo com um tiro que entrou lateralmente no coração.
Peguei um dos câmeras fugindo pelo muro e o acertei na cabeça quando se preparava para pular, seu corpo caiu do lado de lá no meio da pista e acabou atropelado por um caminhão, o outro atingi na bunda e depois quando ele caiu acertei o outra vez no olho esquerdo. e por fim os três seguranças foram mortos quando eu disparei o restante das munições através da porta e matei os três de uma só vez.
Como as armas dos três tinham as digitais deles, várias teorias foram feitas sobre o caso que atraiu atenção até da imprensa estrangeira disposta a tudo para tirar o foco da operação lava - jato.
Depois daquilo tudo eu fui para o Bar dos espíritos, tomei um brutal porre e liguei para o serviço funerário, iria me mudar para a capital econômica da nação: São Paulo, já tinha me cansado da Bahia e minha presença ali já estava chamando atenção demais.

Como eu fiz um ateu chorar implorando a Deus por sua vida.

Cheguei em São Paulo e logo me instalei no cemitério da consolação, um lugar bacana, tranquilo, com poucos ladrões e demais desgraçados que invadem o campo santo para sacanear.
Eu ia constantemente ao bar tomar umas e conseguir alguns trabalhos como caçador de recompensas, mas naqueles dias ninguém estava interessado em matar ninguém e eu ao ver um ateu, cheio de títulos acadêmicos que alegava provar há não existência de Deus e zombava da fé alheia na televisão, fiz uma aposta de que conseguiria gravar ele chorando, com as calças urinadas, implorando perdão a Deus pelos seus pecados e prometendo que entraria na igreja.
O dono do bar foi um dos primeiros que entrou na minha piada e propôs que pagaria cinquenta ouros se eu conseguisse aquilo e os outros foram aumentando os valores até que por fim eu tinha a promessa de mais de quinze mil ouros caso, gravasse aquilo, uma vampira altamente tecnológica me emprestou uma micro - câmera para eu gravar, que eu coloquei no buraco do meu olho esquerdo tendo o cuidado de mante - la discreta para ele não pensar se tratar de uma pegadinha.
Peguei os dados dele com um fantasma que era víciado em possuir corpos de programadores e que sabia tudo de internet.
O apartamento ficava em um setor bastante movimentado da capital paulista, entrei pelo estacionamento do prédio, após o porteiro abrir o portão para um carro de um rapaz que voltava de uma balada, tomei bastante cuidado para não ser visto pelas câmeras de segurança.
Cheguei ao número 66 que era onde ele morava no primeiro andar em menos de trinta minutos após ter entrado.
Arrombei com facilidade a porta e tive o cuidado de fecha - la assim que entrei, a sala era uma bagunça de livros e revistas científicas, era um ambiente que lembrava muito uma biblioteca desarrumada, para minha sorte ele morava sozinho, afinal quem iria tolerar um ser tão enjoado e chato como aquele? Fui devagar, até chegar no quarto, onde ele dormia um sono profundo.
Voltei até a cozinha e peguei uma das facas que estavam ao meu alcance, fui novamente até o quarto e já cheguei golpeando o cientista na altura do fígado.
A dor e o medo fizeram no exclamar a Deus pedindo misericórdia ali mesmo, eram berros que ele dava, logo enxeridos iriam me encher o saco. Rapidamente levei ele até a sacada do apartamento, fiz um rasgo na janela e comecei a questiona - lo.
"_Deus existe ou não, seu troço atoa? Grita mais, mas primeiro me responde seu vagabundo maldito, Deus existe ou não?" E fui ameaçando de joga - lo dali de cima para o chão.
Em questão de minutos ele tinha se urinado, defecado nas roupas e estava fedendo quase do mesmo tanto que eu.
Fiz com que jurasse a partir de amanhã ir a igreja e dei um golpe na sua cabeça que o fez desmaiar.
Os vizinhos já tinham chamado a polícia e para não chamar a atenção tirei o terno que tinha furtado de um morto, e me coloquei no lugar de um esqueleto de plástico que ele tinha em sua sala de estudos.
Os policiais até me levaram para o IML ao perceberem que eu não era de plástico, mas eu fugi assim que os legistas saíram da sala para almoçar, após terem feito a autópsia do corpo do professor ateu.
Aproveitei que eu estava ali e peguei uma mão de um dos muitos cadáveres que aguardavam serem analisados e recoloquei no lugar da minha mão que tinha caído após a confirmação da morte do mesmo.
Voltei para o bar, onde a aposta tinha sido feita e quando mostrei o vídeo do cientista todo cagado, todos caíram na gargalhada e pagaram de bom grado pela minha atuação naquela aposta.
Eu me diverti bastante com aquele ouro todo e foi interessante ver o quanto os monstros e bestas que ficaram ali no bar me aplaudiram ou uivram para mim de modo bastante efusivo.
Devolvi a câmera para quem havia me emprestado, e voltei para minha sepultura para aproveitar o sono dos mortos.

Matei um estuprador e ganhei uma fã.

Era uma noite quente no cemitério e sai para andar pelo cemitério, estava cansado de ficar meditando e assim fui caminhar pelo lugar, quando parei para ver uma coroa de flores bonita, num túmulo de uma criança, morta por falta de anestesia no hospital, me deparei com um homem que entrava pela porta lateral do campo santo, arrastando uma mulher pelos cabelos que estava desmaiada.
Não gostei daquilo, pois logo percebi se tratar de um estupro ou de um assassinato.
Não sei por que razão resolvi agir, mas antes que percebesse já tinha pegado um fio que ligava as coroas e já caminhava para perto dele.
Foi questão de minutos até eu estar lutando com ele, apertando o fio em volta de seu pescoço, peguei o no exato momento em que se preparava para rasgar as roupas da moça com um pequeno estilete que guardava num dos bolsos da calça.
Ele até tentou se defender, mas o fio metálico rapidamente cortou as veias do seu pescoço e ele acabou decapitado.
Sua cabeça rolou alguns metros até entrar dentro de uma das lajes e parar ao lado de uma roseira. No olhar ele ainda carregava a marca do medo e do espanto.
No instante em que eu o matei acabei perdendo um dos meus fêmures e cai no chão com uma das pernas descoladas, demorei muito tempo para cortar a perna do maníaco e nesse ínterim a jovem acordou e ao meu ver naquela situação ao invés de correr assustada me ajudou e até mesmo reencaixou o osso para mim, sendo uma das poucas humanas a verem o processo de transformação e reagrupamento dos meus ossos com vida.
Seu nome era Karina e por mais que eu tentasse ser assustador, ela não temia, foi embora depois de muito me indagar sobre minha condição e de como eu conseguia viver tendo somente ossos e de vez em quando ao acordar a noite, encontro flores na minha tumba e alguns recadinhos em código para eu encontra - la, que eu ignoro solenemente.
Quanto ao estuprador, você não ouviu falar nada a respeito dele no jornal, por que eu carreguei o corpo dele para um pequeno aterro próximo do cemitério e o enterrei.
Quem comete esse tipo de crime não merece descansar em paz, tomará que algum fantasma tenha violado sua tumba, para ele nunca descansar em paz.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Um erro que demorei para consertar.



Fui contratado há uns tempos atrás, para matar um rapaz que estava namorando a filha de um importante senador.
A mocinha vivia fugindo com ele e já não era mais virgem e o cara vivia arrancando dinheiro dela para poder se manter e pagar uma vida de luxos.
A idiota já tinha vendido até mesmo algumas joias, e seu pai já havia espancado a com alta violência, mas nada adiantou, humanos quando se apaixonam se tornam tão idiotas que esquecem qualquer senso de lógica.
Eu o encontrei na porta da faculdade, num carro que fedia a maconha, era um sujeito com cara de modelo e corpo malhado, com meus poderes telepáticos pude entrar na mente dele e vi que estava defronte ao alvo certo.
Contudo estava tão apressado para acabar com aquilo que nem procurei saber se ele estava sozinho ou não naquele carro, quebrei sem fazer barulho a tampa do tanque de combustíveis, coloquei lá dentro e coloquei um pedaço de pano e acendi, rapidamente me afastei e pude ver a explosão escondido em meio a umas árvores.
Assistia a tudo com incrível prazer, o fogo me fascinava era inebriante, quando um detalhe me fez perceber que eu tinha feito merda: Vi dois corpos saindo do carro, um deles tinha o porte do homem e ao sair tentou rolar no chão, o segundo corpo em chamas era de uma moça e de longe pude ver uma joia que ela carregava no pescoço, um pingente com o brasão da família.
Fugi dali o mais depressa possível e mudei minha atuação para outro cemitério, o pai da moça, figurão importante mandou a divisão especial da ABIN vir atrás de mim.
Eles me encontraram algumas semanas depois em um bar na necropóle paulista, onde alguns mortos vivos se reuniam para se divertir.
Foi uma pancadaria generalizada, eles abriram fogo com balas de prata, usaram granadas embebebidas em poções de cura, mas nada daquilo fez o menor efeito.
Eu joguei uma garrafa de veneno em um deles, a soda que fazia parte da composição do produto espirrou na cara dele que saiu correndo com o rosto se decompondo, outros monstros entraram na parada e vários agentes especiais acabaram virando comida de vampiros.
Acertei um segundo no maxilar com um pé de mesa de mogno e em seguida quebrei todos os dentes da boca daquele merda.
E assim foi, até que todos os que foram mandados para me prender estavam mortos.
Alguns se alimentavam do sangue, outros comiam a carne e as vísceras, e eu aproveitei a situação para esquartejar alguns inimigos abatidos e repor meus ossos que haviam sido destruídos.
Tirei os ossos e peguei um terno e algumas armas dos mortos e sai dali pagando com alguns quilos de ouro ao dono do bar pelos prejuízos e dando algum a mais para ele distribuir uma rodada de bebidas para que eu pudesse sair dali em tranquilidade.
Tinha um objetivo: Matar o senador! Sabia que tinha sido por ordem dele que aqueles homens haviam vindo atrás de mim, ninguém sabia o paradeiro daquele poderoso figurão da república, que vivia numa extrema paranóia sobre sua segurança. Mas sua esposa era uma socialite que vivia em festa e badalações, e após passar na banca de jornais, onde o Pedro, que era o dono e lia cada um dos jornais que vendia me deu a informação de que ela estaria numa festa ali em São Paulo mesmo, do outro lado da cidade.
Era uma inauguração de um projeto social, um cocktail para ricos culpados que querem gastar seu dinheiro com obras sociais, ao invés de buscarem ampliar sua grana ou torrar tudo com farras e bebidas, pedi uma carona para um amigo que dirige o carro de uma funerária que me deixou lá em apenas vinte minutos mesmo sob um caos de engarrafamento.
O local tinha tanta luz e frescuras que fiquei quase cego, vi aquela frescura toda de um beco próximo e segui pelo acesso dos funcionários, quando topei com um garçon que fumava do lado de fora, xingando aqueles ricos e famosos metidos a besta. Ele nem me percebeu até ser tarde demais, acertei o com uma barra de ferro na cabeça que acaba se aprofundando no seu crânio. Peguei a roupa que ele estava e fui entrando.
Ao chegar a porta, vi uma bandeja cheia de garrafas de champagne e vários funcionários trabalhando sem parar. Peguei a bandeja e a coloquei sob uma das chamas dos fogões industriais que ali estavam e antes que as pessoas pudessem me notar, já estava correndo para fora dali, as garrafas explodiram levando toda a segurança do local a ir lá verificar o que estava acontecendo.
Eu fui avançando, usando meus poderes para saber onde estava meu alvo. Encontrei a sentada em um camarote especial, só tinha um segurança a protegendo. E quando eu cheguei no corredor precisei apenas faze - lo sair com uma ilusão mental de que havia alguém o chamando lá embaixo, ele ficou tão impressionado que se suicidou na frente das madames que conversavam sobre a moda de Paris e sairão correndo para fora ao verem a cena do segurança se matando.
Ao saírem toparam comigo, muitas desmaiaram na hora, mas a que eu desejava entrou em pânico, peguei a e sai carregando a como um saco, sua mente tinha entrado em parafuso ao me ver, esperava contudo que após algumas torturas ela me contasse o que eu desejava saber.
Os seguranças estavam tão sem entender meu ataque que ao invés de voltarem para o camarote especial, foram até o andar debaixo, verificar os gritos que vinham dali e constataram somente, um cara com o crânio quebrado em vários pontos após cair de uma altura de quase vinte metros. Tive tempo de descer pelas escadas de incêndio e me evadir dali por uma entrada para o esgoto, que fechei após entrar dentro e jogar o corpo da mulher na água podre.
Andei alguns quarteirões dentro dos dutos de esgoto, estava bastante apertado, ainda mais que eu vinha carregando a esposa do senador, que aquela hora já deveria ter posto todos os homens e monstros com coragem para me caçar em minha pista.
Cheguei a uma ligação entre os dutos, onde havia mais espaço, cortei dois fios de telefone que passavam ali por baixo, amarrei a e recuperei a sanidade dela, após alguns minutos com meus poderes telepáticos.
Quando voltou a si, ela urinou se de medo e eu fiz a pergunta de onde estava o marido dela? Ela me contou que aquele gordo, idiota vivia no prédio mais alto da avenida Paulista um local que tinha toda sorte de segurança, só saia dali por meio do heliponto e nunca jamais permitia a entrada de pessoas não autorizadas, a construção era a sede de todos os seus negócios e ali dentro todos os funcionários eram totalmente monitorados.
Após ela falar tudo o que eu queria, chutei a na altura do rim e quando ela se contraiu de dor, cravei minha faca na sua cabeça.
Deixando a ali como aperitivo para os ratos, fui andando pela rede de esgoto, até sair no rio Tietê, fui caminhando calmamente até um vampiro que comerciava armas, munições e explosivos e comprei dele vinte quilos de um sentex, com detonador remoto.
Novamente chamei o papa defunto que me deixou perto do local próximo das sete da manhã. A mulher tinha razão, era uma verdadeira fortaleza, o número dos seguranças, ultrapassava uma centena e seu armamento era muito poderoso, contudo haviam prédios históricos ao redor, por  onde eu poderia entrar e foi isso que eu fiz.
Era um prédio histórico bem na ponta da Paulista, que ele tinha comprado do estado e passado para seu nome usando uma série de buracos na lei e a conivência de alguns funcionários, conseguida com subornos.
A obra tinha custado muito caro, mas para minha sorte os alicerces apesar de reforçados com algumas colunas de aço eram os mesmos, quebrei o portão de uma igreja próxima e fiquei de uma das janelas olhando a movimentação, quando os guardas trocaram o turno, as oito da manhã, eu pulei para cima do muro e após ver o ponto cego da câmera de segurança, entrei no estacionamento e posicionei o explosivo bem na pilastra central do estacionamento e em mais duas próximas.
Gastei somente alguns segundos ali dentro, no entanto acabei sendo visto por um dos alarmes, sai correndo e quando estava novamente no muro detonei as cargas.
Os carros que estavam estacionados ali serviram como ampliadores do raio da explosão e a estrutura do estacionamento cedeu, derrubando todo o prédio, mas para o azar dele, o senador não estava ali, tinha ido para Brasília naquela madrugada ajudar o governo numa votação díficil e havia adormecido no seu apartamento funcional, que usava somente quando precisava realmente ir.
A manchete da implosão do prédio foi destaque no Brasil e no mundo, diversos jornais começaram a xeretar e após alguns meses, onde o corrupto maldito ficou me caçando, ele foi preso por diversos crimes apurados pelo ministério público, e ai foi fácil acabar com meus problemas: Apenas precisei ligar para um bandido, que já havia me contratado, e pedir que ele me fizesse um favor, espalha - se na prisão que o senador preso era pedófilo.
Semanas depois os noticiários passavam a morte do mesmo, haviam arrombado seu ânus e matado o após com mais de cinquenta facadas. E só após isso eu pude ter alguma paz, os filhos do político estavam se lixando para o fato da morte dele, posso dizer que a fortuna acumulada pelo pai, deixou os bastante felizes e creio que se soubessem ser eu o mandante daquela morte ficariam até bem satisfeito pelo meu trabalho.
_ Desde então tomei por regra nunca mais me meter em assuntos desse tipo, dá muito trabalho e acaba que se torna preciso matar gente demais, o que traz atenção demais para o fato bem simples e que a humanidade ignora: Eles não são os únicos a habitar essa droga de planeta! E são tal como outros animais, cardápio para seres da noite!

domingo, 16 de agosto de 2015

O passado de um zumbi assassino.

Diego Bórgia - O zumbi caçador de recompensas.
Olá a todos meu nome é professor Paradoxo, sou o guardião da linha temporal, protegendo diversas dimensões de um colapso completo. Em minhas viagens ao longo de diversas realidades tive encontros interessantes com diversas figuras excêntricas que habitam mundos distintos, dentre as quais uma das que mais me chamou a atenção pelos modos insanos e a psicopatia inerente, além de ter participado de diversas ações históricas que mudaram o rumo da história, foi Didacus ou Diego como gosta de ser chamado, um esqueleto vivo que habita a terra e de tempos em tempos acaba participando ativamente de alguns momentos históricos singulares.
Apresentação do personagem
Há muito tempo atrás, a igreja católica era comandada por um fascínora conhecido como Alexandre Bórgia, os adjetivos a esse papa são bem conhecidos e sua história a frente do trono de Pedro é um dos pontos feios da história desta.
Ele teve filhos relatados e não relatados, bastardos do papa, que não tiveram nem mesmo um sobrenome, o relato do caçador que vamos tratar começa em um destes filhos bastardos.
Pouco antes de morrer, ele pediu para fazer sexo com uma jovem e trouxeram a ele uma prostituta de nome Maria Alderonza, uma siciliana que tinha caído para a prostituição depois de ser enganada por um rapaz que a fez fugir de casa para depois vende - la a um mercador de mulheres em Roma.
Era uma jovem realmente atraente e depois de algumas horas, foi mandada embora dali, após receber duas moedas em ouro, mas mal sabia ela que aquele momento iria durar por muito tempo, algumas semanas após o fato ela descobriu que estava grávida e resolveu que não iria abortar.
Escondeu o máximo que pode aquela gestação, sempre sonhará em ser mãe e aquela poderia ser uma providência divina, estava começando a planejar o futuro, a ter esperança...
Mas acabou descoberta pela cafetina e foi espancada até morrer, o bebê contudo sobreviveu, mas foi jogado em um poço que exalava cheiro de enxofre, ainda com o cordão umbilical e chorando muito.
No instante que a velha de nome Marieta Ascolli jogou a criança naquele poço antigo, ela não esperava que estaria dando para aquele inocente a vida eterna...
Aquele poço era usado na antiguidade como uma espécie de portal para o rio Stix, era uma das entradas para o mundo inferior que havia sido lacrada e transformada em poço em tempos remotos. O cheiro de enxofre vinha da própria constituição do rio dos mortos, formado de lembranças, dor e ódio e outros sentimentos putrefados.
Aquiles ao ser banhado naquelas águas por alguns segundos ganhou invulnerabilidade, mas aquela criança, não foi banhada, ela foi sugada até o final.
Sua pele foi corroída e os ossos banhados naquela água espiritual, seu corpo derreteu, mas de algum modo, ela permaneceu viva, por semanas a fio, até que um dos barqueiros que leva os mortos para o julgamento, sentiu pena ao ouvir os guinchos de dor daquele recém nascido e com o remo trouxe o para dentro de seu barco.
A criança conseguirá um milagre, pois somente Orfeu tinha conseguido tal feito anteriormente com sua música divinamente inspirada.
O barqueiro lhe deu o nome de Didacus, pois o rio havia de lhe ensinar sobre a vida. Eles viajaram por todas as dimensões por onde o rio dos mortos avança, até mesmo entre humanos, protegidos pela mortalha que impede os humanos de verem a magia ao seu redor.
Em cada ida e vinda, o barqueiro ia contando histórias para o que ele considerava ser seu filho, mas aquilo não iria durar muito... Radamanto o juíz do mundo dos mortos, exigiu que o plenário avaliasse a situação e para tal chamou a criança esqueleto e o barqueiro a quem ela chamava de pai, para se decidir se aquilo era correto.
"_O menino ainda vive e no entanto está entre os mortos, isso não é permitido em nenhum momento, quebra todos os nossos protocolos, mestre Hades, exijo que ele seja devolvido ao mundo humano, por pertencer aquele local" Vociferou o juíz, e não importava o quanto argumentassem de modo contrário sempre voltava com as regras que regulam os mundos e conseguiu convencer a Hades que mesmo a contragosto baniu a criança para o mundo dos humanos.
E assim aquele pequeno esqueleto vivo foi mandado de volta para a dimensão de onde tinha sido banido ao nascer.
O tempo foi passando, ele cresceu e foi aprimorando seu nome até se tornado apenas Diego, seu sobrenome somente mais tarde iria saber, contudo jamais o usaria pois sentia tanta vergonha disso que nunca lhe passou pela cabeça se definir com o nome de um mortal, em sua mentalidade ele era filho daquele barqueiro que havia salvado o no rio Stix anos atrás.

Primeiros anos

Sua vida entre humanos nos primeiros momentos era uma constante fuga, era acossado pelas pessoas assim que se espalhava a lenda de que havia um morto se levantando da tumba para os caçar, não havia quem não o quisesse matar e nessa época, ele passou a ter ódio de humanos.
Quando encontrava algum amaldiçoado vampiro ou um furioso lobisomem, fazia questão de leva - lo até uma vila cheia de humanos e assistir ao massacre de um ponto privilegiado.
Ele era capaz de exercer influência telepática nas outras pessoas e desde cedo passou a usar isso para poder ser deixado minimamente em paz.
Contudo sempre haviam aqueles que perturbavam o sono dos mortos e por isso acabavam o enfurecendo de modo que quase sempre ele acaba arrumando confusões.
É dessa época, por volta de 1789, poucos anos após ele ter sido mandado de volta. Que temos o primeiro relato desse comportamento em defesa dos mortos.
Um ladrão de tumbas, invadiu o cemitério de Praga, onde ele estava vivendo havia algumas semanas, seu nome era Klaus, um alemão forte que vivia de assaltar cemitérios e vender metais, roupas e jóias furtados dos mortos.
Mas naquela noite ele iria se encontrar com Diego, ao abrir um caixão, ele percebeu um barulho de corrente se arrastando, era o esqueleto vivo que tinha seguido o ladrão desde que ele arrombara o cadeado do cemitério e que vendo o homem parado ali, remexendo no túmulo de uma noiva que morrera horas antes de ir ao altar, despindo o corpo do vestido com o qual tinha sido enterrada, ele se aproximou com cuidado, o homem nem percebeu até ser tarde demais.
A corrente se enrolou em seu pescoço e quanto mais ele lutava para se defender, mais era sufocado, até que caiu desfalecido em cima do cadáver da jovem noiva.
Aquele tinha sido seu primeiro assassinato e de algum modo aquela ação havia enfraquecido o osso de sua mão que apodreceu e caiu, rapidamente ele arrancou da mulher a quem havia defendido, o osso da mão e reencaixou no lugar e no mesmo instante, as carnes que ainda existiam secaram e aquela mão de ossos pequenos e frágeis passou a fazer parte do seu corpo.
E assim a cada vez que ele matava alguém, precisava repor uma parte do seu esqueleto, pois era necessário haver sempre um equilíbrio, uma balança que regulasse sua vida.
Com essa necessidade alguns pensariam que ele ficaria menos disposto a matar, sabendo que precisaria pegar partes de outros corpos para assim se manter, mas pelo contrário, ele gostou dessa idéia e atualmente se orgulha de ter somente a cabeça do corpo original.
"_Na verdade eu me sentia feliz, naqueles primeiros anos, matando os canalhas que passavam em meu caminho, era uma espécie de vingança por ter sido jogado nessa pocilga de humanidade." Era assim que ele definiu para mim, certa vez por que vivia matando pessoas, algumas até sem necessidade, somente pelo fato delas terem condutas criminosas, que ele com seus poderes pequenos de telepata conseguia detectar.
Andando ao seu lado durante uma caçada a um monstro que tinha escapado da dimensão do pesadelo consegui ver seus atos e muitas vezes acabei perplexo, ao ve - lo espancar um homem na rua pondo todo seu disfarce em risco simplesmente por que leu os pensamentos deste e viu que ele tinha espancado quase até a morte sua esposa naquela noite passada.
Há na história desse esqueleto vivo, diversos pontos de vácuo, onde ele é acometido de uma espécie de letargia, onde dorme e todos seus ossos acabam se decompondo, sobrando somente a cabeça, até que ele acorda e usando seus poderes telepáticos consegue fazer com que seres vivos próximos o levem até algum novo corpo, para entãoele voltar a ativa.
Seu primeiro grande sono foi durante o fim do período napoleônico na ilha de Santa Helena para onde tinha ido matar Napoleão, a mando dos ingleses que o haviam pago com duas carroças de ouro, ele foi enviado em um saco e lá desembarcado num depósito da prisão insular.
Logo que anoiteceu, ele abriu o saco e pegou uma pá e foi andando pela fortaleza, matou um guarda que defendia a porta do depósito e colocou o dentro do saco. "_Foi fácil, ele era um imbecil, precisei apenas enganar a mente dele, fazendo o crer que dentro do depósito uma jovem linda estava o esperando, ele abriu a porta e sua cabeça foi arrancada no mesmo instante por um facão que eu tinha achado ali."
Vestido com uma roupa da guarnição e com seus poderes telepáticos foi fácil para ele chegar até onde o general estava preso, orando para que Deus o iluminasse naquela provação, ele abriu a cela e sem que Napoleão percebesse ele o atingiu na cabeça com a ponta da baioneta.Seu corpo caiu morto e Diego pela primeira vez alterou a história da humanidade, matando o e frustrando os planos dos revoltosos com o novo governo que desejavam a volta dele, por esse motivo acabou sendo punido pelos juízes do tártaro com alguns anos de sono profundo, onde seu espírito foi forçado a sair de seu corpo e ele passou a ser um fantasma.
Mas para o azar deste que vós escreve, ele não lembra desse período de sua vida totalmente e as passagens que consegui dele, são esparsas demais para serem publicadas nessa história.
Contudo não se lembra de nenhuma parte de sua história nesse período, o que ele acaba falando nos dá a entender que ele atravessou diversas dimensões da umbra e que vagou nos locais perdidos, mundos paralelos, onde as regras e as leis são distintas as dos planos materiais.
Ele voltou anos depois em um mundo completamente diferente, sua cabeça era usada como decoração em uma biblioteca no sul de Washington.
Um pesquisador americano que tinha ido a ilha de Santa Helena e encontrado aquele crânio próximo ao local onde alguns historiadores acreditavam que Napoleão tinha sido assassinado.
Os ocorridos naquela noite, foram abafados pelas tropas republicanas que criaram uma série de falsas histórias sobre a morte do imperador, deixando um vácuo que aquele pesquisador buscava resolver.
A caveira assim como outros objetos encontrados na prisão foram levados para análise nos centro de pesquisa de Washington que já naquela época era uma referência para este tipo de análise, mas nada foi encontrado naquele crânio que segundo as datações de carbono 14 parecia ter quase dois milhões de anos e no entanto estava plenamente conservado não tendo nem mesmo sinais minímos de putrefação.
Era noite do dia das bruxas e quando ele voltou a vida, a cidade inteira ficou sem luz, sua alma, que estava vagando por diversos portais dimensionais ao voltar para seu crânio, teve muito de seu passado apagado, mas o desejo de matar era o mesmo e quando o pesquisador se aproximou da peça para vê - la como fazia todos os dias, recebeu uma mordida na jugular e caiu para trás perdendo sangue em larga quantidade, enquanto isso o crânio grudado em seu pescoço ia mordendo o até conseguir decapitar o corpo do ancião.
Quando a cabeça caiu, ele encaixou se na base do pescoço e o processo se repetiu, o corpo entrou em chamas, até sobrar somente ossos limpos de toda carne.
Ele se levantou e a esposa do pesquisador apareceu na biblioteca e vendo aquele corpo se levantar caiu desfalecida com um ataque do coração fulminante. Ele sem pensar duas vezes, foi até a cozinha e cortou a perna da mulher, pois o osso do joelho do ancião que ele tinha usurpado o corpo estava incomodando muito.
Ele tirou a perna da mulher em poucos golpes, tomando cuidado para não estragar os ossos, tirou a perna defeituosa de seu esqueleto e encaixou a outra.
Foi até o guarda - roupa e pegou um terno com cartola, uma bengala e esperou até anoitecer, quando fugiu para o cemitério da cidade e se encontrou com um vampiro do sul americano que tinha sido ordenado para matar o presidente que havia decretado o fim da escravidão.
A liderança dos vampiros desejava testa - lo, mandou o para a capital afim de que matasse aquele humano, mas ele não era um assassino frio e calculista, não tinha a força o suficiente e quando viu Diego entrando no cemitério foi até ele para contratar lhe, ele pediu uma grande quantidade de ouro e um rifle, sabia atirar desde os tempos de Napoleão e gostaria muito de voltar a apertar os ossos no frio metal de um gatilho, o assassino mandado para tal missão duas noites depois veio com o rifle e deu um local onde o presidente estaria, o teatro da cidade, Lincoln gostava de ir a peças teatrais acompanhado de finas damas do meretrício com as quais se deitava ao fim daqueles espetáculos.
Diego se dirigiu ao local uma noite antes, sabia onde o presidente estaria e escolheu uma posição privilegiada no teto do local, e esperou quase vinte horas com paciência e calma, ali no teto daquela casa de espetáculos, no horário marcado a carruagem dele chegou e no exato momento em que ele se sentou na cadeira especial do seu camarote, Diego engatilhou a arma e por uma dessas coincidências do destino no exato momento em que ele disparou, um louco que acreditava ter sido imbuído por Deus da missão de matar o presidente.
O tiro do louco acertou o braço do presidente, enquanto o tiro de Diego, acertou entre meio os olhos, a munição era de grosso calibre e ao entrar no corpo explodiu o cérebro dele, causando uma hemorragia interna e saindo na base da espinha.
Em meio a confusão, ninguém prestou atenção a um zumbi que fugiu para o esgoto da cidade e de lá voltou ao cemitério, onde recebeu o pagamento e um agradecimento daquele vampiro vacilante que pode voltar a Nova Orleans com a mensagem que seus superiores desejavam receber.
No entanto, o assassino do presidente, o zumbi Diego, Não teve tempo de gastar sua fortuna recém adquirida. No mesmo instante seu espírito foi sugado para o inferno cristão.
Ele foi forçadamente convidado por Belial, um dos condes de Satã para poder integrar as hostes infernais e ao negar o pedido, foi mandado para um palácio das torturas, onde os piores entre os piores estavam.
Ali ele vislumbrou uma única vez a imagem de seu pai, Alexandre, que torturado de diversas formas. Seu espírito era varado por espinhos, suas mãos estavam esmagados, seus olhos haviam sido retirados e nem mesmo gritos sua alma apodrecida emitia mais.
Ali dentro ele sentiu dor, por quase quatrocentos anos, foi chicoteado, queimado, eletrocutado, viu milhares sendo devorados por seus pecados e teve cada bom sentimento seu arrancado, só sobrou ódio, raiva e mais nada.
Para fugir dali, ele usou seus poderes telepáticos para seduzir uma Súcubus que era escrava ali, fez com que ela lhe abrisse as algemas e deixasse suas mãos e pés livres, e quando terminou de fazer isto, ele a jogou num poço de fogo e seus gritos chamaram a atenção dos guardas.
Aqueles infernais tinham sido autores de tantas torturas que ele movido de pura raiva, atacou os, tinha experiência e algum conhecimento marcial adquirido ao longo de muitos anos de vida, quando um deles avançou para tentar barrar sua fuga, recebeu um chute no estômago e quando a dor o fez se arquear por alguns segundos, ele perdeu a espada que tinha na mão direita e instantes depois estava decapitado.
Cada novo ataque trazia milhares de outros demônios, ele usava os números gigantescos do exército que estavam sendo mobilizados para poder lutar em um ambiente confuso, onde muitas vezes seus inimigos acabavam errando golpes e matando seus próprios membros.
Depois de quatro patrulhas assassinadas, ele avançou até o pináculo daquele palácio e fez refém a rainha do inferno: Lilith, e todos pararam ao ver ele avançando com uma espada no pescoço da preferida do rei infernal.
Ninguém esperaria no entanto que ele movido de pura raiva, quando chegou a ponte que separava o palácio das torturas do restante do inferno, matasse aquela infernal decapitando, com um golpe único, fazendo com que as tropas antes atônitas fossem ainda mais raivosas em seu encalço.
Ele corria como um louco, matava qualquer um que cruzasse seu caminho e por um golpe de sorte, conseguiu entrar no templo, onde havia um portal para o rio Stix, entrou no local e caiu nas águas que tanto conhecia, foi nadando e usando seus telepáticos para chamar qualquer criatura próxima, quando um Leviathã apareceu e o engoliu, levando aquele espírito de volta para o mundo mortal, abrindo sua bocarra e deixando o livre.
Demorou quase cinco anos até ele recuperar sua caveira, que tinha sido levada do cemitério por um banda de punk gótico chamada Dark Non - sense no ano de 2005, e ele só achou a novamente em 2010, durante uma turnê da banda na cidade de Brasília, quando ele cansado de tanto segui - los, voltou ao seu corpo esquelético, matou toda a banda em questão, fazendo o motorista da limusine que os levava para o aeroporto capotar na estrada.
O corpo do motorista foi decapitado e ele se aproveitou disso para tomar aquele esqueleto para se estabelecer novamente.
Contudo foi preciso pegar os ossos de outros integrantes daquela banda, pois o corpo do motorista teve diversas fraturas no acidente, e assim, ele esquartejou diversos membros da banda para conseguir ossos para seu novo corpo.
Quando a polícia chegou ao local, ele já estava longe, no inferno seu nome tem uma recompensa enorme, no Hades ele é tratado como aberração e todo humano que o vê, foge rapidamente com medo de sua aparência horrenda, será que ele vai sobreviver?
Professor Paradoxo, historiador e mestre do tempo.

"È claro que eu vou sobreviver, o professor é um imbecil as vezes, como matar alguém que já morreu ao nascer?
Os canalhas do andar de baixo não me assustam e se aqueles maricas do Hades me odeiam, eu também os detesto.
Na verdade só deixei o professor escrever minha história por que queria relembrar meu passado, mas a partir daqui quem vai falar sou eu, e se vocês não gostarem podem ir todos nadar na merda! E tenham a certeza de que se eu os encontrar estarão mortos até o amanhecer."

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Tolos em um ritual de morte

A modelo Russa Mika Barnshk tinha sido raptada há dois dias depois de dar uma declaração nas redes sociais dizendo que não temia nenhum tipo de magia e que todas as formas de religião eram besteiras.
Naquela noite seu  carro foi interceptado por um grupo de homens fortemente armados, vestindo ternos pretos, eles mataram a segurança da cantora rapidamente e a levaram do carro.
A polícia de Paris, onde os fatos ocorreram não tinha nenhuma hipótese do que haveria acontecido a jovem até que um trabalhador dos esgotos encontrou uma cabeça cravada numa lança, os olhos apontavam no rumo da catedral de Notre Dame.
A polícia seguiu a pista e vasculhou todas as galerias e encontrou em diversas partes, o corpo desmembrado da jovem, sempre apontando para a catedral no centro de Paris.
A igreja tinha sido construída no mesmo local onde no passado havia um templo pagão de culto a morte, onde todos os anos crianças e estrangeiros eram sacrificados.
Um grupo de cultistas da faculdade de história, descobriu essa história e passou a estudar os tomos antigos para entender melhor a ordem dessa seita e recria - la nos dias atuais, fingiam se de católicos para ficar muito tempo nos fins de semana em volta da catedral, se preparavam para fazer o sacríficio e um deles viu na modelo a forma perfeita de agradar aos antigos deuses.
Eram um grupo de neo - pagãos, pseudo - intelectuais, que se aproveitaram de uma leviana modelo cujos únicos dotes eram físicos e cometeram um crime bárbaro, usando uma adaga ritual eles desmembraram o corpo e a alma da jovem, prendendo sua energia num pequeno frasquinho, que usariam como forma de invocar antigos seres das trevas para os servirem.
Seus planos foram frustrados quando um dos membros do grupo, chocado com o êxtase de brutalidade naquele assassinato, entregou a todos, ficou horrorizado, pensou que fosse um grupo de brincadeira, apenas uma fraternidade de universidade... Mas quando viu a moça ser morta de forma ritualística, mudou de idéia, mas eles não sabiam que ao realizarem aquele ritual, a besta que eles acordaram exigia todos os anos um sacríficio...
No primeiro ano morreram quatro de um total de doze e assim foram morrendo todos eles até que estavam todos os cultistas mortos de maneira inexplicável, todos no mesmo dia e mês, ano após ano, depois passaram a morrer os parentes deles, até que por fim toda sua árvore genealógica num prazo de vinte e cinco anos estava eliminada.
Ao fim disso no subsolo de Notre Dame, uma besta que não tinha corpo acordou, o ciclo tinha se cumprido e aqueles falsos magos tinham quebrado um selo que defendia o mundo de um Deus antigo, pagão, que se alimentava de almas humanas e todo o planeta estava no cardápio.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...