Não há na história nenhum homem normal que tenha criado nada. Nenhum ser humano que segue seu tempo se tornou grande.
É preciso desafiar a massa, nadar contra a corrente para ser lembrado e esse processo se inicia sempre pela vergonha de ser. Nenhum criador começa a destruir bases velhas sem antes se sentir mal devido aos inúmeros ataques dos defensores da atual ordem que veem naquela mente desconectada um perigo iminente do qual precisam se defender.
Fica isolado nas montanhas da coragem rugindo contra os que lhe atacam com ferrões. Desafia o mundo com sua nova verdade e se tiver sorte consegue ouvidos que se tornam bocas e passam para a frente a sua palavra, gesto ou forma de ver o mundo.
Essa liberdade incomoda os que não querem sair fora das suas pequenas visões de mundo e isso os torna agressivos diante do novo. Nenhum período da história onde houve transições foi livre de muita violência e sangue derramado.
As massas são um poder avassalador, controla - las garante aos que não desejam a mudança uma força incrível capaz de parar os menos corajosos. O gigante do povo não tem cabeça mas segue atrás das migalhas. E até que a nova forma se torne o normal aqueles que criam são alimento desse grande monstro que adora matar gênios e destruir heróis.
Nada atrai mais a platéia do que a tentativa de destruição de alguém disposto a mudar. Nenhum entreterimento aquece mais os corações da massa do que ver um herói ou um inventor cair em desgraça. A maioria é um abutre paraindo a procura de carcaças recém mortas. Agem como tubarões dispostos a devorar qualquer um ao menor sinal de sangue.
No fundo sentem inveja daqueles que ousam. Não suportam ver que é possível ir além do meramente comum e se tornar algo melhor e entrar para a história criando feitos notórios.
Somente os loucos podem se aproximar do poder de criar que é esfera exclusiva das divindades.