Ela
saiu do quarto e olhou para os dois lados ao abrir a porta, sua bolsa
estava em cima da cama, todos os itens tinham sido retirados e
organizados de uma maneira totalmente metódica novamente.
Tudo
ali era irreal demais mas ela seguiu vendo cada porta de um estilo
diferente, algumas eram de prata, outras eram de bronze, outras eram
de madeira fina e outras fediam a enxofre, haviam também vários
outros tipos e entre cada uma das portas, havia um espelho, alguns
emitiam sons, outros brilhavam de maneira tentadora, quando chegava
na frente deles, ela fechava os olhos, e estava conseguindo chegar
até o banheiro quando ela passou de frente a porta do adivinho e não
resistiu a olhar para dentro do espelho.
Do
outro lado ela viu uma mulher envolta em faixas que olhou dentro da
alma de Luanna, avaliou cada pensamento dela e depois disse:
_
O legado há muito perdido, será reencontrado. A humanidade mais uma
vez ficará nas mãos daquela que carrega a arma sagrada.
Naquele
instante um anãozinho empurrou a e saiu correndo de volta para a
entrada, ela ficou sem entender o que aquele ser queria lhe dizer,
havia mais alguma coisa na mensagem, mas a interrupção tinha
impedido a de saber tudo, mas de algum modo aquela frase ouvida ali e
o modo como ela fora invadida por aquela criatura lhe amedrontaram e
ela seguiu até o banheiro, onde ao entrar quase ficou cega, tudo ali
era de ouro maciço, as torneiras se abriam ao menor toque, o
chuveiro estava na temperatura que ela mais gostava e de algum lugar
ela ouviu uma sinfonia apaixonada de Mozart e sua mente foi pouco a
pouco relaxando, quase dormiu novamente, mas a música parou e ela
novamente acordou mais energizada, porém com o estômago fundo de
fome.
Ela
vestiu as roupas e uma veste igual a de uma sacerdotisa tinha sido
lhe dada, era um vestido com um capuz, feito com fio de ouro e de um
tecido do vestido com uma brancura luminosa, com detalhes nas barras
que pareciam mudar de cor a cada olhar.
Ela
vestiu a roupa e pegou um pequeno embrulho que estava enrolado dentro
do vestido, um saquinho de couro que continha uma gargantilha, linda
de ouro envelhecido que tinha um símbolo estranho uma serpente
enrolada em um arco, ela colocou aquela joia em seu pescoço, penteu
os cabelos, e saiu dali pela porta, mas agora o corredor de onde ela
tinha vindo, não existia mais, no seu lugar agora havia uma
escadaria que levava muito acima do céu e antes que ela pisasse o
primeiro degrau um cavalo alado desceu dos céus em um rasante e
usando telecinese a colocou sobre seu dorso e voaram até os mais
altos céus, ela estava impressionada demais com a beleza de cada
construção que havia ali, não entendia tudo o que estava
acontecendo, e de algum modo quanto mais ia avançando, memórias
iam aparecendo em sua mente.
De
algum modo ia passando na sua mente, acontecimentos ocorridos há
muito tempo atrás, guerras lutadas entre humanos e monstros, há
muito tempo atrás, as memórias iam avançando e uma dor profunda em
sua mente ia tomando intensidade, o cavalo ia voando para o alto e
ela nem mais prestava atenção, segurou firme na crina e fechou os
olhos enquanto lembrava de detalhes, de algum modo, ela sabia que
aquelas lembranças tinha algo haver com a joia, a mente dela foi
acomodando aquelas informações enquanto o passado dela própria
estava se dissolvendo, sua última lembrança antes do cavalo parar e
ela descer foi de uma antiga feiticeira na época da inquisição que
fugia com uma criança nos braços em meio a uma floresta muito
antiga, de algum modo, ela sabia que aquela criança era sua
antepassada, de algum modo ela sabia que aquela cena tinha algo haver
com suas duas condições, mas não soube ver como tinha sido o fim
da cena.
O
cavalo desceu num chão de nuvens e usando sua telecinese a retirou
de seu lombo de uma maneira delicada e no instante em que ela pisou
os pés no chão, se viu diante de um portão imenso, gigantesco, e
parado a frente daquela monumental obra, um gigante vestido para a
batalha com duas cabeças e olhos a vasculhar todas as direções.
Quando
as duas cabeças fixaram se em sua direção, um alarido se ouviu:
_
Os deuses lhe aguardam semi deusa, seja bem vinda ao lar e abriu se
os portões e ele com dois passos chegou até ela e carregando a nas
mãos levou até outra escada e de lá voltou a sua posição.
Ela
estava cansada mas novamente começou a subir as escadas mas dessa
vez a cada vinte degraus havia um prédio, ela parou em frente ao
primeiro lance de escadas e de uma nuvem apareceu um Deus muito
antigo, seu nome é Morfeu e ele se sentou num dos degraus e começou
a dizer:
_
Você pensa que está sonhando?
_
Enquanto criança, você via coisas que ninguém acreditava?
_
Quando você esteve na minha casa, olhou para dentro do oráculo e
aquela frase ainda está dentro da sua mente?
Ele
terminou de dizer essas perguntas e ficou sentado com os olhos
fechados, Luanna parecia não entender mais nada, passaram se alguns
minutos na mais profundo silêncio até que ela tomou coragem e
perguntou:
_
Quem é você?
_
Você já me conhece há muito tempo, Nêmesis!
_
Como? Eu não me chamo assim? Está enganado a meu respeito?
_
Estou? Então deixe me lhe contar uma história: