quinta-feira, 30 de maio de 2019

Há um estranho no meio de nós

Era a primeira manhã de outono.
Eu e um grupo de amigos fomos para as colinas filmar a vida na floresta.
Queriamos ficar famosos e ser contratados para fazer aventuras.
Eu era o único que não fazia proezas. Apenas as registrava. Passei um dia inteiro com uma câmera na mão registrando tudo que meus amigos faziam.
Fui escolhido para ter somente essa função pelo fato de ser manco e não conseguir enxergar um palmo a frente do nariz sem meus óculos.
Anoiteceu e fizemos um acampamento próximo a uma árvore isolada no alto da colina.
O fogo mal servia para aquecer todos e na alta madrugada começamos a tremer.
Fora das barracas o vento trazia sons estranhos. Não consegui dormir por causa do frio. Sentia me como um alpinista que vê seu corpo pouco a pouco congelar sem poder agir.
Meus colegas sentiam o mesmo. Variava somente a força.
Um dos rapazes, James, um garoto índio de aparência esguia e corpo bem magro adormeceu e logo começou a delirar.
Passei a mão em sua testa e vi que tinha uma febre bem alta.
Vendo a morte de um amigo decidi encarar o frio. Mesmo que lá fora tivesse uma nevasca. Não me importava nada além de salvar aquela vida.
Meu avô servirá a vida toda no médico sem fronteiras e me disse uma frase: A coragem é algo que se tem na hora da necessidade.
Os outros garotos tentaram me impedir.
Disseram para esperar. Que sair dali era loucura.
Mas eu não me importei. Enrolei o pobre James em dois cobertores. E carreguei o junto com minha mochila.
Sai da barraca e deixei meus amigos ali.
O frio cortava como navalha. Logo adiante o peso do garoto e da mochila me fez ficar cansado em demasia.
Abandonei a mochila e segui por um bom tempo até quase cair na beira da estrada. Estava exausto. Meus óculos estavam embaçados e a sola dos meus pés estava repleta de calos.
Eu não conseguiria carrega lo mais. Me senti frustrado.  Era como se tivesse falhado comigo mesmo.
Estava prestes a chorar como um bebê quando um carro passou na estrada. Acenei com toda força.
Era um policial rodoviário que estava preparando uma equipe de busca para nos resgatar.
Ele me reconheceu na hora. Saiu do carro e pegou James nos braços enquanto abria a porta de trás e me colocava junto do garoto no banco de trás.
Correu muito e chegou rapidamente ao hospital. Meus pais e os de James já estavam ali.
Respondi muitas perguntas.  Muitos garotos tinham fugido para aquela "aventura" e ao anoitecer tinham deixado seus pais apavorados.
Dei exatamente a localização das barracas.
Os policiais saíram e minha avó me deu um sermão quilométrico. E só amenizou meu castigo pela coragem que eu tive.
No entanto mesmo se ela me batesse eu ainda sim ficaria feliz. James ficaria bem. Apesar de ter uma febre forte e quase ter morrido iria escapar.
Olha lo na cama ao lado me dava algum conforto naquela noite fria.
Ao amanhecer começaram as más noticias.
Encontraram o acampamento e até minha mochila.  Mas nenhum dos garotos foi achado.
Apenas encontraram um pedaço de tecido grosseiro. Uma espécie de algodão bem bruto e sem nenhum acabamento no meio de uma das barracas.
As mochilas dos garotos estavam em suas posições e até alguns sacos de dormir estavam como eles deixaram.
Eu fiquei em choque. Alguém levará meus amigos! E eu os havia deixado. Me senti péssimo.
Meu único consolo é que eu tinha salvado um.
Os dias se passaram e a comoção se tornou total. Tanto que eu precisei ser enviado para a casa de uma tia. Algumas pessoas na cidade começaram a sussurrar que eu tinha matado os outros garotos ou estaria ajudando os assassinos.
Quando cheguei na minha nova moradia vi no meio de meus caixotes a fitas daquele fatídico dia.
E meu pavor foi imenso: Em vários pontos da gravação dava para ver nitidamente um homem alto. Vestia se de terno e tinha uma máscara de pano grosseiro.
Eu fiquei congelado ao olhar para a criatura. Confesso que até falar disso me assombra.  É como se eu pudesse ver novamente aquele rosto apontado em minha direção.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

A mentira tem um preço

João da luz era um excelente enganador.
Ao longo dos anos fez fortuna fingindo ser um vidente.
Senhoras endinheiradas, herdeiras jovens e imaturas, casais desesperados para ter filhos eram apenas alguns dos muitos tipos de pessoa que o seguiam.
Ele aproveitava de cada um. Não era raro tirar tudo de alguém.  Abusar de mulheres  entre outras tremendas canalhices.
Seus seguidores nunca acreditariam se soubessem que ele os via apenas como gado.
Era um homem ansioso por aparecer na mídia.  Fazia previsões vagas cercadas de falas vazias que com a dramaticidade certa convenciam a muitos.
Certo dia um programa de TV o convidou para ir num local amaldiçoado. Um antigo manicômio onde pessoas escutavam vozes e alguns rapazes aventureiros tinham visto aparições assombrosas enquanto faziam um vídeo do local para o youtube.
Pensando se tratar apenas de uma montagem de internet. João aceitou ir com sua equipe.
Tentou entender a história do local e no trajeto para se encontrar com o apresentador já tinha tudo preparado.
Eles entraram pelos antigos e pesados portões e por todo lado o estado de abandono era gritante.
Mato crescia por todo lado. Paredes descascadas e repletas de mofo. Formigas e outros insetos. Isso sem contar o lixo deixado por mendigos e viciados que esporadicamente viviam ali.
O apresentador e o falso médium começaram uma acalorada entrevista. Por várias vezes a pergunta se repetiu? O que você está sentindo?
Era a deixa que João precisava para agir.  Fazia uma cena bem trabalhada. E começava seus discursos perfeitamente montados.
Sua fala era uma aula de oratória emocional. Conseguia deixar até quem não cria nele em dúvida.
No entanto o universo tem uma maneira especial de punir enganadores.
Numa daquelas coincidências inexplicáveis que o universo ele viu a imagem de sua mãe além de uma janela e num ataque de pura histeria saiu correndo até cair um andar abaixo e se espatifar no chão.
No fim a justiça prevaleceu.

A foto selada

Eu era um garoto que amava escrever e ouvir histórias.
Devido a ter uma saúde frágil nunca conseguia brincar com as outras crianças e por isso adorava que me contassem histórias.
Vivia devorando livros e tinha muito tempo para escrever.
Passava horas a fio dando vazão as minhas fantasias. Vaguear pelos sonhos me permitia sentir algum alívio para as dores musculares que me assolavam.
Fui diagnosticado tendo uma lesão no cérebro que me causava dores constantes por todo corpo.
Numa hora estava bem e na outra eu caía no chão sufocado de tanto sentir dor.
Minha mãe tentava de tudo dentro do pequeno orçamento para me trazer algum alívio.
Assim, quando uma vizinha disse que o ar do campo poderia melhorar me. Fui mandado para ficar com um tio meu na fazenda.
Era um local velho, tudo parecia desbotado. As paredes não tinham cores e os cheiros eram muito diferentes.
Eu me sentia entrando num outro mundo.
Aquela casa era como a dos livros de fantasia que lia loucamente.
Esperava a qualquer momento que uma bruxa viesse me levar.
Me sentia amedrontado e profundamente fascinado.
Não me importei com os olhares tortos que meus primos me deram logo nos primeiros minutos.
Eu era sempre odiado pelos garotos da minha idade que adoravam zombar de mim durante minhas crises de dor.
Mal sabia eu que aqueles garotos tornariam o mal da ficção em realidade.
Se passaram semanas desde a minha chegada e eu me sentia melhor.
Comia na hora certa e ajudava minha tia nas tarefas domésticas.
Mal abria a boca para falar. Sabia que estava ali de favor e sentia com medo de a qualquer momento ser mandado embora.
Naquele período ali não tinha tido crises e isso me foi um grande alívio.
No entanto meus primos me fizeram seu alvo de piadas e humilhações.
A brincadeira preferida deles era colocar animais na minha cama.
Até uma cobra certa vez colocaram embaixo do meu travesseiro.
Raras vezes me queixava. Não queria piorar minha situação. Meu tio no entanto começou a comparar meu comportamento com o deles e isso os enfureceu bastante.
Nas semanas seguintes aproveitavam qualquer oportunidade para me bater.
Me espancavam com prazer mesmo que minutos depois seu pai batesse neles nada adiantava.
Pensei seriamente em voltar para minhas crises e liguei para minha mãe.
Naquele dia me senti um derrotado. Iria voltar ao sofrimento.
Contei lhe tudo. Falava baixinho para que minha tia não ouvisse.
Ela desligou e disse indignada que amanhã iria me buscar.
Senti um certo alívio por sair dali e naquela noite dormi bem.
De madrugada, meus primos apareceram no meu quarto.  Me imobilizaram e bateram. Eu tentei gritar.  Mas a mão de um deles tampou me a boca completamente.
Me arrastaram para fora. Perto da sede da fazenda havia um velho celeiro. Riam cada vez mais alto na medida em que saiam de casa.
Meu corpo ia arrastando na terra, deixando uma trilha de sangue.
Fui jogado dentro de um local que parecia um velho depósito de coisas da família. Eles se foram, depois de me trancar e grasnaram que estavam colocando o inútil em seu devido lugar.
Meus ossos doíam, minha vista embaçada. Eu me sentia o pior dos homens. Chorei muito. Faltava horas para minha mãe chegar e eu não conseguia nem me levantar direito.
Tentei entender melhor onde estava.  A dor era uma velha companheira. Aquela surra não era pior que minhas crises. Portanto logo recuperei o senso na tentativa de encontrar algo que me ajudasse a sair dali.
Era um cômodo grande.  Tinha três prateleiras. O cheiro era de mofo com papel velho. Não havia nem sinal de alguém me procurando.
Logo uma caixa chamou minha atenção.  Estava repleta com fotos de família antigas.
Não sei como consegui subir numa escada e descer aquilo. Mas em poucos instantes estava olhando fotos antigas. Algumas tinham datas muito anteriores ao casamento de minha mãe. As fotos mostravam pessoas as quais eu nunca tinha ouvido falar. Elas se vestiam de maneira engraçada. Ver aquilo até aliviou um pouco minha dor. Fiquei vagueando enquanto passava as páginas de uma maneira cada vez mais interessada.
Cheguei ao fundo da caixa onde uma foto estava guardada dentro de um envelope selado. Minha curiosidade estimulada me fez abrir aquilo o mais rápido possível.
Era a foto de um homem alto, extremamente magro, um homem de rosto profundo. Vestia roupas simples e tinha um ar diferente dos demais. Não sorria nem expressava qualquer emoção.
Quanto mais eu me fixava na imagem dele sentia algo de inumano.
Era como se ele fosse algo diferente. E aquela sensação me fez sentir a espinha congelar.
E num instante depois eu vi aquele homem do meu lado.
No início eu pensei se tratar de um delírio. Mas os minutos passavam e aquela pessoa não saía do meu lado.
Começou a conversar comigo. Disse que seu nome era Sandoval e que em minutos iriam me resgatar.
Falou também para eu não cortar que o via para ninguém.  Que ele iria ser um amigo para me ajudar.
Sua feição assombrosa em contraste com a doçura de sua fala me fizeram acreditar nele.
Se cumpriu da forma que ele disse minutos depois de eu começar a vê  lo apareceu meu tio carregando meus primos pelas orelhas.
Os dois estavam roxos e pareciam ter tido até mesmo alguns dentes quebrados.
Eu não conseguia levantar e minha mãe quase me carregou de volta para casa.
Minha mãe cuidava de mim com todo amor, mas pude notar um olhar estranho dos meus primos e do meu tio.
Era como se eu fosse agora alguém a ser evitado.
Tínhamos perdido a hora do ônibus e só poderíamos ir no outro dia. Assim eu aproveitei a situação para assombrar meus primos.  Apenas me aproximava deles por qualquer motivo. E os dois pareciam gatos ao fugir de água quente.
Eu ri de montão enquanto eles fugiam. Nessa hora um deles se revoltou. Pegou um pedaço de tijolo e atirou em minha direção acertando me na cabeça.
Rapidamente eu desmaiei. Não sei quanto tempo fiquei desacordado.
Mas quando dei por mim a casa estava uma confusão.  Um dos garotos tinha sumido e o outro estava paralisado, totalmente em choque.
Quando minha mãe saiu. O fantasma apareceu. Me perguntou se eu estava bem e disse que os garotos não iriam mais me maltratar.
Fiquei feliz e pedi como um bebê que ele me contasse histórias dele.
E a partir daí comecei a entender mais sobre o fantasma da foto.
Mas isso eu deixo para outro dia. Até breve meu querido diário.

Dicas para escrever terror psicológico

O público de terror cresce muito todos os anos.
Os livros de Stephen King e outros do gênero são sempre best sellers e suas adaptações são notórias e lucrativas nos cinemas.
Escrever histórias para deixar as pessoas assustadas no entanto não requer um talento mágico ou algum poder oculto.
Basta apenas entender o medo.
No geral as pessoas tem uma grande quantidade de pavores. Demônios, criaturas místicas, morrer, fantasmas, grandes conspirações... enfim a lista é enorme e eu perderia uma vida ao tentar te mostrar todos.
Sendo assim deixarei aqui algumas dicas para você melhorar sua escrita de terror:

1- Crie expectativa. Faça as pessoas serem surpreendidas.  O inesperado apavora.

2 - Seja descritivo. O terror aumenta nos detalhes. Assim se o monstro for comer alguém, descreva os barulhos, fale do mastigar, a forma dos dentes e até como a pessoa que viu se sentiu.

3 - Brinque com os sentidos. Tente fazer as pessoas entrarem na história de corpo inteiro.
Descreva as sensações.  Diga os cheiros.  Se o personagem pegar em algo viscoso, descreva a gosma com detalhes.
Faça seu leitor ter uma experiência imersiva dentro da história.

E por fim dica 4: Prenda atenção.
Uma boa história de terror deixa as pessoas aflitas bem antes delas estarem assustadas.
Faça o coração dos seus leitores quase sair fora do peito antes de assusta los.
Crie uma tensão tão forte que quando ela se romper a pessoa se sinta junto do personagem.

Bem essas são as dicas para os que estão começando a escrever terror.  Espero que os ajude. Em breve aprofundarei nos assuntos aqui tratados.
Até a próxima.

Pesadelo na cozinha

Era uma noite especial.  Depois de meses flertando com um rapaz Samantha iria ter seu primeiro encontro.
Ele tinha lhe feito juras de amor. Disse que queria casar com ela.
Sua mãe tinha saído para ir ver uma tia que estava doente e só voltaria no dia seguinte.
O rapaz chegou as nove da noite. Vestia se com charme e elegância.  Parecia ser um galã de novela.
Ele trouxe uma pizza e uma garrafa de vinho.
Os dois conversavam e bebiam. Num determinado ponto ela se sentiu mal e foi em direção ao banheiro.
Se sentia tonta e tudo girava.  Nessa hora sentiu uma mão a agarrar forte. Era seu namorado.
Percebeu naquela hora o que realmente ele queria. Tinha sido drogada e acabaria sendo estuprada igual as moças que apareciam nas notícias.
Se debateu como uma louca enquanto ele tapava sua boca com tanta força que quase a impedia de respirar.
Ele rasgou suas roupas. Tinha um sorriso sinistro no rosto.
Sua face envilecida pela bebida era um retrato da pura essência do mal.
Ele estava montado em cima dela.  E no instante que tirava sua calça. Retirou a mão que lhe tapava a boca e ela num ímpeto insano começou a berrar gritando por socorro.
Ela não soube explicar o que aconteceu depois. Desmaiou e ficou desacordada.
Quando recobrou os sentidos já estava de dia.
Seu corpo estava coberto de sangue e a casa cheirava a enxofre.
Ela entrou em choque.  E por muitos anos não conseguiu esquecer se daquilo.
Alguma criatura sobrenatural a tinha ajudado e ela não havia sido estuprada.
Por muito tempo não conseguiu entrar na cozinha e teve pesadelos e gritos a noite revivendo trechos daquele dia.
No entanto isso com o tempo passou. Mas os antigos rumores de que ela era uma filha do diabo recomeçaram.
Sua mãe a teve quando era solteira. O pai nunca aparecerá.
Ninguém em sua família sabia a origem da menina e não havia meios de tirar esse segredo de sua mãe.
Daí o povo da pequena Cruz da Fortaleza ter criado tanto fuxico em torno daquilo.
E agora com o misterioso acontecido com Samantha os rumores se tornaram mais vividos.
Mas isso eu deixo para outra história...
Até  a próxima.

Terror noturno

João era um garoto atormentado por pesadelos.
Suas noites eram terríveis. Desde muito cedo o sono para ele era uma tortura.
Não tinha paz. Muito menos sossego ao dormir.
Sua mãe tentou diversos tratamentos: científicos, religiosos e por fim uma internação psiquiátrica.
No manicômio ele começou a ter torturantes delírios.
Era assombrado por demônios. Criaturas terríveis e distorcidas que vinham até ele.
Seus gritos noturnos eram tão profundos e perturbadores que até experientes enfermeiros ficavam assombrados.
Não era incomum que os outros internos ao ficar próximo dele sentissem o mesmo terror que o assolava.
Foi isolado dos demais. E em pouco tempo sua mente se deteriou.
Não reconhecia mais as pessoas.
Vivia em um mundo paralelo. Sua mente perdia se em divagações e pouco a pouco ele deixou de falar. Até mesmo seus terrores noturnos cessaram e ele se tornou apenas um grandioso vazio.
Sua pele adquiriu uma coloração pálida, quase cadavérica.
Muitos acreditavam que iria morrer.  Sua mãe foi aconselhada a preparar um funeral para o próximo mês.
Era esse o tempo que o médico deu para ele.
No entanto antes da data. Ele conseguiu roubar uma toalha e com ela se enforcou.
A fraqueza do corpo e a falta de sangue lhe deram uma aparência monstruosa.
Todos que assistiam o funeral saíam abalados pelo estado que o rapaz se encontrava.

Mais dicas sobre como escrever bem

Hoje a comunicação é uma necessidade.
Vivemos cercados de pessoas que esperam posicionamentos e que querem ouvir nossas idéias.
Podemos dividir nossa vida com todos em redes sociais.
Temos oportunidades de vender produtos e assim conseguir renda.
Enfim, com uma boa comunicação é possível conseguir diversas vantagens.
Dentro da comunicação a arte de escrever é essencial.
Saber redigir um bom texto que seja entendido hoje é garantia de sucesso.
Só que para isso devemos ter em conta três pontos:
1 escrever bem é essencialmente clareza
2 um bom argumento é positivo.
3 um bom texto é agradável de ler.

A clareza é fundamental para não tirar a atenção do seu texto. Saber expressar o máximo no mínimo é a suprema arte de um grande escritor.
Já a questão dos bons argumentos serem positivos é que todo mundo lê um texto que tenha um fim. Que aborde algo e termine dando uma solução.  Críticas são boas. Mas nunca vão superar soluções.
É desagradável ler um texto onde o autor parece ser um velho rabugento que odeia o mundo.
E por fim ao escrever deve sempre se ter em estima o seu leitor. Ele não sabe tanto quanto você.  Não tem seu interesse pelo assunto e muito menos é alguém distante.
Ao ler seu texto essa pessoa te deu a atenção dela. Recompense a escrevendo sem maneirismos e floreios na linguagem. Respeite o tempo que ela dedicou a você.
Isso é tudo pessoal. Até o próximo texto!

segunda-feira, 20 de maio de 2019

Guia rápido para aprender a escrever bem

A necessidade de escrever é fundamental na era da informação. Todos conseguem escrever, mas aqueles que dominam as palavras conseguem destaque. O que antes era apenas um ofício com caneta e lápis hoje ganhou a multiplicidade das formas e meios online tornando a escrita essencial a todos que querem ter mais espaço na sociedade e no mercado de trabalho.
Em todas as áreas do mercado o profissional que sabe escrever bem consegue se sobressair tendo até mesmo mais acesso a promoções para os que já estão empregados, e para aqueles que ainda não estão no mercado esta habilidade pode ser o diferencial para conseguir uma colocação.
Além disso estudantes de todas as faixas que conseguem escrever bem se sobressaem e conseguem melhores notas.
Diversos livros tentam ensinar as pessoas a escreverem melhor. Fórmulas diversas, métodos e muitos conselhos baseados na experiência de escritores renomados e de grandes professores.
Ao longo de mais de 10 anos como leitor ávido de toda sorte de materiais, tive a imensa sorte de ter consumido vários dos livros mais renomados acerca desse assunto e por essa razão decidi reunir as melhores dicas que eu achei nesses materiais:

DICA NÚMERO 1
Escrever é treino!

Os grandes escritores escrevem todo dia. A prática os torna melhores. Então para quem quer dominar melhor o mundo das palavras precisa treinar a escrita de modo que ela se torne um hábito.

DICA NÚMERO 2
Leia!

Não existe alguém que domine a escrita com um vocabulário pobre. É preciso ter o hábito de ler e adquirir novas palavras todos os dias. Só assim se domina o português e deixa se de usar palavras coringas tais como a famigerada: "Coisa".

DICA NÚMERO 3
Tenha foco.

Quem quer perder peso segue uma dieta por vários meses. Quem quer ganhar músculos vai a academia e treina por anos. Assim o bom escritor se faz com tempo. Não existe fórmula mágica para ganhar habilidade de escrever e nem mesmo um método para te tornar especial nisso que não demande uma quantidade de tempo grande.

DICA NÚMERO 4
Estude

Como eu já disse muitos livros são produzidos todos os anos sobre como melhorar a escrita nas mais variadas áreas.
De roteiros até cartas comerciais, as áreas onde a escrita se aplica estão cada vez mais abrangentes e com isso é possível para quem se interessa por escrever estar atualizado com o que há de mais recente no seu ramo de interesse.


Com esse guia rápido espero que você consiga melhorar sua habilidade de escrever com mais qualidade.
Que esse conhecimento seja útil em sua vida.

ATÉ A PRÓXIMA.

sábado, 18 de maio de 2019

O ciúme mata!

Delegacia de crimes de Cruz da Fortaleza.

Ficha de depoimento.

Eu sempre fui apaixonado por ti. Meu amor por você era puro e sincero. Não acreditei quando começaram a chegar aos meus ouvidos notícias de que me traía. Mas um dia meus olhos te viram beijar os lábios de outro homem.
Meu ímpeto de fúria e espanto era tanto que naquela noite não voltei para casa. Tinha perdido para mim todo o sentido. Meu mundo inteiro tinha caído. Os votos do nosso casamento para mim eram eternos, mas se foram.
Pensei que iria enlouquecer. A tristeza me dominava. Voltei a beber, algo que tinha abandonado. Deixei de ir a igreja e fiquei cada dia mais isolado. Não aguentei olhar em teus olhos, por isso saí de casa sem dar explicações.
Me afastei dos amigos e passei a viver num apartamento no centro velho. Nem mesmo banho eu tomava e durante um mês fui enlouquecendo pouco a pouco, até que num ímpeto de fúria decidi mata-la.
Queria vingança. A bebida falava mais alto que minha razão. Meu coração partido e a dor da traição me deixaram sem nenhuma piedade. Atravessei a cidade com a ira fria de um assassino. Não havia em mim o menor medo ou consciência.
Eu era apenas uma máquina de matar. Alguém que acreditava não ter nada a perder. Esperava que o amante e ela estivessem deitados na cama, se possível que ainda estivessem nus. Seria a desforra completa, tirar lhes a vida no local que tinham me tirado tudo.
Cheguei em minha casa pouco depois das 2 da manhã. Não havia ninguém na rua. Vi que um carro estava parado ali na entrada. Isso me fez ficar ainda mais possesso de ira. Arrombei a porta dos fundos e com cuidado fui até a cozinha onde peguei uma faca. 
Enquanto caminhava para o quarto, vi um homem parado na sala, vestia se socialmente e tinha um paletó jogado numa poltrona próxima. Ele dormia pesadamente e não percebeu minha aproximação. Acertei uma facada diretamente no peito, ele apenas gemeu e ficou mole.
Morreu sem emitir nenhum gemido. Depois de mata-lo procurei em seu paletó para saber quem era e não vi nenhuma identificação. No entanto havia num dos bolsos, um coldre com uma arma, uma pistola carregada.
Eu decidi esperar ela acordar. Queria mata - la acordada. Me sentei ao lado do cadáver com um sorriso demoníaco e as horas passavam, nem mesmo o frio que batia no meu rosto me incomodava. Era como se eu fosse um animal a espera da caçada. O tempo demorou a passar e toda vez que meu ânimo caía, meus olhos iam em direção ao corpo inerte do meu lado e era como se jogassem gasolina no meu ânimo homicida. 
Ela acordou as 7 da manhã. Tal como todos os dias estava atrasada. Foi rapidamente até o banheiro, tomou um banho, ouvi ela se vestindo e na hora que o trinco da porta girou, apontei a arma.
Quando os olhos dela me viram, tentou correr, voltar para o quarto. Mas disparei sem nenhuma clemência. 
Vê - la morrer aos poucos me trouxe um alívio momentâneo. O alívio que eu sentia pela vingança terminou quando os policiais chegaram e me levaram para a cadeia. Me contaram que eu tinha matado o irmão de minha esposa que era um policial federal e a estava ajudando a testemunhar contra a empresa onde trabalhava ligada ao crime organizado.
Há perdão para mim?

sexta-feira, 17 de maio de 2019

Doutrinador: O caçador de corruptos.

Há muito tempo não assistia um filme tão bom.
Ação e drama na medida certa.
Tira o fôlego desde o início.
O nascimento de um vingador.  A fúria de um pai que viu sua filha morrer por causa dos desvios da corrupção.
Isso faz nascer a ira dentro de um dos melhores agentes da polícia que vai até o fim para cortar cabeças da hidra que é a corrupção.
Baseado nas histórias em quadrinhos de Luciano Cunha. Essa história faz valer cada minuto.
Não é apenas um filme mas uma experiência imersiva que mexe na consciência e causa diversão com reflexão.
Recomendo! Um filme brasileiro que supera em qualidade os americanos.

A pedra

Todos os jogadores naquela mesa em Marte estavam apostando alto.
Um deles no entanto perdeu tudo numa aposta. Era um Solomori explorador. Para continuar jogando apostou um objeto que tinha encontrado em um planeta arruinado algumas semanas atrás.
Era uma grande pedra âmbar que pesava pelo menos 5 quilos.
Ele continuou na mesa mas perdeu novamente.  Acabou sendo expulso.  No fim o melhor jogador levou tudo, inclusive a misteriosa pedra.
Levou tudo para sua nave e partiu rumo a uma entrega espacial fora do quadrante.
Quando passou próximo ao sol, a pedra começou a aquecer e se tornar mole como se fosse uma casca de ovo prestes a eclodir.
Passaram poucos minutos após essa transformação e o objeto já emitia luz e calor. E em menos de uma hora eclodiu no compartimento de carga uma espécie de verme.
Uma criatura alongada com aparência de lagarto. Estava com fome e foi procurar alimentos.
Comeu alguns animais pequenos que eram levados como suprimentos.
Em um passe de mágica ele cresceu de tamanho até ficar numa altura próxima a de um humanóide.
Quando o cozinheiro chegou a zona de carga, viu os suprimentos totalmente destruídos e uma criatura pequena terminando de comer um dos últimos víveres.
Ele se zangou e tentou bater na criatura que rapidamente contra atacou.
Sua cor mudou para um tom vermelho e na mesma hora seu tamanho pareceu dobrar.
Furiosa, a criatura saiu dali e foi causando o caos na nave. A cada morte sua densidade aumentava e sua força ficava maior.
Não demorou muito para todos serem mortos. A nave descontrolada se chocou contra um asteróide e explodiu no espaço.
Pouco sobrou para contar a história exceto uma grande pedra âmbar que vagava pelo vácuo. Um convite para outras naves que faziam a mesma rota.

sábado, 11 de maio de 2019

Numa noite chuvosa me encontrei com a morte

Tinha acabado de sair do serviço.
Já era mais de 11 horas.
Chegar em casa e dormir era tudo o que eu queria. Minha esposa tinha me abandonado anos atrás e eu mal via meu filho uma vez por ano.
Minha vida era para a empresa. Meu emprego me consumia completamente. No início eu dizia que era para o futuro do meu filho. Porém após o divórcio nem essa desculpa colava mais.
Eu caminhava pela calçada com um guarda - chuva aberto.  Esperava um táxi que me levasse em casa. 
Reclamava muito do mecânico que não tinha terminado de arrumar meu carro.
Minha raiva fazia meu rosto ter uma cor vermelho colérica.
Quando um táxi parou entrei e disse o meu endereço.
Não respondi ao cumprimento do motorista.  Queria apenas chegar em casa.
No entanto quando ele me olhou nos olhos e disse: Olá doutor Carmine. Essa é sua última viagem.
Eu olhei para ele e rapidamente virei o rosto e naquele instante vi meu corpo estirado na calçada. As pessoas ao redor gritavam por socorro enquanto eu entrava em convulsão.
Nesse momento o motorista me perguntou: Valeu a pena?
Sua vida foi gasta para obter lucro. Olhando agora nos seus últimos instantes, acha que você foi feliz?
Eu fiquei sem palavras. Estava realmente chocado.  Tudo passou na minha mente.
E no fim somente sentia culpa.
Um pesar tão horrível que eu cai em prantos. Havia anos que eu não orava com sinceridade mas ali derramei as lágrimas mais sentidas da minha existência.
Implorei misericórdia.  Prometi que iria mudar e por algum milagre eu ganhei uma segunda chance.
Desde então busco melhorar a mim mesmo. Recuperei minha família.  Dou meu tempo para ouvir pessoas nos abrigos e ajudo famílias carentes com cestas.
Quero que dá próxima vez que o motorista vier eu não sinta culpa, apenas saudade.

quinta-feira, 9 de maio de 2019

Como me salvei?

Nada naquela manhã era igual.
Meus sentidos estavam excitados. A vida saía de mim aos poucos.
Eu ali naquele quarto sujo em frente a uma janela.
Meus braços doíam das amarras que me mantinham a cama, há poucos passos de um poderoso explosivo.
Me debati por horas tentando me soltar.  Gritei pedindo socorro. E a cada minuto da contagem que passava meu desespero aumentava.
Ao meio dia eu seria um homem morto.
Eu lutava contra o medo. A adrenalina era a única coisa que me mantinha de pé.
O ar entrava em meus pulmões queimando.
A dor por todo corpo era torturante.
Ninguém para me ajudar. Sem saída.
Mas eu ainda tinha o sol. Somente o sol.
Seu brilho quase me cegava.
Não sei quando eu apaguei. Acordei deitado no sofá da minha casa.
Na televisão passava uma notícia urgente: Uma bomba tinha explodido em um galpão usado por traficantes de pessoas.
Centenas de imigrantes ilegais que eram escravos foram mortos na hora.
A polícia federal foi acionada e o caso era tratado como terrorismo.
Ao saber de todo acontecido me levantei num sobressalto e na mesma hora meus pulsos e tornozelos doeram muito.
E quando eu olhei neles havia marcas profundas de amarras.
O que aconteceu comigo? Como eu fui salvo? Tantas perguntas e nenhuma resposta.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...