domingo, 3 de agosto de 2014

Existe motivo para a paz?

Caminhando por entre incontáveis séculos acabei por descobrir uma verdade sobre a humanidade: A guerra é o evento mais comum da história. Já se batalhou por diversos motivos, desde comida até causas religiosas, como se Deus tivesse algo haver com a vontade humana por ceifar a vida de seu próximo.
Muitos morreram em defesa de um  monte de ideias tolas e muitos caro leitor ainda morreram, antes que você acabe deve haver muitas pessoas sendo mortas em alguma parte do globo por conflitos militares. 
Qualquer fala é inútil para impedir a guerra de acontecer, dado o fato de que os humanos desde Caim parecem gostar de dar sangue ao chão para com ele regar a arvore do ódio que mais tarde virá vitimar os vencedores também. Houve bons generais, soldados valorosos, pessoas realmente nobres que entraram numa batalha e não se deixaram corromper porém boa parte que entra não sai dessa engrenagem macabra que continua girando, girando, girando, até esmagar a toda humanidade. O general e filósofo na sua obra a Arte da Guerra diz: O objetivo da guerra é a paz, mas que tipo de paz pode vir de algo tão macabro quanto a guerra? Será que essa paz não pressupõe mais batalhas e conflitos.  
Desejei há um tempo atrás quando perdi um pouco de minha fé nos seres humanos que o Criador tinha feito, saber o que era realmente paz, fui em vários lugares procurei: profetas, religiosos, reis e filósofos. A resposta foi variada porém cada qual tendia a ver por um ponto de vista específico quando na verdade eu queria saber o que era paz no geral, para todos, sem exceções.
Talvez de todas as respostas, aquela que mais me emocionou foi dada por um homem que fez uma revolução silenciosa, que ousou desobedecer ordens sem derramar sangue:Mohandas Gandhi, o homem que ficou conhecido como Mahatma, a grande alma.
Era tempo da descolonização na Índia e eu o encontrei tecendo um pano em uma roca simples, uma forma de ir contra os tecidos importados que vinham da Inglaterra, enquanto trabalhava ele estava feliz a cantar para o mundo, eu entrei na sala e parei o tempo me sentando ao seu lado, minha ação fez ele parar seu trabalho manual e olhar para mim, não com nojo ou medo habitual com que os humanos me tratam, mas como um velho irmão que chegou novamente em casa.
- Olá, que os deuses lhe abençoem meu caro ser, em que posso lhe ser útil?
- Você é um dos homens que ao longo da história mais soube o que significa a palavra paz e eu queria entender o que ter paz e por que ela vale tanto?
Ele parou um pouco olhou no fundo dos meus olhos e com uma voz calma disse:
- A paz é um estado de espírito onde a vida se torna plena, ter paz é estar ligado com os deuses, em comunhão com a Terra, vivendo plenamente satisfeito. 
Se levantou do pequeno tear artesanal e foi na janela e apontou algumas crianças que mesmo paralisadas ainda sorriam brincando na rua:
- O motivo para lutar pela paz são as crianças, quem iria querer ver estes belos sorrisos presos a uma arma? matando seus irmãos e irmãs. Se houver uma chance de se evitar uma guerra, devemos lutar por esse pedacinho de esperança para que nossas crianças possam crescer em paz.
Agradeci a ele olhando profundamente e ele me respondeu que ele se sentia honrado por um espírito divino ter entrado em seu lar e assim sai pela porta, escondido novamente nas brumas do tempo enquanto ele voltou para seu trabalho.
Fiquei ali na rua vendo as crianças brincar até o entardecer, quando resolvi caminhar pela cidade esperando o portal que viria me buscar, mal sabia eu que seria um dos últimos a falar com Gandhi ainda com vida pois ainda naquele dia ele seria assassinado.
"Lembrem-se que durante toda a história, houveram tiranos e assassinos, e por um tempo, eles pareciam invencíveis. Mas no final, eles sempre caem. Sempre"
Gandhi (http://pensador.uol.com.br/autor/gandhi/)

Bem pessoal aqui terminamos mais uma aventura do Paradoxo, espero que tenham gostado, fiquem com Deus e até a próxima!

 

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Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...