segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Aniquilador

Jason era uma ótima pessoa. Policial com ótima carreira.
Todos achavam que ele era um modelo. Mas atrás da fama havia um homem quebrado.
Venceu um grande assassino em série mas perdeu tudo.Usa remédios para depressão e paranoia.
Perdeu família e amigos. E só sobrou uma fração do homem que um dia existiu.
Vencer aquele criminoso foi o que o tornou famoso. Mas o preço pago foi caro demais.
O homem que para os jornais era uma lenda. Todo dia pensava em se matar. E sempre decidia não fazer pelo prazer de mandar mais gente para a cadeia. Seu foco era todo no trabalho.
Ele era preciso e inflexível. Perfeito para caçar. Péssimo para viver em sociedade. Não evita o uso da força. Tem várias queixas por violência com testemunhas. E a corregedoria só não o expulsou por que até dentro da corporação seu nome era uma lenda.
Todos ali eram lenientes com ele. Afinal ninguém enfrenta o demônio e fica inteiro. O mal tem poder de espalhar se naqueles que o enfrentam.
Quando ele pediu licença alguns meses depois para se tratar meses depois todos pensavam que ele voltaria diferente. Só não sabiam o quanto isso seria ruim.
Ele viajou para São Paulo e se submeteu a um teste com uma droga capaz de apagar qualquer evento traumático da mente. Nanotecnologia médica inteligente que faz a vitima dormir e reviver seus traumas enquanto vai apagando os.
O efeito deu errado. De algum modo a mente dele apagou tudo exceto a raiva e o instinto de sobreviver. A produção de adrenalina subiu as alturas. Os médicos tentaram desligar os nano robôs mas o equipamento não respondia.
As leituras indicaram a reconfiguração da mente dele em nível estrutural. Não havia nada a ser feito. O coração a qualquer momento explodiria enquanto os médicos ficariam apenas assistindo sem poder fazer nada. Nenhum sedativo fazia efeito.  Nem mesmo a morfina era efetiva.
Passadas algumas horas após a falha e ele acordou. Não respondia a nada, sua mente era uma confusão.  Os gritos da esposa sendo assassinada meses atrás voltaram a perturba-lo e ele inerte assistindo a ser morta com um pé de cabra. Durante a crise ele não se lembrou de nada.  Só voltou a consciência quando não havia mais ninguém vivo. O Centro  universitário Carlos Lattes estava em chamas e ele tinha sangue no corpo todo.
Tudo era confuso. A polícia o achou deitado próximo de uma árvore.  O levaram para a delegacia a principio como testemunha, mas depois de algumas horas, recuperaram as imagens das câmeras de segurança onde mostrava ele atacando os médicos e pesquisadores com uma pistola.
Ver a si mesmo matando dezenas de pessoas fez outra crise se desencadear.  Dessa vez foi na cela. Dezenas de presos foram surrados e mortos. Enquanto ele não tinha nenhum arranhão. Os guardas o colocaram no isolamento. E durante o período que esteve ali nada aconteceu. Quando uma comissão de direitos humanos obrigou o estado a manda lo para um sanatório. A dor de cabeça voltou e durante o transporte, ele desapareceu depois de atacar os guardas e não houve notícias dele em local algum.
As autoridades deram prioridade a sua caça. A interpol foi avisada e todos os orgãos de seguranças foram alertados.
E nos escombros do antigo centro de pesquisa uma equipe especial do exército nacional vasculhava tudo a procura dos computadores para recriar o processo que fez o assassino a quem a imprensa estava chamando de: O Aniquilador.

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...