domingo, 15 de fevereiro de 2015

Um dia de cada vez

O futuro assombrava ao jovem professor Marco Antônio, um homem que há muito tempo vinha tentando entender como o que o futuro traria para nós, e nessa busca por respostas ele foi caminhando pela cidade, andando, perdido entre pensamentos quase acabou atropelado diversas vezes. Até que quando a noite já ia longa resolveu se sentar um pouco para comer em um bar e enquanto ia caminhando encontrou no chão ali perto um mendigo que estava assoviando a nona sinfonia.
Espantado o professor chegou mais perto do homem e lhe perguntou como ele sabia aquela canção?
_ O homem respirou um pouco e olhando para o céu disse: Aprendi ouvindo em um teatro que estava ali e apontou para o outro lado da rua, onde tinha um grande shopping com dois estacionamentos.
_ A música até hoje não saiu de mim, desde o dia em que meu pai me abandonou ali e foi embora, vivi em meio ao teatro e a biblioteca, onde sempre ajudava aos funcionários em troca de um pouco de comida e um lugar quente para me abrigar nas madrugadas frias.
_ Desculpa te contar minha história, mas tão poucas pessoas se importam em saber quem eu sou que as vezes me empolgo e acabo falando demais.
_ Mas por que o senhor não vive o futuro e tenta superar o que já passou?
_ Talvez seja por que o passado tem tantas coisas bonitas e meu futuro seja tão triste que eu prefira viver entre minhas lembranças!
_ Viver meu filho é um eterno relembrar! E ao dizer isso morreu, uma dor no coração lhe atacava a semanas e com toda aquela emoção um infarto fulminante atacou aquele mendigo, que morreu sem contudo ser esquecido como acontece a tantos outros, o homem que ouviu sua história contou ao mundo um pouco do que aprendeu e deixou de procurar o futuro, entendeu que a vida é um dia de cada vez...

Violência gera violência

Aquela era uma triste manhã para o pobre Jimmy, seu pai era um dos pilotos que foram mortos durante o 11 de setembro.
Toda família ficou arrasada com aquela morte tão dolorosa, mas o garoto que era muito ligado ao pai ficou pior entre todos.
O garoto passou a se tornar rebelde e a odiar muçulmanos até o dia em que foi preso acusado de bater em um árabe que estava a caminho da mesquita da cidade.
Ele entrou dentro da cadeia e de lá saiu dois anos depois direto para o exército, onde se alistou na guerra do Iraque e se tornou um dos mais violentos soldados que matava mesmo inimigos já rendidos sem nenhuma compaixão!
Acabou sendo expulso do exército, mas voltou ao fronte como mercenário sete anos depois e num confronto a favor do governo iraquiano contra os talebãs acabou morrendo quando uma granada atingiu sua perna em meio a tentativa de retomada da cidade de Mossul.
Os talebãs até tentaram resgata - lo para conseguir resgate, mas ele assim que se recuperou, atacou o guarda e destruiu aquela pequena construção improvisada destruindo o prédio que desabou sobre ele.

Essa é apenas mais uma história onde o ódio e a violência vão aumentando até o fim chegar e destroçar aquilo que há de mais precioso: A vida!

Suicidio ao amanhecer

Naquela manhã, o ano estava começando, mas para aquela mulher tudo estava acabando, tinha descoberto a traição do marido, o homem que ela tanto amou durante longos trinta anos.
O sol já estava amanhecendo naquele primeiro de janeiro, ela estava bêbada com uma garrafa de tequila nas mãos, no beiral da ponte Rio - Niterói, lembrando de todos os momentos felizes, a maquiagem em seu rosto estava toda borrada, e sua mente não conseguia tirar da mente a visão do marido no escritório transando com a empregada.
Ele tinha ido para a empresa no último dia do ano e passou lá o dia inteiro e quando chegou a noite ela ligou para busca - lo para a ceia onde todos os familiares estariam, ele não atendeu e ela preocupada foi até o prédio onde ficava o escritório e o porteiro conhecendo a deixou ela entrar, subiu as escadas e chegou no primeiro andar, viu a luz da porta acesa e chamou várias vezes, mas o marido não respondeu, ela pensando que ele tinha passado mal, pegou uma chave extra com o porteiro no andar de baixo, mas o que ela viu foi chocante: A secretária estava procurando onde estava sua saia e seu marido, estava fechando os últimos botões da camisa que ela tinha lhe dado no natal.
Ela não falou nada, apenas pegou o carro e foi embora, parou num bar a beira da rodovia e tomou todas, queria se matar, não via sentido em mais nada, toda sua vida junto com ele era uma farsa e provavelmente mantinha casos com outras há muito tempo.
Ela foi rodando na direção contrária até que chegou na ponte, parou o carro e ficou ali com aquela garrafa de tequila, xingando desde sua mãe que tinha feito tudo para que ela fosse uma esposa perfeita a moda antiga, até sua própria falta de coragem para ver o óbvio! Que seu marido não tinha nenhum interesse nela há tempos!
O sol mostrou a todos seu brilho e no exato momento em que um grupo de passageiros que seguia para casa depois do reveillon viu o carro e reparou nela e correram para tentar ajudar, ela se jogou nas águas e morreu afogada, o socorro até tentou resgata - la, mas ela não queria viver mais e nadava para longe dos bombeiros, até que o fôlego acabou e os pulmões foram inundados por água e ela subiu boiando já sem vida.
O marido pouco se importou e continuou nas farras com todas que cediam a sua fala macia e seus filhos em dois anos mal se lembraram do nome da mãe e quando o faziam era apenas para lembrar com ódio o tanto que ela manchou o nome da família!

Uma tragédia evitada

O roubo ao banco tinha dado errado, os bandidos tinham conseguido fugir, mas a polícia fechou as saídas da cidade, muitos se entregaram quando viram as barreiras na pista e os carros vindo atrás, mas o líder do bando saiu do carro em movimento e desceu rapidamente para o metrô atirando a esmo e matando mais de dez pessoas em sua fuga.
O policial Jose Marcos saiu de sua viatura e seguiu o bandido, foi meramente por instinto, algo nele estava aquecido, mais rápido e veloz e no instinto ele foi descendo as escadas, seus olhos vasculhavam todos os lugares onde o medo imperava.
As pessoas no local estavam apavoradas, o criminoso pegou uma criança de colo e colocou junto ao peito enquanto fugia no trem que por medo do condutor já ia saindo.
O agente da lei foi correndo até chegar a plataforma e conseguiu se agarrar a uma das portas do veículo, quebrando o vidro e entrando pelo buraco aberto, o bandido estava dois vagões em sua frente e assim ele recuperou o fôlego e foi avançando, sua roupa estava cheia de rasgos das pontas do vidro na porta.
O bandido viu ele assim que passou ao próximo vagão e foi correndo para os outros vagões atirando a esmo nas pessoas, a primeira a morrer foi a criancinha e ao ver ela arremessada contra a parede da composição, o policial Jose foi possuído por uma ira fria, ele não iria levar aquele meliante para o tribunal, ele não merecia viver de forma alguma.
O homem da lei foi correndo até o vagão onde o maquinista estava rendido nas mãos do criminoso, o policial não estava pensando muito e num impulso atirou no extintor que tinha atrás do criminoso que começou a disparar nas costas do meliante que ficou atordoado e soltou a vítima, recebendo dois disparos certeiros no coração que fizeram seu corpo cair por cima do condutor que ficou com tanto medo que defecou nas roupas e enquanto tentava nervosamente parar aquele veículo, o cheiro de suas fezes impregnou o ar e assim o policial foi até os outros vagões em busca de alguém que estivesse baleado.
Enquanto ia voltando em meio a um cenário de caos e dor, viu uma moça de cabelos negros e aparência nipônica que sangrava em um ferimento na perna, ela tinha demorado a sair durante a confusão e fora atingida, a bala havia trespassado os ossos da perna e ela estava perdendo muito sangue.
O policial pegou a moça nos braços e com muito cuidado colocou a em uma posição melhor e quando o defecado condutor parou a composição, ele ficou ao lado dela enquanto o homem saia correndo para nunca mais voltar a dirigir nada na vida.
A moça se chamava Hanna Jimao e acabou tendo de amputar sua perna, devido a bala ter esmigalhado grande parte do seu joelho e vários nervos terem sido rompidos.
Ela é o policial tiveram um romance que acabou em casamento, e o atual Cabo da polícia Jose mesmo sendo alvo de protestos de grupos a favor dos direitos humanos que acusaram a ação do policial como responsável pelo massacre do metrô, acabou promovido após a investigação do caso.

Morte e Julgamento

O casamento estava acabando, depois de quase vinte anos, tudo estava desmoronando.
O amor jurado tinha deixado apenas marcas profundas, isso por que o esposo culpava a todo o momento aquela mulher a quem um dia tivera amor, por causa da morte de sua filha.
Ana era vaidosa, gostava de estar bonita e todos os dias ia para o salão que ficava ao lado de seu serviço em uma loja de discos na cidade de Goiânia.
A pequena Clara naquele dia fatídico ia para a casa da avó, até chegar a hora de ir para a creche, no entanto durante o caminho uma amiga ligou para Ana e as duas conversaram demais e ela se esqueceu da filha quando após outra ligação um horário no cabeleireiro apareceu, ela foi rapidamente para o local nem se lembrando de sua filha.
Ela ficou no salão por duas horas e só quando uma das atendentes começou a falar sobre a filha que precisava buscar na escola, se lembrou da criança no banco de trás do carro e foi para lá rapidamente, mas ao chegar no local já era tarde.
A criança ficou exposta a um calor de sessenta graus dentro daquele carro e acabou morrendo por desidratação.
A família ficou chocada, os pais do casal ficaram abalados e a mãe de seu marido que era uma senhora mais brava, atacou sua nora com uma pedra que abriu um rasgo na testa dela, uma ferida que doía menos que o olhar de desprezo dado por seu marido.
As semanas que se seguiram foram de brigas constantes, até que o divórcio veio e ela perdeu na justiça o direito a receber qualquer parte da herança.
O delegado não seguiu adiante com o processo, mas a justiça do povo se fez presente e quando ela tentou voltar para a casa dos pais, foi expulsa por seu pai que aos prantos a chamava de assassina, fútil e vários outros palavrões.
Tentou recorrer aos amigos mas estes lhe fecharam a porta, até que por fim recorreu ao álcool e pegou o carro onde matou sua filha, dirigiu até a rodovia e jogou o veículo contra a traseira de um caminhão parado no acostamento em alta velocidade, ninguém que estava no caminhão acabou ferido, ela no entanto perdeu a vida, incapaz de aguentar a culpa e o julgamento das pessoas.

Inocência perdida

Duas crianças brincavam inocentes na rua como quase não se via ultimamente, os irmãos gostavam de bola, de pique e outras brincadeiras mais saudáveis e eram incentivados a ficar brincando, contanto que ao menor sinal de perigo eles fossem para dentro de casa.
Era uma pacata cidade do interior e não havia ali criminosos ainda, apesar de vez ou outra alguém ser preso por tráfico de drogas e coisas do tipo, ainda era um lugar pacato, pelo menos era assim que o pai das crianças pensava...
Naquela manhã os garotos tiveram permissão para brincar no parque que ficava próximo ao banco municipal, onde um grupo de criminosos vindos da capital chegaram por volta das nove horas e explodiram os caixas eletrônicos do local, roubando os clientes e indo até o cofre para conseguir furtar o máximo possível de dinheiro.
Um dos irmãos mais curioso correu até a entrada do banco para ver o que se passava e acabou alvejado na cabeça quando um pequeno mas valente grupamento da policia militar e da policia civil que mal tinha armas frente ao poder bélico daqueles meliantes cercou ao prédio.
O outro irmão alguns anos mais novo, arriscou a vida enquanto as balas corriam, mas tirou dali o corpo do irmãozinho, sem a cabeça que ficou estilhaçada na beira do banco.
Tentou em vão reanimar e por fim ficou sentado chorando enquanto a mãe dentro de casa teve uma súbita preocupação e foi até o parque onde não vendo os meninos viu o tiroteio no meio do banco e na esquina um de seus filhos chorava sobre o corpo do outro.
A mãe correu enquanto duas balas rasparam em seu corpo até a criança morta, tomou a em seus braços e chorou, soltando gritos de pura dor.
Os moradores vendo a cena se comoveram e logo um padre e mais alguns corajosos estavam ali tentando dar consolo para aquela família.
Mesmo lutando bravamente a polícia não conseguiu evitar a fuga, mas dos cinco assaltantes apenas um conseguiu fugir e mesmo assim foi ferido no confronto graças a valentia do delegado Bezerra, que entrou na frente do carro e conseguiu disparar uma bala no ombro esquerdo do assaltante, que manobrando para lá e para cá acabou saindo da cidade.
Foi pego na rodovia rumo a capital por uma barreira da policia rodoviária e na troca de tiros acabou morto.
A família até hoje está em choque o outro irmão desenvolveu uma crise de pânico e hoje precisa de medicamentos para dormir razoavelmente bem.
A mãe tem depressão, já tentou suicídio duas vezes sem sucesso e o pai se tornou apenas uma sombra vivia por que era necessário para defender o pão de cada dia do filho que sobrara mas nunca mais sorriu.
E assim o crime matou mais uma família....

Morte no Carnaval

O carnaval era uma festa alegre para todos, regadas pelo álcool muitas pessoas dançavam na feira numa pequena cidade do interior de São Paulo, ao som de funk bem alto. A estrutura do lugar tinha sido construída há mais de quinze anos e apresentava várias rachaduras.
Naquela noite Pedro que era motorista de caminhão voltava para a casa da mãe depois de mais um frete bem sucedido, o pai tinha lhe deixado o caminhão após a morte e desde então o filho vivia bebendo para esquecer aquele que fora seu maior e único amigo, tinha passado num posto e bebido todas e após a bebedeira pegará no volante, e vinha até sua casa.
Mas ao fazer a curva numa rotatória próximo a feira, errou o pedal e ao invés de frear um pouco aquele veículo, ele acelerou e esta foi reto até uma das colunas onde ocorria a festa aberta para o público.
O caminhão entrou dentro do lugar e matou centenas de pessoas e após o abalo nas estruturas o prédio veio abaixo, a estrutura que segurava o teto era de metal e tinha mais de quatrocentos quilos de aço puro, não houve tempo para as pessoas saírem e somente os comerciantes que estavam de fora, juntamente com os clientes sobreviveram.
O resgate chegou, mas poucos tinham sobrevivido aquilo, foram mais de quinhentos corpos encontrados em meio aos escombros.
Alguns pastores falam até hoje passado algum tempo desse acidente que aquilo foi uma praga para os infiéis que ousaram ir em festas profanas e hereges e muitos gritam e defendem essa ideia.
Ninguém pode ser responsabilizado pela tragédia, a investigação foi feita, mas como o culpado tinha morrido e sua mãe ao saber disso também tinha falecido após um ataque cardíaco causado pelo choque da notícia, tudo acabou em nada.
Mas até hoje se comemora carnaval, e muitos motoristas bebem e dirigem, quantas tragédias ainda virão?

Um crime brutal

Aquela era uma manhã de domingo, a bela Mirella voltava da igreja para sua casa em Salvador, vinda de família católica, e sendo uma fiel batizada nesta religião, a jovem ia todos os domingos para a igreja acompanhado do irmão Dennis, mas naquele dia ele não pode leva – la para casa, pois foi com a namorada até uma lanchonete próximo a praia para namorarem um pouco e fazerem planos.
Os irmãos se despediram na esquina da igreja, e vendo a cena um homem branco de olhos azuis profundos e cabelo louro espiava a conversa, se aquela jovem fosse mais atenta iria saber que ele estava seguindo há duas semanas.
Viu naquele momento a oportunidade para ataca – la e violentar mais uma vítima, era um maníaco em série que tinha fugido para Salvador após escapar a um cerco da interpol em Londres onde tinha matado mais de cinquenta jovens, ficando conhecido como Jack Estripador moderno.
Ele a seguiu pelo caminho deserto e sorrateiramente chegou por trás da jovem com um pano embebido em clorofórmio em seu rosto fez ela desmaiar e a levou desmaiada para seu carro parado há uma esquina do local, ninguém nas ruas viu o rapaz, apenas uma câmera de segurança filmou a cena e o carro enquanto ele partia para um antigo ancoradouro fora da cidade.
Lá ele amarrou a jovem, rasgando suas roupas e aplicou nela uma superdose de LSD na veia. Ela acordou no mesmo instante e gritou em delírios desconexos em um transe louco provocado pela droga, enquanto seu agressor se divertia gravando tudo aquilo, como se o desespero da jovem alimentasse a ele.
Por fim ela desmaiou, ele checou para ver se ela estava morta, mas percebeu que ainda tinha pulsação assim ele pegou uma injeção de adrenalina, que tinha comprado em uma loja para produtos hospitalares apenas conversando a atendente sobre o motivo, não foi preciso assinar nada, ele havia gasto uma boa quantia naquilo, mas iria valer a pena, ele preparou a dose e aplicou no coração da jovem que voltou a acordar no mesmo instante, completamente louca e com o coração batendo mais rápido ela gritava e berrava se contorcendo como um cobra, enquanto ele incentivava aquilo, ver a cena causaria espanto e pena para qualquer um, para ele era apenas excitante e por fim ele teve uma ereção e depois de gozar pegou uma faca e acertou a jovem no peito, bebendo o sangue da ferida até saciar se e passadas algumas horas ele fez sexo com o cadáver a quem passou a chamar de: “minha boneca”.
Enquanto isso a polícia e a família se mobilizaram em busca da menina desaparecida, os parentes iam de casa em casa enquanto os investigadores iam em busca das imagens de segurança nas lojas e prédios vizinhos.
Passaram dois dias naquela busca angustiante, até que o investigador Bezerra encontrou a imagem do homem carregando Mirella nos braços e viu também o número da placa do carro.
A polícia foi alertada, todas as delegacias foram para o caso e os jornais como abutres caíram em cima atrás da histórias desse caso.
Toda semana o criminoso que se deitava com a menina morta, duas a três vezes por dia, mantendo o corpo congelado em um freezer, ia a cidade para comprar comida e outros mantimentos necessários e quando passou pelo posto da polícia rodoviária foi parado e preso.
No interrogatório confessou o crime quando confrontado com as provas e levou os policiais até o corpo da menina que ainda carregava um profundo horror no rosto.
Uma verdadeira multidão seguiu os carros de polícia querendo saber onde estava o corpo, mais de mil pessoas estavam lá quando ele relatou os fatos ocorridos para o delegado e num surto de fúria as pessoas romperam o cerco policial e furiosas com o cinismo daquele inglês, tomaram ele dos policiais que até tentaram se defender, mas não estavam em número suficiente, levaram o para fora e no meio dos jornais de todo o país e alguns do estrangeiro apedrejaram aquele criminoso, após alguém com uma faca cortou a cabeça amassada daquele monstro e a chutou para o mar, o resto do corpo assim como a casa foi incendiado.
O irmão que se sentia culpado nunca mais foi o mesmo, acabou internado num sanatório após ser acometido de uma doença mental que lhe roubou toda a sanidade.
A mãe e o pai abandonaram a igreja, culpavam Deus por não proteger sua criança, as pessoas que virão aquilo por algumas semanas ficaram chocadas, mas depois tudo virou rotina e esqueceram tudo quando o carnaval começou....

Ingratidão

Família nem sempre é o que de melhor para alguns, muitas pessoas em especial os jovens só sabem o valor deste bem imaterial quando precisam enterrar mais cedo o pai ou a mãe.
Esse era o caso de Heitor, um rapaz de dezenove anos, nascido no Rio de Janeiro, desde cedo ele nunca deu valor ao que os pais falavam, a mãe ele acreditava ser uma histérica que vivia num mundo de loucuras e o pai um ditador que queria impedi – lo de ser feliz.
Tirava péssimas notas na escola, se metia em confusões com colegas e professores, não sabia valorizar o esforço da família para que ele pudesse estudar e ser alguém na vida.
Era a imagem do filho mimado e egoísta que tinha tudo e não dava valor em nada nem em ninguém, até que numa manhã de domingo enquanto seus pais voltavam da feira na zona norte da cidade, o carro em que estavam foi fechado por um bandido dirigindo um caminhão roubado minutos atrás que vinha em alta velocidade fugindo da polícia.
Seu pai e sua mãe faleceram com o impacto da batida, o enterro foi comovente e hoje Heitor vive jogado pelas ruas, trabalhando como boia fria numa fazenda de tomates, acordando duas da madrugada em meio do frio, com a culpa e a solidão, os demais parentes não vão até sua casa e evitam até mesmo serem vistos em sua companhia.
Acabou frequentando bares aos fins de semanas, depois foi a prostíbulos onde gastava em uma noite o dinheiro de uma semana, as contas da casa não foram pagas e os devedores lhe tomaram o imóvel para pagar as dívidas, após ele não ser encontrado por diversas vezes, depois de perder tudo ele ficou nas ruas, cometendo pequenos assaltos para comer, pedia, tinha relações com quem lhe desse um real, por esse motivo pegou AIDS, e devido as condições onde morava acabou morrendo, em meio a dor e sofrendo e assim sua vida acabou antes dos vinte e aqui termina a história de mais um filho ingrato

Um crime de intolerância

Aqueles jovens que agora estavam estirados no meio da calçada foram vítimas da intolerância de alguns frente aquilo que não entendem.
O crime ocorreu durante o reveillon, enquanto todos estavam felizes uma família tinha se tornado mais triste!
Dois irmãos estavam festando na praia e quando os fogos começaram a explodir, eles se abraçaram a beira do mar, segundo as testemunhas nesse exato momento os dois foram cercados por um grupo de skinheads que bebia em um quiosque próximo e que segundo alguns tinham dito que iriam começar o ano limpando a cidade de duas pragas ruins e quando um deles terminou de dizer isso se juntou ao grupo que já estava cercando os rapazes armados de garrafas e soqueiras.
Os dois até tentaram correr, mas foram alcançados na calçada onde foram mortos com vários golpes, um dos irmãos teve traumatismo craniano e veio a óbito no local e o outro levou um golpe de faca no pulmão que rompeu uma artéria e enquanto populares que se juntaram para separar os agressores que fugiram da multidão, tentavam ajudar ao rapaz ele desfaleceu e veio a óbito a caminho do hospital.
Alguns populares conseguiram prender dois dos sete agressores e se uma ronda da polícia militar não chegasse a tempo, estes teriam sido linchados pelas pessoas ali a beira mar.
Na delegacia eles contaram quem eram os membros da gangue após serem interrogados e assim na manhã de primeiro de janeiro, o grupo que fez aquela barbaridade estava preso.
Eram quase todos filhos de homens ricos, que já tinham passagem por violência, rachas, consumo de drogas e que agora eram acusados pelo assassinato dos irmãos.
A polícia munida de mandados de busca e apreensão encontrou com os jovens amplo material de apologia ao nazismo, além de encontrar nos computadores de alguns daquele grupo planos para explodir uma bomba durante a parada gay, causando várias mortes.
O delegado os indiciou por crime hediondo com as seguintes qualificações: Motivo torpe, sem chance de defesa da vítima, homofobia, apologia a ideologia de ódio e pelo planejamento de atentado terrorista.
Durante os depoimentos eles riam e não diziam nada enquanto os advogados falavam e tentavam rebater as provas, numa tentativa louca de sujar aos falecidos colocando seus clientes apenas como pessoas que se defendiam de “marginais”.
Por fim o inquérito foi concluído em dois meses, o processo continha quase trezentas páginas com várias provas da culpa dos acusados, mas a justiça entendeu que somente quatro dos detidos tinham cometido crime e mesmo assim considerou que eles tinham bons antecedentes e os condenou apenas há doze anos de prisão em regime semi – aberto, por que na visão do juiz não houve nenhum qualificador no assassinato dos irmãos.
A promotoria recorreu, o caso ganhou os jornais e as ruas, mas os três homens que tinham sido inocentados no primeiro julgamento já estavam morando na Islândia, os outros quatro que tinham tido seus passaportes confiscados foram condenados por outro tribunal há vinte anos de cadeia em regime fechado e com a pressão da imprensa no caso o que todos esperam é que dessa vez eles cumpram toda a pena,algo raro num sistema que desrespeita a dor das mães que tiveram seus filhos mortos antes do tempo!

O palhaço do mal

A única forma de se divertir para aquele palhaço era ouvindo os gritos de pavor das crianças que ele sequestrava.
Seu nome artístico era Fred e no palco vivia rindo e fazendo graças, mas na vida real só era feliz matando.
Ninguém no circo sabia a real história daquele homem, só que ele tinha sido contratado pelo mestre do espetáculo e que desde então tinha se firmado entre os palhaços, sendo educados para com todos no grupo, mesmo aquelas pessoas que o odiavam.
Nunca ninguém viu ele sequer falar um palavrão fora do palco, era uma pessoa tímida e calada, um verdadeiro cavalheiro no sentido real da palavra.
No entanto o circo passou a ser mal visto depois que varias crianças eram raptadas e depois encontradas enterradas em terrenos fora da cidade, sempre após a chegada do circo.
Logo as apresentações minguaram, a bilheteria abaixou e a trupe foi dissolvida.
Ele foi para o interior em busca de trabalho, tentava se controlar para não matar mais nenhuma criança de medo, vivia tomando calmantes fortes e por dois meses conseguiu se manter dentro dos limites morais.
Até que um dia ele viu uma criança chorando de medo em um parque na cidade, era a filha do coronel Tavares, um coronel que mandava esfolar qualquer um que fosse seu inimigo, tinha dinheiro e poder e dobrava até mesmo ao juiz da cidade.
A criança foi atacada pelo lunático palhaço e este acabou na cadeia, sem contudo conseguir mata - la, na cela ele tinha entrado em crise nervosa e ria convulsivamente, molhando o chão da cela com sua urina.
O coronel chegou logo a tarde e assim que soube que sua filha estava no hospital e que o responsável disso estava na cadeia pública, reuniu um grupo de sessenta capangas e foi até a delegacia, onde forçou o titular da polícia a lhe entregar aquele homem por bem ou seus homens entrariam lá dentro e matariam todos policiais e pegariam o desgraçado de qualquer jeito.
O policial temendo pela sua vida e de seus homens, entregou aquele maníaco para Tavares, vendo os homens partirem para a fazenda onde colocaram aquele maldito verme num pelourinho improvisado e o deixaram nu no frio da noite, ele não parou de rir em um só momento...
No nascer do novo dia, ele foi violentado por todos os capangas da fazenda e quando seu ânus sangrava após as agressões o coronel pegou um chicote com pontas de ferro que seu avô usava para domar aos cavalos mais bravos e foi até o local onde ele ainda ria como louco e chicoteou ele até o braço cansou, o sangue correu pela madeira e atingiu o chão.
Foi dado ordem para que ninguém ajudasse aquele homem e as feridas infeccionaram e ele morreu apodrecendo numa cova rasa.

Uma lembrança que não pode ser esquecida

Naquela manhã, a chuva batia na janela daquele apartamento na cidade de Piracicaba no interior do estado de São Paulo, lá dentro um casal brigava e aos gritos se xingavam de nomes que não convém citar aqui.
Enquanto num dos quartos uma criança de quatro anos fruto desse casamento chorava aos prantos, estava cansada de todos os dias viver naquela guerra constante entre seus pais.
Mas nem sempre foi assim, há dois anos é que tudo se tornou conturbado após sua mãe ter um aborto.
Ela disse que fora espontâneo no entanto a mãe de Jasão tirou uma foto naquele dia, a senhora morava no apartamento ao lado do filho e tirou uma foto com o celular de uma mulher conhecida na cidade por conhecer de ervas entrando no apartamento poucas horas antes e publicamente acusou a sua nora assim que o filho chegou do trabalho de ter matado o bebê sem motivo algum.
O marido ficou em dúvida, mas não pode tirar satisfação com a mulher, pois ela havia falecido poucas horas após, enquanto tomava um ônibus para ir para casa e esse acabou incendiado por pessoas que protestavam contra as passagens e a senhora de idade não conseguiu sair a tempo e morreu incendiada.
Desde então era aquela guerra constante, numa troca de acusações mútuas até que entraram com um processo e a mãe ficou com a guarda do pequeno Samuel e levou ele consigo para a pequena cidade de Poços de Caldas.
A criança foi forçada para a casa dos pais de sua mãe mesmo contra a vontade e ao sair teve de escutar seu pai dizer que a mãe e ele podiam ir para o raio que os partisse e que ele iria pagar a pensão mas jamais queria ver a cara daquele “moleque fedido”.
A viagem teve ares de ida para funeral e por todo o caminho a criança parecia perdida, com o olhar longe e na mente as lembranças das ofensas do pai faziam aquela pequena cabeça fervilhar de puro ódio.
Quando chegaram sua mãe até tentou levar o filho para a igreja, faze – lo se enturmar com amigos que ela considerava bons, matriculou o menino numa nova escola, mas ele agora parecia mudado.
Ele que sempre fora uma criança alegre e contente agora vivia sério, compenetrado na frente dos livros, se trajava com desleixo e sempre parecia distante de todos.
Sua inteligência era acima do comum e ele sempre estar a frente de seu tempo, no entanto ao mesmo tempo que os professores elogiavam o menino, mandavam a mãe procurar algum tratamento para o filho que sempre desenhava morte nas aulas de arte e por três vezes criou redações tão macabras sobre a morte do pai que fizeram a professora de português dar para a mãe o telefone de um exorcista.
Após ir ao psicologo ele começou a melhorar e tudo parecia bem, o garoto cresceu sem problemas, no entanto ainda carregava como principal marca a introspecção e frieza, mas sempre tratava a todos bem, aprendera a se comportar e até o termino da faculdade não houveram mais problemas com relação a ele que devido as notas espetacularmente altas conseguiu um emprego na área de engenharia eletrônica numa mega – empresa.
No entanto o plano de matar o pai o seguia, era um obsessão que vez ou outra o atormentava e quando ele conseguiu um importante cargo numa multi – nacional em São Paulo teve a chance que tanto sonhará.
Comprara um carro popular e uma vez ou duas na semana ia para sua antiga casa e via seu pai que ainda morava no mesmo lugar e saia para trabalhar numa metalúrgica em São Bernardo voltando para casa somente a meia noite após ter saído ao trabalho as dezoito horas da tarde.
O caminho até o ponto de ônibus era muito escuro a noite e após quatro semanas, ele preparou uma emboscada, comprou uma arma de fogo com silenciador em uma loja pagando ao vendedor uma larga quantia de quase duzentos mil reais para que não tivesse de mostrar porte de armas.
Naquela noite ele estava vestido com uma roupa impermeável e se escondeu atrás do mato, esperou até seu pai passar por ali e o seguiu o até em casa e no momento que ele abriu o portão, abordou e com a arma nas costelas do pai foi subindo os andares.
O homem estava amedrontado e não tinha nenhuma reação, o prédio não tinha porteiro nem câmeras de segurança e quando chegaram ao apartamento, sua vítima abriu a porta e eles entraram dentro da antiga casa que há tanto tempo não via.
Largou o homem no chão, de costas para ele e perguntou:
_ O senhor tem filhos?
_ Tenho não!
_ O senhor tem filhos?
_ Já disse que eu não tenho, por que você quer saber?
_ Vire se!
E no instante em que o olhar dos dois se encontrou ele entendeu quem aquele rapaz que aparentava ter vinte e cinco anos era e dos seus olhos cairão lágrimas.
A porta bateu quando o vento passou e um disparo silencioso foi feito, a bala atingiu o homem na têmpora.
Só se ouviu um baque surdo em meio a noite, naquele andar nenhum vizinho acordou com aquele barulho e o assassino teve tempo de pegar no armário uma garrafa de álcool e despejar no corpo de sua vitima riscando um pequeno fósforo que ao entrar em contato com a roupa de metalúrgico incendiou o corpo.
Rapidamente ele se foi descendo pelo prédio a toda velocidade, o crime virou notícia, muitas teorias foram formuladas, mas não foram encontradas imagens nem testemunhas do acontecido e a morte daquele solitário trabalhador entrou para as estatísticas de casos esclarecidos.
O assassino escapou ao braço da lei e enfim teve a paz que tanto necessitava, apagou da memória as duras palavras e pôs em sua mente a imagem do seu pai caído, pegando fogo em meio a sua antiga casa, que após o falecimento lhe foi dada por direito de herança e ele vendeu tudo e deu o dinheiro para os pobres.

O legado

Meu avô vivia em um sítio fora dos limites da cidade, desde minha infância vivia indo lá a mando de minha mãe para lhe entregar comida e procurar saber como ele estava.
Todos os dias encontrava o velho sentado em sua cadeira com vários livros a sua volta, ele nunca parecia estar prestando atenção em mim, vivia falando que estaria concluindo uma pesquisa importante para as pessoas, naquela época eu tinha apenas cinco anos e não entendia nada do que me falava.
O vovô era uma pessoa esquisita sempre que vinha a cidade ia nos visitar e as pessoas pareciam temer ele, falavam com ele somente por necessidade e mesmo assim parecia haver um mal estar em sua voz que de algum modo era evidente.
Para mim ele era apenas alguém que eu amava por que ele parecia saber tudo o que se passava na minha cabeça e sempre tinha um bom conselho para dar.
Minha mãe me contava sobre seu passado que ele nunca tinha batido nela, fiquei interessado em saber pois era raro que ela falasse sobre seu pai e ela me contou algo que na época eu não entendi direito, vou resumir em palavras o que minha memória me permite lembrar daquela conversa.
Sentada em uma cadeira ela me pediu para que eu acendesse a lareira enquanto ela ia me contando, meu avô era padre exorcista que tinha adotado quando ela vagava pelas ruas em sua adolescência, vitima de um contato muito cedo com as drogas.
Ela viveu naquela cabana e muitos boatos se originaram sobre um possível relacionamento entre os dois, mas sempre que a polícia ia até lá não encontrava nada, mas para calar a boca dos curiosos ela foi mandada para um colégio em Roma, bem nova para viver dentro da cidade do Vaticano e aprender o máximo que puder e se quando completasse a idade poderia seguir para o clero ou não foi lá que ela conheceu Pietro e com ele se casou tendo a mim ainda na Itália e se tornando uma importante escritora de assuntos esotéricos em romances com muita magia e seres sobrenaturais.
Mas e o vovô, o que faz para viver? Eu perguntei interessado em saber por que ele sendo padre vivia recluso e não realizava missas, preferindo viajar pela região de tempos em tempos.
Ela me disse que ele era um exorcista e que muitas vezes teve de sair de casa, quando chegavam pessoas possessas para ele livrar, a igreja não aprovava seus métodos, muito profundos com o uso de orações antigas e esquecidas contra o mal, que ele buscava estudar em toda sorte de livros antigos que tratassem do assunto que encontrava para vender na internet e em livrarias na capital que já o conheciam de longa data.
Os fiéis contribuíam para sua manutenção, gratos por terem tido a libertação após sofrerem nas mãos do maligno por vários anos, vinham até pessoas de fora do país para ver ele e tentar ser curados.
Mas essa vida de batalhas espirituais estava acabando com ele mais cedo, quase cai para trás quando ela me contou que ele tinha apenas cinquenta e seis anos de idade, no entanto sua aparência física era de um homem já na faixa dos oitenta apesar da força dos passos com que andava nas ruas, ninguém diria que ele era ainda um homem jovem para seu tempo.
Passados poucas semanas uma mulher veio até a cabana de meu avô, possuída por um demônio e matou ele a golpes de marreta tirando a própria vida após tudo, eu naquela manhã fui o primeiro a ver a cena, segundo os médicos ele teve todos os ossos do corpo quebrados e a mulher tinha bebido dois sacos de veneno para rato, sua identidade era conhecida dos policiais que já tinha a posto atrás das grades por várias vezes por crimes de furto e por tráfico de drogas.
O padre foi enterrado em uma cerimônia simples e discreta, seu corpo foi cremado e as cinzas embebidas em água benta e dadas para minha mãe que chorou muito vendo aquele homem que salvou sua vida e lhe deu um caminho partir.
Eu fiquei várias semanas em choque ao ver o corpo dele ali no chão completamente quebrado, sabia do risco que ele tinha corrido, mas ainda sim sentia saudades dele e fiquei muito confuso com tudo aquilo.
As semanas se passaram, minha mãe foi a Roma para levar as cinzas dele e depositar na fonte da basílica de São Pedro, meu pai foi trabalhar me dando instruções sobre tudo o que tinha de fazer.
Meu coração ainda doía e voltar a escola não me faria bem, decidi tirar os livros da mochila, deixar um bilhete na geladeira e partir para a casa do vovô que tinha ficado fechada desde aquele fatídico dia, queria estar lá para ficar um pouco mais em paz.
Peguei a chave e parti de bicicleta, carregava a mochila com comida, meu crucifixo que tinha sido me dado como presente por minha mãe em meu último aniversário no peito e no bolso a chave da cabana de meu avô.
Ao chegar lá a varanda estava empoeirada, as plantas tinham morrido e apenas um gato estava na porta cercado de cabeças de rato ensanguentadas, ver aquela cena me doeu mais ainda e decidi olhar na caixa de correio, estava cheia de cartas com pedidos para que ele fosse livrar alguns da possessão do maligno em várias cidades e países.
Eu sei disso por que abri todas elas, inclusive algumas tinham dinheiro em somas que eu nem mesmo podia imaginar.
Espantei o gato e peguei uma vassoura, limpando a frente da casa, joguei as plantas secas para fora, deixando a entrada limpa, ao entrar dentro da casa ainda vi o sinal do corpo, o sangue seco estava por todos os lados e o cheiro deste mais o mofo por estar tudo fechado deixava um ar muito impuro ali dentro, assim abri as janelas e limpei o melhor que pude os locais que estavam manchados de sangue, almocei cansado um sanduíche que tinha levado, pensando na bronca que iria tomar do meu pai por ter matado aula, mas não me importava, na minha cabeça naquele momento eu só queria estar ali para sentir que pelo menos por uma vez eu estava do lado dele.
Lavei a louça e quando fui pegar um pano de prato na gaveta embaixo da mesa encontrei um pequeno envelope com a letra de meu avô, tinha meu nome nele como destinatário e eu deixei minha tarefa de lado, fui até o sofá e abri o papel ansioso por saber o que era aquilo.
Na carta ele dizia que eu tinha talento para exorcismo, tinha curiosidade para aprender mais e mesmo em momentos de grande raiva não recorria a raiva para me aconselhar, me dizia que se eu assim desejasse poderia usar sua biblioteca e que o dinheiro que ele tinha guardado em uma conta de investimento iria custear meus estudos e viagens por toda minha vida, não tive tempo de terminar de ler, pois uma senhora desesperada bateu na porta trazendo uma criança possessa que vomitava azul e tinha os olhos negros e ria como uma louca.
Não adiantou meus protestos dizendo que eu não era exorcista, a mulher chorava implorando ajuda e eu sem saber o que fazer levei eles até o quarto de cima, deixando o bebê em uma cadeira, me ajoelhei ao seu lado e rezei a oração do pai nosso que era a única que conhecia naquela época, pegando na parede um crucifixo na parede de prata e colocando sobre o corpo do bebê que se agitava e parecia se queimar ao toque da cruz, todas vezes que ele tentava pular da cadeira eu mandava que ficasse quieto em nome de Deus e no mesmo instante a criança era jogada no encosto da cadeira como se tivesse recebido um murro muito forte.
Foram quase duas horas de oração constante até que o espírito mau abandonasse a criança e a mãe em lágrimas me erguesse até seu rosto e me beijasse dizendo que eu era exorcista sim e tinha salvo a vida do bebê.
Quando ela saiu pela porta eu deitei no sofá e estava tão exausto que dormi até a noite estar alta, acordei com o barulho do meu pai na porta que me ajudou a fechar a casa e só não me deu uma bronca maior por eu ter faltado de aula por que viu em meu rosto que eu estava exausto, perguntou me então o que eu tinha feito para estar assim e eu lhe contei com todos os detalhes durante a viagem o que tinha acontecido, naquela noite ele ligou para minha mãe que voltou de Roma rapidamente, se esquecendo de se despedir das amigas e de visitar alguns lugares que iria usar em sua nova história.
Dois dias depois ela estava brava demais comigo, mas ao mesmo tempo interessada em minha história, que me forçou a repetir várias vezes para ver se eu não estava mentindo. Até que por fim me levou para o padre da cidade onde fui forçado a contar a história mais uma vez e ele disse que se eu tinha feito aquilo sem sequer conhecer os ritos corretamente poderia sim me tornar um exorcista no futuro.
Eu fui proibido de voltar a casa por cinco dias, mas aproveitei quando minha mãe resolveu ir lá para limpar o ligar no sábado para ajuda – la e só quando entrei novamente no lugar lembrei da carta e terminei de ler ela.
No fim da carta, ele me pedia para que tentasse ler um livro conhecido como presságios para o futuro na biblioteca dele e pedi ajuda a minha mãe mostrando a ela aquela carta, ela leu tudo de uma maneira séria e compenetrada e foi comigo até o porão onde os livros ficavam em um lugar fechado e longe da luz do sol, eram várias prateleiras lotadas, mas ela foi andando como se conhecesse muito bem cada um dos livros que ali estavam e no fim ela parou em frente a um livro de capa roxa e me entregou.
Eu abri a obra e no mesmo instante fui tomado de uma premonição do que aconteceria em meu futuro, me vi fazendo exorcismos em várias pessoas em diversos países.
Aquele livro era pagão e continha um feitiço antigo que mostrava ao seu leitor o que iria ocorrer em seu futuro, mas essa visão terminava com o momento exato de sua morte, seu avô certa vez tinha comprado aquela obra antiga de um mercador cigano que ficou bem satisfeito em se livrar dela, depois que ele mostrou a morte de sua filhinha em um acidente no circo em que trabalhavam.
Desde então ele só tinha aberto uma vez o livro e sempre que eles vinham limpar a biblioteca pedia para que ela não abrisse aquela obra, por não ser bom para a saúde.
Desde então minha mãe me mandou para estudar e só os vejo durante dois meses a cada ano, hoje passados três anos desde a morte dele estou aqui estudando para me tornar um exorcista e livrar as pessoas do mal, ganhei de presente na minha última ida para casa um diário de meu avô onde ele relata algumas histórias de sua vida nessa profissão eclesiástica que tem sido de grande ajuda, quando voltar irei morar na cabana dele e carregar o legado do homem que mesmo sendo temido pelas pessoas, dava a sua vida para combater o mal que as assolava.

Desesperança

Há dias em que nossa fé na humanidade se abala, dias em que deixamos de acreditar que podemos ser pessoas melhores, nessas horas o vazio e uma sensação de solidão parecem tomar conta de nosso ser esvaziando qualquer razão ou bondade que tenhamos.
As pessoas que perdem a fé nos seus semelhantes acabam se tornando vazias e em muitos casos até mesmo cínicas, por que não conseguem mais ver razão para ter fé em seus semelhantes.
O pequeno reino de Galdaron, vivia cercado por vizinhos maiores e as pessoas viviam sob o medo de uma guerra, mas tinham na guarda dos monges do templo da eterna vastidão sua maior arma.
Dentre esses soldados do deus Tempo, estava o grande Maquinor, um homem que tinha vivido quase cinquenta anos, ininterruptos de guerra, tinha lutado por tudo e por todos.
Apesar de ser um dos mais fortes homens em todo reinado, e viver em meio abundante comida em suas horas vagas, vivia só e raras vezes era visto em companhia de outras pessoas, mesmo nas comemorações de suas vitórias, raras vezes aparecia por considerar tudo aquilo um grande circo feito para coroar pequenas vitórias enquanto tantos haviam perecido no combate.
E assim o grande Galdaron foi se isolando, isolando até que um dia resolveu ir para as montanhas meditar nas ruínas de um mosteiro antigo bem a leste do reino, queria ficar longe de tudo e partiu levando consigo somente roupas, e uma mochila com equipamentos básicos para acampar.
No primeiro dia ele andou cinco quilômetros e só parou quando a noite estava alta, o seu corpo pedia para ele descansar, há muitas horas, no entanto ele queria se afastar cada vez mais para longe, queria deixar de lado todas aquelas pessoas que em geral só lhe eram simpáticas por que precisavam dele para liderar os soldados a frente da batalha.
Naquela noite antes de deitar, atacou e matou um lobo atingindo o com os punhos em chamas, técnica principal do mosteiro que ele dominava como poucos.
Durante a viagem foi aprendendo mais sobre aquela parte esquecida do império de Gordarin, um reino próximo que vivia tentando arrumar desculpas para atacar seu pequeno vizinho e quando ele sendo um guerreiro conhecido foi avistado por um grupo de agricultores quando atravessava um bosque, os inimigos encontraram enfim a desculpa que há tempos vinham buscando para poder guerrear.
Mobilizaram em dois dias cinco mil homens e mandaram os melhores engenheiros para montar enormes máquinas de guerra que após duas semanas arrasariam aquele pequeno reino.
Maquinor não soube que sua terra tinha sido derrotada, não soube que seus inimigos tinham violado o templo sagrado e levado toda a riqueza de seu país e ficou ali no templo por longo tempo até que a saudade em seu coração o fez voltar e ver a cruel desolação de sua antiga morada.
Não havia nada vivo em volta, nem mesmo os lobos passavam perto e agora somente a culpa e a solidão lhe faziam companhia, na sua cabeça, por ele ter saído em busca de um pouco de paz, seus compatriotas encontraram a guerra.
A raiva foi tomando conta dele e na fúria cega ele partiu sem comer nem beber, até a vila mais próxima e devastou os habitantes em busca de vingança, atacava invocando labaredas de fogo do tamanho de montanhas até que não houvesse nada mais com vida no local.
Os reinos rivais passaram a temer o último monge elemental e mandavam em sua procura os melhores e mais habilidosos guerreiros que não voltavam vivos, o medo se assolava e os escravos retirados daquela terra e forçados a ir como serviçais para a mão daqueles homens ouviram as histórias e logo começaram a tentar empreender fuga rumo ao vingador, muitos morreram tentando e suas cabeças foram parar nos portões das vilas e dos castelos, mas alguns conseguiram chegar até Maquinor e se juntar a ele na destruição.
As tropas de vingadores invadiram o templo da deusa da morte no oeste, a cruel Ishgorun e mataram seus sacerdotes, reinvindicando o poder da deusa em troca de suas almas e das almas de todos aqueles que eles viessem a matar, a deusa querendo os punir por sua insolência deu a eles aquilo que pediam mas amaldiçoou os para a eternidade:
Toda vez que eles matam alguém escutam por toda eternidade os tormentos daquele pobre infeliz.
Eles haviam se tornado espectros de dor e pranto, criaturas que tinham poderes para comandar os mortos e formar batalhões de ódio e rancor.
Seu exército era comandado pelos cem que se tornaram apenas esqueletos vestidos em túnicas negras, seu olhar causava o medo nas pessoas e nos animais e somente seres das trevas arriscavam chegar perto deles.
Maquinor se tornou um lider dessa horda maligna e assim eles invadiram os reinos e foram aumentando seu tamanho até que o pai do novo império, o valente Hurdin, o mago do sétimo selo, resolveu confronta – los e usou um antigo ritual, que encontrou na biblioteca perdida dos clérigos de Abi Wadur, o deus do deserto, um ritual que dava ao seu portador o poder para combater toda magia de morte, dando paz para espíritos e corpos e drenando a energia deles através da cura.
Os humanos que sobreviveram eram apenas carne para os cem cavaleiros da morte, que se divertiam fazendo as pessoas se matarem por qualquer motivo, a notícia do mago veio como uma tempestade e logo antigos clérigos, magos e guerreiros aprisionados recobraram sua esperança e começaram a lutar contra os malignos seres e assim a guerra foi travada novamente, mas dessa vez com a magia de Hurdin, o bem venceu aquela ameaça e dos cem somente Maquinor ainda vive em algum lugar na floresta de Elanor Dorini, o bosque sagrado da perdição.
Vários heróis foram para lá tentar destruir aquele amaldiçoado ser, que após sua batalha contra Hurdin, quase foi destruído, mas sempre acabam voltando loucos ou aos pedaços sob suas montarias.
E essa é a história de um grande guerreiro e corroído pela culpa e pelo remorso acabou abandonando a trilha do bem e se tornando um instrumento de vingança.

Medo

A polícia procura em todos os bairros de São Paulo dois atiradores suspeitos de terem matado dezenas de judeus enquanto estes saiam da sinagoga no centro da cidade.
Os homens caçados pelas autoridades não tiveram os nomes divulgados, mas segundo as imagens de uma câmera de segurança, os dois não pronunciaram nenhuma palavra antes de desferir vários disparos e deixar muitos mortos entre os fiéis que saiam após celebrarem a cerimônia da Páscoa.
Houve diversos pronunciamentos e promessas por parte dos políticos e apesar dos reforços na segurança o pânico tomou conta e bares e restaurantes nas semanas seguintes ficaram completamente vazios, o terror de sair de casa fazia com que as pessoas pegassem carona até com estranhos, para não ficar na rua após o cair da noite.
O ataque a sinagoga, revoltou milhares de pessoas no mundo todo, e levantou uma questão: Até que ponto o Brasil é um paraíso de segurança e paz? Estariam os brasileiros preparados para abrigar um evento do porte das olimpíadas?
A polícia conseguiu prender somente um suspeito que não teve o rosto divulgado e a investigação corre em segredo de justiça.
Os agentes brasileiros estão tendo ajuda das policias de vários países numa caçada sem precedentes em toda a história desse país.
Mesmo sem terem informações sobre quem foram os culpados do atentado a sinagoga, as pessoas começaram a atacar mesquitas e centros de religião com matriz africana por todo o país, muitos até tiveram a segurança reforçada porém foram depredados por vândalos e muitos fiéis acabaram sendo espancados ou mortos, por multidões enraivecidas.
Alguns jornalistas que cobriam essa crise que se alastrou por todo o país, as vésperas do fim de 2015, acabaram sendo espancados no meio da confusão, chegando a casos extremos de violência que resultou na morte de dois repórteres de uma mesma emissora que foram alvejados por foguetes, quando cobriam uma manifestação contra o islamismo marcada em Brasília que ocorreu na frente do congresso nacional, marcada pelas redes sociais.
O crime bárbaro virou notícia no mundo e fez a organização do comitê olímpico mudar a sede dos jogos, que será definida na próxima semana.
Devido aos conflitos religiosos, o governo decretou estado de sítio em todo o território e todo o contingente do exército está mobilizado para garantir a lei e a ordem, em especial nos estados onde os níveis de violência se tornaram muito fortes e generalizados entre diferentes credos.
O sangue descia no Brasil, os terroristas foram presos no norte, enquanto tentavam fugir para a Colômbia e entregues para as autoridades americanas que os levaram para Guantánamo em Cuba, mas a violência que eles desencadearam se espalhou até o natal.
Próximo ao dia 25, o pai celeste supremo, movido de extrema compaixão pelos seus filhos que já não aguentavam mais ficar sob o signo do ódio e da guerra, resolveu agir a moda antiga! Afinal de contas seus filhos estavam precisando de uma lição e os humanos tinham de entender que o mundo não era deles.
Deus ficou anos vendo todo ódio e destruição que a humanidade fez e por várias vezes viu que aquela criatura que fizera de sua imagem e semelhança não tinha aprendido nada com a mensagem de seu filho que pregava nada mais do que o AMOR! A PAZ! E a UNIÃO entre todos.
Seria tão difícil ser civilizado e cortês, em vez de bárbaro e assassino?
Pegou uma caixinha em sua estante e tirou de lá as antigas pragas que tinha mandado aos Egípcios, salvando somente aqueles que nunca tinham bebido sangue dos seus irmãos, e logo na primeira semana de praga todos estavam orando e pedindo ao pai celeste perdão pelos seus pecados e injúrias.
Ele que sempre fora bondoso para com sua criação resolveu perdoa – los e aparecer de uma vez por todas, mostrando que era ele quem dava e tirava a vida de seus filhos!
Ordenou que se fizesse uma conferência com todos os principais jornais do mundo para falar ele próprio para com seus filhos.
No mesmo instante, uma estrutura apareceu e todos os jornalistas do planeta estavam num imenso galpão construído em outra dimensão e tinham sinal para uma cobertura urgente que fora programada repentinamente em todos os canais.
O senhor supremo apareceu vestido em um terno e se sentou na cadeira estofada de cetim, igual à de todos os jornalistas ali presentes, que escutavam atentamente todas as palavras ditas pelo divino Ser!
Ele falou sobre amor, união, fé, amor a vida e tantas palavras bonitas que todos ao redor daquele galpão tinham os olhos cheios de lágrimas ao terminarem aquela cobertura e serem enviados para suas casas em paz e segurança.
Entretanto, ao fim de tudo a confusão continuou, alguns acreditam que Deus tinha lhes falado e passaram a criar interpretações para suas palavras, distorcendo tudo o que ele tinha dito sobre amor e união em prol do dinheiro, gerando mais guerras e conflitos, enquanto outros riram de tudo achando graça daquele teatro e continuaram céticos em relação a existência de um ser supremo e, por fim, vários grupos religiosos começaram a fazer ataques terroristas contra as emissoras envolvidas no pronunciamento matando milhares de pessoas inocentes por considerarem aquela transmissão como algo ofensivo para sua fé.
Um dia eu ainda sonho com um mundo de paz, mesmo não vendo nada além de pranto e pesar...

A praga do conhecimento

A praga do conhecimento.
Um jovem hacker tinha invadido o sistema do governo nacional e tinha posto a mão em uma papelada que comprovava a ligação entre setores da economia e um plano para vender o Brasil para os interesses estrangeiros.
Era noite quando ele viu o que tinha posto a mão, ficou com medo e saiu de casa, indo dormir com a avó e por um descuido deixou o modem ligado, o que permitiu aos peritos do governo, minutos após a invasão localizar a fonte da quebra de segurança, e logo que as autoridades puseram as mãos no endereço mandaram para lá uma equipe de bandidos usando o uniforme da polícia, para matar ao garoto, no entanto não o encontraram e um dos criminosos nervoso pela missão ter falhado alvejou os pais dele que estavam amarrados no sofá, deixando um rastro de sangue, que logo atraiu atenção dos vizinhos que chamaram os policiais, que logo chegariam e seriam alvejados pelo grupo, mas na troca de tiros um dos criminosos também fora atingido e deixado para trás.
Na delegacia, o assassino tentou se manter calado, mas os policiais pressionaram o ferimento de bala em seu ombro, até que ele contasse tudo, logo eles sabiam que aquela chacina toda tinha sido orquestrada por alguém que queria um garoto morto.
No outro dia o rapaz acordou cedo e foi para casa, mas encontrou somente uma faixa amarela no portão e quando se identificou para os policiais que guardavam a cena do crime, foi levado contra a vontade até a delegacia, onde o delegado Valdir Nonato, fez ele contar por que estava sendo caçado e ele entregou para ele, o pendrive onde tinha salvo os dados confidenciais que mostravam uma conspiração grande contra o país.
Poucas horas depois chegou a delegacia dois homens do SNI e levaram o rapaz, ninguém nunca mais teve notícia dele, mas a prova estava com o delegado que omitiu aquele pendrive, levando o em segredo para um militar do antigo serviço de inteligência do exército que era seu amigo há muito tempo e que ao pedir baixa administrava uma agência de espionagem matrimonial, seu nome era Fernando Braga Vasconcelos e ele vivia fora da cidade em um pequeno sítio fechado e com forte escolta, pois temia a ira de maridos e esposas que ao serem desmascarados quisessem lhe matar.
No caminho para a casa do amigo, o delegado notou que estava sendo seguido, logo ele acelerou e conseguiu despistar aos seus perseguidores, no entanto ele não sabia que eles tinham plantado um rastreador no seu carro, na delegacia, e agora o estavam seguindo a uma distância segura, quando ele parou de frente ao portão se identificando foi permitida sua entrada e assim que o carro parou frente a bela casa de Fernando um grupo de mercenários contratados para aquela missão, estacionou em uma mata próxima ao sítio.
O grupo se dividiu e enquanto alguns distraiam na parte da frente os seguranças, os outros atingiriam o alvo e matariam o policial, recuperando os dados entregues pelo garoto que pouco antes de morrer tinha revelado tudo para o serviço secreto.
Os alarmes de movimento dispararam minutos após a chegada do delegado e os dois ex – militares correram até uma sala segura, onde Fernando enviou os dados para o Marechal Hermes Narian, um militar linha dura que saberia o que fazer, o download terminou e poucos minutos depois os dois jaziam mortos sem chance de defesa, enquanto tentavam sair dali em busca de uma fuga. A casa foi implodida por um disparo de bazuca e o inquérito do caso seria rapidamente abafado, se não fosse pela documentação enviada para o general que com os líderes das forças armadas marchou sobre Brasília e depôs o presidente por crimes que sua administração arquitetaria contra a integridade nacional.
Assim mais uma vez o Brasil passou a ser governado por forças militares pelos anos que se seguiram, para alguns foi uma maravilha, enquanto para outros um tormento. Mas tudo isso só ocorreu por alguém quis saber mais e invadiu o servidor e pegou os planos dos conspiradores a tempo de salvar a nação, mesmo tendo pago com a vida e levado a várias mortes poderíamos chamar esse jovem audacioso de herói?

Vingança

Vingança
Ele estava preso tinha algumas semanas, mas ao contrário de todos os detidos ali naquela penitenciaria ele não alegava ser inocente, dizia se culpado pelo assassinato de um menor que matou seu filho na sua frente, com uma felicidade estampada nos olhos e no coração.
Naquela manhã, ele estava saindo de casa com o filho para o trabalho quando num farol duas esquinas de sua casa foram fechados por assaltantes em uma moto, o filho se assustou e foi alvejado sem motivo algum., vindo a falecer segundos depois e levando seu pai em uma caçada mortal aos assassinos que fugiam pelo trânsito.
Ele seguiu os assassinos pela cidade inteira até que próximo a um túnel eles tentaram mudar de faixa e acabaram sendo atropelados por um caminhão que vinha naquele sentido da pista, os assaltantes foram jogados longe e o trânsito ficou parado na região.
O pai do rapaz assassinado desceu do carro carregando uma chave de roda, foi primeiro até o menor caído após o acidente e se lembrou que era ele quem empunhava a arma e bateu nele, gritando que estava a vingar seu filho morto há poucos instantes e ninguém ousou deter aquele pai em fúria.
Ele bateu no menor até o crânio dele se tornar apenas uma pasta amorfa e quando ia em direção ao segundo a polícia chegou e o levou preso para a delegacia, lá ele esperou o julgamento e foi considerado culpado pelo assassinato do rapaz, tendo o atenuante de agir em um momento de fúria, portanto pegou uma redução de pena e foi condenado há dez anos de regime fechado.
Na cadeia era um cara honesto que cumpria com seus deveres e nunca faltava com o respeito para com o próximo sendo educado e cortês mesmo estando entre assassinos degenerados e ladrões, algo que lhe valeu o apelido de Lorde pela bandidagem e fez com que o diretor indicasse ele para a condicional após um ano estando no regime fechado.
O outro menor que estava dirigindo a moto, completou a maioridade e foi preso tentando estuprar uma garota em uma festa naquela semana e por uma ironia do destino, acabou indo esperar o julgamento na mesma penitenciaria que ele e pior no mesmo pavilhão.
Ele viu o rapaz que ao olhar em seus olhos ficou branco como um papel e soube que de um jeito ou de outro seu destino estava traçado e que ali ele encontraria um fim.
O rapaz pediu para ir a outra ala, mas os guardas não entendendo nada soltaram ele em meio a cela de segurança onde passaria pela triagem e iria se juntar aos outros presos a noite.
Lorde contou a história que o havia levado até aquele lugar para um preso conhecido como Chefe, um velho altamente perigoso que tinha matado mais de novecentas pessoas, um facínora que comandava o lugar e pela primeira vez desde que tinha estado preso, Lorde pediu um favor: Queria poder matar aquele rapaz, queria poder arrancar o coração dele com uma faca e atirar fogo ao corpo do canalha.
Chefe era um homem honrado, apesar da vida como assassino e tinha filhos e uma esposa esperando ele do lado de fora, que viviam sob a proteção de seus parceiros no crime e resolveu ajudar aquele pai aflito por vingança e após combinar tudo com os guardas, o rapaz foi retirado da cela e levado para a solitária acompanhado do Lorde que tinha no bolso da calça um facão, que pertencia ao Chefe e lhe fora emprestado para esta tarefa.
Foi divertido matar aquele rapaz, lhe dera uma nova vida, ele cortou cada pedaço dele, como um açougueiro fatiando uma peça de carne e ao fazer aquilo foi ficando feliz e contente, ao terminar o corpo do rapaz estava dividido cirurgicamente em vários pedaços na cela, não havia sinal do facão que tinha sido devolvido ao Chefe e Lorde perdeu sua liberdade condicional, mas passou a ganhar dinheiro dos líderes fazendo algo que aprendera a gostar: Matar! Passou a limpar as cadeias de sujeitos que não pagavam, de homens que batiam em suas esposas e de estupradores que eram criminosos não tolerados dentro das celas, por sua promiscuidade e falta de respeito.
Hoje já se passaram sessenta anos e o Lorde continua na cadeia preso e tratando a todos com uma cortesia sem igual, na ficha criminal dele há mais de mil assassinatos na prisão, para a imprensa ele é um monstro, para a sociedade é um pervertido assassino, mas para os criminosos contudo ele é a lei, o juiz, o júri e o carrasco das facções! Um homem que ganha muito dinheiro para limpar aquela cadeia de sujeitos não aceitáveis em meio aos bandidos.
Lorde já foi transferido várias vezes e em todas acaba dominando a penitenciaria, acaba se transformando em um líder dos presos e com sua fortuna compra aos guardas que passam a permitir que ele faça seu trabalho e elimine a outros iguais a ele.
Até quando ele morreu em Manaus nessa semana e a polícia passou a investigar a vida daquele homem e descobriu algo que ninguém sabia: Os pagamentos da organização criminosa, sustentavam um centro de pesquisas contra o câncer que no mês passado acabou por descobrir um novo remédio para os pacientes com a doença que ataca somente o mal, sendo cem vezes mais efetivo do que a quimioterapia.
Em meio as trevas saiba ver a luz, as pessoas podem até se corromper mas ainda são capazes de bons atos!

O tolo paga para que o culpado saia impune

O tolo paga para que o culpado saia impune.
Aquele jovem casal foi vítima de um racha e acabaram sendo atingidos enquanto passeavam a pé em uma avenida, mesmo com o sinal liberado para pedestres, o carro ultrapassou e jogou os corpos daquele enamorado casal há quase cem metros do local, o jovem Fernando e sua namorada Maria, morreram no local, o agressor fugiu do local com um amigo que participava do racha, mas o dono de um bar que levava as cadeiras para dentro com o intuito de fechar o estabelecimento viu o carro e anotou a placa em sua caderneta de pedidos, entregando para os investigadores da polícia assim que eles chegaram ao local.
Foi feita uma procura no Detran e logo se descobriu que o carro pertencia ao filho de um dos homens mais ricos da cidade: O comendador Teobaldo, dono de quase 200 mil hectares ao redor do município que tinha poder e influência em toda região.
O carro foi encontrado numa casa abandonada, carregava ainda pedaços dos corpos no capô e sangue em todo o vidro da frente, além de ter sido encontrado dentro do carro, várias garrafas de tequila e vodca, após a perícia se encontrou DNA do rapaz, além de digitais em todo o carro dele e de seu amigo.
Esse amigo era Pedro Aristóbal um jovem filho do capataz do comendador, que desde cedo era visto junto ao filho do patrão de seu pai em confusões de todo o tipo.
O rapaz se apresentou na polícia no dia seguinte, assumindo toda a culpa e dizendo que era ele a pilotar o carro, os advogados e o promotor mesmo contra as provas aceitaram a confissão e ele foi condenado pela morte deles, no entanto o crime não teve nenhum agravante e por ter confessado acabou sendo julgado por homicídio culposo e pegou dez anos no regime semi – aberto.
Tudo terminou bem para aquele que fora realmente o responsável pela tragédia que foi mandado para um colégio militar para tomar jeito na vida e o que pagou o crime em seu lugar enfim tomou rumo na vida, após ver o gosto da cadeia por cinco anos e meio até ter sua sentença convertida em multa que seu pai pagou, mas que ele foi obrigado a devolver o dinheiro trabalhando com juros de cem por cento, ou iria apanhar no tronco igual a um verme que ele era.
Assim para todos os efeitos a justiça se fez e o casal morto foi vingado pelo braço da lei, que mandou para a cadeia o filho de um serviçal e o verdadeiro culpado ficou impune.
Seria o poder do dinheiro capaz de corromper a justiça?

O fim do medo

O fim do medo
Mais uma vez ele saia para se encontrar com a amante, sua esposa já sabia de tudo e aguentava calada toda aquela ofensa, contraída em sua dor, ela vivia com medo do futuro que seus filhos teriam caso crescessem sem o pai.
Todas noites voltava bêbado e sem muito pudor espancava sua esposa para terror dos filhos que viam a mãe amanhecer cada dia mais roxa. Os garotos até tentaram por algumas vezes defender sua mãe das agressões, mas acabavam sendo agredidos e não raras vezes iam parar no hospital após receberem golpes até quase a morte.
Numa dessas brigas, o filho mais novo do casal, o pequeno Lucas de apenas três anos acabou morrendo quando uma faca arremessada por seu pai atingiu seu coração de maneira certeira e fatal.
O pai foi preso e passou oito anos atrás das grades, até que numa saída de natal ele recebeu o induto e tentou voltar para sua casa, mas não havia ninguém mais ali e a casa estava abandonada, mas ele sabia para onde ela tinha ido: Para a casa dos pais, no interior do estado.
Chegar lá foi difícil quando passou a ser procurado pelas autoridades, uma semana depois, por não ter se reapresentado na penitenciaria, foi de ônibus até aquela pequena cidade e chegando lá ficou rondando por algumas horas até que reencontrou um de seus filhos e após cercar o garoto contra um muro, acabou conseguindo informações sobre sua esposa.
Ela agora trabalhava como faxineira na cadeia pública e fora do horário de trabalho ajudava os presos em uma obra social apoiada pela igreja onde ela tinha entrado nesse tempo que ele estivera encarcerado.
Num descuido ele deixou que o garoto escapasse de suas mãos e ele saiu correndo na rua, gritando socorro em alta voz, o que fez juntar uma multidão de populares para linchar o homem, que por instinto saiu correndo e após pular vários muros de residências conseguiu escapar da ira dos populares e saiu correndo rumo a um hotel barato, na zona de meretrício onde ficou a noite planejando uma vingança contra sua esposa.
Esta por sua vez, tinha aprendido a ser livre e sabendo pela boca do filho que seu marido estava solto, contatou ao policial Mendes, de quem era afilhada e que era amigo de sua família há muito tempo foi até o guarda - roupas e pegou uma pistola que havia comprado de um traficante, temendo que seu marido fugisse da cadeia e a matasse e passou a andar com a arma dentro da bolsa enquanto ia para o trabalho.
Alguns dias se até que ele tentou ataca – lá próximo a uma pequena chácara próxima ao local onde ela pegava o ônibus, acostumado a não ser contrariado, pegou a pelo braço e tentou puxa – la mas numa fração de segundos, a mulher tirou a arma da bolsa e disparou na cabeça de seu agressor e antes que a população se juntasse ela saiu correndo e pegou o ônibus desaparecendo com a arma e escapando da polícia por noventa e seis horas, tendo o cuidado de deixar o celular desligado enquanto fugia para não ser rastreada.
Após esse período ela voltou a sua cidade e se entregou, mas o delegado após ouvir sua história resolveu não levar com rigor o processo até os trâmites finais, afinal a culpa daquele ato impensado da mulher era da ineficiência do estado, que com sua morosidade forçava a elas a tomar essas medidas desesperadas ou acabarem sendo mais um número nas estatísticas.
Ela respondeu ao processo em liberdade e continuou trabalhando normalmente, até que no dia do julgamento, o promotor resolveu não abrir denúncia contra ela e a vida prosseguiu mais leve para aquela mulher, que após vencer o medo conseguiu destruir seu agressor e conquistar a liberdade.

O dinheiro faz amigos se matarem

O dinheiro faz amigos se matarem.
Eram dois amigos que há muito tempo tinham aberto uma firma de consultoria na bolsa de valores, após terminarem a faculdade de economia, mas que há muito tempo vinham tendo discordâncias sobre os rumos da empresa, que passou a receber apoio financeiro do crime organizado, por incentivo de um dos sócios que via naquele dinheiro extra uma oportunidade para avançar enquanto o outro via nisso apenas uma forma de se arruinar bem rápido.
As brigas dos sócios se tornaram frequentes e logo a empresa foi desfeita, quando um deles vendeu sua parte ao outro por não concordar com métodos sujos que estavam sendo usados, contudo o ex- sócio antes de fazer isso pegou um relatório com todas as finanças da empresa e entregou para a polícia, contando tudo para os policiais que passaram a investigar toda aquela rede montada para limpar o dinheiro e logo seu amigo foi preso e o narcotráfico teve um prejuízo gigantesco, no entanto o sócio honrado acabou pagando um preço por ser o responsável por aquela perda de dinheiro dos criminosos e teve sua família sequestrada e morta pelos traficantes que passaram a segui – lo por todos os lados, disparar contra seus amigos, parentes e até para aqueles que ele saudava na rua.
A polícia até tentou proteger ele, mas a raiva do chefe do crime era tanta que logo, logo, acabavam descobrindo o novo esconderijo e ele só conseguiu escapar com vida depois de receber asilo na Suíça e ter seu nome trocado e seu passado apagado dos registros documentais, no entanto ele não viveu muito tempo, se sentia culpado pela morte dos seus familiares, amigos e principalmente se sentia culpado pela morte do pequeno João, seu filhinho de poucos meses. Na sua cabeça, ao querer ser honesto e denunciar aquilo que achava errado, ele tinha feito aquelas mortes acontecerem e poucas semanas após chegar a Berna, ele se matou pulando na água semi – congelada de um lago que ficava na praça central da cidade, seu corpo foi encontrado pelas autoridades e o caso se tornou apenas mais um suicídio no inverno.

O caçador de criminosos

O caçador de criminosos
Lucas - Robert Eloy
Lucas tinha farejado o rastro daquele assassino depois de algumas horas do crime, ele havia se tornado há pouco tempo um caçador de recompensas e agora estava aprendendo como isso era perigoso.
Duas horas atrás tinha entregado mais um criminoso para a justiça recebendo quase 50 mil reais, tinha doado uma parte da grana para um padre na sua comunidade que cuidava das crianças e o restante tinha guardado para realizar um sonho antigo seu: Ir atrás de pistas sobre seu pai que morava na Europa e que sua tia no leito de morte havia lhe revelado estar ainda vivo.
_ É muita informação para um dia só, pensava ele enquanto caminhava em meio ao povo que transitava livremente por aquela rua.
_ Estou chegando perto, posso sentir o cheiro daquele desgraçado! Ele pensou depois de se lembrar de sua imagem que tinha visto na lista dos mais procurados disponível no site da justiça do Rio de Janeiro após a conclusão do seu último trabalho!
Foi só rodar pela cidade de Deus e logo conseguiu achar um traficante, menor, vendendo a luz do dia ainda na maior cara dura, há poucas quadras de um batalhão da polícia militar.
Lucas pulou bem em cima do rapaz e com outro salto o levou dali, antes que a população tivesse chance de fazer algo para defender o garoto!
Ele o levou para um abismo bem alto a beira da rodovia quase no fim da comunidade, sabia que logo viriam atrás dele então resolveu pressionar com tudo o garoto que ainda meio aturdido começava a acordar naquele momento.
O menino começou a rezar, olhando para baixo e vendo que aquele homem parecia disposto realmente a joga - lo dali sem nenhum peso na consciência, orava implorando perdão a Deus por seus delitos, prometia melhorar de vida até que com um chute foi silenciado, Lucas então perguntou:
_ Aonde eu acho o dono da boca nessa região?
O rapaz até tentou defender o “patrão” por alguns minutos, mas sob a ameaça de acabar esmagado nas rochas a beira da rodovia resolveu falar e revelou que o chefe ficava na parte baixa, em um prédio de apartamentos feito pelo governo no sétimo andar.
Lucas nocauteou o rapaz e pegou dele o rádio e uma arma para caso houvesse algum confronto mais sério.
Seguiu por becos e vielas usando seus poderes para despistar qualquer um que tentasse se colocar no seu caminho, até que chegou em frente ao prédio descrito pelo traficante juvenil.
Entrar no lugar foi fácil, não havia porteiros e no fundo do lugar havia um grande buraco no muro que permitiu ao meio lupino adentrar sem maiores dificuldades, passou somente por uma senhora de meia idade que ia a caminho da igreja e a saudou com “ a paz do Senhor” por ver que ela era evangélica e aproveitava o domingo a ir para a igreja.
A senhorinha ficou abismada com aquela saudação e a respondeu efusivamente, dando ao rapaz muitas bençãos antes de ir para o culto dominical.
Mal sabia ela que o jovem estava numa missão de captura...
Subiu as escadas usando seus poderes com uma velocidade espantosa e conforme ia chegando próximo ao sétimo andar pode perceber o cheiro de droga que emanava dali, algo muito forte e que levantou as suspeitas se a polícia alguma vez tinha estado ali...
Havia na entrada do lugar dois seguranças, armados com metralhadoras de pequeno porte, que assistiam a um programa esportivo em um televisor velho e enferrujado que parecia ser a única coisa limpa em meio há muito lixo que havia ali.
Mata - los foi uma tarefa relativamente simples, usou a arma do menor para apagar os dois seguranças e roubar suas metralhadoras, enquanto os demais membros da quadrilha iam saindo para a morte de suas posições.
Valia qualquer coisa para se manter vivo e conseguir a recompensa, e contanto que o cara que os policiais queriam morto ficasse vivo para ser julgado os demais não eram importantes para nada e assim quase trinta pessoas acabaram sendo mortas.
O padre da sua comunidade certa vez disse que matar era errado e que só Deus podia punir mas por que ele sentiu tão bem quando acabou com aqueles traficantes, por que quando juntou o dinheiro e as armas daqueles malditos e guardou sentiu se como um guerreiro que pega seu espólio? Por que quando misturou éter e dissolveu toda a droga se sentiu como um libertador do mal?
Dúvidas assolavam sua mente, mas agora nada disso importava, ele tinha conseguido após aquela matança vários celulares de criminosos e pagando para um hacker rastrear as ligações acabou descobrindo a pista do chefe que tinha rastreado o cheiro.
O homem parou dentro de uma loja de antiguidades bem no centro, Lucas tinha na mochila uma pistola com vários carregadores além de seus poderes lupinos que lhe concediam força e agilidade bem superiores aos de um humano comum.
O criminoso que chefiava a quadrilha tinha feito algumas modificações no rosto e foi difícil saber quem era ele após tantas plásticas, mas quando o caçador ligou no seu telefone e o celular de um homem escolhendo um jarro antigo apitou, ele disparou sua arma e o procurado caiu com um tiro no joelho direito.
Rapidamente ligou para um taxista amigo e levou o homem algemado e sangrando para a polícia e recebeu mais um pagamento e ao depositar sua parte no banco viu que agora ele poderia ir atrás de seu pai que ele até então conhecia apenas como: O Brutal!

A pedra do Dragão

Abdiel - Personagem de Robson Marone.
A pedra do dragão
Há muito tempo atrás uma antiga jóia foi forjada nas areias do inferno, uma relíquia que permitiu a um homem se tornar rei de todos os mortais.
Seu nome foi Ninrod e o segredo dessa magia tinha se perdido ao longo do tempo até o historiador e arqueólogo Robert Eloy encontrar um antigo papiro no subsolo da biblioteca de Pérgamo que contava a localização do lugar.
Ele conseguiu financiamento internacional e escavou as areias do Irã até achar a jóia enterrada em um zigurate destruído pelo tempo.
Quando tocou naquele instrumento, rapidamente o pobre humano foi tomado pela energia das trevas, seu corpo foi corrompido e eu pude sentir a vibração de sua aura maligna, voando pelos céus e causando uma destruição sem precedentes pelas cidades ao redor.
Peguei minha espada e minha lança e parti para o combate, indo através de um vórtice geográfico atlante que me permitiu chegar lá em poucas horas.
O local da escavação estava devastado e eu podia sentir que ali tinha um poder místico muito antigo que havia sido liberado recentemente, procurei pistas com minha aura, mas só haviam almas mortas ao redor e eu não conseguia entender as palavras que diziam.
Até que por fim cansado pela viagem e exaurido por toda aquela busca sai do lugar onde eram as escavações e quando olho para o sol que já ia se pondo vejo um dragão vermelho com oito cabeças lotadas de chifres voando em minha direção, rapidamente empunhei a espada, libertei as asas e parti em sua direção.
O combate entre nós foi épico e em vários momentos tive sorte por me desviar de baforadas infernais, daquela besta horrenda.
Os meus golpes pareciam não penetrar na besta que possuía uma pele que defendia todos meus ataques, então resolvi apelar para um antigo rito angelical: A cura do espírito.
Os anjos não são somente máquinas de guerra para lutar contra o inferno, somos treinados também para libertar as almas aprisionadas com um toque concentrado de toda nossa energia.
E foi isso que fiz, e quando toquei na garra do dragão ele foi se tornando novamente humano e a pedra demoníaca escapou de sua mão, liberando da influência das trevas, eu estava muito ferido mas ainda consegui resgata - lo em plena queda e juntos chegamos a uma montanha, no entanto o espírito do jovem cientista tinha sido dilacerado e assim que acordasse iria se tornar um mero lacaio das trevas, tentei novamente cura - lo, exorcizando a besta dentro de sua alma, mas já era tarde, portanto preferi mata - lo usando minha espada para libertar aquela pobre mente de uma vida de servidão ao inferno e quando senti a vida lhe abandonar o corpo, orei por sua alma, lhe dando a extrema unção pelos pecados.
Peguei com cuidado a pedra e trouxe comigo e ainda hoje não sei dizer o que ela faz ou quem poderia ter forjado aquilo, as autoridades abafaram todo o caso e alguns até disseram se tratar de uma histeria coletiva, os humanos sabem esconder aquilo que não querem saber.

O Rapto da Lady Garça

Lady Garça é personagem do amigo Juvêncio Veloso.
O agente Spear é um personagem de Marcos Paulo Arantes Ferro / Haussen Dokrar
O Rapto da Lady Garça
A TV do mundo imaginário tinha sido criada há pouco tempo e já era um sucesso absoluto, com ampla programação, agradava desde os vilões com programas ensinando como vencer e também aos heróis ensinando como vencer aos planos dos vilões.
Tudo era muito bem assistido, mas um programa batia todos os picos de audiência, era o Lady Garça entrevista, um talk shown onde eram chamados vários personagens importantes para uma conversa animada que quase sempre acabava revelando novidades sobre sua vida.
Os programas da Lady eram um sucesso desde os reinos tão, tão distantes até o mais longínquo espaço dos mundos de fantasia.
Mas naquela manhã, a produtora e amiga de Lady, a Galinha Cremilda Housenbi foi busca - la de carro para irem ao estúdio, mas encontrou a casa de Lady completamente revirada, alguém tinha entrado ali e levado a estrela principal, rapidamente o caso virou notícia e todo departamento de polícia dos mundos encantados foi mobilizado.
Os noticiários dos contos de fada estavam em polvorosa, as semanas iam se passando e nenhuma pista era encontrada.
Numa bela manhã de domingo o agente Spear, um dos netos do porquinho que sobreviveu ao lobo estava viajando de volta a sua casa, quando recebeu uma mensagem por meio de um pombo correio.
O governo dos contos de fada queria ele no caso e suas férias tinham sido canceladas até que achasse e trouxesse Lady de volta, viva ou morta.
Rapidamente ele cavalgou para a cidade das estrelas, onde vivia a sequestrada, demoraram dois dias até aquele porco vestido como caubói e com cara de poucos amigos chegar a cidade e ir entrando naquele local que já tinha se tornado uma espécie de santuário para os fãs que vinham de todas as partes ver o local daquele crime.
Ele entrou na casa, dando cotoveladas murros nos que estavam fechando a cerca e quando chegou próximo ao cordão policial se apresentou para os policiais que rapidamente o deixaram passar.
O local estava preservado e ele rapidamente tirou de um saco pequeno no cinto, dezenas de grilos falantes que começaram a procurar provas, pegadas ou qualquer outro vestígio que levasse o até uma pista.
Rapidamente o grilo perito número 34 encontrou uma pegada nos fundos da casa.
A pegada era de um pato e levava até os fundos daquela mansão, que dava para um píer há poucos metros dali.
O policial Spear foi até os policiais e pediu a lista de todos os barcos da marina e mandou que eles se apressassem em procurar provas, também se serviu dos jornalistas para espalhar a notícia do barco e em poucas horas tinham encontrado todos os barcos menos um que estava desaparecido.
O barco estava no nome de Andersen Strauk, um lobo viking que quando pressionado disse ter o alugado para um pato manco.
Os jornais do outro dia estampavam em todas as páginas aquela notícia e não demorou muito para que um viajante encontrasse um pedaço do barco numa ilha perto do fim do mundo da fantasia.
Os jornais e as autoridades foram acionados e rapidamente um verdadeiro exército chegou até aquela ilha deserta e encontrou a entrevistadora enlouquecida por ter ficado quase seis semanas sozinha ali no meio do nada, ela gritava com medo e precisou ser sedada para poder ser levada de helicóptero até um hospital há três dias de viagem dali.
Todos se foram menos Spear que com uma pequena lancha continuou na ilha a procura de provas e encontrou um cadáver de um pato jogado no meio de um atol, o criminoso era o pato feliz, um dançarino que perdeu seu programa tempos atrás depois de ter perdido a pata em um acidente, e resolveu descontar sua fúria naquela que havia roubado seu horário na TV.
E assim mais um caso estava encerrado e ele tinha enfim suas merecidas férias! Longe de todo trabalho, agora poderia meditar e descansar sua mente de dois anos de trabalho contínuo...

Fracasso

Fracasso - personagem de Marcos Paulo Arantes Ferro
Tudo aquilo que os seres humanos acreditam tem forma e voz, não como deuses, mas como manifestações antropomórficas de sentimentos.
A loucura, o amor, a fé, tudo tem uma maneira e um jeito de agir.
Todos já tiveram seu espaço, todos já tiveram músicas cantadas em sua homenagem, menos eu, ninguém se lembra do fracasso.
A humanidade vive de tentativas e erros, mas despreza o caminho até chegar a vitória!
Eu sou visto apenas como um destruidor de sonhos, um erro que há tantos atormenta, mas o que seriam dos grandes campeões se não tivessem falhado pelo menos uma vez.
Esquecem que se não fosse por mim ainda teríamos o mundo sob a égide da suástica nazista, com suas ideologias nefastas.
O mundo parece ter sido feito somente para vitoriosos, para aqueles que almejam grandes coisas, poucos tem compaixão por aqueles que caíram e não sabem se levantar, por aqueles que ao verem o lado ruim da humanidade se fecharam para o mundo.
Eu sou a voz que grita realidades para os sonhadores, sou aquele que derrotou Napoleão Bonaparte e destrói qualquer um que grita ser mais do que um humano!
Me ofende mortalmente ouvir alguns dizerem: " _ Lá vai mais um fracassado!", e quer saber por que? Por que eu vejo o tanto que os abatidos lutaram até cair.
Sou antes de tudo aquele que olha pelos que não chegaram em segundo, eu entendo que eles tentaram.
Não sou um consolo para ninguém, o fracasso nunca tem amigos é uma frase que já escutei de uma pessoa certa vez, talvez isso seja verdade, mas aqueles que querem amizades só com sucesso e vitória merecem ser realmente chamados de amigos.
Talvez só tenha um conselho para dar: Eu não sou o final, levante se e volte a batalha, não se deixe levar pela vida e não entre na trilha da solidão, o caminho que ela guia, quase sempre acaba em morte.
Sou o mais humano dos sentimentos, sou o maior medo que vocês tem, caros humanos!
E não me importo com a glória, nem fico triste por ser lembrado, eu sou como o trovão que é um prenúncio de tempestades e sempre caminharei avisando aos que se acham demais que a vida é uma dádiva com prazo de validade.

Pedaços de sonhos

Agente Spear - Personagem de Marcos Paulo Arantes Ferro.

Pedaços de sonhos.
Depois de algumas semanas meditando numa montanha, tão, tão distante de tudo, Spear se sentia novamente em harmonia com o mundo, tinha limpado sua mente de tudo aquilo que estava o atrapalhando em seu trabalho.
Quando precisava se isolar gostava de ficar longe de tudo, naquela cabana aos pés da montanha, gostava de se exercitar, pescar no lago semi - congelado há poucos passos, e principalmente gostava de meditar, isso o ajudava a relaxar, mas as semanas passam rápido nesses momentos de folga e ele foi forçado a voltar a realidade.
Um teleportador de sonhos, o sugou para o centro da polícia secreta dos sonhos, ainda vestia se com um casaco de neve e mal teve tempo de se adequar ao novo clima, quando foi jogado na máquina de equipamentos e saiu de lá diretamente para o centro do reino dos sonhos, lançado pelo teleportador, as viagens o deixavam tonto e duas seguidas foi demais para ele, que quando apareceu dentro do castelo, vômitou sem a mínima cerimônia no chão do palácio.
O chefe da polícia fez uma cara de poucos amigos e contou lhe os detalhes do crime com muita má vontade.
A princesa na torre mais alta do castelo mais alto tinha sido levada, e agora o futuro da realeza estava ameaçado.
Rapidamente Spear foi até o lugar e depois de quase uma hora conseguiu subir a escadaria e quando um guarda tentou barrar sua entrada, recebeu um soco tão forte no rosto que caiu para trás.
_ Odeio burocratas! E saiu correndo até a cena e retirou o saco de grilos peritos que rapidamente vasculharam tudo ali dentro e não encontraram sinal de arrombamento, um dos animais encontrou o diário da princesa e entregou para o agente Spear, que deu um tiro no cadeado mágico que selava os escritos dela e ao folhear as páginas encontrou o que tinha ocorrido:
" Meu pai não me deixa ser feliz! Quer me casar com aquele velho urubu do conde! Mas eu vou viver a vida, já tenho tudo planejado, vendi minhas jóias caro diário e contratei um grifo e essa noite vou ir embora, viver a vida do meu jeito!, De que adianta viver sem sonhos Prefiro lutar pelos meus pedaços de sonhos a viver trancada em uma sala de ouro!"
Ao contar aquilo para o rei, o mesmo ferido em seu orgulho, decretou que a princesa tinha sido banida do reino, e mesmo sob protestos da rainha, aquelas palavras se tornaram lei e todo o caso acabou ali, mesmo sob a pressão dos jornais que encontraram a princesa cantando numa taverna e servindo clientes.

Agente Spear! Em o Templo das águias

Primeira história
Spear é um personagem criado por Marcos Paulo Arantes Ferro / Haussen Dokrar
O templo das águias
João caminhava junto a estrada em direção ao alto da montanha, ia devagar e sempre. Não tinha pressa de chegar lá em cima para um bem merecido descanso num chalé que tinha alugado há algumas horas atrás.
Ele não sabia que o lugar já tinha sido palco de sinistros acontecimentos anos atrás e que todos os que tinham subido a montanha nunca mais tinham voltado para contar. Caminhava devagar, admirando a paisagem e de vez em quando tirava até uma foto do alto, olhando as águias que passeavam nos céus e se lembrava de que certa vez ele já tinha subido até um castelo no centro das nuvens.
Sim, caro leitor a história que estamos contando é sobre um relato do que aconteceu ao João do pé de feijão da fábula, depois que ele ficou muito rico e se tornou um amante da natureza, um ambientalista famoso e um exímio arrumador de encrencas de toda sorte.
Ele chegou ao chalé quase anoitecendo e deu graças a Deus, pelo lugar estar aquecido, um foguinho crepitava na lareira, o lugar parecia limpo e tudo o que contaram para ele lá embaixo sobre os sinistros acontecimentos ali ocorridos pareceram ser somente lendas que se fala para espantar turistas indesejáveis.
Dormiu ali no sofá e quando se deu conta já era tarde da noite, foi quando viu em cima do guarda - roupa, um pequeno corvo que por três vezes disse: “_João matador de gigantes, hoje é seu dia de partir!”.
Ele espantou a árvore com uma de suas botas, fazendo com que ela fugisse por uma janela aberta que tinha trazido um vento gelado para dentro, ele parecia estar congelando e correu para fecha - la, não foi mais visto por todos os reinos de magia e horror.
A situação virou um grande mistério, dois meses após quando a imprensa tomou ciência do caso, após o proprietário do lugar subir a montanha para cobrar o aluguel e não encontrar o menor vestígio de João em parte alguma.
Os habitantes de todos os reinos de fantasia ficaram atônitos sem notícias daquele valente herói, todos os vis e desprezíveis foram interrogados e nenhuma pista foi encontrada para solucionar aquele estranho ocorrido.
Todos os reis, cientes do prestígio que isso traria, contrataram a agência especial para casos fantásticos, uma espécie de polícia secreta dos mundos imaginários para resolver o caso.
Nessa divisão havia um recruta que era a própria imagem da truculência e burrice, um dos netos do porquinho que escapou do lobo mal, seu nome era Spear e ele sempre parecia estar prestes a ir para a guerra.
Tinha sido abandonado pela mãe que fugiu com um cantor de rock para a China com o pai que era um suíno bêbado que vivia nas sarjetas e acabou deixando a criança aos pés de um templo budista onde foi criado pelo mestre zen Pa Pagaio, fora do reino do dragão.
A criança se tornou perito em artes marciais, mas não conseguia aplacar sua fúria, era antes de tudo um brigão que ansiava por qualquer motivo para quebrar os dentes de alguém.
Quando completou vinte anos, passou nos testes para a polícia secreta, que eram basicamente sessões de tortura, dor, morte e brigas, tudo aquilo que ele tanto gostava...
Mostrou se um bom agente, apesar de completamente indisciplinado e de não ser muito chegado ao banho, acabou ganhando algum respeito e foi por isso que Lorde Byroni, uma aranha falante, que era o comandante daquela tropa o levou para sua sala e lhe deu a missão de encontrar o que havia acontecido no caso do João!
Recebeu pela primeira vez o kit de equipamentos profissional padrão que contava com vários grilos peritos adaptados a qualquer clima, esses seres eram capazes de achar qualquer possível pista e apesar da vida curta, tinham um intelecto nível 20 e nenhum senso de humor.
Foram lhe dadas armas e um relatório com o mínimo sobre o caso.
Foi mandado ir a garagem para encontrar seu transporte e foi com muito ódio que ele viu um cavalo magro e com uma cara de babão, era o neto de Rocinante, o cavalo de Dom Quixote e seria o seu veículo naquela missão, ele teria voltado com prazer a sala do Lorde para lhe dar umas bofetadas mas resolveu que não valeria a pena, resolveu seguir com aquilo e pegou das mãos do assistente Sarani, um esquilo manco que consertava e polia todos os carros, um chapéu com os dizeres, para o alto e avante e uma estrela policial.
Os primeiros dias em cima do cavalo tinham sido uma tortura, suas nádegas pareciam em chamas e três vezes por dia o bicho empacava pedindo descanso, água ou uma troca de ferraduras, por sorte ele tinha vindo com um jogo com várias numa bolsa presa em sua sela.
Quando chegou aos pés da montanha, tratou logo de prensar os donos daquela casa no topo, bateu tanto nos dois que tinham um posto ali que não lhes sobrou dente, quis descontar a fúria que tava de todo mundo naqueles dois e depois que um deles apagou o outro resolveu contar tudo até permitiu que um dos grilos entrasse em sua cabeça a procura de mais provas.
Spear tirou um dos grilos da bolsa e colocou na cabeça do homem e rapidamente ele saiu de lá com as informações necessárias e apagou todo o ocorrido da mente dele, o outro tinha morrido após apanhar muito.
O motivo daquela briga toda se vocês querem saber, caros leitores foi simplesmente o fato dos dois homens terem zombado dele por sua baixa estatura, algo que não foi tolerado e acabou dando toda essa confusão.
Aquele grilo retirado da cabeça de um deles tinha extraído uma informação importante: O chalé tinha sido construído em terreno sagrado para Éolo, o Deus dos ventos, um lugar onde essa antiga divindade era cultuada pelas águias que ali vinham uma vez por ano para agradecer pelos ventos e que naquele lugar tinha ocorrido um assassinato de uma ave anciã que era uma espécie de sacerdote, o homem inclusive acreditava que João teria sido levado para uma caverna bem próximo ao chalé que tinha sido semi destruída durante o processo para a construção do lugar.
Assim estando conhecendo os detalhes do que o aguardava nosso raivoso herói, saiu dali e armou uma barraca próximo a base do lugar, iria chegar pela manhã, naquela noite tinha sonhado com um corvo que cantava a seguinte canção: “ _ O porquinho vai subir a montanha, para a vida lhe escapar!”.
Acordou com raiva e montou no cavalo com fúria, pronto para terminar esse caso e se que qualquer ave negra aparecesse em sua frente estaria em poucos segundos abatida por uma bala no meio da testa.
Ao fim do meio dia, chegou até o lugar onde tudo tinha ocorrido, arrombou a porta com uma pesada e soltou mais dois grilos que rapidamente encontraram somente sinais de que a neve tinha entrado em todos os cômodos, ele saiu dali e almoçou um pouco de ração, deixando o cavalo abrigado com uma manta térmica que encontrou dentro de uma mochila, provavelmente pertencente a João e saiu carregando suas armas com alguns carregadores, uma corda, uma archote em miniatura e um pouco de água.
Poucos minutos depois de sair da casa, encontrou a caverna semi destruída e não precisou dos grilos para saber que ali tinha entrado alguém, pois ali tinha sinais de sangue seco que a neve não pode apagar.
O lugar tinha a entrada desmoronada, mas lá dentro tudo parecia estar normal, como se alguém tivesse apagado quaisquer sinais de explosão, resolveu ir seguindo seu olfato apurado e não usar a luz para não chamar a atenção, foi seguindo usando o focinho para rastrear cheiro de sangue, atravessou várias bifurcações até que chegou a uma sala mal iluminada e viu várias estátuas que criavam um ambiente sinistro, entre elas pode ver João num canto, com a aparência completamente apavorada.
Rapidamente fechou os olhos e isso salvou lhe a vida, pois naquele instante o corvo tinha aparecido em sua forma real e estava disposto a tornar ele em mais um de seus presentes para o Deus dos ventos, seu nome real era Vingança e ele era um dos emissários dos deuses antigos para lidar com profanações em locais sagrados, uma ave transmorfa que tem poderes para tornar todo aquele que é impuro em pedra.
Num golpe de relance a besta deu um golpe em nosso herói que o desarmou, jogando o longe completamente aturdido.
Ele ainda se mantinha com os olhos fechados e passou a atacar os barulhos que ouvia, mas seus reflexos eram lentos e quase sempre acabava apanhando, sabia instintivamente que não podia abrir os olhos para não acabar como aquelas estátuas, ficou parado escutando o bater das asas e depois a transformação de seu inimigo em algo que o atacava, lançando o como uma bola para lá e para cá.
Cansado daquela situação ele resolveu acender a luz e tentar escapar dali para o campo aberto onde teria alguma vantagem, e isso salvou lhe a vida, por que aquilo que ele pensava ser um archote na verdade era uma dinamite, que vinha na mochila de equipamentos básica de agentes especiais em campo e quando ele acendeu ela, apertando um pequeno botão, não pensou duas vezes e lançou no rumo que ouvia a criatura.
O destino é um sujeito engraçado e naquele momento a dinamite atingiu a cobra que estava com a boca aberta e entrou dentro do seu estômago, causando uma grande explosão que a fez voltar a sua forma de ave.
Alguns guerreiros começaram a acordar e temendo o pior a besta resolveu lançar seu ataque mais poderoso, se transformando em um dragão, mas não pensou que ainda estavam dentro da caverna e destruiu os pilares da caverna, enterrando todos, inclusive nosso herói para um fim completamente trágico...
Tudo teria acabado ali, se não fosse o fato de que o líder da policia especial não tivesse enviado uma pomba ninja para impedir que o recruta fizesse algo que estragasse o caso e esta viu toda a luta na caverna e no ultimo instante salvou a vida de todos , o nome dessa salvadora ainda hoje é desconhecido para nosso porquinho raivoso, que pensa ter sido salvo por alguma espécie de milagre, mas tudo acabou bem e toda estátuas voltaram a vida.
O chalé foi destruído, o templo das águias reconstruído e hoje ainda aquela montanha é considerada um local sagrado....

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...