A solidão é um vício.
Naquela manhã fria, com uma garoa fina de fim de ano eu estava sentado em uma cadeira amarela, bem gasta e com muitas teias de aranha nos pés.
Estava ali parado, observando cada detalhe de um muro que eu já havia visto dezenas de vezes e pensando em grandes questões da vida, maravilhado por cada pedaço da minha história.
Olhando para o nada acabei sendo levado pela minha imaginação a olhar cada detalhe. A paciência de uma formiga que caminhava próximo a mim, subindo uma caixa velha me chamou a atenção e eu comecei a pensar sobre a vida dela.
Qual é seu propósito? Qual é seu sentido? A vida dela acabará dentro de pouquíssimo tempo, o que ela terá feito?
E no fundo da minha cabeça a resposta veio. Ela sabe quem é e isso basta!
Ela se sacrifica pelos outros, para deixar um futuro as demais pessoas e por isso ela é feliz na medida em que ela garante que o futuro possa existir.
