Há dias um caso intrigava a todos no
setor de necropsia do hospital.
Um corpo apareceu no setor de
autópsias sem nenhuma identificação.
Uma Oriental, sem idade definida, tinha
fraturas nos dedos dos pés e sinais de agulhas por todo o corpo, tinha também
uma tatuagem na altura do seio direito onde estava escrito: J60.
Além disso seu corpo estava embalsamado
em formol. Todo o sangue e orgãos internos haviam sido cirurgicamente
retirados. E embaixo dela havia uma carta bem velha escrita em japonês, mas não
era possível identificar o texto, pois algumas palavras tinham se apagado com o
tempo.
Era algo impossível, os protocolos
afirmavam que somente cadáveres identificados podiam dar entrada ali.
O chefe do setor de necropsia acionou
a polícia e outro mistério então se iniciou: O cadáver não constava nos bancos
de dados.
Aquela mulher parecia nunca ter
existido. Não havia queixa de desaparecimento e suas digitais não estavam em
nenhum banco de dados.
A imprensa soube do caso e este ficou
na mídia por várias semanas. No entanto, ninguém apareceu com pistas que
pudessem levar a solução desse mistério.
Parecia que esse seria mais um caso
sem solução, se não fosse a ajuda de um menino, que levou a polícia as
anotações de seu avô, detetive da polícia na década de 60.
Nas anotações havia um relato de um
caso não solucionado envolvendo um maníaco que raptava mulheres e as matava com
veneno e somente anos depois após devolvia o cadáver.
O avô do garoto ainda relatava que por
pressão política, um açougueiro tinha sido preso apenas por ter sido visto
próximo a casa de uma das vítimas, mas que ele não seria o culpado.
A equipe responsável por resolver essa
questão foi até o arquivo da polícia. Um local pouco cuidado devido a falta de recursos,
mas que ainda estava minimamente funcional.
Encontraram com alguma dificuldade os
registros do caso. Naquela época não havia tantos exames periciais e todas as
evidências que apontavam para os suspeitos era frágil.
Nos registros do caso encontraram
diversos testemunhos sobre os raptos acontecidos, dentre os quais estava o de
Joana Kohinawa. Uma japonesa que tinha vindo morar com os familiares brasileiros
após a morte dos seus pais, mas tinha sumido ao desembarcar no porto de Santos.
Os relatos falavam de vê-la entrar em
um carro e depois não havia mais nenhuma pista.
Em meio aos registros, foi encontrado
um mapa da cidade daquela época, onde estava marcado cada ponto onde haviam
sido sequestradas as vítimas daquela época.
Três meses após o caso voltou ao setor
de impossibilidades, mas uma série de acontecimentos faria toda a polícia do
estado ser envolvida em uma caçada infernal a esse maníaco que resolveu
retornar.
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