Aquele
era um caso estranho, um corpo foi encontrado no meio de um prédio
abandonado, os peritos chegaram e nada foi encontrado, nem mesmo um
vestígio, uma pegada, uma simples digital.
O
corpo não disse muito também, não tinha marcas, ferimentos nem
mesmo havia drogas nas veias. Nada foi encontrado nos bolsos, a roupa
estava intacta. Era como se ela fosse uma boneca de cera, branca, com
cabelos sujos, vestida com uma túnica branca quase transparente,
mostrando a forma do corpo torneado e forte da policial.
Parecia
que ela tinha sido colocada ali, o prédio estava abandonado e
repleto de sujeira, os mendigos que ali habitavam esporadicamente não
disseram nada. No entanto nenhum deles podia ser acusado de nada e
logo foram liberados para voltar as suas vidas miseráveis.
O
único detalhe que a perícia achou foi uma pequena mosca de ouro,
que estava presa por um alfinete no vão do elevador desativado.
A
identificação da moça, mostrou que ela era parte das forças de
segurança do primeiro Ministro Israelense, uma soldado treinada e
que estava no Brasil como parte da comitiva que veio para protege –
lo durante as olimpíadas e que desapareceu dois dias antes do fim
dos jogos enquanto estava em um treinamento junto as tropas de
segurança do Brasil.
Várias
pessoas foram chamadas para depor, seus testemunhos eram
desencontrados e não trouxeram grandes progressos, o único ponto em
comum era que todos se lembravam de ter deixado a em frente ao hotel
em que estavam hospedadas as forças de segurança de Israel.
Os
funcionários falaram pouco acerca da chegada da policial, nas
câmeras ficou provado que ela realmente entrou no horário que os
policiais tinham relatado.
Um
detalhe no entanto chamou a atenção do investigador Cléber,
responsável pelo caso, as câmeras mostravam ela entrando, no
entanto a porta do quarto dela, que se abria somente com um cartão
de acesso ainda estava trancada.
Os
funcionários abriram a porta com uma chave extra e ali dentro tudo
estava revirado, manchas de sangue estavam por todos os lados e uma
mensagem escrita num espelho do banheiro mostrava um símbolo antigo.
O
investigador saiu do hotel e chegou em sua casa, logo começou a
procurar na internet dados a respeito e só achou em um site de
teoria da conspiração sobre uma antiga seita: Os adoradores do
escaravelho, uma seita muito antiga que tinha várias ramificações
ao longo do Oriente médio, recentemente um de seus locais de culto
foi estourado em Israel após a morte de um garoto sequestrado e
aniquilado em um ritual místico, a policial responsável era
justamente a que foi morta no Rio de Janeiro, que havia levado a
prisão um poderoso político do país, envolvido com o grupo e com o
assassinato.
O
simbolo da seita era igual ao encontrado no vão do elevador, Um
símbolo que parecia levar ao assassino.
O
corpo sumiu.
Logo
pela manhã, o investigador recebeu uma ligação da central, o corpo
da policial tinha sido roubado do IML, cinco peritos e um segurança
foram encontrados mortos, o centro de necropsia tinha sido atacado a
noite por homens fortemente armados.
_Tudo
agora se complica, ele pensou após receber as informações da
central.
_
Agora não tenho mais corpo, só esse broche e nada mais.
Saiu
pela porta de sua casa, e quando começou a dirigir percebeu que
estava sendo seguido, acelerou em meio a trânsito do Rio de Janeiro
e se evadiu dos seus perseguidores retornando no meio de um túnel em
alta velocidade.
Os
seus perseguidores logo estariam novamente no seu rastro, abandonou o
carro assim que chegou num ponto de ônibus, levou somente uma
pequena pochete onde tinha os documentos do carro e o broche, sua
arma e a carteira com documentos e dinheiro.
_
Se conseguiram entrar até no IML, que é perto da central, eu iria
ser um alvo rápido, seria apenas mais um policial morto serviria
apenas para divertir diálogos de esquerdistas maldosos.
A
rota do ônibus seguiu, e antes que chegasse na última estação,
uma mulher fez sinal e o motorista parou.
Ela
deu alguns passos e atirou na cabeça do motorista, no mesmo
instante, apertou um botão que estava em uma das mãos e o veículo
foi pelos ares no mesmo instante.
Cléber
e os demais passageiros acabaram incinerados. As investigações,
vasculharam em meio dos escombros e encontraram dentro de um pedaço
da pochete, o estranho broche, mas não tiveram a perspicácia de
procurar na internet a procura dos dados sobre a origem do objeto.
A
seita tinha recrutado anos atrás a jovem que tinha cometido aquele
atentado em um sanatório e a guardavam sendo drogada em um quarto
fechado, esperando para usa – la a fim de resolver algum problema.
O
grão mestre olhou o caso nos jornais e deu um riso, resolveu todo o
problema que os assassinos da ordem tinham causado por vingança.
Logo
tudo aquilo estaria esquecido e os mortos seriam apenas um número na
estatística e um discurso na boca dos hipócritas.
Outra
pessoa pegou o jornal de uma lixeira e viu a notícia da morte do
policial, olhou para o céu e declamou em alta voz:
_
Deus, poderoso pai do universo, leve para seu seio todos os
idealistas, todos os tolos que buscam melhorar o mundo, eles são
nobres demais para essa existência medíocre.
A
cena poética daquele homem maltrapilho, chamou a atenção de alguns
que passavam pela movimentada avenida. Mas logo a rotina os consumiu
e eles voltaram a ser cegos a realidade dos desfavorecidos.
Enquanto
isso aquele homem, caminhava alheio ao tempo e as pessoas, vagava
meditando sobre a vida, apreciando a paisagem, pulava longas alturas
e já tinha ajudado muitas senhoras assaltadas por bandidos.
A
sabedoria e a paz que ele transmitia eram paradoxalmente opostas a
sua própria condição maltrapilha, mas somente aqueles que viram a
verdade podem se permitir não ser presos pela imagem dos outros.
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