quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

N - 90, a matadora de heróis

Setembro de 1965 os militares estão no poder e a uma sede nos meios mais altos do exército para que se crie uma arma poderosa capaz de vencer a manifestação do povo nas ruas contra o regime.
 Um grupo de cientistas testa no instituto Oswaldo Cruz um soro criado para fundir DNA humano ao de animais!
Como cobaias eles sequestram crianças nas ruas, ou pegam em orfanatos sem deixar para trás nenhum documento sobre estas vítimas.
 O soro é injetado depois que a mente das crianças é completamente limpa chegando num estágio bem próximo a um zumbi, várias mutações são inseridas em humanos durante o processo e ainda hoje aquele instituto abriga os erros desse projeto, seres bizarros que acabaram morrendo após o processo.
 No entanto um pequeno grupo sobreviveu e foi treinado para eliminar líderes comunistas, todos eram mandados nas missões mais violentas e ao longo do tempo foram morrendo, menos uma, a agente conhecia como N-90, sobrevivia a cada uma das missões, seu DNA estava tinha sido alterado e o processo aumentou a densidade da pele tornando impossível ela ser atingida por balas e aumentou seu reflexos dando a ela uma mira quase perfeita.
 Ela foi a responsável pela morte de Ulisses Guimarães, João Goulart entre outros nomes naquele período desaparecendo com os corpos ou tornando as causas dos ataques um mistério com o uso de venenos produzidos no instituto Oswaldo Cruz em um prédio antigo que na época era o principal centro de pesquisa brasileiro com auxilio americano para o combate ao comunismo.
 Mas o tempo passou e a ditadura acabou no entanto ela era um problema e decidiu que ela iria ser mantida inativa e assim foi dado a ela funções menores, enquanto se decidia o que fazer, no entanto a velhice parecia não afeta - la, de algum modo o soro que fundiu a com o DNA de uma tartaruga e de uma águia manteve a jovem, afetando muito pouco em sua aparência.
 Sua nova função era basicamente tomar conta de uma base no Acre, onde alguns aviões eram guardados, um serviço simples e monótono que cumpria fielmente há 60 anos, até que no ano 2000 um ataque não divulgado de um vilão quase matou o presidente enquanto ele iria subir ao planalto e uma de suas primeiras decisões foi criar uma agência para matar super heróis e vilões, pois estes eram responsáveis por mortes e assassinatos portanto mereciam ser exterminados e assim quando um general lembrou se do projeto e resolveu falar com o presidente e esse aprovou, a agente N-90 foi reativada e sua programação de matadora atualizada para torna - la ainda mais mortal como arma anti heroísmo.



Pássaro Vermelho - Assassinado.

A Agente N - 90 foi trazida de volta do Acre para o centro de decisões do governo e depois da aprovação de seu projeto passou a ser treinada nas mais variadas técnicas de combate modernas, incluindo a capacitação para uso de computadores e outros dispositivos eletrônicos com os quais ela não estava acostumada.
Enquanto ela era treinada num centro de treinamentos do exército na região próxima a capital, foi mandado desenvolver num centro de pesquisas mantido desde a época da ditadura com recursos não contabilizados pelo tesouro, uma nova geração de armamentos extremamente potentes e mortais, duas pistolas e um rifle que custaram mais de dois milhões de reais, mas que eram capazes de disparar munições muito grandes em silêncio e a uma velocidade superior a do som, os projeteis para essas armas eram compostos de titânio e dentro tinham um veneno de uma anfíbio amazônico que produzia necrose instantânea ao menor toque na pele.
Assim após o treinamento que lhe habilitou novamente para o combate, ela passou novamente por um processo de limpeza da mente, não deixando nenhuma memória que não fosse útil para combater aos super - heróis e retirando também toda forma de sentimento que ela pudesse sentir, mesmo as mais primordiais, para criar uma assassina perfeita que somente cumprisse ordens sem pensar.
N - 90 ganhou sua primeira missão cinco meses depois de trazida de volta do esquecimento, matar um herói que estava defendendo a natureza na cidade de Goiás, agindo contra caçadores e posseiros de terra em prol dos menos favorecidos, seu nome popular era Pássaro vermelho e já tinha aparecido em vários lugares próximo a cidade de modo que seria fácil rastrear ele e mata - lo.
Ela foi designada para matar lhe e assim testar suas habilidades, iria como uma policial federal tendo prerrogativas para fazer até mesmo prisões caso fosse necessário, foi lhe dado um nome e todos os documentos necessários, sua obrigação era reportar ao fim de cada dia como estava o progresso da missão.
Ela demorou um dia para chegar a cidade, indo em um carro cedido pelas forças armadas, no segundo dia deu seu relatório logo ao amanhecer e saiu pela cidade, se alimentou num restaurante próximo a parte histórica, olhando para as pessoas que entravam na igreja sem entender o sentido daquilo, carregava sempre consigo na bolsa uma das armas, no cinto da calça a outra e no carro ficava o rifle usado para casos onde não houvessem mais pessoas envolvidas, mas se fosse preciso matar cem inocentes para se chegar a um herói ou vilão ela tinha total permissão para tal.
Naquele mesmo dia, ela andou pela cidade e chegou bem perto de uma pequena casa onde as pessoas pareciam entrar e sair a todo momento, seguindo a multidão ela entrou no lugar e vendo um fio desprotegido no banheiro feminino, aproveitou se daquilo para criar um pequeno incêndio, saiu dali e ficou espreitando do outro lado da rua.
Os gritos das pessoas se espalharam e muitos tentaram ajudar trazendo mangueiras e baldes, enquanto do outro lado da rua ela sorria e pensava que logo seu alvo chegaria e não tardou muito e ele veio carregando uma espécie de rede improvisada onde tinha quase dois mil litros de água, ele voava majestosamente e tinha uma roupa estranha toda vermelha, contrastando com asas brancas e seu rosto era uma mistura de dor e força de vontade em ajudar.
Ela vendo o despejar a água sobre as chamas, e depois ser saudado pela multidão entrou no meio das pessoas e tirou a arma da bolsa, por sorte as pistolas já vinham com silenciador e quando ela disparou o tiro varou a virilha do benfeitor e só parou pouco antes de sair pelo cérebro.
Naquele mesmo instante todos ficaram atônitos e ela aproveitou da confusão para fugir sem deixar pistas, assim no outro dia toda a população sabia que o benfeitor era o padre da cidade e que seu corpo após se recompor se tornou luz sólida, foi encontrado um diário na paróquia que ele trabalhava onde ele deixava escrito que seria um anjo e desde então muitos foram até aquela cidade procurando pisar no solo sagrado que ele morreu e alguns dizem que vários milagres já foram feitos, com pessoas sendo curadas de diversas doenças.

Ladrão com cascos - Assassinado

Depois de sua primeira missão bem sucedida o governo resolveu que ela estava apta para trabalhar em mais casos defendendo as pessoas comuns dessas ameaças superpoderosas, o próximo caso que ela foi designada se passava na bela cidade de Belém, capital do estado do Pará.
Por lá estavam ocorrendo vários roubos em joalheiras, por um ladrão que deixava pegadas como as de um cavalo no chão, intrigando a polícia, em vários casos o criminoso parecia ter batido contra a porta do cofre dessas empresas algo como um chifre ou algo parecido.
Ela chegou na cidade três dias depois de ter matado ao padre anjo, e ao chegar colocou em prática o plano proposto por seus superiores: Colocou um anúncio no jornal falando acerca de uma exposição no museu da cidade de um diamante gigantesco, os curadores do museu foram avisados de que aquilo seria uma farsa e que o governo cobriria eventuais prejuízos e assim sendo naquela noite ela se postou de tocaia no alto do prédio e quando os relógios batiam meia noite ouviu passos como os de um cavalo vindo em fúria desabalada rumo a porta do museu, deixou que ele entrasse e foi monitorando por um monitor no seu braço cada passo que aquela criatura dava, após arrebentar a porta de aço da frente, foi adentrando sala por sala, roubando qualquer coisa de valor até que chegou na sala onde o anúncio dizia estar o diamante, no entanto quando quebrou o vidro, lá dentro estava um gás sonífero poderoso ao extremo e quando ele caiu desmaiado, N - 90 desceu as escadas com a pistola nas mãos, virou o corpo dele para ver seu rosto chegou bem perto da testa daquele humano com aparência de boi e apertou o gatilho a bala explodiu o crânio da besta e foi quebrando os dois andares do prédio se instalando quase há quinhentos metros no solo.
Sua blusa branca ficou suja de sangue e ela pegou uma outra em sua bolsa colocando a suja no lugar da limpa e saiu dali após avisar que a missão tinha sido bem sucedida, a imprensa noticiou o caso e vários místicos começaram a falar que aquilo era um minotauro igual ao das lendas, outros menos fantásticos acreditavam ser a criatura alguma espécie de mutante meta - humano, seu corpo no entanto não pode ser visto e somente alguns jornalistas bem influentes conseguiram fotos antes da besta se dissecada pelo exército e ter o resto de seu corpo queimado em um incinerador a cinco mil graus.
Depois dessa missão bem sucedida, ela ganhou dois dias de descanso na cidade e aproveitou para ver uma orquestra tocando no teatro e ler um jornal que trazia notícias de seu primeiro sucesso, conjecturando aos montes sobre o ocorrido, demonstrou frieza frente as fotos do corpo apodrecido que apareciam ao longo da reportagem e pela música, mas isso mudou quando os músicos da orquestra tocaram a primeira sinfonia de Beethoven, algo nela foi tocado e de algum modo dos olhos dela saíram lágrimas e acabou adormecendo em pleno teatro, sendo que não dormia bem desde que sofrerá a transmutação.
Algo ocorreu, mas o que isso afetará essa impiedosa assassina? Esperem e verão!

O Pequeno Lobisomem - Assassinado

Depois desse pequeno tempo descansando ela recebeu mais um chamado dessa vez iria para Manaus onde uma pequena fera parecia estar assustando as populações ribeirinhas próximas a Manaus, porém agora ao invés de andar friamente ela comprou um pequeno aparelho para reproduzir áudio digital e passou todo o tempo da viagem no avião descansando ao som de música clássica.
Ao chegar no local onde havia tido a primeira vítima humana, um garoto de dois anos que tinha sido mordido enquanto dormia na casa, a mãe em estado de choque estava pondo as roupas num varal próximo a residência quando ouviu o grito do bebê e foi correndo tentar salvar lhe a vida, mas só teve tempo de ver a besta mastigando a cabeça de seu amado filho.
Deixou o seu aparelho de música portátil no carro alugado ali na casa e com um rifle foi seguindo os passos da besta, até entrar bem ao fundo da mata em uma encruzilhada, onde os vestígios mudavam de forma e adquiriam novamente a aparência humana, o caminho que os pés faziam ia avançando pela mata até dar a volta para o povoado e chegar numa casa vizinha, onde um rapaz que todos chamavam de Flecha dormia.
O homem pelo que ela pode apurar num boteco naquele povoado era louco na mãe da criança, mas está só tinha olhos para seu marido e mesmo passados dois anos da morte deste em uma emboscada de onça próximo ao rio, ela jamais cedeu aos interesses do pretendente o que deixava ele furioso e não raras vezes forçava os policiais de Manaus virem e levarem ele preso quando passava dos limites, mas a lei para crimes contra a mulher no Brasil era falha e ele sempre acabava voltando e sempre quando ele voltava aconteciam coisas estranhas por demais em todo o povoado, com várias pessoas morrendo sem nenhuma explicação.
Ela ficou acordada a noite em cima do telhado da escola primária do local com o rifle apontado para a casa do suspeito e naquela noite onde a lua cheia ainda estava viva nos céus, pode ver ele saindo pelos fundos rumo a mata.
Mal sabia ele que era seguido de longe e quando se preparava para atacar a uma prostituta após andar até um bairro dentro de Manaus, recebeu um balaço que atravessou a boca, de dentro do carro onde o seguiu ela disparou duas vezes e viu a besta caída ao chão junto com a prostituta, os ossos, pele e o sangue dos dois se uniu como um só, numa macabra cena que ela pode ver pelo binóculo da mira de sua arma.
O monstro sobreviveu urrando até o sol nascer quando a maldição que o mantinha vivo se foi e o veneno da bala o matou rapidamente, seu corpo e da mulher foram encontrados pelas autoridades completamente apodrecidos enquanto a bala foi encontrada no final da avenida onde eles estavam quase cinco quilômetros de distância, tendo atingido quase vinte pessoas em seu caminho até parar dentro do tronco de uma árvore como um pedaço de titânio super aquecido.
Naquela mesma noite ela voltou a Brasília, os testes tinham terminado, era hora de colocar a assassina de superpoderosos contra criaturas realmente poderosas.

Aprendendo sobre a mente dos super - seres.

Para essas novas missões ela precisaria aprender um disfarce que fosse condizente com alguém que está sempre viajando, e assim ficou decidido que ela seria uma jornalista e assim nos próximos meses ela recebeu um treinamento mental e corporal para melhorar suas capacidade cognitivas e aprender a falar e agir como uma profissional da informação, seus documentos foram trocados e agora ela não era mais a agente N - 90, se chamaria Naiara e para essa missão teria dois parceiros, humanos semi - zumbis que tinham força bruta, projetos falhados de aprimoramento que eram apenas pedaços de músculos sem cérebro nenhum que carregavam no seu peito um grande explosivo que tinha poder para apagar alguns quilômetros de distância.
As criaturas eram controladas por um controle dentro do relógio que ela estaria usando o tempo todo e seriam usadas para causar o caos sempre que fosse necessário, o herói era de Minas Gerais, um super ser conhecido como Flecha de Remissão, uma vigilante que quase exterminou todos os bandidos da capital mineira tornando a cidade uma das mais seguras para se morar de todo o Brasil.
Naiara chegou em um avião fretado pelas forças armadas, no compartimento de bagagem viajavam as bestas, ela se hospedou em uma base do exército e a noite foram levados até próximo a um baile funk onde após dada a ordem, as bestas foram para atacar, eram apenas pessoas pobres e sem cultura, vítimas aceitáveis que não chamariam a atenção da imprensa. Vários morreram e os gritos foram assustadores para os soldados que estavam ao longe junto a Naiara, mas ela analisava toda a região com um binóculo de calor examinando o território, até ver meia hora depois uma moto parar ao longe e uma mulher com arco e flecha ir a batalha contra as criaturas, enquanto isso usando um pequeno jato de bolso ela chegou até a moto e deixou ali um pequeno rastreador e se afastou do local, explodindo as bestas e matando quase setecentas pessoas de uma só vez.
A heroína no entanto tinha escapado quase sem danos de tudo aquilo e sem entender o por que daquele massacre, voltou para sua casa na moto em que veio e sem perceber levou seus inimigos direto até sua casa, num prédio próximo ao setor industrial, um lugar para pessoas de classe média alta, ela tinha parado em um posto de combustível e tinha os braços e pernas feridos por mordidas de seus inimigos daquela noite.
Ela foi seguida por todo o trajeto por Naiara e uma equipe de militares até verem o alvo dormir pelos binóculos de calor, três andares acima no prédio.
Uma equipe de ataque do exército liderada pela arma do governo entrou no prédio meia hora depois portando armas de grosso calibre, estouraram o portão e mataram os seguranças, ninguém que entrasse no caminho sairia com vida, foram subindo os andares enquanto tudo era cercado, a jovem Melissa Duarte, atleta do arco e flecha do comitê olímpico brasileiro, filha de um empresário do ramo de esportes a noite era Flecha de Remissão e quando foi pega tentando fugir, acabou sendo morta e seu corpo caiu três andares abaixo enquanto escalava pulando de janela em janela.
Seu uniforme e o arco foram encontrados atrás do guarda roupa, além de vários outros equipamentos, dentre os quais um chamou a atenção de Naiara, um comunicador desenvolvido muito acima do esperado, que emitia um pequeno ruído de alerta, a equipe selou o apartamento e ao saírem explodiram o prédio.
A imprensa ficou chocada com tudo no entanto não tiveram coragem de ir contra o governo por temerem perder seus contratos de publicidade, as famílias das vítimas foram sendo ameaçadas, compradas ou mortas e assim a história perdeu espaço quando outra atriz encheu o peito de silicone e depois precisou operar e outras bobagens que eram usadas pelas autoridades para manter as pessoas na ignorância frente a realidade.
    Enquanto isso um general apresentava perante ao presidente o uniforme da heroína Flecha de Remissão e uma carta que terminava dizendo: “Está aberta a temporada de caça aos super - seres”.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sons da noite

Caminhar a noite é uma experiência que sempre fascina. Os sons a noite são mais aguçados. É como se a ausência de luz tornasse tudo mais son...