Não sei dizer onde estou,
enquanto escrevo estas frases em um pedaço rasgado de um pergaminho
antigo.
Estou preso em uma cripta repleta
de tomos antigos em línguas antigas, que meus conhecimentos não
conseguem sequer assimilar.
Meu nome é Randolfo Pereira,
Doutor em línguas antigas e professor da universidade estadual.
Lembro me de ter recebido uma
carta escrita a mão por um colega meu, que me convidava a ver textos
que tinha conseguido de um mercador no Cairo recentemente.
Na carta pedia que eu enviasse
para ele o número de minha conta bancária que enviaria o valor da
passagem.
Me diverti com a ideia de uma
viagem, dei o número e no mesmo dia, apareceu o valor suficiente
para quatro passagens.
Eu sempre fui ganancioso e
naquele momento aceitei sem pensar.
Chegando na capital do Egito fui
levado em uma limusine até uma antiga vila fora das cidades próximo
as colinas de Golan, na fronteira com Israel.
Os vidros do carro não me
permitiam ver detalhes da estrada e confesso que o isolamento
acústico era um incômodo terrível, me sentia como um animal
vendado indo em direção ao abate.
Quando cheguei fui vendado por um
homem muito forte e alto que pôs a mão em meus ombros e me levou
por uma série de corredores até que descemos por escadas em espiral
e uma porta se fechou atrás de mim.
E cá estou eu em meio a papiros
velhos, com o corpo dolorido e passando privações de luz e
companhia. Me trazem alimento, mas não me permitem ver e ouvir nada.
Consigo ler algumas das
inscrições de papiros amarelados e livros manuscritos em capas de
couro quase apodrecendo. O mofo é nauseante e não tenho certeza de
quanto tempo estou aqui, apenas sei que preciso escapar!
Palavras encontradas pela polícia
de Israel no bolso de um cadáver próximo a embaixada brasileira em
Tel – Aviv. O corpo estava enrijecido em uma posição aterradora,
o rosto tinha uma expressão horrenda, como se tivesse visto algo
horrível. A causa da morte foi um AVC fulminante, no entanto quando
os legistas abriram o cadáver notaram que não havia coração em
seu peito, e nenhum corte tinha sido feito em todo abdômen, tornando
o caso deverás estranho, e atraindo todo o jornalismo
sensacionalista do mundo.
Houve diversas relações
possíveis feitas: Iluminnati, maçonaria, Rosacruz, Seitas da idade
média, cultos africanos animistas, demonologia. E no fim nada foi
encontrado.
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