terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Um pedaço de pergaminho



Não sei dizer onde estou, enquanto escrevo estas frases em um pedaço rasgado de um pergaminho antigo.
Estou preso em uma cripta repleta de tomos antigos em línguas antigas, que meus conhecimentos não conseguem sequer assimilar.
Meu nome é Randolfo Pereira, Doutor em línguas antigas e professor da universidade estadual.
Lembro me de ter recebido uma carta escrita a mão por um colega meu, que me convidava a ver textos que tinha conseguido de um mercador no Cairo recentemente.
Na carta pedia que eu enviasse para ele o número de minha conta bancária que enviaria o valor da passagem.
Me diverti com a ideia de uma viagem, dei o número e no mesmo dia, apareceu o valor suficiente para quatro passagens.
Eu sempre fui ganancioso e naquele momento aceitei sem pensar.
Chegando na capital do Egito fui levado em uma limusine até uma antiga vila fora das cidades próximo as colinas de Golan, na fronteira com Israel.
Os vidros do carro não me permitiam ver detalhes da estrada e confesso que o isolamento acústico era um incômodo terrível, me sentia como um animal vendado indo em direção ao abate.
Quando cheguei fui vendado por um homem muito forte e alto que pôs a mão em meus ombros e me levou por uma série de corredores até que descemos por escadas em espiral e uma porta se fechou atrás de mim.
E cá estou eu em meio a papiros velhos, com o corpo dolorido e passando privações de luz e companhia. Me trazem alimento, mas não me permitem ver e ouvir nada.
Consigo ler algumas das inscrições de papiros amarelados e livros manuscritos em capas de couro quase apodrecendo. O mofo é nauseante e não tenho certeza de quanto tempo estou aqui, apenas sei que preciso escapar!

Palavras encontradas pela polícia de Israel no bolso de um cadáver próximo a embaixada brasileira em Tel – Aviv. O corpo estava enrijecido em uma posição aterradora, o rosto tinha uma expressão horrenda, como se tivesse visto algo horrível. A causa da morte foi um AVC fulminante, no entanto quando os legistas abriram o cadáver notaram que não havia coração em seu peito, e nenhum corte tinha sido feito em todo abdômen, tornando o caso deverás estranho, e atraindo todo o jornalismo sensacionalista do mundo.

Houve diversas relações possíveis feitas: Iluminnati, maçonaria, Rosacruz, Seitas da idade média, cultos africanos animistas, demonologia. E no fim nada foi encontrado.

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