Naquela noite José
saiu de casa. Estava cansado das brigas com a esposa. Desde sua
demissão tinha perdido a paz em casa.
Não conseguia nenhum trabalho. Os filhos cresciam como estranhos para ele. Os amigos tinham o abandonado.
Não conseguia nenhum trabalho. Os filhos cresciam como estranhos para ele. Os amigos tinham o abandonado.
Tudo tinha dado
errado. Ele caminhava pelas ruas vendo pessoas apressadas voltando
para a casa.
Por um momento as
invejou. Tudo que ele queria era ter novamente seu emprego. Mas a
firma tinha de mandar alguém embora e como ele era quem tinha mais
idade acabou sendo escolhido.
_ Dei meu sangue
para o sucesso daqueles crápulas; Resmungou baixo como se temesse
ser ouvido por alguém.
Passou na porta de
uma igreja, pensou em entrar, afinal sua mãe enquanto era viva tinha
sido muito ativa ali, mas logo o porteiro não o deixou entrar. Suas
roupas estavam sujas e rasgadas em vários pontos.
Aquela recusa foi
como a gota d’água que transbordou o copo. Ele saiu dali xingando
a vida e foi caminhando.
Logo viu um antigo
bar, um local sujo onde os ratos entravam com botas para não se
contaminarem.
Tomou coragem e
entrou, foi atendido por um velho vestido em trajes rotos que passava
um pano em um copo, no chão próximo dele um bêbado estava
inconsciente.
Sentou se, decidido
a beber pela primeira vez. Iria se matar, não aguentava mais. Sentia
ódio de si mesmo, da humilhação sofrida, de não se sentir mais
útil para nada.
Tinha somente dois
reais no bolso. Pediu uma dose da cachaça mais forte que havia. O
dono do bar estranhou, mais atendeu seu pedido sem questionar.
Tomou a e
rapidamente ficou bêbado. Sua mente ficou embaçada e logo começou
a alucinar.
O local onde estava
não era mais um bar, mas um poço e ao seu lado não havia mais um
velho e sim um homem vestido em uma roupa preta.
Em seu delírio,
José perguntou se tinha morrido e a figura a sua frente apenas
acenou negativamente.
_ Então o que eu
estou fazendo aqui?
Em uma voz que não
parecia ser humana, a criatura disse: _ Por que eu vim te dar uma
escolha. Sou mais velha que a humanidade e entendo sua dor. Se você
quiser morrer te levarei, porém seus filhos vão morrer daqui dois
anos. Sua esposa vai ficar viciada em anti – depressivos e todos
que te conhecem irão partir mais cedo.
Ao receber essa
resposta, caiu de joelhos ao chão e implorou para viver. Lágrimas
caíram de seus olhos.
A emoção forte
curou o efeito do álcool. Quando sua mente retornou a realidade saiu
correndo dali, e viveu feliz para sabendo que sua existência tinha importância.
Mesmo que tudo
esteja ruim. Morrer não é a solução!
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