Era a primeira vez que Sebastião deixava a pequena Caxambu, tinha ganhado um convite para ir visitar um museu em Belo Horizonte, num concurso feito pela prefeitura municipal e viajava todo feliz rumo a capital de Minas Gerais, nem tinha colocado o uniforme de herói que sempre carregava na mala em caso de necessidades, pois esperava que nada de mal pudesse ocorrer.
Entrou naquela grande cidade e estava maravilhado com tudo que via, afinal tinha mais de seis anos que não punha os pés ali, tudo era uma enorme novidade para ele.
O ônibus o deixou na estação e de lá ele pegou um moto - táxi para o museu, onde aquela antiga exposição estava ocorrendo.
O lugar era um antigo palácio do governo que fora restaurado para abrigar uma galeria de arte e várias salas onde diversas exposições ocorriam, mas naquela manhã de segunda - feira, só havia uma sala expondo uma estranha descoberta: Uma série de artefatos recolhidos pelos militares de várias naves espaciais tinha sido liberada para o grande público e na porta da exposição haviam vários jornalistas esperando por sua vez de entrarem, pois só era permitida a entrada de uma equipe por vez e enquanto aguardavam paravam todos para entrevistar, tentaram fazer isso com ele, mas não queria falar nada, além do mais ficava um pouco inseguro na frente das câmeras.
Foi seguindo pela fila até entrar e lá dentro ficou curioso com o tanto de salas com peças magnificas e desconhecidas, artefatos que lhe fizeram lembrar como ele tinha conseguido os poderes, caminhava por todos os lados escutando alguns militares reformados que contavam a história daqueles itens, ficou ali dentro por quase quatro horas, só faltou uma sala que ele ainda não tinha visto, a que guardava um estranho cristal que segundo as análises era feito de um material que não existia na Terra, uma mistura de gemas e materiais energéticos que seria usada para energizar alguma nave ou algo parecido encontrado no sul de Minas há vinte anos atrás.
Ele entrou naquela sala ainda extasiado e quando levantou sua mão para tirar uma foto, o cristal quebrou o vidro e grudou nele e foi pouco a pouco desintegrando o em partículas que foram sendo absorvidas pela matéria até não sobrar nem vestígios daquele ser humano, somente seu celular ficou caído ali no chão.
No mesmo instante o local foi lacrado para visitação e todos ali dentro foram desinfectados antes de saírem, algo havia acontecido com aquele senhor e eles precisavam entender o que seria, diversas autoridades foram chamadas e o pânico foi se espalhando na população conforme essa informação foi sendo repassada na imprensa.
Aquela pedra era na verdade um portal interdimensional que era usado por criaturas vindas do espaço para se mover entre diversas dimensões, e quando ele chegou perto daquilo o comando para transporte foi ativado e ele foi levado para outra dimensão completamente diferente daquela onde estava.
Num prédio em Brasília, um general bem velho estava rindo enquanto se sentava em sua sala após uma exaustiva reunião com o presidente da república.
Ele pegou um telefone e discou um número gigantesco até que do outro lado uma voz metálica se fez ouvir:
_ O código foi aceito, a missão foi completada, general!
_ O elixir da vida eterna lhe será entregue após o cumprimento da próxima parte, senhor!
Ele cancelou a ligação e o aparelho fritou em sua mão, mas aquilo não importava, logo ele seria imortal e poderia começar sua luta contra esses malditos comunistas que infestam o Brasil de norte a sul. Ele teria sua vingança e traria de volta a paz para as famílias de bem dessa nação.
Enquanto isso, Sebastião estava abrindo os olhos num cenário completamente diferente!
Os céus e a Terra estavam tomados por tiros e disparos de poder, os humanos e uma estranha raça de aliens se confrontavam e a destruição estava por todos os lados, mas isso não era a parte ruim da história.
Pior foi quando ele viu que os robôs tinham sua face e tinham parte dos seus poderes, era insano demais para ele que não tinha entendido essa outra realidade, ver seu próprio rosto lutando contra seres humanos, era irreal demais, aquilo! Ele caiu ao chão, ajoelhado cercado de cadáveres e pedaços de máquinas e chorou de cima daquele pequeno monte onde estava, chorou por pensar que aquele era o futuro do seu amado planeta!
Aquele novo planeta era uma dimensão paralela da Terra onde ele tinha sido um projeto experimental do governo e tinha tomado o poder após dominar todas as máquinas do mundo. Além disso ele tinha dominado algumas fontes de magia antigas e dominado a matadora dos fugitivos do inferno.
Ela era na parte social sua esposa mas para os seus inimigos ela era a última coisa que eles viam antes da morte brutal que encontravam.
A resistência houve contra essa dominação e a batalha foi produzindo um cenário de medo e horror que devastou estados inteiros e acabou se espalhando pelos países próximos levando uma corrida por armas meta - humanas na América do Sul que tornou tudo um caos fora de controle.
Aquele que antes tinha o nome de Minuto mudou de nome para devastação e com Ramona a seu lado começou a cercar grupos de heróis na serra do mar, seu nome real naquela terra era Flávio, pois quando o governo alterou seu DNA, mudou também sua identidade e apagou suas emoções, no entanto não conseguiram apagar dele a maldade que fora o único sentimento que lhe sobrará, ele tinha se tornado um impuro ser que só pensava em morte e destruição sem fim e se divertia ouvindo os gritos dos humanos presos em suas fábricas de máquinas, a dor das pessoas que antes tinha sido doloroso para ele ouvir tinha se tornado a melhor música para seus ouvidos.
Quando Sebastião veio parar naquela realidade ele não tinha noção de todo o mal que seu semelhante dali já tinha causado e pensava que a guerra era fruto de algum conflito mundial em todo o planeta, no entanto mal sabia ele que as fronteiras do sul tinham sido fechadas por um campo de força há cinquenta anos atrás para evitar que essa guerra atingisse outros países, a população ficou sozinha, nada podia ser feito.
Sebastião ficou ali parado, orando a Deus para que tudo fosse um sonho, ele precisava de seu uniforme para fazer algo em relação aquilo tudo, até que quando viu uma criança ser atacada por um grupo de robôs resolveu agir não importa o risco e pegou um pedaço de metal e se movendo o mais rápido que conseguiu foi para cima, atacando aqueles monstros metálicos, no entanto quando se virou para a criança que estava com o pé machucado ela soltou um grito de pavor ao ver sua face e saiu correndo na maior velocidade gritando como se tivesse com mais medo dele do que dos sentinelas máquina.
No mesmo instante apareceram grupos de humanos por todos os lados e sem pensar duas vezes começaram a atirar naquele que consideravam ser o maldito causador de tanta morte e sofrimento e assim após aquele grupo o espancar levaram ele para o subsolo, onde dois dos líderes da resistência estavam, selaram suas mãos e pés com cordas de energia inquebráveis e assim que eles verificaram se tratar do mesmo vilão que eles tanto perseguiam, ficou decidido que iriam esperar até o próximo dia para chamar a todas as lideranças e decidir o que fazer com ele.
Deixaram no ali amarrado com o destino de morte selado como um assassino a ser degolado, mas naquela noite uma mulher vestida com um manto de sacerdotisa todo negro e carregando nas mãos uma foice resolveu fazer justiça sem pedir permissão para os outros heróis do conselho, ela tinha jurado matá - lo e iria cumprir sem medo das consequências.
Ela chegou perto dele e viu que apesar de forte ele já sabia do seu fim e tremia de medo, o mesmo sentimento que ela teve quando viu sua filha ser morta por aquele crápula, algo nela falava para pensar mais e ver além do aparente, mas era o ódio quem dominava e assim que chegou perto do patíbulo, viu que o vigia tinha dormido, afinal a fortaleza era invisível a todo tipo de sistema de detecção místico e tecnológico, ela deu um pequeno chute nele e subiu as escadas e com um prazer mórbido que só a vingança pode trazer ela olhou nos olhos dele e usando seus poderes encostou somente um dedo nele com as mãos envoltas em chamas negras, aquele poder era cruel pois matava a vítima alucinada enquanto os tecidos eram corrompidos e apodreciam até tudo o que sobrava era uma massa de carne apodrecida e fedendo horrivelmente.
O prazer de ouvir os gritos dele era um cântico para ela, enfim tinha tido sua vingança! Entretanto o universo era uma balança que buscava o equilíbrio e quando aquele herói justo e honrado fora morto naquela outra realidade por ter a mesma aparência do principal vilão e seu peito soltou o último grito, começou um processo de destruição dos dois universos, rasgos de energia cortavam os céus e a Terra e milhares de pessoas morreram nos primeiros minutos, agora os dois universos iriam se fundir e se destruir, renascendo posteriormente completamente alterados, assim o mundo voltaria a igualdade e tudo acabaria bem, no entanto quando esse processo acabasse toda a vida nas duas Terras teria se extinguido, alguns quatrilhões de mortes entre animais, plantas, humanos e seres extraterrestres mortos, nesse evento que traria de vez o apocalipse.
Teria algum herói força o bastante para evitar essa catástrofe toda? Ou o mundo acabaria nas próximas horas sob o olhar desesperado de todos? Vejam no próximo roteiro!
Ficou muito bom mano.
ResponderExcluirObrigado!
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